Opinião|Democratas precisam de um grande gesto. Indicar um republicano contra Trump pode ser um


Os democratas precisam pensar fora da caixa, e esse é um plano totalmente fora da caixa, mas é mais do que isso: é um gesto de sacrifício

Por Aaron Sorkin

O Paley Center for Media acaba de inaugurar uma exposição que comemora o 25º aniversário de The West Wing, a série da NBC que escrevi de 1999 a 2003. Alguns dos pontos da história do programa se tornaram ultrapassados no último quarto de século (os primeiros cinco minutos do primeiro episódio dependiam inteiramente do fato de o público não estar familiarizado com o acrônimo POTUS - The President of the United States), enquanto outros se revelaram - bem, não prescientes, mas tristemente coincidentes.

Homens armados tentaram atirar em um personagem após um evento com o Presidente Bartlet no final da 1ª temporada. E no final da segunda temporada, em um episódio chamado “Two Cathedrals” (Duas Catedrais), uma doença grave que Bartlet vinha escondendo do público veio à tona, e o presidente, se movendo com dificuldade, enfrentou a questão de se candidatar à reeleição. “Sim”, disse ele na abertura da terceira temporada. “E eu vou ganhar”.

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Que é exatamente o que o presidente Biden vem sinalizando desde o dia seguinte à sua noite ruim no debate.

Episódio da série West Wing com Martin Sheen, à esquerda, como Presidente Jed Bartlet, ao lado de Sterling Brown como seu chefe de gabinete, Leo McGarry: eleição dos EUA teve mais reviravoltas que roteiro da série Foto: Eddy Chen / HBO Max / The WashingtonPost

Como eu precisava que o público de West Wing considerasse heroica a intransigência do presidente Bartlet, não dramatizei a influência negativa que sua doença estava exercendo sobre suas chances de reeleição. E, muito mais importante, não dramatizei nenhum perigo representado pela vitória do oponente de Bartlet.

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Mas e se o programa tivesse seguido outro caminho?

E se, como resultado da revelação da doença de Bartlet, as pesquisas o mostrassem perdendo para seu provável oponente? E se esse oponente, em vez de ser simplesmente excepcional, fosse um caminhão de ignorância e más intenções? E se o oponente de Bartlet fosse um imbecil perigoso com um distúrbio psiquiátrico evidente que se relacionasse com seus apoiadores em um nível de quarta série e tratasse a lei como algo para otários e pobres? E fosse um herói para os supremacistas brancos?

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Teríamos pedido a Bartlet que desistisse da disputa e apoiasse quem tivesse a melhor chance de derrotar o cara.

O problema no mundo real é: não há um democrata que tenha desempenho nas pesquisas significativamente melhor do que Biden. E desistir, por mais heroico que seja nesse caso, não nos deixa com um nó na garganta.

Mas os democratas podem fazer algo que não apenas deixaria as pessoas com um nó na garganta com seu apelo à unidade para impedir Donald Trump a qualquer custo, mas também com sua originalidade e senso de sacrifício. Portanto, aqui está minha proposta para a sala dos roteiristas: O Partido Democrata deveria escolher um republicano.

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Em sua convenção no próximo mês, os democratas devem indicar Mitt Romney.

Mitt Romney em evento de campanha em 2018, em Utah: o mais famoso conservador moderado republicano seria uma opção para os democratas?  Foto: Rick Bowmer/AP

Nomear Romney seria parar de falar e começar a agir: uma demonstração clara e poderosa de que esta eleição não é como nossas eleições costumam ser, e sim para impedir que um homem perturbado tome o poder. Com certeza Romney, que não precisa ser apresentado aos eleitores, conseguiria votos republicanos suficientes para vencer, provavelmente por uma grande margem. Os eleitores nem-nem, que odeiam ambos os candidatos, e os eleitores de Nikki Haley, teriam para onde ir, já que Haley se desqualificou ao apoiar o líder de uma tentativa mal sucedida de derrubar o governo.

