Descoberta de segredos nucleares na casa de Trump representa risco para segurança dos EUA


Especialistas e ex-agentes de inteligência avaliam que ex-presidente pode ter comprometido informações sensíveis de segurança nacional ao levar documentos para Mar-a-Lago

Por Redação

WASHINGTON - Especialistas em inteligência e segurança nacional analisaram na imprensa americana a revelação feita pelo jornal Washington Post de que documentos com informações nucleares de um país estrangeiro estavam na casa de campo de Donald Trump. A informação foi publicada na última terça-feira, 6, e também revelou que o ex-presidente dos Estados Unidos estava em posse de documentos extremamente secretos.

“O fato de sabermos agora que havia documentos de acesso restrito e altamente confidenciais sobre as capacidades de defesa nuclear de outro país armazenados em Mar-a-Lago é um divisor de águas em relação ao risco que representa para nossa segurança nacional”, disse Shawn Turner, ex-diretor de comunicações da inteligência nacional dos EUA em entrevista à CNN americana nesta quarta-feira, 7.

A publicação do Post, que cita fontes anônimas, não revelou qual era o país em questão, mas informou que os materiais encontrados pelos FBI após a operação de busca e apreensão na casa de Trump em Mar-a-Lago descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. Além disso, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los.

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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Foto: Ed Jones/AFP

“Que esses documentos possam ter sido vistos por pessoal não autorizado diz quais são nossas capacidades em relação à coleta de informações relacionadas a programas nucleares”, continua Turner. “Mais importante é identificar ou expor nossas lacunas no que diz respeito à coleta de inteligência.”

“A conclusão é que outros vão olhar para essas informações e determinar o que sabemos e o que não sabemos, e eles vão tomar decisões sobre seus programas nucleares com base nessas informações. E isso é algo extremamente perigoso”, completa.

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John Brennan, ex-diretor da CIA, disse entrevista à MSNBC que a situação representa um dano à segurança nacional do país, incluindo a possibilidade de Mar-a-Lago ter sido alvo de espionagem de outros países. “Sei que os profissionais de segurança nacional dentro do governo, meus ex-colegas, estão balançando a cabeça [em negação] com o dano que isso pode ter sido causado”, disse.

“Tenho certeza de que Mar-a-Lago estava sendo alvo da inteligência russa e outros serviços de inteligência ao longo dos últimos 18 ou 20 meses, e se eles conseguissem levar indivíduos para essas instalações e acessar as salas onde esses documentos estavam e pudessem fazer cópias desses documentos, era isso que eles fariam.”

O especialista também destacou a ausência de informações sobre as motivações do ex-presidente em levar documentos tão sensíveis - vários com classificação de ultrassecretos - que colocavam em risco até mesmo agentes secretos americanos. “Os profissionais em segurança nacional agora precisão avaliar os riscos e tentar entender o que foi comprometido”.

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Imagem divulgada pelo Departamento de Justiça mostra os documentos recuperados de Mar-a-Lago, inclusive alguns com classificação de secretos  Foto: Departamento de Justiça dos EUA/EPA/EFE

Documentos

Segundo revelou o Post, alguns dos documentos encontrados na operação de busca e apreensão realizada na casa de Trump na Flórida em 8 de agosto tinham um nível de confidencialidade tão alto que apenas o presidente e funcionários do gabinete ou pessoas próximas a ele poderiam autorizar outros membros do governo a acessá-los.

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Trump enfrenta mais uma crescente pressão legal com essas revelações. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos foram provavelmente escondidos para obstruir uma investigação do FBI sobre o possível manuseio incorreto pelo ex-presidente de materiais confidenciais.

Quando os agentes revistaram a mansão em Mar-a-Lago, encontraram material tão sensível que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a busca exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, observou um funcionário judicial do governo.

A operação do FBI em agosto ocorreu após uma revisão de registros altamente confidenciais que Trump finalmente entregou às autoridades em janeiro, após meses de idas e vindas com a Administração Nacional de Arquivos e Registros.

