Denúncia criminal une republicanos em torno de Donald Trump


Frente à capacidade do ex-presidente de inflamar as bases eleitorais do partido, republicanos que também visam concorrer à Casa Branca em 2024 correram para condenar o indiciamento

Por Redação

WASHINGTON - O indiciamento do ex-presidente Donald Trump parece ter unido os líderes republicanos no Congresso e a imprensa conservadora dos Estados Unidos novamente em torno do empresário. Depois de ter sido alvo de críticas por membros de seu partido após o fracasso nas eleições de meio de mandato e o lançamento de sua candidatura para 2024, Trump tem recebido apoio de ex-aliados e até rivais republicanos, que classificam a denúncia como perseguição.

Logo após a notícia, os meios de comunicação conservadores, que até então davam sinais de que poderiam soltar a mão do republicano, lançaram um apelo para que apoiadores se manifestassem. Um proeminente apoiador de Donald Trump sugeriu que a foto do ex-presidente deveria funcionar como um pôster para a campanha de 2024.

Até mesmo o governador da Flórida, Ron DeSantis, amplamente visto como possível maior rival de Trump nas primárias presidenciais, se apressou em condenar o promotor que apresentou o caso que levou ao indiciamento histórico do ex-presidente na quinta-feira, 30.

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Apoiadores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, protestam perto de Mar-a-Lago, seu resort na Flórida, no dia seguinte ao seu indiciamento Foto: Chandan Khanna/AFP

Embora não tenha citado o nome de Trump, DeSantis disse que a Flórida não participaria da extradição dele. “A armação do sistema jurídico para promover uma agenda política vira o estado de direito de cabeça para baixo”, disse DeSantis no Twitter.

De cima a baixo do Partido Republicano, raiva e acusações de injustiça fluíram de apoiadores e críticos do ex-presidente, mesmo antes de as acusações serem reveladas. Muitos disseram que Trump poderia se beneficiar de uma onda de simpatia de todo o partido, com uma base de apoiadores provavelmente energizada pela crença de que o sistema Judiciário foi armado contra ele.

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“A acusação sem precedentes de um ex-presidente dos Estados Unidos em uma questão de financiamento de campanha é um ultraje”, disse o ex-vice-presidente Mike Pence à CNN. Pence, que se viu ameaçado pelos gritos de Trump durante a invasão, buscou se afastar do ex-presidente e chegou a dizer que havia opções melhores dentro do partido para 2024.

Em alguns setores, houve uma reação mais sombria. Na Fox News, o apresentador Tucker Carlson disse que a decisão mostrou que “provavelmente não era o melhor momento para desistir de suas armas AR-15s”. “O Estado de Direito parece estar suspenso esta noite – não apenas para Trump, mas para qualquer um que considere votar nele”, disse Carlson. Um de seus convidados, a figura conservadora da imprensa Glenn Beck, previu que o indiciamento causaria caos nos próximos anos.

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O líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, disse que Alvin Bragg, o promotor que acatou a denúncia, “prejudicou irreparavelmente nosso país na tentativa de interferir em nossa eleição presidencial”. “Como ele rotineiramente liberta criminosos violentos para aterrorizar o público, ele arma nosso sagrado sistema de Justiça contra o presidente Donald Trump”, escreveu McCarthy no Twitter. “O povo americano não vai tolerar essa injustiça, e a Câmara dos Representantes vai responsabilizar Alvin Bragg e seu abuso de poder sem precedentes.”

Há muito a campanha de Trump esperava que um indiciamento poderia inflamar a sua base Foto: Chandan Khanna/AFP

Corrida eleitoral

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Como o indiciamento afeta a tentativa de Trump de permanecer como o principal republicano do país e obter a indicação presidencial do partido em 2024 pode permanecer incerto por semanas, senão meses. O inquérito de Manhattan é uma das quatro investigações criminais envolvendo Trump, e os resultados e efeitos políticos cumulativos desses casos ainda não foram vistos.

Mas David McIntosh, presidente do Club for Growth, um grupo conservador que busca um substituto para Trump como o rosto do Partido Republicano, disse que a acusação já gerou simpatia pelo ex-presidente. Ele comparou o caso aos “antigos julgamentos soviéticos” e argumentou que muitos americanos o veriam da mesma forma.

Trump e seus aliados também acreditam que as acusações criminais trazem vantagens políticas, pelo menos em uma corrida primária. O ex-presidente passou grande parte das últimas duas semanas nas redes sociais e em discursos tentando ampliar a indignação entre seus apoiadores. “Isso é perseguição política e interferência eleitoral no nível mais alto da história”, disse Trump em um comunicado na quinta-feira.

