Democratas em pânico pressionam por substituição de Biden após desastre em debate; leia bastidores


A performance frágil e hesitante do presidente Biden no debate intensificou as conversas entre os democratas sobre substituí-lo na candidatura

Por Peter Baker

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, esperava dar um gás em sua campanha de reeleição ao concordar com um debate contra Donald Trump quase dois meses antes de ser formalmente nomeado pelo Partido Democrata. Em vez disso, sua performance fragilizada, hesitante e desarticulada na noite de quinta-feira provocou uma onda de pânico entre os democratas e reabriu a discussão sobre se ele deveria ser o indicado.

Ao longo dos 90 minutos, Biden, com a voz rouca, lutou para concatenar suas falas e rebater um ex-presidente Donald Trump afiado, embora desonesto, levantando dúvidas sobre a capacidade do atual presidente americano de liderar uma campanha vigorosa e competitiva quatro meses antes da eleição. Em vez de dissipar as preocupações sobre sua idade, Biden, aos 81 anos, tornou-a a questão central.

Democratas que defenderam o presidente durante meses contra os céticos — incluindo membros de seu próprio governo — trocaram frenéticas ligações telefônicas e mensagens de texto minutos após o início do debate, quando ficou claro que Biden não estava em sua melhor forma. Em desespero, alguns recorreram às redes sociais para expressar choque, enquanto outros discutiam privadamente entre si se era tarde demais para persuadir o presidente a ceder seu lugar a favor de um candidato mais jovem.

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Joe Biden deixa o palco no intervalo do debate. Foto: Gerald Herbert/Associated Press

“Biden está prestes a enfrentar um crescendo de apelos para que se afaste”, disse um estrategista democrata veterano que apoiou com firmeza Biden em público. “Joe tinha um poço profundo de afeição entre os democratas. Esse poço está secando”.

“Os partidos existem para vencer”, continuou o democrata, que preferiu falar em anonimato. “O homem no palco com Trump não pode vencer. O medo de Donald Trump sufocou as críticas a Biden. Agora, esse mesmo medo vai alimentar os pedidos para que ele renuncie”.

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Um grupo de democratas da Câmara estava assistindo ao debate. Um deles, que falou sob condição de anonimato, reconheceu que foi um “desastre” para Biden. A pessoa disse que o grupo estava discutindo a necessidade de um novo candidato à presidência.

Mark Buell, um proeminente doador de campanha Biden e do Partido Democrata, disse após o debate que o presidente tinha que considerar seriamente se ele é a melhor pessoa para ser o candidato. “Temos tempo para colocar outra pessoa lá?”, questionou Buell.

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Ele acrescentou que ainda não estava pedindo que Biden se retirasse, mas que “a liderança democrata tem a responsabilidade de ir à Casa Branca e mostrar claramente o que os Estados Unidos estão pensando, porque a democracia está em jogo aqui e estamos todos muito nervosos”.

Biden, ao aceitar um debate contra Trump mais cedo do que jamais foi feito na história presidencial dos EUA, queria recalibrar a disputa como uma escolha entre ele e um criminoso que tentou anular uma eleição e, em sua opinião, destruiria a democracia americana se recebesse novamente o poder da presidência. Biden deixou o estúdio da CNN em Atlanta enfrentando um referendo sobre si mesmo e sua capacidade, que vai repercutir por dias ou semanas.

Trump, de 78 anos, passou pelo debate sem grandes problemas, dizendo uma falsidade atrás da outra sem ser desafiado. Ele estava confiante, mas evitou o comportamento excessivamente autoritário que o prejudicou durante seu primeiro debate com Biden em 2020, parecendo satisfeito em deixar seu oponente mergulhar em suas próprias dificuldades.

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Embora Trump às vezes divagasse e fizesse declarações complicadas, difíceis de entender e totalmente falsas, ele o fez com energia e volume que encobriram seus erros, conseguindo permanecer no ataque mesmo em questões de vulnerabilidade para ele, como o ataque de 6 de janeiro de 2021 e o aborto. Biden apareceu na defensiva a maior parte do tempo.

Reações ao debate entre Biden e Trump e Cincinnati, Ohio.  Foto: Carolyn Kaster/Associated Press

Depois de falar com os repórteres, Biden indicou que estava resfriado. “Estou com dor de garganta”, disse ele. Mas ele expressou satisfação com sua apresentação. “Acho que nos saímos bem”. Perguntado sobre as preocupações dos democratas com sua apresentação e os apelos para que ele considere a possibilidade de deixar a disputa, ele disse: “Não. É difícil debater com um mentiroso”.

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Os assessores de Biden há muito tempo descartam qualquer especulação sobre desistência, rejeitando-a como um “nervosismo injustificado”, mesmo com ele atrás de Trump em Estados-chave para a vitória. Os assessores e aliados de Biden têm contestado as pesquisas e apontado que as previsões de derrotas democratas nas últimas eleições foram exageradas. Um dos motivos citados por eles para um debate antecipado foi “deixar claro para o público que essas são as duas opções” e que ninguém mais será indicado.

