George Santos: deputado brasileiro começa mandato nos EUA entre o ostracismo e a renúncia


Republicanos de Long Island pediram a renúncia de George Santos após revelações sobre mentiras, mas alto escalão do partido se mantém em silêncio já que a saída levaria a uma nova eleição

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O deputado americano de origem brasileira George Santos está sob crescente pressão de líderes republicanos do distrito que o elegeu, em Nova York, para renunciar ao cargo. Nas últimas semanas, o deputado se tornou alvo de uma série de investigações sobre suas finanças, gastos de campanha e mentiras no currículo nos Estados Unidos, além de um processo por estelionato reaberto no Brasil.

A cúpula do partido, que retomou o comando da Câmara dos Representantes na semana passada, pretende ‘escantear’ o parlamentar diante das denúncias, mas, por enquanto, teme apoiar sua saída do cargo, já que isso provocaria uma nova eleição pelo terceiro distrito de Long Island, onde os democratas têm muita força.

Fontes internas ao partido ouvidas pela CNN americana dizem ser improvável que o alto escalão do partido atenda aos pedidos da base republicana em NY. Kevin McCarthy disse ao canal que não espera que Santos receba indicações para comitês temáticos na Câmara. A tendência, no momento, é que Santos mantenha-se à margem dos grandes debates legislativos. O deputado não deve contar com apoio do partido para reeleição.

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O deputado George Santos (ao centro) é empossado pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy como membro do 118º Congresso em Washington, na madrugada de sábado, 7 de janeiro Foto: Alex Brandon/AP

Com uma maioria de apenas quatro deputados na Casa, uma derrota enfraqueceria os republicanos. O partido levou dias para superar uma cisão interna entre radicais e moderados que quase custou a eleição do deputado Kevin McCarthy para o comando da Câmara. A disputa, encerrada no fim de semana, foi a mais longa da história americana desde o século 19.

O presidente do partido na região do condado de Nassau, Joseph Cairo Jr., disse que Santos perdeu a confiança dos republicanos em seu distrito. Para ele, o deputado de origem brasileira se baseou em mentiras e fabricações para se eleger. “Estou pedindo sua renúncia imediata”, disse Cairo.

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Anthony D’Esposito, que representa o distrito vizinho ao de Santos na Câmara fez coro às críticas e disse que seu colega republicano violou a confiança não apenas dos eleitores, mas de pessoas em toda o país. “Não me associarei a ele no Congresso e encorajarei outros representantes na Câmara dos Representantes a se juntarem a mim para rejeitá-lo” disse.

Os pedidos de renúncia de Santos marcam a denúncia mais contundente dos republicanos sobre o comportamento do congressista, depois que uma reportagem do New York Times revelou que Santos havia feito falsas alegações sobre sua formação educacional e profissional e levantado questões sobre seus negócios, suas divulgações financeiras e suas despesas de campanha.

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Resistência

Na terça-feira, o líder da maioria republicana, o deputado Steve Scalise, da Louisiana, disse que a liderança do partido trataria de questões sobre Santos “internamente”, mas reconheceu que “havia preocupações” que ele e outros gostariam que fossem abordadas.

Outros republicanos foram mais francos em suas condenações. O deputado Nick LaLota, outro legislador em primeiro mandato representando partes de Long Island, pediu uma investigação ética da Câmara no mês passado.

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Na terça-feira, o deputado Dusty Johnson, da Dakota do Sul, disse à CNN que não acreditava que Santos deveria ocupar um lugar nos comitês da Câmara “até que tivéssemos uma compreensão mais profunda do que exatamente aconteceu em sua campanha”.

O deputado George Santos após participar de uma reunião da conferência partido Republicano da Câmara no Capitólio em Washington, em 10 de janeiro de 2023 Foto: Patrick Semansky/AP

Denúncias

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Somente nesta semana, Santos, de 34 anos, foi alvo de duas denúncias formais. Na terça-feira, 10, dois legisladores democratas apresentaram uma queixa formal pedindo ao Comitê de Ética bipartidário da Câmara que investigasse se Santos infringiu a lei quando apresentou suas declarações financeiras exigidas com atraso e sem detalhes importantes sobre suas contas bancárias e negócios.

Um dia antes, um grupo de fiscalização convocou a Comissão Eleitoral Federal para investigar o deputado, acusando-o de usar dinheiro de campanha indevidamente para despesas pessoais, deturpar seus gastos e ocultar a verdadeira origem do dinheiro de sua campanha.

Santos também é alvo de investigações aqui no Brasil, onde responde por estelionato. O caso, de 2008, foi reaberto pelo Ministério Público do Rio após Santos tornar-se conhecido no Brasil e nos Estados Unidos.