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Espera-se que Trump se entregue às autoridades na próxima semana. Por enquanto, ainda não está claro como o desenvolvimento ressoará com os eleitores. As pesquisas mostram que Trump continua sendo o favorito indiscutível para a indicação republicana, e sua posição não caiu.

No mês passado, Trump melhorou sua posição em 11 pontos percentuais em um hipotético campo primário, de acordo com uma pesquisa da Fox News divulgada na quinta-feira. A pesquisa descobriu que Trump era o favorito de 54% dos eleitores republicanos, acima dos 43% do mês anterior.

“É a coisa mais louca”, disse Trump no sábado em seu comício no Texas. “Recebi má publicidade e meus números nas pesquisas dispararam. Você poderia me explicar isso?”

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A campanha de Trump e seus aliados há muito esperavam que um indiciamento servisse como um grito de guerra para seus apoiadores, atraindo pequenas doações e forçando os potenciais rivais de Trump à posição incômoda de ter que defendê-lo – ou arriscar sua ira.

De fato, a campanha de Trump começou a arrecadar fundos com as notícias quase imediatamente após a divulgação, enviando um e-mail aos apoiadores com o assunto em letras maiúsculas “Última hora: Trump indiciado”.

Um grande júri de Nova York votou para indiciar o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por pagamentos clandestinos feitos à estrela pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016 Foto: Chandan Khanna/AFP

Futuro do partido

Já no anúncio feito por Trump em 18 de março de que sua prisão era iminente mostrou o poder que ele ainda tem para inflamar as bases republicanas. Foi em reconhecimento a esta influência do ex-presidente que republicanos rivais como DeSantis e Pence correram para defendê-lo.

A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, que já declarou sua candidatura, também criticou a acusação como “mais sobre vingança do que sobre justiça”. O ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que está pensando em concorrer, acusou Alvin Bragg de “minar a confiança da América em nosso sistema jurídico”.

Essa postura demonstra os incentivos de curto prazo para os republicanos evitarem qualquer coisa que possa antagonizar a base leal de Trump. Mas a acusação levanta questões profundas sobre o futuro do Partido Republicano, principalmente porque Trump enfrenta a possibilidade de acusações adicionais em breve em Atlanta e Washington.

Mas os efeitos políticos para Trump podem ser determinados em parte por sua resposta às acusações. Sua recente tentativa de transformar sua batalha legal em um campo de jogo político reacendeu o tipo de comportamento que tende a afastar republicanos moderados e independentes.

Embora o indiciamento possa galvanizar seus apoiadores, a turbulência pode ameaçar a posição do Partido Republicano nos subúrbios de Estados-chaves que abandonaram o partido em três eleições consecutivas, erodindo seu controle sobre a Casa Branca, o Congresso e os principais governos./NYT e AP

WASHINGTON - O indiciamento do ex-presidente Donald Trump parece ter unido os líderes republicanos no Congresso e a imprensa conservadora dos Estados Unidos novamente em torno do empresário. Depois de ter sido alvo de críticas por membros de seu partido após o fracasso nas eleições de meio de mandato e o lançamento de sua candidatura para 2024, Trump tem recebido apoio de ex-aliados e até rivais republicanos, que classificam a denúncia como perseguição.

Logo após a notícia, os meios de comunicação conservadores, que até então davam sinais de que poderiam soltar a mão do republicano, lançaram um apelo para que apoiadores se manifestassem. Um proeminente apoiador de Donald Trump sugeriu que a foto do ex-presidente deveria funcionar como um pôster para a campanha de 2024.

Até mesmo o governador da Flórida, Ron DeSantis, amplamente visto como possível maior rival de Trump nas primárias presidenciais, se apressou em condenar o promotor que apresentou o caso que levou ao indiciamento histórico do ex-presidente na quinta-feira, 30.

Apoiadores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, protestam perto de Mar-a-Lago, seu resort na Flórida, no dia seguinte ao seu indiciamento Foto: Chandan Khanna/AFP

Embora não tenha citado o nome de Trump, DeSantis disse que a Flórida não participaria da extradição dele. “A armação do sistema jurídico para promover uma agenda política vira o estado de direito de cabeça para baixo”, disse DeSantis no Twitter.

