Desistência de Mauricio Macri abre caminho para candidatos radicais de direita na Argentina


Ex-ministra da Defesa conservadora Patricia Bullrich lidera a pesquisa e o deputado libertário Javier Millei está em segundo

Por Daniel Gateno
Atualização:

Uma pesquisa para as primárias argentinas divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo jornal Clarín mostra que dois candidatos mais radicais se beneficiariam com a ausência dos ex-presidentes Mauricio Macri e Cristina Kirchner na disputa pela presidência. Segundo a pesquisa, o deputado libertário Javier Milei cresce entre os eleitores e é o segundo mais votado, atrás da ex-ministra conservadora Patricia Bullrich. Enquanto ela tem 36% das intenções de votos, Milei tem 19%.

No campo peronista, sem Cristina Kirchner, há um empate técnico entre Sergio Massa, Alberto Fernandez e Daniel Scioli. No cenário com a ex-presidente, ela é a mais votada, o que indica que ela pode se viabilizar mesmo após a desistência.

De acordo com a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina, María Lourdes Puente, a imagem de Kirchner continua ainda muito negativa e suas chances de vitória seriam limitadas.

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“Tem um setor da coalizão que quer ela como candidata porque a ex-presidente consegue aglutinar todas as alas da legenda, mas parece pouco provável que ela tente a disputa com possibilidade de perder”, apontou a especialista do Estadão.

A vice-presidente argentina Cristina Kirchner cumprimente apoiadores em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP - 21/3/2023

Segundo a pesquisa, o economista e deputado argentino Javier Milei, que se identifica como “anarcolibertário”, se mantém na segunda posição, com chances de ir ao segundo turno.

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O político já se declarou próximo ideologicamente do ex-presidente americano Donald Trump e da família Bolsonaro no Brasil. Entre as suas ideias, Milei já falou em dolarizar a economia argentina, acabar com o peso e acabar com o Banco Central.

“Milei reflete um desencanto com a classe política e tem números sólidos, mas ainda não tem alcance para ser presidente”, afirmou a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina.

Apesar disso, a professora aponta que se Milei continuar com esta porcentagem de votos, deve se tornar um importante ativo político, mesmo que não chegue ao segundo turno.

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O deputado libertário argentino Javier Milei tem crescido nas pesquisas Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell

A primeira colocada nas pesquisas é a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich, da coalizão conservadora Juntos pela Mudança, que também tem o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, como pré-candidato e o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri como um dos articuladores da coalizão. Macri desistiu de ser candidato novamente.

“A candidatura de Patricia está em crescimento, mas não está tão claro se a ex-ministra está à frente de Larreta para ganhar as primárias. Creio que este seja um clima de momento e ainda estamos muito longe das eleições”, avaliou a professora.

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Temas

A eleição argentina deve focar bastante na condução da economia do país. No governo do atual presidente Fernandez, da coalizão peronista Frente para Todos, a taxa de inflação anual da Argentina passou de 100% no mês de fevereiro, chegando a três dígitos pela primeira vez desde 1991. A inflação anual chegou a 102,5% e a inflação acumulada no bimestre foi de 13,1%.

Em imagem de arquivo, a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich fala com apoiadores em um protesto contra o governo em San Nicolas, na Província de Buenos Aires Buenos Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 9/7/2021
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Os dados também mostram que 19,7 milhões da população de 45 milhões de argentinos se consideram pobres, um panorama bastante preocupante para a coalizão peronista, mesmo que o presidente não saia candidato.

Segundo Lourdes Puentes, a inflação afeta toda a classe política do país e não apenas quem está no governo. “Nenhum candidato propôs uma saída distinta para resolver este problema. A inflação é um sintoma de uma crise estrutural econômica muito profunda que a Argentina não soube como sair”, disse a professora.

A criminalidade é outra questão que preocupa os argentinos. Em março, Fernandez anunciou diversas medidas para combater o crime organizado na cidade de Rosário por conta de uma crescente onda de violência. A cidade ganhou notoriedade internacional por conta da criminalidade depois que um supermercado da família de Antonela Rocuzzo, mulher do jogador de futebol Lionel Messi, foi atacado com tiros no mês passado.