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À época, ele gastou R$ 5 mil em roupas de luxo para o namorado com o cheque de um idoso que havia morrido dois anos antes. O talão foi furtado da bolsa da mãe do deputado, que, à época, era cuidadora de idosos em Niterói./NYT e W.POST

WASHINGTON - O deputado americano de origem brasileira George Santos está sob crescente pressão de líderes republicanos do distrito que o elegeu, em Nova York, para renunciar ao cargo. Nas últimas semanas, o deputado se tornou alvo de uma série de investigações sobre suas finanças, gastos de campanha e mentiras no currículo nos Estados Unidos, além de um processo por estelionato reaberto no Brasil.

A cúpula do partido, que retomou o comando da Câmara dos Representantes na semana passada, pretende ‘escantear’ o parlamentar diante das denúncias, mas, por enquanto, teme apoiar sua saída do cargo, já que isso provocaria uma nova eleição pelo terceiro distrito de Long Island, onde os democratas têm muita força.

Fontes internas ao partido ouvidas pela CNN americana dizem ser improvável que o alto escalão do partido atenda aos pedidos da base republicana em NY. Kevin McCarthy disse ao canal que não espera que Santos receba indicações para comitês temáticos na Câmara. A tendência, no momento, é que Santos mantenha-se à margem dos grandes debates legislativos. O deputado não deve contar com apoio do partido para reeleição.

O deputado George Santos (ao centro) é empossado pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy como membro do 118º Congresso em Washington, na madrugada de sábado, 7 de janeiro Foto: Alex Brandon/AP

Com uma maioria de apenas quatro deputados na Casa, uma derrota enfraqueceria os republicanos. O partido levou dias para superar uma cisão interna entre radicais e moderados que quase custou a eleição do deputado Kevin McCarthy para o comando da Câmara. A disputa, encerrada no fim de semana, foi a mais longa da história americana desde o século 19.

O presidente do partido na região do condado de Nassau, Joseph Cairo Jr., disse que Santos perdeu a confiança dos republicanos em seu distrito. Para ele, o deputado de origem brasileira se baseou em mentiras e fabricações para se eleger. “Estou pedindo sua renúncia imediata”, disse Cairo.

Anthony D’Esposito, que representa o distrito vizinho ao de Santos na Câmara fez coro às críticas e disse que seu colega republicano violou a confiança não apenas dos eleitores, mas de pessoas em toda o país. “Não me associarei a ele no Congresso e encorajarei outros representantes na Câmara dos Representantes a se juntarem a mim para rejeitá-lo” disse.

Os pedidos de renúncia de Santos marcam a denúncia mais contundente dos republicanos sobre o comportamento do congressista, depois que uma reportagem do New York Times revelou que Santos havia feito falsas alegações sobre sua formação educacional e profissional e levantado questões sobre seus negócios, suas divulgações financeiras e suas despesas de campanha.

Resistência

Na terça-feira, o líder da maioria republicana, o deputado Steve Scalise, da Louisiana, disse que a liderança do partido trataria de questões sobre Santos “internamente”, mas reconheceu que “havia preocupações” que ele e outros gostariam que fossem abordadas.

Outros republicanos foram mais francos em suas condenações. O deputado Nick LaLota, outro legislador em primeiro mandato representando partes de Long Island, pediu uma investigação ética da Câmara no mês passado.

Na terça-feira, o deputado Dusty Johnson, da Dakota do Sul, disse à CNN que não acreditava que Santos deveria ocupar um lugar nos comitês da Câmara “até que tivéssemos uma compreensão mais profunda do que exatamente aconteceu em sua campanha”.

O deputado George Santos após participar de uma reunião da conferência partido Republicano da Câmara no Capitólio em Washington, em 10 de janeiro de 2023 Foto: Patrick Semansky/AP

Denúncias

Somente nesta semana, Santos, de 34 anos, foi alvo de duas denúncias formais. Na terça-feira, 10, dois legisladores democratas apresentaram uma queixa formal pedindo ao Comitê de Ética bipartidário da Câmara que investigasse se Santos infringiu a lei quando apresentou suas declarações financeiras exigidas com atraso e sem detalhes importantes sobre suas contas bancárias e negócios.

Um dia antes, um grupo de fiscalização convocou a Comissão Eleitoral Federal para investigar o deputado, acusando-o de usar dinheiro de campanha indevidamente para despesas pessoais, deturpar seus gastos e ocultar a verdadeira origem do dinheiro de sua campanha.

Santos também é alvo de investigações aqui no Brasil, onde responde por estelionato. O caso, de 2008, foi reaberto pelo Ministério Público do Rio após Santos tornar-se conhecido no Brasil e nos Estados Unidos.