De cima a baixo do Partido Republicano, raiva e acusações de injustiça fluíram de apoiadores e críticos do ex-presidente, mesmo antes de as acusações serem reveladas. Muitos disseram que Trump poderia se beneficiar de uma onda de simpatia de todo o partido, com uma base de apoiadores provavelmente energizada pela crença de que o sistema Judiciário foi armado contra ele.

“A acusação sem precedentes de um ex-presidente dos Estados Unidos em uma questão de financiamento de campanha é um ultraje”, disse o ex-vice-presidente Mike Pence à CNN. Pence, que se viu ameaçado pelos gritos de Trump durante a invasão, buscou se afastar do ex-presidente e chegou a dizer que havia opções melhores dentro do partido para 2024.

Em alguns setores, houve uma reação mais sombria. Na Fox News, o apresentador Tucker Carlson disse que a decisão mostrou que “provavelmente não era o melhor momento para desistir de suas armas AR-15s”. “O Estado de Direito parece estar suspenso esta noite – não apenas para Trump, mas para qualquer um que considere votar nele”, disse Carlson. Um de seus convidados, a figura conservadora da imprensa Glenn Beck, previu que o indiciamento causaria caos nos próximos anos.

O líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, disse que Alvin Bragg, o promotor que acatou a denúncia, “prejudicou irreparavelmente nosso país na tentativa de interferir em nossa eleição presidencial”. “Como ele rotineiramente liberta criminosos violentos para aterrorizar o público, ele arma nosso sagrado sistema de Justiça contra o presidente Donald Trump”, escreveu McCarthy no Twitter. “O povo americano não vai tolerar essa injustiça, e a Câmara dos Representantes vai responsabilizar Alvin Bragg e seu abuso de poder sem precedentes.”

Há muito a campanha de Trump esperava que um indiciamento poderia inflamar a sua base Foto: Chandan Khanna/AFP

Corrida eleitoral

Como o indiciamento afeta a tentativa de Trump de permanecer como o principal republicano do país e obter a indicação presidencial do partido em 2024 pode permanecer incerto por semanas, senão meses. O inquérito de Manhattan é uma das quatro investigações criminais envolvendo Trump, e os resultados e efeitos políticos cumulativos desses casos ainda não foram vistos.

Mas David McIntosh, presidente do Club for Growth, um grupo conservador que busca um substituto para Trump como o rosto do Partido Republicano, disse que a acusação já gerou simpatia pelo ex-presidente. Ele comparou o caso aos “antigos julgamentos soviéticos” e argumentou que muitos americanos o veriam da mesma forma.

Trump e seus aliados também acreditam que as acusações criminais trazem vantagens políticas, pelo menos em uma corrida primária. O ex-presidente passou grande parte das últimas duas semanas nas redes sociais e em discursos tentando ampliar a indignação entre seus apoiadores. “Isso é perseguição política e interferência eleitoral no nível mais alto da história”, disse Trump em um comunicado na quinta-feira.

Espera-se que Trump se entregue às autoridades na próxima semana. Por enquanto, ainda não está claro como o desenvolvimento ressoará com os eleitores. As pesquisas mostram que Trump continua sendo o favorito indiscutível para a indicação republicana, e sua posição não caiu.

No mês passado, Trump melhorou sua posição em 11 pontos percentuais em um hipotético campo primário, de acordo com uma pesquisa da Fox News divulgada na quinta-feira. A pesquisa descobriu que Trump era o favorito de 54% dos eleitores republicanos, acima dos 43% do mês anterior.

“É a coisa mais louca”, disse Trump no sábado em seu comício no Texas. “Recebi má publicidade e meus números nas pesquisas dispararam. Você poderia me explicar isso?”

A campanha de Trump e seus aliados há muito esperavam que um indiciamento servisse como um grito de guerra para seus apoiadores, atraindo pequenas doações e forçando os potenciais rivais de Trump à posição incômoda de ter que defendê-lo – ou arriscar sua ira.

De fato, a campanha de Trump começou a arrecadar fundos com as notícias quase imediatamente após a divulgação, enviando um e-mail aos apoiadores com o assunto em letras maiúsculas “Última hora: Trump indiciado”.

Um grande júri de Nova York votou para indiciar o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por pagamentos clandestinos feitos à estrela pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016 Foto: Chandan Khanna/AFP

Futuro do partido

Já no anúncio feito por Trump em 18 de março de que sua prisão era iminente mostrou o poder que ele ainda tem para inflamar as bases republicanas. Foi em reconhecimento a esta influência do ex-presidente que republicanos rivais como DeSantis e Pence correram para defendê-lo.