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As primárias argentinas serão realizadas no dia 13 de agosto e a eleição está marcada para o dia 22 de outubro.

Uma pesquisa para as primárias argentinas divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo jornal Clarín mostra que dois candidatos mais radicais se beneficiariam com a ausência dos ex-presidentes Mauricio Macri e Cristina Kirchner na disputa pela presidência. Segundo a pesquisa, o deputado libertário Javier Milei cresce entre os eleitores e é o segundo mais votado, atrás da ex-ministra conservadora Patricia Bullrich. Enquanto ela tem 36% das intenções de votos, Milei tem 19%.

No campo peronista, sem Cristina Kirchner, há um empate técnico entre Sergio Massa, Alberto Fernandez e Daniel Scioli. No cenário com a ex-presidente, ela é a mais votada, o que indica que ela pode se viabilizar mesmo após a desistência.

De acordo com a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina, María Lourdes Puente, a imagem de Kirchner continua ainda muito negativa e suas chances de vitória seriam limitadas.

“Tem um setor da coalizão que quer ela como candidata porque a ex-presidente consegue aglutinar todas as alas da legenda, mas parece pouco provável que ela tente a disputa com possibilidade de perder”, apontou a especialista do Estadão.

A vice-presidente argentina Cristina Kirchner cumprimente apoiadores em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP - 21/3/2023

Segundo a pesquisa, o economista e deputado argentino Javier Milei, que se identifica como “anarcolibertário”, se mantém na segunda posição, com chances de ir ao segundo turno.

O político já se declarou próximo ideologicamente do ex-presidente americano Donald Trump e da família Bolsonaro no Brasil. Entre as suas ideias, Milei já falou em dolarizar a economia argentina, acabar com o peso e acabar com o Banco Central.

“Milei reflete um desencanto com a classe política e tem números sólidos, mas ainda não tem alcance para ser presidente”, afirmou a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina.

Apesar disso, a professora aponta que se Milei continuar com esta porcentagem de votos, deve se tornar um importante ativo político, mesmo que não chegue ao segundo turno.

O deputado libertário argentino Javier Milei tem crescido nas pesquisas Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell

A primeira colocada nas pesquisas é a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich, da coalizão conservadora Juntos pela Mudança, que também tem o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, como pré-candidato e o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri como um dos articuladores da coalizão. Macri desistiu de ser candidato novamente.

“A candidatura de Patricia está em crescimento, mas não está tão claro se a ex-ministra está à frente de Larreta para ganhar as primárias. Creio que este seja um clima de momento e ainda estamos muito longe das eleições”, avaliou a professora.

Temas

A eleição argentina deve focar bastante na condução da economia do país. No governo do atual presidente Fernandez, da coalizão peronista Frente para Todos, a taxa de inflação anual da Argentina passou de 100% no mês de fevereiro, chegando a três dígitos pela primeira vez desde 1991. A inflação anual chegou a 102,5% e a inflação acumulada no bimestre foi de 13,1%.

Em imagem de arquivo, a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich fala com apoiadores em um protesto contra o governo em San Nicolas, na Província de Buenos Aires Buenos Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 9/7/2021

Os dados também mostram que 19,7 milhões da população de 45 milhões de argentinos se consideram pobres, um panorama bastante preocupante para a coalizão peronista, mesmo que o presidente não saia candidato.

Segundo Lourdes Puentes, a inflação afeta toda a classe política do país e não apenas quem está no governo. “Nenhum candidato propôs uma saída distinta para resolver este problema. A inflação é um sintoma de uma crise estrutural econômica muito profunda que a Argentina não soube como sair”, disse a professora.

A criminalidade é outra questão que preocupa os argentinos. Em março, Fernandez anunciou diversas medidas para combater o crime organizado na cidade de Rosário por conta de uma crescente onda de violência. A cidade ganhou notoriedade internacional por conta da criminalidade depois que um supermercado da família de Antonela Rocuzzo, mulher do jogador de futebol Lionel Messi, foi atacado com tiros no mês passado.