“Pessoal, o fato é: se Joe Biden fosse se afastar, ele já teria feito isso há muito tempo”, disse Symone Sanders, ex-assessora da vice-presidente Kamala Harris. “Essa não é minha opinião, são literalmente os fatos. Portanto, não, ele não vai se afastar amanhã de manhã. Ele é o indicado, e vários democratas, suspeito, sairão em sua defesa nos próximos dias”.

A campanha rapidamente enviou Kamala Harris para defender o presidente na CNN após o debate, embora até mesmo ela tenha reconhecido que “foi um começo lento, isso é óbvio para todos”. Biden mostrou que poderia lidar com o cargo por causa de suas muitas realizações, disse Kamala, e “o Joe Biden com quem trabalho todos os dias é alguém que atuou de uma forma a trazer pessoas para o Salão Oval”.

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O governador Gavin Newsom, da Califórnia, um dos citados como possível substituto de Biden, além de Harris, não falou em trocar de candidato. “Eu jamais daria as costas ao histórico do presidente Biden”, disse ele aos repórteres, atuando como representante oficial da campanha após o debate. “Eu nunca daria as costas ao presidente Biden e não conheço nenhum democrata do meu partido que faria isso, especialmente depois desta noite”.

Mas isso não impediu a especulação. “Pessoal, os democratas deveriam indicar outra pessoa - antes que seja tarde demais”, escreveu Andrew Yang, que concorreu contra Biden para a indicação democrata em 2020, nas mídias sociais antes do fim do debate, acrescentando a hashtag #swapJoeout.

A ex-senadora Claire McCaskill, democrata do Missouri, chamou a situação de “crise”, dizendo que seu telefone estava “explodindo com senadores, agentes, doadores e outros democratas” perturbados fazendo “mais do que se preocupar” com o que aconteceria a seguir.

“Joe Biden tinha uma coisa que precisava fazer esta noite e não fez”, disse ela na emissora de TV americana MSNBC. “Ele tinha uma coisa a fazer, que era assegurar aos Estados Unidos que estava à altura do cargo em sua idade, e ele falhou nisso esta noite.”

Esse julgamento foi além da classe política. As chances percebidas de Biden de ganhar a indicação despencaram em poucas horas no PredictIt.org, um site que aceita apostas em eventos políticos. Suas chances de ser o candidato do partido caíram para 60 centavos, uma queda de 26 centavos. Isso significa que os apostadores acreditam haver apenas 60% de chance de ele ser indicado, apesar de ter vencido as primárias, não ter nenhum oponente interno e controlar o aparato do partido.

Presidente Joe Biden e ex-presidente Donald Trump no primeiro debate das eleições americanas. Foto: Brian Snyder/Reuters

Nenhum presidente em exercício desistiu da disputa tão tarde no ciclo da campanha, e havia pouco consenso sobre o que aconteceria se ele desistisse. Na noite de quinta-feira, os democratas estavam imaginando cenários em que os mais velhos do partido, como o senador Chuck Schumer, de Nova York, a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, da Califórnia, e o deputado James E. Clyburn, da Carolina do Sul, interviriam junto a Biden.

Não houve nenhuma indicação de que qualquer um deles concordaria em fazer isso. Outros democratas disseram temer ser tarde demais, observando que Biden é um homem orgulhoso e teimoso, e há muito insiste que é o mais preparado para derrotar Trump. Ele não daria ouvidos a ninguém além de sua esposa, Jill Biden, que tem apoiado fortemente a candidatura à reeleição do marido. Os democratas há muito tempo se preocupam com o fato de não haver um sucessor óbvio, sem a certeza de que Kamala Harris, Newsom ou qualquer outra figura do partido possa estar à altura do desafio.

Historicamente, presidentes em exercício tropeçam no primeiro debate de uma temporada de eleições gerais, seja por estarem enferrujados ou por excesso de confiança. Em muitos casos, no entanto, compensam isso com desempenhos posteriores mais fortes. Os problemas de Biden trouxeram à mente o primeiro debate de Ronald Reagan em 1984, quando ele parecia velho e fora de si; ele salvou sua campanha no debate seguinte com uma piada oportuna sobre não explorar a juventude e a inexperiência de seu oponente.

O problema para Biden é que nenhum outro debate está programado até 10 de setembro, o que significa que ele não terá nenhuma oportunidade óbvia de se recuperar por meses. E, como disse o veterano estrategista democrata, isso não é como a derrota de Obama para Mitt Romney em 2012, que foi um revés tático. “Essa derrota é existencial”, disse o estrategista.