A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, que já declarou sua candidatura, também criticou a acusação como “mais sobre vingança do que sobre justiça”. O ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que está pensando em concorrer, acusou Alvin Bragg de “minar a confiança da América em nosso sistema jurídico”.

Essa postura demonstra os incentivos de curto prazo para os republicanos evitarem qualquer coisa que possa antagonizar a base leal de Trump. Mas a acusação levanta questões profundas sobre o futuro do Partido Republicano, principalmente porque Trump enfrenta a possibilidade de acusações adicionais em breve em Atlanta e Washington.

Mas os efeitos políticos para Trump podem ser determinados em parte por sua resposta às acusações. Sua recente tentativa de transformar sua batalha legal em um campo de jogo político reacendeu o tipo de comportamento que tende a afastar republicanos moderados e independentes.

Embora o indiciamento possa galvanizar seus apoiadores, a turbulência pode ameaçar a posição do Partido Republicano nos subúrbios de Estados-chaves que abandonaram o partido em três eleições consecutivas, erodindo seu controle sobre a Casa Branca, o Congresso e os principais governos./NYT e AP

WASHINGTON - O indiciamento do ex-presidente Donald Trump parece ter unido os líderes republicanos no Congresso e a imprensa conservadora dos Estados Unidos novamente em torno do empresário. Depois de ter sido alvo de críticas por membros de seu partido após o fracasso nas eleições de meio de mandato e o lançamento de sua candidatura para 2024, Trump tem recebido apoio de ex-aliados e até rivais republicanos, que classificam a denúncia como perseguição.

Logo após a notícia, os meios de comunicação conservadores, que até então davam sinais de que poderiam soltar a mão do republicano, lançaram um apelo para que apoiadores se manifestassem. Um proeminente apoiador de Donald Trump sugeriu que a foto do ex-presidente deveria funcionar como um pôster para a campanha de 2024.

Até mesmo o governador da Flórida, Ron DeSantis, amplamente visto como possível maior rival de Trump nas primárias presidenciais, se apressou em condenar o promotor que apresentou o caso que levou ao indiciamento histórico do ex-presidente na quinta-feira, 30.

Apoiadores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, protestam perto de Mar-a-Lago, seu resort na Flórida, no dia seguinte ao seu indiciamento Foto: Chandan Khanna/AFP

Embora não tenha citado o nome de Trump, DeSantis disse que a Flórida não participaria da extradição dele. “A armação do sistema jurídico para promover uma agenda política vira o estado de direito de cabeça para baixo”, disse DeSantis no Twitter.

De cima a baixo do Partido Republicano, raiva e acusações de injustiça fluíram de apoiadores e críticos do ex-presidente, mesmo antes de as acusações serem reveladas. Muitos disseram que Trump poderia se beneficiar de uma onda de simpatia de todo o partido, com uma base de apoiadores provavelmente energizada pela crença de que o sistema Judiciário foi armado contra ele.

“A acusação sem precedentes de um ex-presidente dos Estados Unidos em uma questão de financiamento de campanha é um ultraje”, disse o ex-vice-presidente Mike Pence à CNN. Pence, que se viu ameaçado pelos gritos de Trump durante a invasão, buscou se afastar do ex-presidente e chegou a dizer que havia opções melhores dentro do partido para 2024.

Em alguns setores, houve uma reação mais sombria. Na Fox News, o apresentador Tucker Carlson disse que a decisão mostrou que “provavelmente não era o melhor momento para desistir de suas armas AR-15s”. “O Estado de Direito parece estar suspenso esta noite – não apenas para Trump, mas para qualquer um que considere votar nele”, disse Carlson. Um de seus convidados, a figura conservadora da imprensa Glenn Beck, previu que o indiciamento causaria caos nos próximos anos.

O líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, disse que Alvin Bragg, o promotor que acatou a denúncia, “prejudicou irreparavelmente nosso país na tentativa de interferir em nossa eleição presidencial”. “Como ele rotineiramente liberta criminosos violentos para aterrorizar o público, ele arma nosso sagrado sistema de Justiça contra o presidente Donald Trump”, escreveu McCarthy no Twitter. “O povo americano não vai tolerar essa injustiça, e a Câmara dos Representantes vai responsabilizar Alvin Bragg e seu abuso de poder sem precedentes.”

Há muito a campanha de Trump esperava que um indiciamento poderia inflamar a sua base Foto: Chandan Khanna/AFP

Corrida eleitoral

Como o indiciamento afeta a tentativa de Trump de permanecer como o principal republicano do país e obter a indicação presidencial do partido em 2024 pode permanecer incerto por semanas, senão meses. O inquérito de Manhattan é uma das quatro investigações criminais envolvendo Trump, e os resultados e efeitos políticos cumulativos desses casos ainda não foram vistos.