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Autoridades do lado de fora de Mar-a-Lago, residência do ex-presidente Donald Trump, em meio mandado de busca do FBI como parte de uma investigação, em Palm Beach, Flórida, EUA Foto: Cristobal Herrera-Ulashkecivh/ EFE - 09/08/2022

As 15 caixas apreendidas na casa do ex-presidente continham 184 documentos marcados como confidenciais, secretos ou ultrassecretos. Depois de receber instruções do FBI, o advogado de Trump entregou 38 documentos confidenciais adicionais e forneceu uma declaração juramentada de que representavam o material mais recente. No entanto, o FBI descobriu “múltiplas fontes de evidência” mostrando que os documentos confidenciais permaneciam em Mar-a-Lago.

A investigação sobre o caso está paralisada desde segunda-feira, 5, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump./AFP

WASHINGTON - Especialistas em inteligência e segurança nacional analisaram na imprensa americana a revelação feita pelo jornal Washington Post de que documentos com informações nucleares de um país estrangeiro estavam na casa de campo de Donald Trump. A informação foi publicada na última terça-feira, 6, e também revelou que o ex-presidente dos Estados Unidos estava em posse de documentos extremamente secretos.

“O fato de sabermos agora que havia documentos de acesso restrito e altamente confidenciais sobre as capacidades de defesa nuclear de outro país armazenados em Mar-a-Lago é um divisor de águas em relação ao risco que representa para nossa segurança nacional”, disse Shawn Turner, ex-diretor de comunicações da inteligência nacional dos EUA em entrevista à CNN americana nesta quarta-feira, 7.

A publicação do Post, que cita fontes anônimas, não revelou qual era o país em questão, mas informou que os materiais encontrados pelos FBI após a operação de busca e apreensão na casa de Trump em Mar-a-Lago descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. Além disso, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Foto: Ed Jones/AFP

“Que esses documentos possam ter sido vistos por pessoal não autorizado diz quais são nossas capacidades em relação à coleta de informações relacionadas a programas nucleares”, continua Turner. “Mais importante é identificar ou expor nossas lacunas no que diz respeito à coleta de inteligência.”

“A conclusão é que outros vão olhar para essas informações e determinar o que sabemos e o que não sabemos, e eles vão tomar decisões sobre seus programas nucleares com base nessas informações. E isso é algo extremamente perigoso”, completa.

John Brennan, ex-diretor da CIA, disse entrevista à MSNBC que a situação representa um dano à segurança nacional do país, incluindo a possibilidade de Mar-a-Lago ter sido alvo de espionagem de outros países. “Sei que os profissionais de segurança nacional dentro do governo, meus ex-colegas, estão balançando a cabeça [em negação] com o dano que isso pode ter sido causado”, disse.

“Tenho certeza de que Mar-a-Lago estava sendo alvo da inteligência russa e outros serviços de inteligência ao longo dos últimos 18 ou 20 meses, e se eles conseguissem levar indivíduos para essas instalações e acessar as salas onde esses documentos estavam e pudessem fazer cópias desses documentos, era isso que eles fariam.”

O especialista também destacou a ausência de informações sobre as motivações do ex-presidente em levar documentos tão sensíveis - vários com classificação de ultrassecretos - que colocavam em risco até mesmo agentes secretos americanos. “Os profissionais em segurança nacional agora precisão avaliar os riscos e tentar entender o que foi comprometido”.

Imagem divulgada pelo Departamento de Justiça mostra os documentos recuperados de Mar-a-Lago, inclusive alguns com classificação de secretos  Foto: Departamento de Justiça dos EUA/EPA/EFE

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Segundo revelou o Post, alguns dos documentos encontrados na operação de busca e apreensão realizada na casa de Trump na Flórida em 8 de agosto tinham um nível de confidencialidade tão alto que apenas o presidente e funcionários do gabinete ou pessoas próximas a ele poderiam autorizar outros membros do governo a acessá-los.