À época, ele gastou R$ 5 mil em roupas de luxo para o namorado com o cheque de um idoso que havia morrido dois anos antes. O talão foi furtado da bolsa da mãe do deputado, que, à época, era cuidadora de idosos em Niterói./NYT e W.POST

WASHINGTON - O deputado americano de origem brasileira George Santos está sob crescente pressão de líderes republicanos do distrito que o elegeu, em Nova York, para renunciar ao cargo. Nas últimas semanas, o deputado se tornou alvo de uma série de investigações sobre suas finanças, gastos de campanha e mentiras no currículo nos Estados Unidos, além de um processo por estelionato reaberto no Brasil.

A cúpula do partido, que retomou o comando da Câmara dos Representantes na semana passada, pretende ‘escantear’ o parlamentar diante das denúncias, mas, por enquanto, teme apoiar sua saída do cargo, já que isso provocaria uma nova eleição pelo terceiro distrito de Long Island, onde os democratas têm muita força.

Fontes internas ao partido ouvidas pela CNN americana dizem ser improvável que o alto escalão do partido atenda aos pedidos da base republicana em NY. Kevin McCarthy disse ao canal que não espera que Santos receba indicações para comitês temáticos na Câmara. A tendência, no momento, é que Santos mantenha-se à margem dos grandes debates legislativos. O deputado não deve contar com apoio do partido para reeleição.

O deputado George Santos (ao centro) é empossado pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy como membro do 118º Congresso em Washington, na madrugada de sábado, 7 de janeiro Foto: Alex Brandon/AP

Com uma maioria de apenas quatro deputados na Casa, uma derrota enfraqueceria os republicanos. O partido levou dias para superar uma cisão interna entre radicais e moderados que quase custou a eleição do deputado Kevin McCarthy para o comando da Câmara. A disputa, encerrada no fim de semana, foi a mais longa da história americana desde o século 19.

O presidente do partido na região do condado de Nassau, Joseph Cairo Jr., disse que Santos perdeu a confiança dos republicanos em seu distrito. Para ele, o deputado de origem brasileira se baseou em mentiras e fabricações para se eleger. “Estou pedindo sua renúncia imediata”, disse Cairo.

Anthony D’Esposito, que representa o distrito vizinho ao de Santos na Câmara fez coro às críticas e disse que seu colega republicano violou a confiança não apenas dos eleitores, mas de pessoas em toda o país. “Não me associarei a ele no Congresso e encorajarei outros representantes na Câmara dos Representantes a se juntarem a mim para rejeitá-lo” disse.

Os pedidos de renúncia de Santos marcam a denúncia mais contundente dos republicanos sobre o comportamento do congressista, depois que uma reportagem do New York Times revelou que Santos havia feito falsas alegações sobre sua formação educacional e profissional e levantado questões sobre seus negócios, suas divulgações financeiras e suas despesas de campanha.

Resistência

Na terça-feira, o líder da maioria republicana, o deputado Steve Scalise, da Louisiana, disse que a liderança do partido trataria de questões sobre Santos “internamente”, mas reconheceu que “havia preocupações” que ele e outros gostariam que fossem abordadas.

Outros republicanos foram mais francos em suas condenações. O deputado Nick LaLota, outro legislador em primeiro mandato representando partes de Long Island, pediu uma investigação ética da Câmara no mês passado.

Na terça-feira, o deputado Dusty Johnson, da Dakota do Sul, disse à CNN que não acreditava que Santos deveria ocupar um lugar nos comitês da Câmara “até que tivéssemos uma compreensão mais profunda do que exatamente aconteceu em sua campanha”.

O deputado George Santos após participar de uma reunião da conferência partido Republicano da Câmara no Capitólio em Washington, em 10 de janeiro de 2023 Foto: Patrick Semansky/AP

Denúncias

Somente nesta semana, Santos, de 34 anos, foi alvo de duas denúncias formais. Na terça-feira, 10, dois legisladores democratas apresentaram uma queixa formal pedindo ao Comitê de Ética bipartidário da Câmara que investigasse se Santos infringiu a lei quando apresentou suas declarações financeiras exigidas com atraso e sem detalhes importantes sobre suas contas bancárias e negócios.

Um dia antes, um grupo de fiscalização convocou a Comissão Eleitoral Federal para investigar o deputado, acusando-o de usar dinheiro de campanha indevidamente para despesas pessoais, deturpar seus gastos e ocultar a verdadeira origem do dinheiro de sua campanha.

Santos também é alvo de investigações aqui no Brasil, onde responde por estelionato. O caso, de 2008, foi reaberto pelo Ministério Público do Rio após Santos tornar-se conhecido no Brasil e nos Estados Unidos.

À época, ele gastou R$ 5 mil em roupas de luxo para o namorado com o cheque de um idoso que havia morrido dois anos antes. O talão foi furtado da bolsa da mãe do deputado, que, à época, era cuidadora de idosos em Niterói./NYT e W.POST

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