Mas David McIntosh, presidente do Club for Growth, um grupo conservador que busca um substituto para Trump como o rosto do Partido Republicano, disse que a acusação já gerou simpatia pelo ex-presidente. Ele comparou o caso aos “antigos julgamentos soviéticos” e argumentou que muitos americanos o veriam da mesma forma.

Trump e seus aliados também acreditam que as acusações criminais trazem vantagens políticas, pelo menos em uma corrida primária. O ex-presidente passou grande parte das últimas duas semanas nas redes sociais e em discursos tentando ampliar a indignação entre seus apoiadores. “Isso é perseguição política e interferência eleitoral no nível mais alto da história”, disse Trump em um comunicado na quinta-feira.

Espera-se que Trump se entregue às autoridades na próxima semana. Por enquanto, ainda não está claro como o desenvolvimento ressoará com os eleitores. As pesquisas mostram que Trump continua sendo o favorito indiscutível para a indicação republicana, e sua posição não caiu.

No mês passado, Trump melhorou sua posição em 11 pontos percentuais em um hipotético campo primário, de acordo com uma pesquisa da Fox News divulgada na quinta-feira. A pesquisa descobriu que Trump era o favorito de 54% dos eleitores republicanos, acima dos 43% do mês anterior.

“É a coisa mais louca”, disse Trump no sábado em seu comício no Texas. “Recebi má publicidade e meus números nas pesquisas dispararam. Você poderia me explicar isso?”

A campanha de Trump e seus aliados há muito esperavam que um indiciamento servisse como um grito de guerra para seus apoiadores, atraindo pequenas doações e forçando os potenciais rivais de Trump à posição incômoda de ter que defendê-lo – ou arriscar sua ira.

De fato, a campanha de Trump começou a arrecadar fundos com as notícias quase imediatamente após a divulgação, enviando um e-mail aos apoiadores com o assunto em letras maiúsculas “Última hora: Trump indiciado”.

Um grande júri de Nova York votou para indiciar o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por pagamentos clandestinos feitos à estrela pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016 Foto: Chandan Khanna/AFP

Futuro do partido

Já no anúncio feito por Trump em 18 de março de que sua prisão era iminente mostrou o poder que ele ainda tem para inflamar as bases republicanas. Foi em reconhecimento a esta influência do ex-presidente que republicanos rivais como DeSantis e Pence correram para defendê-lo.

A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, que já declarou sua candidatura, também criticou a acusação como “mais sobre vingança do que sobre justiça”. O ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que está pensando em concorrer, acusou Alvin Bragg de “minar a confiança da América em nosso sistema jurídico”.

Essa postura demonstra os incentivos de curto prazo para os republicanos evitarem qualquer coisa que possa antagonizar a base leal de Trump. Mas a acusação levanta questões profundas sobre o futuro do Partido Republicano, principalmente porque Trump enfrenta a possibilidade de acusações adicionais em breve em Atlanta e Washington.

Mas os efeitos políticos para Trump podem ser determinados em parte por sua resposta às acusações. Sua recente tentativa de transformar sua batalha legal em um campo de jogo político reacendeu o tipo de comportamento que tende a afastar republicanos moderados e independentes.

Embora o indiciamento possa galvanizar seus apoiadores, a turbulência pode ameaçar a posição do Partido Republicano nos subúrbios de Estados-chaves que abandonaram o partido em três eleições consecutivas, erodindo seu controle sobre a Casa Branca, o Congresso e os principais governos./NYT e AP

WASHINGTON - O indiciamento do ex-presidente Donald Trump parece ter unido os líderes republicanos no Congresso e a imprensa conservadora dos Estados Unidos novamente em torno do empresário. Depois de ter sido alvo de críticas por membros de seu partido após o fracasso nas eleições de meio de mandato e o lançamento de sua candidatura para 2024, Trump tem recebido apoio de ex-aliados e até rivais republicanos, que classificam a denúncia como perseguição.

Logo após a notícia, os meios de comunicação conservadores, que até então davam sinais de que poderiam soltar a mão do republicano, lançaram um apelo para que apoiadores se manifestassem. Um proeminente apoiador de Donald Trump sugeriu que a foto do ex-presidente deveria funcionar como um pôster para a campanha de 2024.