Portanto, em vez de reiniciar a campanha em favor de Biden, como havia previsto, a equipe do presidente terminou a noite sabendo que a tarefa dos próximos dias, se não semanas, seria conter os danos e reunir o partido em torno de um líder contestado.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, esperava dar um gás em sua campanha de reeleição ao concordar com um debate contra Donald Trump quase dois meses antes de ser formalmente nomeado pelo Partido Democrata. Em vez disso, sua performance fragilizada, hesitante e desarticulada na noite de quinta-feira provocou uma onda de pânico entre os democratas e reabriu a discussão sobre se ele deveria ser o indicado.

Ao longo dos 90 minutos, Biden, com a voz rouca, lutou para concatenar suas falas e rebater um ex-presidente Donald Trump afiado, embora desonesto, levantando dúvidas sobre a capacidade do atual presidente americano de liderar uma campanha vigorosa e competitiva quatro meses antes da eleição. Em vez de dissipar as preocupações sobre sua idade, Biden, aos 81 anos, tornou-a a questão central.

Democratas que defenderam o presidente durante meses contra os céticos — incluindo membros de seu próprio governo — trocaram frenéticas ligações telefônicas e mensagens de texto minutos após o início do debate, quando ficou claro que Biden não estava em sua melhor forma. Em desespero, alguns recorreram às redes sociais para expressar choque, enquanto outros discutiam privadamente entre si se era tarde demais para persuadir o presidente a ceder seu lugar a favor de um candidato mais jovem.

Joe Biden deixa o palco no intervalo do debate. Foto: Gerald Herbert/Associated Press

“Biden está prestes a enfrentar um crescendo de apelos para que se afaste”, disse um estrategista democrata veterano que apoiou com firmeza Biden em público. “Joe tinha um poço profundo de afeição entre os democratas. Esse poço está secando”.

“Os partidos existem para vencer”, continuou o democrata, que preferiu falar em anonimato. “O homem no palco com Trump não pode vencer. O medo de Donald Trump sufocou as críticas a Biden. Agora, esse mesmo medo vai alimentar os pedidos para que ele renuncie”.

Um grupo de democratas da Câmara estava assistindo ao debate. Um deles, que falou sob condição de anonimato, reconheceu que foi um “desastre” para Biden. A pessoa disse que o grupo estava discutindo a necessidade de um novo candidato à presidência.

Mark Buell, um proeminente doador de campanha Biden e do Partido Democrata, disse após o debate que o presidente tinha que considerar seriamente se ele é a melhor pessoa para ser o candidato. “Temos tempo para colocar outra pessoa lá?”, questionou Buell.

Ele acrescentou que ainda não estava pedindo que Biden se retirasse, mas que “a liderança democrata tem a responsabilidade de ir à Casa Branca e mostrar claramente o que os Estados Unidos estão pensando, porque a democracia está em jogo aqui e estamos todos muito nervosos”.

Biden, ao aceitar um debate contra Trump mais cedo do que jamais foi feito na história presidencial dos EUA, queria recalibrar a disputa como uma escolha entre ele e um criminoso que tentou anular uma eleição e, em sua opinião, destruiria a democracia americana se recebesse novamente o poder da presidência. Biden deixou o estúdio da CNN em Atlanta enfrentando um referendo sobre si mesmo e sua capacidade, que vai repercutir por dias ou semanas.

Trump, de 78 anos, passou pelo debate sem grandes problemas, dizendo uma falsidade atrás da outra sem ser desafiado. Ele estava confiante, mas evitou o comportamento excessivamente autoritário que o prejudicou durante seu primeiro debate com Biden em 2020, parecendo satisfeito em deixar seu oponente mergulhar em suas próprias dificuldades.

Embora Trump às vezes divagasse e fizesse declarações complicadas, difíceis de entender e totalmente falsas, ele o fez com energia e volume que encobriram seus erros, conseguindo permanecer no ataque mesmo em questões de vulnerabilidade para ele, como o ataque de 6 de janeiro de 2021 e o aborto. Biden apareceu na defensiva a maior parte do tempo.

Reações ao debate entre Biden e Trump e Cincinnati, Ohio.  Foto: Carolyn Kaster/Associated Press

Depois de falar com os repórteres, Biden indicou que estava resfriado. “Estou com dor de garganta”, disse ele. Mas ele expressou satisfação com sua apresentação. “Acho que nos saímos bem”. Perguntado sobre as preocupações dos democratas com sua apresentação e os apelos para que ele considere a possibilidade de deixar a disputa, ele disse: “Não. É difícil debater com um mentiroso”.

Os assessores de Biden há muito tempo descartam qualquer especulação sobre desistência, rejeitando-a como um “nervosismo injustificado”, mesmo com ele atrás de Trump em Estados-chave para a vitória. Os assessores e aliados de Biden têm contestado as pesquisas e apontado que as previsões de derrotas democratas nas últimas eleições foram exageradas. Um dos motivos citados por eles para um debate antecipado foi “deixar claro para o público que essas são as duas opções” e que ninguém mais será indicado.