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Romney apoia o direito ao aborto? Não. Ele quer aumentar agressivamente o salário mínimo, reforçar a educação pública, fortalecer os sindicatos, expandir os direitos dos transgêneros e promulgar uma reforma tributária progressiva? Provavelmente não. Mas ele é um bandido de desenho animado que não fez nada além de assistir à TV enquanto a multidão reunida por ele espancava e usava Tasers em policiais? Não.

A escolha é entre Donald Trump e não-Trump, e o candidato não-Trump precisa de apenas uma qualificação: ganhar votos suficientes entre uma parcela do eleitorado americano para fechar o caminho do Colégio Eleitoral que levaria o ex-presidente de volta ao poder.

Parte da razão de ser de The West Wing é demonstrar que a oratória pode ser persuasiva. Assim, Barack Obama poderia se apresentar na convenção democrata no próximo mês em Chicago e nos lembrar, mais uma vez, que não somos Estados vermelhos e Estados azuis, mas sim os Estados Unidos, endossando de forma veemente seu antigo rival. E Romney poderia argumentar que os democratas estão colocando o país à frente do partido de uma forma que o movimento Faça a América Grande de Novo (MAGA) não fará, e anunciar suas escolhas bipartidárias para o gabinete também na convenção.

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O presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice, Kamala Harris, assistem aos fogos de artifício do dia 4 de julho na Casa Branca, em Washington: pedidos para que Biden retire a candidatura podem abrir caminho para Kamala ser a candidata  Foto: Erin Schaff/The New York Times

Após a tentativa de assassinato de Trump no sábado, 13, os participantes do comício apontaram para os repórteres e gritaram: “Vocês são os próximos!” e os republicanos no Congresso e na televisão estavam culpando Biden e os progressistas defensores da Diversidade, Equidade e Inclusão pelo atentado. Ou seja: esse momento terrível não servirá como o evento de cura que todos nós estávamos esperando. Mas os democratas nomearem um republicano pode ser. E quando perder o voto popular pela oitava vez em nove eleições presidenciais, o Partido Republicano poderá se reconstruir e voltar a ser uma força útil para a democracia.

A equipe de roteiristas poderia me dizer que eu estou forçando a barra, que essa é uma fantasia de West Wing, que nunca, jamais aconteceria. Mas, como Bradley Whitford costumava dizer: “a maior fantasia da televisão não é um chefe da máfia em terapia?”. Os democratas precisam pensar fora da caixa, e esse é um plano totalmente fora da caixa, mas é mais do que isso. É um grande gesto. Um sacrifício. Isso nos deixaria com um nó na garganta.

Mas, principalmente, seria o fim de Donald Trump na política presidencial.

O Paley Center for Media acaba de inaugurar uma exposição que comemora o 25º aniversário de The West Wing, a série da NBC que escrevi de 1999 a 2003. Alguns dos pontos da história do programa se tornaram ultrapassados no último quarto de século (os primeiros cinco minutos do primeiro episódio dependiam inteiramente do fato de o público não estar familiarizado com o acrônimo POTUS - The President of the United States), enquanto outros se revelaram - bem, não prescientes, mas tristemente coincidentes.

Homens armados tentaram atirar em um personagem após um evento com o Presidente Bartlet no final da 1ª temporada. E no final da segunda temporada, em um episódio chamado “Two Cathedrals” (Duas Catedrais), uma doença grave que Bartlet vinha escondendo do público veio à tona, e o presidente, se movendo com dificuldade, enfrentou a questão de se candidatar à reeleição. “Sim”, disse ele na abertura da terceira temporada. “E eu vou ganhar”.

Que é exatamente o que o presidente Biden vem sinalizando desde o dia seguinte à sua noite ruim no debate.