As primárias argentinas serão realizadas no dia 13 de agosto e a eleição está marcada para o dia 22 de outubro.

Uma pesquisa para as primárias argentinas divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo jornal Clarín mostra que dois candidatos mais radicais se beneficiariam com a ausência dos ex-presidentes Mauricio Macri e Cristina Kirchner na disputa pela presidência. Segundo a pesquisa, o deputado libertário Javier Milei cresce entre os eleitores e é o segundo mais votado, atrás da ex-ministra conservadora Patricia Bullrich. Enquanto ela tem 36% das intenções de votos, Milei tem 19%.

No campo peronista, sem Cristina Kirchner, há um empate técnico entre Sergio Massa, Alberto Fernandez e Daniel Scioli. No cenário com a ex-presidente, ela é a mais votada, o que indica que ela pode se viabilizar mesmo após a desistência.

De acordo com a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina, María Lourdes Puente, a imagem de Kirchner continua ainda muito negativa e suas chances de vitória seriam limitadas.

“Tem um setor da coalizão que quer ela como candidata porque a ex-presidente consegue aglutinar todas as alas da legenda, mas parece pouco provável que ela tente a disputa com possibilidade de perder”, apontou a especialista do Estadão.

A vice-presidente argentina Cristina Kirchner cumprimente apoiadores em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP - 21/3/2023

Segundo a pesquisa, o economista e deputado argentino Javier Milei, que se identifica como “anarcolibertário”, se mantém na segunda posição, com chances de ir ao segundo turno.

O político já se declarou próximo ideologicamente do ex-presidente americano Donald Trump e da família Bolsonaro no Brasil. Entre as suas ideias, Milei já falou em dolarizar a economia argentina, acabar com o peso e acabar com o Banco Central.

“Milei reflete um desencanto com a classe política e tem números sólidos, mas ainda não tem alcance para ser presidente”, afirmou a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina.

Apesar disso, a professora aponta que se Milei continuar com esta porcentagem de votos, deve se tornar um importante ativo político, mesmo que não chegue ao segundo turno.

O deputado libertário argentino Javier Milei tem crescido nas pesquisas Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell

A primeira colocada nas pesquisas é a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich, da coalizão conservadora Juntos pela Mudança, que também tem o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, como pré-candidato e o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri como um dos articuladores da coalizão. Macri desistiu de ser candidato novamente.

“A candidatura de Patricia está em crescimento, mas não está tão claro se a ex-ministra está à frente de Larreta para ganhar as primárias. Creio que este seja um clima de momento e ainda estamos muito longe das eleições”, avaliou a professora.

Temas

A eleição argentina deve focar bastante na condução da economia do país. No governo do atual presidente Fernandez, da coalizão peronista Frente para Todos, a taxa de inflação anual da Argentina passou de 100% no mês de fevereiro, chegando a três dígitos pela primeira vez desde 1991. A inflação anual chegou a 102,5% e a inflação acumulada no bimestre foi de 13,1%.

Em imagem de arquivo, a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich fala com apoiadores em um protesto contra o governo em San Nicolas, na Província de Buenos Aires Buenos Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 9/7/2021

Os dados também mostram que 19,7 milhões da população de 45 milhões de argentinos se consideram pobres, um panorama bastante preocupante para a coalizão peronista, mesmo que o presidente não saia candidato.

Segundo Lourdes Puentes, a inflação afeta toda a classe política do país e não apenas quem está no governo. “Nenhum candidato propôs uma saída distinta para resolver este problema. A inflação é um sintoma de uma crise estrutural econômica muito profunda que a Argentina não soube como sair”, disse a professora.

A criminalidade é outra questão que preocupa os argentinos. Em março, Fernandez anunciou diversas medidas para combater o crime organizado na cidade de Rosário por conta de uma crescente onda de violência. A cidade ganhou notoriedade internacional por conta da criminalidade depois que um supermercado da família de Antonela Rocuzzo, mulher do jogador de futebol Lionel Messi, foi atacado com tiros no mês passado.

As primárias argentinas serão realizadas no dia 13 de agosto e a eleição está marcada para o dia 22 de outubro.