Trump enfrenta mais uma crescente pressão legal com essas revelações. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos foram provavelmente escondidos para obstruir uma investigação do FBI sobre o possível manuseio incorreto pelo ex-presidente de materiais confidenciais.

Quando os agentes revistaram a mansão em Mar-a-Lago, encontraram material tão sensível que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a busca exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, observou um funcionário judicial do governo.

A operação do FBI em agosto ocorreu após uma revisão de registros altamente confidenciais que Trump finalmente entregou às autoridades em janeiro, após meses de idas e vindas com a Administração Nacional de Arquivos e Registros.

Autoridades do lado de fora de Mar-a-Lago, residência do ex-presidente Donald Trump, em meio mandado de busca do FBI como parte de uma investigação, em Palm Beach, Flórida, EUA Foto: Cristobal Herrera-Ulashkecivh/ EFE - 09/08/2022

As 15 caixas apreendidas na casa do ex-presidente continham 184 documentos marcados como confidenciais, secretos ou ultrassecretos. Depois de receber instruções do FBI, o advogado de Trump entregou 38 documentos confidenciais adicionais e forneceu uma declaração juramentada de que representavam o material mais recente. No entanto, o FBI descobriu “múltiplas fontes de evidência” mostrando que os documentos confidenciais permaneciam em Mar-a-Lago.

A investigação sobre o caso está paralisada desde segunda-feira, 5, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump./AFP

WASHINGTON - Especialistas em inteligência e segurança nacional analisaram na imprensa americana a revelação feita pelo jornal Washington Post de que documentos com informações nucleares de um país estrangeiro estavam na casa de campo de Donald Trump. A informação foi publicada na última terça-feira, 6, e também revelou que o ex-presidente dos Estados Unidos estava em posse de documentos extremamente secretos.

“O fato de sabermos agora que havia documentos de acesso restrito e altamente confidenciais sobre as capacidades de defesa nuclear de outro país armazenados em Mar-a-Lago é um divisor de águas em relação ao risco que representa para nossa segurança nacional”, disse Shawn Turner, ex-diretor de comunicações da inteligência nacional dos EUA em entrevista à CNN americana nesta quarta-feira, 7.

A publicação do Post, que cita fontes anônimas, não revelou qual era o país em questão, mas informou que os materiais encontrados pelos FBI após a operação de busca e apreensão na casa de Trump em Mar-a-Lago descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. Além disso, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Foto: Ed Jones/AFP

“Que esses documentos possam ter sido vistos por pessoal não autorizado diz quais são nossas capacidades em relação à coleta de informações relacionadas a programas nucleares”, continua Turner. “Mais importante é identificar ou expor nossas lacunas no que diz respeito à coleta de inteligência.”

“A conclusão é que outros vão olhar para essas informações e determinar o que sabemos e o que não sabemos, e eles vão tomar decisões sobre seus programas nucleares com base nessas informações. E isso é algo extremamente perigoso”, completa.

John Brennan, ex-diretor da CIA, disse entrevista à MSNBC que a situação representa um dano à segurança nacional do país, incluindo a possibilidade de Mar-a-Lago ter sido alvo de espionagem de outros países. “Sei que os profissionais de segurança nacional dentro do governo, meus ex-colegas, estão balançando a cabeça [em negação] com o dano que isso pode ter sido causado”, disse.

“Tenho certeza de que Mar-a-Lago estava sendo alvo da inteligência russa e outros serviços de inteligência ao longo dos últimos 18 ou 20 meses, e se eles conseguissem levar indivíduos para essas instalações e acessar as salas onde esses documentos estavam e pudessem fazer cópias desses documentos, era isso que eles fariam.”

O especialista também destacou a ausência de informações sobre as motivações do ex-presidente em levar documentos tão sensíveis - vários com classificação de ultrassecretos - que colocavam em risco até mesmo agentes secretos americanos. “Os profissionais em segurança nacional agora precisão avaliar os riscos e tentar entender o que foi comprometido”.