“Pessoal, o fato é: se Joe Biden fosse se afastar, ele já teria feito isso há muito tempo”, disse Symone Sanders, ex-assessora da vice-presidente Kamala Harris. “Essa não é minha opinião, são literalmente os fatos. Portanto, não, ele não vai se afastar amanhã de manhã. Ele é o indicado, e vários democratas, suspeito, sairão em sua defesa nos próximos dias”.

A campanha rapidamente enviou Kamala Harris para defender o presidente na CNN após o debate, embora até mesmo ela tenha reconhecido que “foi um começo lento, isso é óbvio para todos”. Biden mostrou que poderia lidar com o cargo por causa de suas muitas realizações, disse Kamala, e “o Joe Biden com quem trabalho todos os dias é alguém que atuou de uma forma a trazer pessoas para o Salão Oval”.

O governador Gavin Newsom, da Califórnia, um dos citados como possível substituto de Biden, além de Harris, não falou em trocar de candidato. “Eu jamais daria as costas ao histórico do presidente Biden”, disse ele aos repórteres, atuando como representante oficial da campanha após o debate. “Eu nunca daria as costas ao presidente Biden e não conheço nenhum democrata do meu partido que faria isso, especialmente depois desta noite”.

Mas isso não impediu a especulação. “Pessoal, os democratas deveriam indicar outra pessoa - antes que seja tarde demais”, escreveu Andrew Yang, que concorreu contra Biden para a indicação democrata em 2020, nas mídias sociais antes do fim do debate, acrescentando a hashtag #swapJoeout.

A ex-senadora Claire McCaskill, democrata do Missouri, chamou a situação de “crise”, dizendo que seu telefone estava “explodindo com senadores, agentes, doadores e outros democratas” perturbados fazendo “mais do que se preocupar” com o que aconteceria a seguir.

“Joe Biden tinha uma coisa que precisava fazer esta noite e não fez”, disse ela na emissora de TV americana MSNBC. “Ele tinha uma coisa a fazer, que era assegurar aos Estados Unidos que estava à altura do cargo em sua idade, e ele falhou nisso esta noite.”

Esse julgamento foi além da classe política. As chances percebidas de Biden de ganhar a indicação despencaram em poucas horas no PredictIt.org, um site que aceita apostas em eventos políticos. Suas chances de ser o candidato do partido caíram para 60 centavos, uma queda de 26 centavos. Isso significa que os apostadores acreditam haver apenas 60% de chance de ele ser indicado, apesar de ter vencido as primárias, não ter nenhum oponente interno e controlar o aparato do partido.

Presidente Joe Biden e ex-presidente Donald Trump no primeiro debate das eleições americanas. Foto: Brian Snyder/Reuters

Nenhum presidente em exercício desistiu da disputa tão tarde no ciclo da campanha, e havia pouco consenso sobre o que aconteceria se ele desistisse. Na noite de quinta-feira, os democratas estavam imaginando cenários em que os mais velhos do partido, como o senador Chuck Schumer, de Nova York, a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, da Califórnia, e o deputado James E. Clyburn, da Carolina do Sul, interviriam junto a Biden.

Não houve nenhuma indicação de que qualquer um deles concordaria em fazer isso. Outros democratas disseram temer ser tarde demais, observando que Biden é um homem orgulhoso e teimoso, e há muito insiste que é o mais preparado para derrotar Trump. Ele não daria ouvidos a ninguém além de sua esposa, Jill Biden, que tem apoiado fortemente a candidatura à reeleição do marido. Os democratas há muito tempo se preocupam com o fato de não haver um sucessor óbvio, sem a certeza de que Kamala Harris, Newsom ou qualquer outra figura do partido possa estar à altura do desafio.

Historicamente, presidentes em exercício tropeçam no primeiro debate de uma temporada de eleições gerais, seja por estarem enferrujados ou por excesso de confiança. Em muitos casos, no entanto, compensam isso com desempenhos posteriores mais fortes. Os problemas de Biden trouxeram à mente o primeiro debate de Ronald Reagan em 1984, quando ele parecia velho e fora de si; ele salvou sua campanha no debate seguinte com uma piada oportuna sobre não explorar a juventude e a inexperiência de seu oponente.

O problema para Biden é que nenhum outro debate está programado até 10 de setembro, o que significa que ele não terá nenhuma oportunidade óbvia de se recuperar por meses. E, como disse o veterano estrategista democrata, isso não é como a derrota de Obama para Mitt Romney em 2012, que foi um revés tático. “Essa derrota é existencial”, disse o estrategista.