Uma pesquisa para as primárias argentinas divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo jornal Clarín mostra que dois candidatos mais radicais se beneficiariam com a ausência dos ex-presidentes Mauricio Macri e Cristina Kirchner na disputa pela presidência. Segundo a pesquisa, o deputado libertário Javier Milei cresce entre os eleitores e é o segundo mais votado, atrás da ex-ministra conservadora Patricia Bullrich. Enquanto ela tem 36% das intenções de votos, Milei tem 19%.

No campo peronista, sem Cristina Kirchner, há um empate técnico entre Sergio Massa, Alberto Fernandez e Daniel Scioli. No cenário com a ex-presidente, ela é a mais votada, o que indica que ela pode se viabilizar mesmo após a desistência.

De acordo com a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina, María Lourdes Puente, a imagem de Kirchner continua ainda muito negativa e suas chances de vitória seriam limitadas.

“Tem um setor da coalizão que quer ela como candidata porque a ex-presidente consegue aglutinar todas as alas da legenda, mas parece pouco provável que ela tente a disputa com possibilidade de perder”, apontou a especialista do Estadão.

A vice-presidente argentina Cristina Kirchner cumprimente apoiadores em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP - 21/3/2023

Segundo a pesquisa, o economista e deputado argentino Javier Milei, que se identifica como “anarcolibertário”, se mantém na segunda posição, com chances de ir ao segundo turno.

O político já se declarou próximo ideologicamente do ex-presidente americano Donald Trump e da família Bolsonaro no Brasil. Entre as suas ideias, Milei já falou em dolarizar a economia argentina, acabar com o peso e acabar com o Banco Central.

“Milei reflete um desencanto com a classe política e tem números sólidos, mas ainda não tem alcance para ser presidente”, afirmou a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina.

Apesar disso, a professora aponta que se Milei continuar com esta porcentagem de votos, deve se tornar um importante ativo político, mesmo que não chegue ao segundo turno.

O deputado libertário argentino Javier Milei tem crescido nas pesquisas Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell

A primeira colocada nas pesquisas é a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich, da coalizão conservadora Juntos pela Mudança, que também tem o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, como pré-candidato e o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri como um dos articuladores da coalizão. Macri desistiu de ser candidato novamente.

“A candidatura de Patricia está em crescimento, mas não está tão claro se a ex-ministra está à frente de Larreta para ganhar as primárias. Creio que este seja um clima de momento e ainda estamos muito longe das eleições”, avaliou a professora.

Temas

A eleição argentina deve focar bastante na condução da economia do país. No governo do atual presidente Fernandez, da coalizão peronista Frente para Todos, a taxa de inflação anual da Argentina passou de 100% no mês de fevereiro, chegando a três dígitos pela primeira vez desde 1991. A inflação anual chegou a 102,5% e a inflação acumulada no bimestre foi de 13,1%.

Em imagem de arquivo, a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich fala com apoiadores em um protesto contra o governo em San Nicolas, na Província de Buenos Aires Buenos Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 9/7/2021

Os dados também mostram que 19,7 milhões da população de 45 milhões de argentinos se consideram pobres, um panorama bastante preocupante para a coalizão peronista, mesmo que o presidente não saia candidato.

Segundo Lourdes Puentes, a inflação afeta toda a classe política do país e não apenas quem está no governo. “Nenhum candidato propôs uma saída distinta para resolver este problema. A inflação é um sintoma de uma crise estrutural econômica muito profunda que a Argentina não soube como sair”, disse a professora.

A criminalidade é outra questão que preocupa os argentinos. Em março, Fernandez anunciou diversas medidas para combater o crime organizado na cidade de Rosário por conta de uma crescente onda de violência. A cidade ganhou notoriedade internacional por conta da criminalidade depois que um supermercado da família de Antonela Rocuzzo, mulher do jogador de futebol Lionel Messi, foi atacado com tiros no mês passado.

As primárias argentinas serão realizadas no dia 13 de agosto e a eleição está marcada para o dia 22 de outubro.