Episódio da série West Wing com Martin Sheen, à esquerda, como Presidente Jed Bartlet, ao lado de Sterling Brown como seu chefe de gabinete, Leo McGarry: eleição dos EUA teve mais reviravoltas que roteiro da série Foto: Eddy Chen / HBO Max / The WashingtonPost

Como eu precisava que o público de West Wing considerasse heroica a intransigência do presidente Bartlet, não dramatizei a influência negativa que sua doença estava exercendo sobre suas chances de reeleição. E, muito mais importante, não dramatizei nenhum perigo representado pela vitória do oponente de Bartlet.

Mas e se o programa tivesse seguido outro caminho?

E se, como resultado da revelação da doença de Bartlet, as pesquisas o mostrassem perdendo para seu provável oponente? E se esse oponente, em vez de ser simplesmente excepcional, fosse um caminhão de ignorância e más intenções? E se o oponente de Bartlet fosse um imbecil perigoso com um distúrbio psiquiátrico evidente que se relacionasse com seus apoiadores em um nível de quarta série e tratasse a lei como algo para otários e pobres? E fosse um herói para os supremacistas brancos?

Teríamos pedido a Bartlet que desistisse da disputa e apoiasse quem tivesse a melhor chance de derrotar o cara.

O problema no mundo real é: não há um democrata que tenha desempenho nas pesquisas significativamente melhor do que Biden. E desistir, por mais heroico que seja nesse caso, não nos deixa com um nó na garganta.

Mas os democratas podem fazer algo que não apenas deixaria as pessoas com um nó na garganta com seu apelo à unidade para impedir Donald Trump a qualquer custo, mas também com sua originalidade e senso de sacrifício. Portanto, aqui está minha proposta para a sala dos roteiristas: O Partido Democrata deveria escolher um republicano.

Em sua convenção no próximo mês, os democratas devem indicar Mitt Romney.

Mitt Romney em evento de campanha em 2018, em Utah: o mais famoso conservador moderado republicano seria uma opção para os democratas?  Foto: Rick Bowmer/AP

Nomear Romney seria parar de falar e começar a agir: uma demonstração clara e poderosa de que esta eleição não é como nossas eleições costumam ser, e sim para impedir que um homem perturbado tome o poder. Com certeza Romney, que não precisa ser apresentado aos eleitores, conseguiria votos republicanos suficientes para vencer, provavelmente por uma grande margem. Os eleitores nem-nem, que odeiam ambos os candidatos, e os eleitores de Nikki Haley, teriam para onde ir, já que Haley se desqualificou ao apoiar o líder de uma tentativa mal sucedida de derrubar o governo.

Romney apoia o direito ao aborto? Não. Ele quer aumentar agressivamente o salário mínimo, reforçar a educação pública, fortalecer os sindicatos, expandir os direitos dos transgêneros e promulgar uma reforma tributária progressiva? Provavelmente não. Mas ele é um bandido de desenho animado que não fez nada além de assistir à TV enquanto a multidão reunida por ele espancava e usava Tasers em policiais? Não.

A escolha é entre Donald Trump e não-Trump, e o candidato não-Trump precisa de apenas uma qualificação: ganhar votos suficientes entre uma parcela do eleitorado americano para fechar o caminho do Colégio Eleitoral que levaria o ex-presidente de volta ao poder.

Parte da razão de ser de The West Wing é demonstrar que a oratória pode ser persuasiva. Assim, Barack Obama poderia se apresentar na convenção democrata no próximo mês em Chicago e nos lembrar, mais uma vez, que não somos Estados vermelhos e Estados azuis, mas sim os Estados Unidos, endossando de forma veemente seu antigo rival. E Romney poderia argumentar que os democratas estão colocando o país à frente do partido de uma forma que o movimento Faça a América Grande de Novo (MAGA) não fará, e anunciar suas escolhas bipartidárias para o gabinete também na convenção.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice, Kamala Harris, assistem aos fogos de artifício do dia 4 de julho na Casa Branca, em Washington: pedidos para que Biden retire a candidatura podem abrir caminho para Kamala ser a candidata  Foto: Erin Schaff/The New York Times