Imagem divulgada pelo Departamento de Justiça mostra os documentos recuperados de Mar-a-Lago, inclusive alguns com classificação de secretos  Foto: Departamento de Justiça dos EUA/EPA/EFE

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Segundo revelou o Post, alguns dos documentos encontrados na operação de busca e apreensão realizada na casa de Trump na Flórida em 8 de agosto tinham um nível de confidencialidade tão alto que apenas o presidente e funcionários do gabinete ou pessoas próximas a ele poderiam autorizar outros membros do governo a acessá-los.

Trump enfrenta mais uma crescente pressão legal com essas revelações. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos foram provavelmente escondidos para obstruir uma investigação do FBI sobre o possível manuseio incorreto pelo ex-presidente de materiais confidenciais.

Quando os agentes revistaram a mansão em Mar-a-Lago, encontraram material tão sensível que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a busca exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, observou um funcionário judicial do governo.

A operação do FBI em agosto ocorreu após uma revisão de registros altamente confidenciais que Trump finalmente entregou às autoridades em janeiro, após meses de idas e vindas com a Administração Nacional de Arquivos e Registros.

Autoridades do lado de fora de Mar-a-Lago, residência do ex-presidente Donald Trump, em meio mandado de busca do FBI como parte de uma investigação, em Palm Beach, Flórida, EUA Foto: Cristobal Herrera-Ulashkecivh/ EFE - 09/08/2022

As 15 caixas apreendidas na casa do ex-presidente continham 184 documentos marcados como confidenciais, secretos ou ultrassecretos. Depois de receber instruções do FBI, o advogado de Trump entregou 38 documentos confidenciais adicionais e forneceu uma declaração juramentada de que representavam o material mais recente. No entanto, o FBI descobriu “múltiplas fontes de evidência” mostrando que os documentos confidenciais permaneciam em Mar-a-Lago.

A investigação sobre o caso está paralisada desde segunda-feira, 5, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump./AFP

WASHINGTON - Especialistas em inteligência e segurança nacional analisaram na imprensa americana a revelação feita pelo jornal Washington Post de que documentos com informações nucleares de um país estrangeiro estavam na casa de campo de Donald Trump. A informação foi publicada na última terça-feira, 6, e também revelou que o ex-presidente dos Estados Unidos estava em posse de documentos extremamente secretos.

“O fato de sabermos agora que havia documentos de acesso restrito e altamente confidenciais sobre as capacidades de defesa nuclear de outro país armazenados em Mar-a-Lago é um divisor de águas em relação ao risco que representa para nossa segurança nacional”, disse Shawn Turner, ex-diretor de comunicações da inteligência nacional dos EUA em entrevista à CNN americana nesta quarta-feira, 7.

A publicação do Post, que cita fontes anônimas, não revelou qual era o país em questão, mas informou que os materiais encontrados pelos FBI após a operação de busca e apreensão na casa de Trump em Mar-a-Lago descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. Além disso, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Foto: Ed Jones/AFP

“Que esses documentos possam ter sido vistos por pessoal não autorizado diz quais são nossas capacidades em relação à coleta de informações relacionadas a programas nucleares”, continua Turner. “Mais importante é identificar ou expor nossas lacunas no que diz respeito à coleta de inteligência.”

“A conclusão é que outros vão olhar para essas informações e determinar o que sabemos e o que não sabemos, e eles vão tomar decisões sobre seus programas nucleares com base nessas informações. E isso é algo extremamente perigoso”, completa.

John Brennan, ex-diretor da CIA, disse entrevista à MSNBC que a situação representa um dano à segurança nacional do país, incluindo a possibilidade de Mar-a-Lago ter sido alvo de espionagem de outros países. “Sei que os profissionais de segurança nacional dentro do governo, meus ex-colegas, estão balançando a cabeça [em negação] com o dano que isso pode ter sido causado”, disse.