Uma pesquisa para as primárias argentinas divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo jornal Clarín mostra que dois candidatos mais radicais se beneficiariam com a ausência dos ex-presidentes Mauricio Macri e Cristina Kirchner na disputa pela presidência. Segundo a pesquisa, o deputado libertário Javier Milei cresce entre os eleitores e é o segundo mais votado, atrás da ex-ministra conservadora Patricia Bullrich. Enquanto ela tem 36% das intenções de votos, Milei tem 19%.

No campo peronista, sem Cristina Kirchner, há um empate técnico entre Sergio Massa, Alberto Fernandez e Daniel Scioli. No cenário com a ex-presidente, ela é a mais votada, o que indica que ela pode se viabilizar mesmo após a desistência.

De acordo com a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina, María Lourdes Puente, a imagem de Kirchner continua ainda muito negativa e suas chances de vitória seriam limitadas.

“Tem um setor da coalizão que quer ela como candidata porque a ex-presidente consegue aglutinar todas as alas da legenda, mas parece pouco provável que ela tente a disputa com possibilidade de perder”, apontou a especialista do Estadão.

A vice-presidente argentina Cristina Kirchner cumprimente apoiadores em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP - 21/3/2023

Segundo a pesquisa, o economista e deputado argentino Javier Milei, que se identifica como “anarcolibertário”, se mantém na segunda posição, com chances de ir ao segundo turno.

O político já se declarou próximo ideologicamente do ex-presidente americano Donald Trump e da família Bolsonaro no Brasil. Entre as suas ideias, Milei já falou em dolarizar a economia argentina, acabar com o peso e acabar com o Banco Central.

“Milei reflete um desencanto com a classe política e tem números sólidos, mas ainda não tem alcance para ser presidente”, afirmou a diretora da escola de política e governo da Universidade Católica Argentina.

Apesar disso, a professora aponta que se Milei continuar com esta porcentagem de votos, deve se tornar um importante ativo político, mesmo que não chegue ao segundo turno.

O deputado libertário argentino Javier Milei tem crescido nas pesquisas Foto: World Economic Forum / Benedikt von Loebell

A primeira colocada nas pesquisas é a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich, da coalizão conservadora Juntos pela Mudança, que também tem o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, como pré-candidato e o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri como um dos articuladores da coalizão. Macri desistiu de ser candidato novamente.

“A candidatura de Patricia está em crescimento, mas não está tão claro se a ex-ministra está à frente de Larreta para ganhar as primárias. Creio que este seja um clima de momento e ainda estamos muito longe das eleições”, avaliou a professora.

Temas

A eleição argentina deve focar bastante na condução da economia do país. No governo do atual presidente Fernandez, da coalizão peronista Frente para Todos, a taxa de inflação anual da Argentina passou de 100% no mês de fevereiro, chegando a três dígitos pela primeira vez desde 1991. A inflação anual chegou a 102,5% e a inflação acumulada no bimestre foi de 13,1%.

Em imagem de arquivo, a ex-ministra da Defesa Patricia Bullrich fala com apoiadores em um protesto contra o governo em San Nicolas, na Província de Buenos Aires Buenos Foto: Agustin Marcarian/Reuters - 9/7/2021

Os dados também mostram que 19,7 milhões da população de 45 milhões de argentinos se consideram pobres, um panorama bastante preocupante para a coalizão peronista, mesmo que o presidente não saia candidato.

Segundo Lourdes Puentes, a inflação afeta toda a classe política do país e não apenas quem está no governo. “Nenhum candidato propôs uma saída distinta para resolver este problema. A inflação é um sintoma de uma crise estrutural econômica muito profunda que a Argentina não soube como sair”, disse a professora.

A criminalidade é outra questão que preocupa os argentinos. Em março, Fernandez anunciou diversas medidas para combater o crime organizado na cidade de Rosário por conta de uma crescente onda de violência. A cidade ganhou notoriedade internacional por conta da criminalidade depois que um supermercado da família de Antonela Rocuzzo, mulher do jogador de futebol Lionel Messi, foi atacado com tiros no mês passado.

As primárias argentinas serão realizadas no dia 13 de agosto e a eleição está marcada para o dia 22 de outubro.

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