Após a tentativa de assassinato de Trump no sábado, 13, os participantes do comício apontaram para os repórteres e gritaram: “Vocês são os próximos!” e os republicanos no Congresso e na televisão estavam culpando Biden e os progressistas defensores da Diversidade, Equidade e Inclusão pelo atentado. Ou seja: esse momento terrível não servirá como o evento de cura que todos nós estávamos esperando. Mas os democratas nomearem um republicano pode ser. E quando perder o voto popular pela oitava vez em nove eleições presidenciais, o Partido Republicano poderá se reconstruir e voltar a ser uma força útil para a democracia.

A equipe de roteiristas poderia me dizer que eu estou forçando a barra, que essa é uma fantasia de West Wing, que nunca, jamais aconteceria. Mas, como Bradley Whitford costumava dizer: “a maior fantasia da televisão não é um chefe da máfia em terapia?”. Os democratas precisam pensar fora da caixa, e esse é um plano totalmente fora da caixa, mas é mais do que isso. É um grande gesto. Um sacrifício. Isso nos deixaria com um nó na garganta.

Mas, principalmente, seria o fim de Donald Trump na política presidencial.

O Paley Center for Media acaba de inaugurar uma exposição que comemora o 25º aniversário de The West Wing, a série da NBC que escrevi de 1999 a 2003. Alguns dos pontos da história do programa se tornaram ultrapassados no último quarto de século (os primeiros cinco minutos do primeiro episódio dependiam inteiramente do fato de o público não estar familiarizado com o acrônimo POTUS - The President of the United States), enquanto outros se revelaram - bem, não prescientes, mas tristemente coincidentes.

Homens armados tentaram atirar em um personagem após um evento com o Presidente Bartlet no final da 1ª temporada. E no final da segunda temporada, em um episódio chamado “Two Cathedrals” (Duas Catedrais), uma doença grave que Bartlet vinha escondendo do público veio à tona, e o presidente, se movendo com dificuldade, enfrentou a questão de se candidatar à reeleição. “Sim”, disse ele na abertura da terceira temporada. “E eu vou ganhar”.

Que é exatamente o que o presidente Biden vem sinalizando desde o dia seguinte à sua noite ruim no debate.

Episódio da série West Wing com Martin Sheen, à esquerda, como Presidente Jed Bartlet, ao lado de Sterling Brown como seu chefe de gabinete, Leo McGarry: eleição dos EUA teve mais reviravoltas que roteiro da série Foto: Eddy Chen / HBO Max / The WashingtonPost

Como eu precisava que o público de West Wing considerasse heroica a intransigência do presidente Bartlet, não dramatizei a influência negativa que sua doença estava exercendo sobre suas chances de reeleição. E, muito mais importante, não dramatizei nenhum perigo representado pela vitória do oponente de Bartlet.

Mas e se o programa tivesse seguido outro caminho?

E se, como resultado da revelação da doença de Bartlet, as pesquisas o mostrassem perdendo para seu provável oponente? E se esse oponente, em vez de ser simplesmente excepcional, fosse um caminhão de ignorância e más intenções? E se o oponente de Bartlet fosse um imbecil perigoso com um distúrbio psiquiátrico evidente que se relacionasse com seus apoiadores em um nível de quarta série e tratasse a lei como algo para otários e pobres? E fosse um herói para os supremacistas brancos?

Teríamos pedido a Bartlet que desistisse da disputa e apoiasse quem tivesse a melhor chance de derrotar o cara.

O problema no mundo real é: não há um democrata que tenha desempenho nas pesquisas significativamente melhor do que Biden. E desistir, por mais heroico que seja nesse caso, não nos deixa com um nó na garganta.

Mas os democratas podem fazer algo que não apenas deixaria as pessoas com um nó na garganta com seu apelo à unidade para impedir Donald Trump a qualquer custo, mas também com sua originalidade e senso de sacrifício. Portanto, aqui está minha proposta para a sala dos roteiristas: O Partido Democrata deveria escolher um republicano.