“Tenho certeza de que Mar-a-Lago estava sendo alvo da inteligência russa e outros serviços de inteligência ao longo dos últimos 18 ou 20 meses, e se eles conseguissem levar indivíduos para essas instalações e acessar as salas onde esses documentos estavam e pudessem fazer cópias desses documentos, era isso que eles fariam.”

O especialista também destacou a ausência de informações sobre as motivações do ex-presidente em levar documentos tão sensíveis - vários com classificação de ultrassecretos - que colocavam em risco até mesmo agentes secretos americanos. “Os profissionais em segurança nacional agora precisão avaliar os riscos e tentar entender o que foi comprometido”.

Imagem divulgada pelo Departamento de Justiça mostra os documentos recuperados de Mar-a-Lago, inclusive alguns com classificação de secretos  Foto: Departamento de Justiça dos EUA/EPA/EFE

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Segundo revelou o Post, alguns dos documentos encontrados na operação de busca e apreensão realizada na casa de Trump na Flórida em 8 de agosto tinham um nível de confidencialidade tão alto que apenas o presidente e funcionários do gabinete ou pessoas próximas a ele poderiam autorizar outros membros do governo a acessá-los.

Trump enfrenta mais uma crescente pressão legal com essas revelações. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos foram provavelmente escondidos para obstruir uma investigação do FBI sobre o possível manuseio incorreto pelo ex-presidente de materiais confidenciais.

Quando os agentes revistaram a mansão em Mar-a-Lago, encontraram material tão sensível que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a busca exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, observou um funcionário judicial do governo.

A operação do FBI em agosto ocorreu após uma revisão de registros altamente confidenciais que Trump finalmente entregou às autoridades em janeiro, após meses de idas e vindas com a Administração Nacional de Arquivos e Registros.

Autoridades do lado de fora de Mar-a-Lago, residência do ex-presidente Donald Trump, em meio mandado de busca do FBI como parte de uma investigação, em Palm Beach, Flórida, EUA Foto: Cristobal Herrera-Ulashkecivh/ EFE - 09/08/2022

As 15 caixas apreendidas na casa do ex-presidente continham 184 documentos marcados como confidenciais, secretos ou ultrassecretos. Depois de receber instruções do FBI, o advogado de Trump entregou 38 documentos confidenciais adicionais e forneceu uma declaração juramentada de que representavam o material mais recente. No entanto, o FBI descobriu “múltiplas fontes de evidência” mostrando que os documentos confidenciais permaneciam em Mar-a-Lago.

A investigação sobre o caso está paralisada desde segunda-feira, 5, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump./AFP

WASHINGTON - Especialistas em inteligência e segurança nacional analisaram na imprensa americana a revelação feita pelo jornal Washington Post de que documentos com informações nucleares de um país estrangeiro estavam na casa de campo de Donald Trump. A informação foi publicada na última terça-feira, 6, e também revelou que o ex-presidente dos Estados Unidos estava em posse de documentos extremamente secretos.

“O fato de sabermos agora que havia documentos de acesso restrito e altamente confidenciais sobre as capacidades de defesa nuclear de outro país armazenados em Mar-a-Lago é um divisor de águas em relação ao risco que representa para nossa segurança nacional”, disse Shawn Turner, ex-diretor de comunicações da inteligência nacional dos EUA em entrevista à CNN americana nesta quarta-feira, 7.

A publicação do Post, que cita fontes anônimas, não revelou qual era o país em questão, mas informou que os materiais encontrados pelos FBI após a operação de busca e apreensão na casa de Trump em Mar-a-Lago descreviam as defesas militares de um governo estrangeiro, incluindo suas capacidades nucleares. Além disso, alguns dos documentos apreendidos detalham operações tão ultrassecretas dos EUA que muitos altos funcionários da segurança nacional não tem autorização para manuseá-los.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Foto: Ed Jones/AFP

“Que esses documentos possam ter sido vistos por pessoal não autorizado diz quais são nossas capacidades em relação à coleta de informações relacionadas a programas nucleares”, continua Turner. “Mais importante é identificar ou expor nossas lacunas no que diz respeito à coleta de inteligência.”