Portanto, em vez de reiniciar a campanha em favor de Biden, como havia previsto, a equipe do presidente terminou a noite sabendo que a tarefa dos próximos dias, se não semanas, seria conter os danos e reunir o partido em torno de um líder contestado.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, esperava dar um gás em sua campanha de reeleição ao concordar com um debate contra Donald Trump quase dois meses antes de ser formalmente nomeado pelo Partido Democrata. Em vez disso, sua performance fragilizada, hesitante e desarticulada na noite de quinta-feira provocou uma onda de pânico entre os democratas e reabriu a discussão sobre se ele deveria ser o indicado.

Ao longo dos 90 minutos, Biden, com a voz rouca, lutou para concatenar suas falas e rebater um ex-presidente Donald Trump afiado, embora desonesto, levantando dúvidas sobre a capacidade do atual presidente americano de liderar uma campanha vigorosa e competitiva quatro meses antes da eleição. Em vez de dissipar as preocupações sobre sua idade, Biden, aos 81 anos, tornou-a a questão central.

Democratas que defenderam o presidente durante meses contra os céticos — incluindo membros de seu próprio governo — trocaram frenéticas ligações telefônicas e mensagens de texto minutos após o início do debate, quando ficou claro que Biden não estava em sua melhor forma. Em desespero, alguns recorreram às redes sociais para expressar choque, enquanto outros discutiam privadamente entre si se era tarde demais para persuadir o presidente a ceder seu lugar a favor de um candidato mais jovem.

Joe Biden deixa o palco no intervalo do debate. Foto: Gerald Herbert/Associated Press

“Biden está prestes a enfrentar um crescendo de apelos para que se afaste”, disse um estrategista democrata veterano que apoiou com firmeza Biden em público. “Joe tinha um poço profundo de afeição entre os democratas. Esse poço está secando”.

“Os partidos existem para vencer”, continuou o democrata, que preferiu falar em anonimato. “O homem no palco com Trump não pode vencer. O medo de Donald Trump sufocou as críticas a Biden. Agora, esse mesmo medo vai alimentar os pedidos para que ele renuncie”.

Um grupo de democratas da Câmara estava assistindo ao debate. Um deles, que falou sob condição de anonimato, reconheceu que foi um “desastre” para Biden. A pessoa disse que o grupo estava discutindo a necessidade de um novo candidato à presidência.

Mark Buell, um proeminente doador de campanha Biden e do Partido Democrata, disse após o debate que o presidente tinha que considerar seriamente se ele é a melhor pessoa para ser o candidato. “Temos tempo para colocar outra pessoa lá?”, questionou Buell.

Ele acrescentou que ainda não estava pedindo que Biden se retirasse, mas que “a liderança democrata tem a responsabilidade de ir à Casa Branca e mostrar claramente o que os Estados Unidos estão pensando, porque a democracia está em jogo aqui e estamos todos muito nervosos”.

Biden, ao aceitar um debate contra Trump mais cedo do que jamais foi feito na história presidencial dos EUA, queria recalibrar a disputa como uma escolha entre ele e um criminoso que tentou anular uma eleição e, em sua opinião, destruiria a democracia americana se recebesse novamente o poder da presidência. Biden deixou o estúdio da CNN em Atlanta enfrentando um referendo sobre si mesmo e sua capacidade, que vai repercutir por dias ou semanas.

Trump, de 78 anos, passou pelo debate sem grandes problemas, dizendo uma falsidade atrás da outra sem ser desafiado. Ele estava confiante, mas evitou o comportamento excessivamente autoritário que o prejudicou durante seu primeiro debate com Biden em 2020, parecendo satisfeito em deixar seu oponente mergulhar em suas próprias dificuldades.

Embora Trump às vezes divagasse e fizesse declarações complicadas, difíceis de entender e totalmente falsas, ele o fez com energia e volume que encobriram seus erros, conseguindo permanecer no ataque mesmo em questões de vulnerabilidade para ele, como o ataque de 6 de janeiro de 2021 e o aborto. Biden apareceu na defensiva a maior parte do tempo.

Reações ao debate entre Biden e Trump e Cincinnati, Ohio.  Foto: Carolyn Kaster/Associated Press

Depois de falar com os repórteres, Biden indicou que estava resfriado. “Estou com dor de garganta”, disse ele. Mas ele expressou satisfação com sua apresentação. “Acho que nos saímos bem”. Perguntado sobre as preocupações dos democratas com sua apresentação e os apelos para que ele considere a possibilidade de deixar a disputa, ele disse: “Não. É difícil debater com um mentiroso”.

Os assessores de Biden há muito tempo descartam qualquer especulação sobre desistência, rejeitando-a como um “nervosismo injustificado”, mesmo com ele atrás de Trump em Estados-chave para a vitória. Os assessores e aliados de Biden têm contestado as pesquisas e apontado que as previsões de derrotas democratas nas últimas eleições foram exageradas. Um dos motivos citados por eles para um debate antecipado foi “deixar claro para o público que essas são as duas opções” e que ninguém mais será indicado.