Em sua convenção no próximo mês, os democratas devem indicar Mitt Romney.

Mitt Romney em evento de campanha em 2018, em Utah: o mais famoso conservador moderado republicano seria uma opção para os democratas?  Foto: Rick Bowmer/AP

Nomear Romney seria parar de falar e começar a agir: uma demonstração clara e poderosa de que esta eleição não é como nossas eleições costumam ser, e sim para impedir que um homem perturbado tome o poder. Com certeza Romney, que não precisa ser apresentado aos eleitores, conseguiria votos republicanos suficientes para vencer, provavelmente por uma grande margem. Os eleitores nem-nem, que odeiam ambos os candidatos, e os eleitores de Nikki Haley, teriam para onde ir, já que Haley se desqualificou ao apoiar o líder de uma tentativa mal sucedida de derrubar o governo.

Romney apoia o direito ao aborto? Não. Ele quer aumentar agressivamente o salário mínimo, reforçar a educação pública, fortalecer os sindicatos, expandir os direitos dos transgêneros e promulgar uma reforma tributária progressiva? Provavelmente não. Mas ele é um bandido de desenho animado que não fez nada além de assistir à TV enquanto a multidão reunida por ele espancava e usava Tasers em policiais? Não.

A escolha é entre Donald Trump e não-Trump, e o candidato não-Trump precisa de apenas uma qualificação: ganhar votos suficientes entre uma parcela do eleitorado americano para fechar o caminho do Colégio Eleitoral que levaria o ex-presidente de volta ao poder.

Parte da razão de ser de The West Wing é demonstrar que a oratória pode ser persuasiva. Assim, Barack Obama poderia se apresentar na convenção democrata no próximo mês em Chicago e nos lembrar, mais uma vez, que não somos Estados vermelhos e Estados azuis, mas sim os Estados Unidos, endossando de forma veemente seu antigo rival. E Romney poderia argumentar que os democratas estão colocando o país à frente do partido de uma forma que o movimento Faça a América Grande de Novo (MAGA) não fará, e anunciar suas escolhas bipartidárias para o gabinete também na convenção.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice, Kamala Harris, assistem aos fogos de artifício do dia 4 de julho na Casa Branca, em Washington: pedidos para que Biden retire a candidatura podem abrir caminho para Kamala ser a candidata  Foto: Erin Schaff/The New York Times

Após a tentativa de assassinato de Trump no sábado, 13, os participantes do comício apontaram para os repórteres e gritaram: “Vocês são os próximos!” e os republicanos no Congresso e na televisão estavam culpando Biden e os progressistas defensores da Diversidade, Equidade e Inclusão pelo atentado. Ou seja: esse momento terrível não servirá como o evento de cura que todos nós estávamos esperando. Mas os democratas nomearem um republicano pode ser. E quando perder o voto popular pela oitava vez em nove eleições presidenciais, o Partido Republicano poderá se reconstruir e voltar a ser uma força útil para a democracia.

A equipe de roteiristas poderia me dizer que eu estou forçando a barra, que essa é uma fantasia de West Wing, que nunca, jamais aconteceria. Mas, como Bradley Whitford costumava dizer: “a maior fantasia da televisão não é um chefe da máfia em terapia?”. Os democratas precisam pensar fora da caixa, e esse é um plano totalmente fora da caixa, mas é mais do que isso. É um grande gesto. Um sacrifício. Isso nos deixaria com um nó na garganta.

Mas, principalmente, seria o fim de Donald Trump na política presidencial.

Opinião por Aaron Sorkin

Sorkin é diretor e roteirista. Entre outros, escreveu os roteiros das séries The West Wing e The Newsroom, e dos filmes Os 7 de Chicago, Steve Jobs, O Homem que Mudou o Jogo e A Rede Social

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