Até mesmo o governador da Flórida, Ron DeSantis, amplamente visto como possível maior rival de Trump nas primárias presidenciais, se apressou em condenar o promotor que apresentou o caso que levou ao indiciamento histórico do ex-presidente na quinta-feira, 30.

Apoiadores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, protestam perto de Mar-a-Lago, seu resort na Flórida, no dia seguinte ao seu indiciamento Foto: Chandan Khanna/AFP

Embora não tenha citado o nome de Trump, DeSantis disse que a Flórida não participaria da extradição dele. “A armação do sistema jurídico para promover uma agenda política vira o estado de direito de cabeça para baixo”, disse DeSantis no Twitter.

De cima a baixo do Partido Republicano, raiva e acusações de injustiça fluíram de apoiadores e críticos do ex-presidente, mesmo antes de as acusações serem reveladas. Muitos disseram que Trump poderia se beneficiar de uma onda de simpatia de todo o partido, com uma base de apoiadores provavelmente energizada pela crença de que o sistema Judiciário foi armado contra ele.

“A acusação sem precedentes de um ex-presidente dos Estados Unidos em uma questão de financiamento de campanha é um ultraje”, disse o ex-vice-presidente Mike Pence à CNN. Pence, que se viu ameaçado pelos gritos de Trump durante a invasão, buscou se afastar do ex-presidente e chegou a dizer que havia opções melhores dentro do partido para 2024.

Em alguns setores, houve uma reação mais sombria. Na Fox News, o apresentador Tucker Carlson disse que a decisão mostrou que “provavelmente não era o melhor momento para desistir de suas armas AR-15s”. “O Estado de Direito parece estar suspenso esta noite – não apenas para Trump, mas para qualquer um que considere votar nele”, disse Carlson. Um de seus convidados, a figura conservadora da imprensa Glenn Beck, previu que o indiciamento causaria caos nos próximos anos.

O líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, disse que Alvin Bragg, o promotor que acatou a denúncia, “prejudicou irreparavelmente nosso país na tentativa de interferir em nossa eleição presidencial”. “Como ele rotineiramente liberta criminosos violentos para aterrorizar o público, ele arma nosso sagrado sistema de Justiça contra o presidente Donald Trump”, escreveu McCarthy no Twitter. “O povo americano não vai tolerar essa injustiça, e a Câmara dos Representantes vai responsabilizar Alvin Bragg e seu abuso de poder sem precedentes.”

Há muito a campanha de Trump esperava que um indiciamento poderia inflamar a sua base Foto: Chandan Khanna/AFP

Corrida eleitoral

Como o indiciamento afeta a tentativa de Trump de permanecer como o principal republicano do país e obter a indicação presidencial do partido em 2024 pode permanecer incerto por semanas, senão meses. O inquérito de Manhattan é uma das quatro investigações criminais envolvendo Trump, e os resultados e efeitos políticos cumulativos desses casos ainda não foram vistos.

Mas David McIntosh, presidente do Club for Growth, um grupo conservador que busca um substituto para Trump como o rosto do Partido Republicano, disse que a acusação já gerou simpatia pelo ex-presidente. Ele comparou o caso aos “antigos julgamentos soviéticos” e argumentou que muitos americanos o veriam da mesma forma.

Trump e seus aliados também acreditam que as acusações criminais trazem vantagens políticas, pelo menos em uma corrida primária. O ex-presidente passou grande parte das últimas duas semanas nas redes sociais e em discursos tentando ampliar a indignação entre seus apoiadores. “Isso é perseguição política e interferência eleitoral no nível mais alto da história”, disse Trump em um comunicado na quinta-feira.

Espera-se que Trump se entregue às autoridades na próxima semana. Por enquanto, ainda não está claro como o desenvolvimento ressoará com os eleitores. As pesquisas mostram que Trump continua sendo o favorito indiscutível para a indicação republicana, e sua posição não caiu.

No mês passado, Trump melhorou sua posição em 11 pontos percentuais em um hipotético campo primário, de acordo com uma pesquisa da Fox News divulgada na quinta-feira. A pesquisa descobriu que Trump era o favorito de 54% dos eleitores republicanos, acima dos 43% do mês anterior.

“É a coisa mais louca”, disse Trump no sábado em seu comício no Texas. “Recebi má publicidade e meus números nas pesquisas dispararam. Você poderia me explicar isso?”

A campanha de Trump e seus aliados há muito esperavam que um indiciamento servisse como um grito de guerra para seus apoiadores, atraindo pequenas doações e forçando os potenciais rivais de Trump à posição incômoda de ter que defendê-lo – ou arriscar sua ira.