“Pessoal, o fato é: se Joe Biden fosse se afastar, ele já teria feito isso há muito tempo”, disse Symone Sanders, ex-assessora da vice-presidente Kamala Harris. “Essa não é minha opinião, são literalmente os fatos. Portanto, não, ele não vai se afastar amanhã de manhã. Ele é o indicado, e vários democratas, suspeito, sairão em sua defesa nos próximos dias”.

A campanha rapidamente enviou Kamala Harris para defender o presidente na CNN após o debate, embora até mesmo ela tenha reconhecido que “foi um começo lento, isso é óbvio para todos”. Biden mostrou que poderia lidar com o cargo por causa de suas muitas realizações, disse Kamala, e “o Joe Biden com quem trabalho todos os dias é alguém que atuou de uma forma a trazer pessoas para o Salão Oval”.

O governador Gavin Newsom, da Califórnia, um dos citados como possível substituto de Biden, além de Harris, não falou em trocar de candidato. “Eu jamais daria as costas ao histórico do presidente Biden”, disse ele aos repórteres, atuando como representante oficial da campanha após o debate. “Eu nunca daria as costas ao presidente Biden e não conheço nenhum democrata do meu partido que faria isso, especialmente depois desta noite”.

Mas isso não impediu a especulação. “Pessoal, os democratas deveriam indicar outra pessoa - antes que seja tarde demais”, escreveu Andrew Yang, que concorreu contra Biden para a indicação democrata em 2020, nas mídias sociais antes do fim do debate, acrescentando a hashtag #swapJoeout.

A ex-senadora Claire McCaskill, democrata do Missouri, chamou a situação de “crise”, dizendo que seu telefone estava “explodindo com senadores, agentes, doadores e outros democratas” perturbados fazendo “mais do que se preocupar” com o que aconteceria a seguir.

“Joe Biden tinha uma coisa que precisava fazer esta noite e não fez”, disse ela na emissora de TV americana MSNBC. “Ele tinha uma coisa a fazer, que era assegurar aos Estados Unidos que estava à altura do cargo em sua idade, e ele falhou nisso esta noite.”

Esse julgamento foi além da classe política. As chances percebidas de Biden de ganhar a indicação despencaram em poucas horas no PredictIt.org, um site que aceita apostas em eventos políticos. Suas chances de ser o candidato do partido caíram para 60 centavos, uma queda de 26 centavos. Isso significa que os apostadores acreditam haver apenas 60% de chance de ele ser indicado, apesar de ter vencido as primárias, não ter nenhum oponente interno e controlar o aparato do partido.

Presidente Joe Biden e ex-presidente Donald Trump no primeiro debate das eleições americanas. Foto: Brian Snyder/Reuters

Nenhum presidente em exercício desistiu da disputa tão tarde no ciclo da campanha, e havia pouco consenso sobre o que aconteceria se ele desistisse. Na noite de quinta-feira, os democratas estavam imaginando cenários em que os mais velhos do partido, como o senador Chuck Schumer, de Nova York, a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, da Califórnia, e o deputado James E. Clyburn, da Carolina do Sul, interviriam junto a Biden.

Não houve nenhuma indicação de que qualquer um deles concordaria em fazer isso. Outros democratas disseram temer ser tarde demais, observando que Biden é um homem orgulhoso e teimoso, e há muito insiste que é o mais preparado para derrotar Trump. Ele não daria ouvidos a ninguém além de sua esposa, Jill Biden, que tem apoiado fortemente a candidatura à reeleição do marido. Os democratas há muito tempo se preocupam com o fato de não haver um sucessor óbvio, sem a certeza de que Kamala Harris, Newsom ou qualquer outra figura do partido possa estar à altura do desafio.

Historicamente, presidentes em exercício tropeçam no primeiro debate de uma temporada de eleições gerais, seja por estarem enferrujados ou por excesso de confiança. Em muitos casos, no entanto, compensam isso com desempenhos posteriores mais fortes. Os problemas de Biden trouxeram à mente o primeiro debate de Ronald Reagan em 1984, quando ele parecia velho e fora de si; ele salvou sua campanha no debate seguinte com uma piada oportuna sobre não explorar a juventude e a inexperiência de seu oponente.

O problema para Biden é que nenhum outro debate está programado até 10 de setembro, o que significa que ele não terá nenhuma oportunidade óbvia de se recuperar por meses. E, como disse o veterano estrategista democrata, isso não é como a derrota de Obama para Mitt Romney em 2012, que foi um revés tático. “Essa derrota é existencial”, disse o estrategista.