“A conclusão é que outros vão olhar para essas informações e determinar o que sabemos e o que não sabemos, e eles vão tomar decisões sobre seus programas nucleares com base nessas informações. E isso é algo extremamente perigoso”, completa.

John Brennan, ex-diretor da CIA, disse entrevista à MSNBC que a situação representa um dano à segurança nacional do país, incluindo a possibilidade de Mar-a-Lago ter sido alvo de espionagem de outros países. “Sei que os profissionais de segurança nacional dentro do governo, meus ex-colegas, estão balançando a cabeça [em negação] com o dano que isso pode ter sido causado”, disse.

“Tenho certeza de que Mar-a-Lago estava sendo alvo da inteligência russa e outros serviços de inteligência ao longo dos últimos 18 ou 20 meses, e se eles conseguissem levar indivíduos para essas instalações e acessar as salas onde esses documentos estavam e pudessem fazer cópias desses documentos, era isso que eles fariam.”

O especialista também destacou a ausência de informações sobre as motivações do ex-presidente em levar documentos tão sensíveis - vários com classificação de ultrassecretos - que colocavam em risco até mesmo agentes secretos americanos. “Os profissionais em segurança nacional agora precisão avaliar os riscos e tentar entender o que foi comprometido”.

Imagem divulgada pelo Departamento de Justiça mostra os documentos recuperados de Mar-a-Lago, inclusive alguns com classificação de secretos  Foto: Departamento de Justiça dos EUA/EPA/EFE

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Segundo revelou o Post, alguns dos documentos encontrados na operação de busca e apreensão realizada na casa de Trump na Flórida em 8 de agosto tinham um nível de confidencialidade tão alto que apenas o presidente e funcionários do gabinete ou pessoas próximas a ele poderiam autorizar outros membros do governo a acessá-los.

Trump enfrenta mais uma crescente pressão legal com essas revelações. O Departamento de Justiça sustenta que esses documentos ultrassecretos foram provavelmente escondidos para obstruir uma investigação do FBI sobre o possível manuseio incorreto pelo ex-presidente de materiais confidenciais.

Quando os agentes revistaram a mansão em Mar-a-Lago, encontraram material tão sensível que “até mesmo o pessoal de contra inteligência do FBI e os advogados do Departamento de Justiça que conduziam a busca exigiram autorizações adicionais antes que pudessem revisar certos documentos”, observou um funcionário judicial do governo.

A operação do FBI em agosto ocorreu após uma revisão de registros altamente confidenciais que Trump finalmente entregou às autoridades em janeiro, após meses de idas e vindas com a Administração Nacional de Arquivos e Registros.

Autoridades do lado de fora de Mar-a-Lago, residência do ex-presidente Donald Trump, em meio mandado de busca do FBI como parte de uma investigação, em Palm Beach, Flórida, EUA Foto: Cristobal Herrera-Ulashkecivh/ EFE - 09/08/2022

As 15 caixas apreendidas na casa do ex-presidente continham 184 documentos marcados como confidenciais, secretos ou ultrassecretos. Depois de receber instruções do FBI, o advogado de Trump entregou 38 documentos confidenciais adicionais e forneceu uma declaração juramentada de que representavam o material mais recente. No entanto, o FBI descobriu “múltiplas fontes de evidência” mostrando que os documentos confidenciais permaneciam em Mar-a-Lago.

A investigação sobre o caso está paralisada desde segunda-feira, 5, quando uma juíza concedeu o pedido de Trump para nomear um observador independente para revisar todo o material apreendido. Por lei, todo presidente tem que devolver todos os documentos relativos ao seu mandato, pois são de propriedade do governo e não do presidente, como tenta alegar a defesa de Trump./AFP

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