De fato, a campanha de Trump começou a arrecadar fundos com as notícias quase imediatamente após a divulgação, enviando um e-mail aos apoiadores com o assunto em letras maiúsculas “Última hora: Trump indiciado”.

Um grande júri de Nova York votou para indiciar o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por pagamentos clandestinos feitos à estrela pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016 Foto: Chandan Khanna/AFP

Futuro do partido

Já no anúncio feito por Trump em 18 de março de que sua prisão era iminente mostrou o poder que ele ainda tem para inflamar as bases republicanas. Foi em reconhecimento a esta influência do ex-presidente que republicanos rivais como DeSantis e Pence correram para defendê-lo.

A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, que já declarou sua candidatura, também criticou a acusação como “mais sobre vingança do que sobre justiça”. O ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que está pensando em concorrer, acusou Alvin Bragg de “minar a confiança da América em nosso sistema jurídico”.

Essa postura demonstra os incentivos de curto prazo para os republicanos evitarem qualquer coisa que possa antagonizar a base leal de Trump. Mas a acusação levanta questões profundas sobre o futuro do Partido Republicano, principalmente porque Trump enfrenta a possibilidade de acusações adicionais em breve em Atlanta e Washington.

Mas os efeitos políticos para Trump podem ser determinados em parte por sua resposta às acusações. Sua recente tentativa de transformar sua batalha legal em um campo de jogo político reacendeu o tipo de comportamento que tende a afastar republicanos moderados e independentes.

Embora o indiciamento possa galvanizar seus apoiadores, a turbulência pode ameaçar a posição do Partido Republicano nos subúrbios de Estados-chaves que abandonaram o partido em três eleições consecutivas, erodindo seu controle sobre a Casa Branca, o Congresso e os principais governos./NYT e AP

WASHINGTON - O indiciamento do ex-presidente Donald Trump parece ter unido os líderes republicanos no Congresso e a imprensa conservadora dos Estados Unidos novamente em torno do empresário. Depois de ter sido alvo de críticas por membros de seu partido após o fracasso nas eleições de meio de mandato e o lançamento de sua candidatura para 2024, Trump tem recebido apoio de ex-aliados e até rivais republicanos, que classificam a denúncia como perseguição.

Logo após a notícia, os meios de comunicação conservadores, que até então davam sinais de que poderiam soltar a mão do republicano, lançaram um apelo para que apoiadores se manifestassem. Um proeminente apoiador de Donald Trump sugeriu que a foto do ex-presidente deveria funcionar como um pôster para a campanha de 2024.

Até mesmo o governador da Flórida, Ron DeSantis, amplamente visto como possível maior rival de Trump nas primárias presidenciais, se apressou em condenar o promotor que apresentou o caso que levou ao indiciamento histórico do ex-presidente na quinta-feira, 30.

Apoiadores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, protestam perto de Mar-a-Lago, seu resort na Flórida, no dia seguinte ao seu indiciamento Foto: Chandan Khanna/AFP

Embora não tenha citado o nome de Trump, DeSantis disse que a Flórida não participaria da extradição dele. “A armação do sistema jurídico para promover uma agenda política vira o estado de direito de cabeça para baixo”, disse DeSantis no Twitter.

De cima a baixo do Partido Republicano, raiva e acusações de injustiça fluíram de apoiadores e críticos do ex-presidente, mesmo antes de as acusações serem reveladas. Muitos disseram que Trump poderia se beneficiar de uma onda de simpatia de todo o partido, com uma base de apoiadores provavelmente energizada pela crença de que o sistema Judiciário foi armado contra ele.

“A acusação sem precedentes de um ex-presidente dos Estados Unidos em uma questão de financiamento de campanha é um ultraje”, disse o ex-vice-presidente Mike Pence à CNN. Pence, que se viu ameaçado pelos gritos de Trump durante a invasão, buscou se afastar do ex-presidente e chegou a dizer que havia opções melhores dentro do partido para 2024.

Em alguns setores, houve uma reação mais sombria. Na Fox News, o apresentador Tucker Carlson disse que a decisão mostrou que “provavelmente não era o melhor momento para desistir de suas armas AR-15s”. “O Estado de Direito parece estar suspenso esta noite – não apenas para Trump, mas para qualquer um que considere votar nele”, disse Carlson. Um de seus convidados, a figura conservadora da imprensa Glenn Beck, previu que o indiciamento causaria caos nos próximos anos.

O líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, disse que Alvin Bragg, o promotor que acatou a denúncia, “prejudicou irreparavelmente nosso país na tentativa de interferir em nossa eleição presidencial”. “Como ele rotineiramente liberta criminosos violentos para aterrorizar o público, ele arma nosso sagrado sistema de Justiça contra o presidente Donald Trump”, escreveu McCarthy no Twitter. “O povo americano não vai tolerar essa injustiça, e a Câmara dos Representantes vai responsabilizar Alvin Bragg e seu abuso de poder sem precedentes.”

Há muito a campanha de Trump esperava que um indiciamento poderia inflamar a sua base Foto: Chandan Khanna/AFP

Corrida eleitoral

Como o indiciamento afeta a tentativa de Trump de permanecer como o principal republicano do país e obter a indicação presidencial do partido em 2024 pode permanecer incerto por semanas, senão meses. O inquérito de Manhattan é uma das quatro investigações criminais envolvendo Trump, e os resultados e efeitos políticos cumulativos desses casos ainda não foram vistos.

Mas David McIntosh, presidente do Club for Growth, um grupo conservador que busca um substituto para Trump como o rosto do Partido Republicano, disse que a acusação já gerou simpatia pelo ex-presidente. Ele comparou o caso aos “antigos julgamentos soviéticos” e argumentou que muitos americanos o veriam da mesma forma.

Trump e seus aliados também acreditam que as acusações criminais trazem vantagens políticas, pelo menos em uma corrida primária. O ex-presidente passou grande parte das últimas duas semanas nas redes sociais e em discursos tentando ampliar a indignação entre seus apoiadores. “Isso é perseguição política e interferência eleitoral no nível mais alto da história”, disse Trump em um comunicado na quinta-feira.

Espera-se que Trump se entregue às autoridades na próxima semana. Por enquanto, ainda não está claro como o desenvolvimento ressoará com os eleitores. As pesquisas mostram que Trump continua sendo o favorito indiscutível para a indicação republicana, e sua posição não caiu.

No mês passado, Trump melhorou sua posição em 11 pontos percentuais em um hipotético campo primário, de acordo com uma pesquisa da Fox News divulgada na quinta-feira. A pesquisa descobriu que Trump era o favorito de 54% dos eleitores republicanos, acima dos 43% do mês anterior.

“É a coisa mais louca”, disse Trump no sábado em seu comício no Texas. “Recebi má publicidade e meus números nas pesquisas dispararam. Você poderia me explicar isso?”

A campanha de Trump e seus aliados há muito esperavam que um indiciamento servisse como um grito de guerra para seus apoiadores, atraindo pequenas doações e forçando os potenciais rivais de Trump à posição incômoda de ter que defendê-lo – ou arriscar sua ira.

De fato, a campanha de Trump começou a arrecadar fundos com as notícias quase imediatamente após a divulgação, enviando um e-mail aos apoiadores com o assunto em letras maiúsculas “Última hora: Trump indiciado”.

Um grande júri de Nova York votou para indiciar o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por pagamentos clandestinos feitos à estrela pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016 Foto: Chandan Khanna/AFP

Futuro do partido

Já no anúncio feito por Trump em 18 de março de que sua prisão era iminente mostrou o poder que ele ainda tem para inflamar as bases republicanas. Foi em reconhecimento a esta influência do ex-presidente que republicanos rivais como DeSantis e Pence correram para defendê-lo.

A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, que já declarou sua candidatura, também criticou a acusação como “mais sobre vingança do que sobre justiça”. O ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que está pensando em concorrer, acusou Alvin Bragg de “minar a confiança da América em nosso sistema jurídico”.

Essa postura demonstra os incentivos de curto prazo para os republicanos evitarem qualquer coisa que possa antagonizar a base leal de Trump. Mas a acusação levanta questões profundas sobre o futuro do Partido Republicano, principalmente porque Trump enfrenta a possibilidade de acusações adicionais em breve em Atlanta e Washington.

Mas os efeitos políticos para Trump podem ser determinados em parte por sua resposta às acusações. Sua recente tentativa de transformar sua batalha legal em um campo de jogo político reacendeu o tipo de comportamento que tende a afastar republicanos moderados e independentes.

Embora o indiciamento possa galvanizar seus apoiadores, a turbulência pode ameaçar a posição do Partido Republicano nos subúrbios de Estados-chaves que abandonaram o partido em três eleições consecutivas, erodindo seu controle sobre a Casa Branca, o Congresso e os principais governos./NYT e AP

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