Portanto, em vez de reiniciar a campanha em favor de Biden, como havia previsto, a equipe do presidente terminou a noite sabendo que a tarefa dos próximos dias, se não semanas, seria conter os danos e reunir o partido em torno de um líder contestado.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, esperava dar um gás em sua campanha de reeleição ao concordar com um debate contra Donald Trump quase dois meses antes de ser formalmente nomeado pelo Partido Democrata. Em vez disso, sua performance fragilizada, hesitante e desarticulada na noite de quinta-feira provocou uma onda de pânico entre os democratas e reabriu a discussão sobre se ele deveria ser o indicado.

Ao longo dos 90 minutos, Biden, com a voz rouca, lutou para concatenar suas falas e rebater um ex-presidente Donald Trump afiado, embora desonesto, levantando dúvidas sobre a capacidade do atual presidente americano de liderar uma campanha vigorosa e competitiva quatro meses antes da eleição. Em vez de dissipar as preocupações sobre sua idade, Biden, aos 81 anos, tornou-a a questão central.

Democratas que defenderam o presidente durante meses contra os céticos — incluindo membros de seu próprio governo — trocaram frenéticas ligações telefônicas e mensagens de texto minutos após o início do debate, quando ficou claro que Biden não estava em sua melhor forma. Em desespero, alguns recorreram às redes sociais para expressar choque, enquanto outros discutiam privadamente entre si se era tarde demais para persuadir o presidente a ceder seu lugar a favor de um candidato mais jovem.

Joe Biden deixa o palco no intervalo do debate. Foto: Gerald Herbert/Associated Press

“Biden está prestes a enfrentar um crescendo de apelos para que se afaste”, disse um estrategista democrata veterano que apoiou com firmeza Biden em público. “Joe tinha um poço profundo de afeição entre os democratas. Esse poço está secando”.

“Os partidos existem para vencer”, continuou o democrata, que preferiu falar em anonimato. “O homem no palco com Trump não pode vencer. O medo de Donald Trump sufocou as críticas a Biden. Agora, esse mesmo medo vai alimentar os pedidos para que ele renuncie”.

Um grupo de democratas da Câmara estava assistindo ao debate. Um deles, que falou sob condição de anonimato, reconheceu que foi um “desastre” para Biden. A pessoa disse que o grupo estava discutindo a necessidade de um novo candidato à presidência.

Mark Buell, um proeminente doador de campanha Biden e do Partido Democrata, disse após o debate que o presidente tinha que considerar seriamente se ele é a melhor pessoa para ser o candidato. “Temos tempo para colocar outra pessoa lá?”, questionou Buell.

Ele acrescentou que ainda não estava pedindo que Biden se retirasse, mas que “a liderança democrata tem a responsabilidade de ir à Casa Branca e mostrar claramente o que os Estados Unidos estão pensando, porque a democracia está em jogo aqui e estamos todos muito nervosos”.

Biden, ao aceitar um debate contra Trump mais cedo do que jamais foi feito na história presidencial dos EUA, queria recalibrar a disputa como uma escolha entre ele e um criminoso que tentou anular uma eleição e, em sua opinião, destruiria a democracia americana se recebesse novamente o poder da presidência. Biden deixou o estúdio da CNN em Atlanta enfrentando um referendo sobre si mesmo e sua capacidade, que vai repercutir por dias ou semanas.

Trump, de 78 anos, passou pelo debate sem grandes problemas, dizendo uma falsidade atrás da outra sem ser desafiado. Ele estava confiante, mas evitou o comportamento excessivamente autoritário que o prejudicou durante seu primeiro debate com Biden em 2020, parecendo satisfeito em deixar seu oponente mergulhar em suas próprias dificuldades.

Embora Trump às vezes divagasse e fizesse declarações complicadas, difíceis de entender e totalmente falsas, ele o fez com energia e volume que encobriram seus erros, conseguindo permanecer no ataque mesmo em questões de vulnerabilidade para ele, como o ataque de 6 de janeiro de 2021 e o aborto. Biden apareceu na defensiva a maior parte do tempo.

Reações ao debate entre Biden e Trump e Cincinnati, Ohio.  Foto: Carolyn Kaster/Associated Press

Depois de falar com os repórteres, Biden indicou que estava resfriado. “Estou com dor de garganta”, disse ele. Mas ele expressou satisfação com sua apresentação. “Acho que nos saímos bem”. Perguntado sobre as preocupações dos democratas com sua apresentação e os apelos para que ele considere a possibilidade de deixar a disputa, ele disse: “Não. É difícil debater com um mentiroso”.

Os assessores de Biden há muito tempo descartam qualquer especulação sobre desistência, rejeitando-a como um “nervosismo injustificado”, mesmo com ele atrás de Trump em Estados-chave para a vitória. Os assessores e aliados de Biden têm contestado as pesquisas e apontado que as previsões de derrotas democratas nas últimas eleições foram exageradas. Um dos motivos citados por eles para um debate antecipado foi “deixar claro para o público que essas são as duas opções” e que ninguém mais será indicado.

“Pessoal, o fato é: se Joe Biden fosse se afastar, ele já teria feito isso há muito tempo”, disse Symone Sanders, ex-assessora da vice-presidente Kamala Harris. “Essa não é minha opinião, são literalmente os fatos. Portanto, não, ele não vai se afastar amanhã de manhã. Ele é o indicado, e vários democratas, suspeito, sairão em sua defesa nos próximos dias”.

A campanha rapidamente enviou Kamala Harris para defender o presidente na CNN após o debate, embora até mesmo ela tenha reconhecido que “foi um começo lento, isso é óbvio para todos”. Biden mostrou que poderia lidar com o cargo por causa de suas muitas realizações, disse Kamala, e “o Joe Biden com quem trabalho todos os dias é alguém que atuou de uma forma a trazer pessoas para o Salão Oval”.

O governador Gavin Newsom, da Califórnia, um dos citados como possível substituto de Biden, além de Harris, não falou em trocar de candidato. “Eu jamais daria as costas ao histórico do presidente Biden”, disse ele aos repórteres, atuando como representante oficial da campanha após o debate. “Eu nunca daria as costas ao presidente Biden e não conheço nenhum democrata do meu partido que faria isso, especialmente depois desta noite”.

Mas isso não impediu a especulação. “Pessoal, os democratas deveriam indicar outra pessoa - antes que seja tarde demais”, escreveu Andrew Yang, que concorreu contra Biden para a indicação democrata em 2020, nas mídias sociais antes do fim do debate, acrescentando a hashtag #swapJoeout.

A ex-senadora Claire McCaskill, democrata do Missouri, chamou a situação de “crise”, dizendo que seu telefone estava “explodindo com senadores, agentes, doadores e outros democratas” perturbados fazendo “mais do que se preocupar” com o que aconteceria a seguir.

“Joe Biden tinha uma coisa que precisava fazer esta noite e não fez”, disse ela na emissora de TV americana MSNBC. “Ele tinha uma coisa a fazer, que era assegurar aos Estados Unidos que estava à altura do cargo em sua idade, e ele falhou nisso esta noite.”

Esse julgamento foi além da classe política. As chances percebidas de Biden de ganhar a indicação despencaram em poucas horas no PredictIt.org, um site que aceita apostas em eventos políticos. Suas chances de ser o candidato do partido caíram para 60 centavos, uma queda de 26 centavos. Isso significa que os apostadores acreditam haver apenas 60% de chance de ele ser indicado, apesar de ter vencido as primárias, não ter nenhum oponente interno e controlar o aparato do partido.

Presidente Joe Biden e ex-presidente Donald Trump no primeiro debate das eleições americanas. Foto: Brian Snyder/Reuters

Nenhum presidente em exercício desistiu da disputa tão tarde no ciclo da campanha, e havia pouco consenso sobre o que aconteceria se ele desistisse. Na noite de quinta-feira, os democratas estavam imaginando cenários em que os mais velhos do partido, como o senador Chuck Schumer, de Nova York, a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, da Califórnia, e o deputado James E. Clyburn, da Carolina do Sul, interviriam junto a Biden.

Não houve nenhuma indicação de que qualquer um deles concordaria em fazer isso. Outros democratas disseram temer ser tarde demais, observando que Biden é um homem orgulhoso e teimoso, e há muito insiste que é o mais preparado para derrotar Trump. Ele não daria ouvidos a ninguém além de sua esposa, Jill Biden, que tem apoiado fortemente a candidatura à reeleição do marido. Os democratas há muito tempo se preocupam com o fato de não haver um sucessor óbvio, sem a certeza de que Kamala Harris, Newsom ou qualquer outra figura do partido possa estar à altura do desafio.

Historicamente, presidentes em exercício tropeçam no primeiro debate de uma temporada de eleições gerais, seja por estarem enferrujados ou por excesso de confiança. Em muitos casos, no entanto, compensam isso com desempenhos posteriores mais fortes. Os problemas de Biden trouxeram à mente o primeiro debate de Ronald Reagan em 1984, quando ele parecia velho e fora de si; ele salvou sua campanha no debate seguinte com uma piada oportuna sobre não explorar a juventude e a inexperiência de seu oponente.

O problema para Biden é que nenhum outro debate está programado até 10 de setembro, o que significa que ele não terá nenhuma oportunidade óbvia de se recuperar por meses. E, como disse o veterano estrategista democrata, isso não é como a derrota de Obama para Mitt Romney em 2012, que foi um revés tático. “Essa derrota é existencial”, disse o estrategista.

Portanto, em vez de reiniciar a campanha em favor de Biden, como havia previsto, a equipe do presidente terminou a noite sabendo que a tarefa dos próximos dias, se não semanas, seria conter os danos e reunir o partido em torno de um líder contestado.

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