Direita tradicional da França se alia a Le Pen e aumenta pressão sobre Macron


Aliança inédita provocou abalos no partido liderado por Éric Ciotti, Os Republicanos (LR) e pedidos de renúncia foram ventilados

Por Redação

A apenas cinco dias do prazo final para a apresentação de candidaturas, o presidente do partido Os Republicanos (LR), partido mais tradicional da direita francesa, Éric Ciotti, firmou uma aliança com o Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen. A decisão, tomada nesta terça-feira, 11, tem como objetivo manter deputados nas eleições para o Parlamento, que foi dissolvido pelo presidente Emmanuel Macron após a vitória da extrema direita.

A decisão quebra um tabu de longa data do tradicional partido cosnervador francês e mergulha Os Republicanos em profunda turbulência. Nenhum líder de qualquer partido político tradicional francês havia aceitado antes uma possível aliança com o partido de Marine Le Pen. Mas por toda a Europa, as barreiras ao que era há muito considerado a extrema direita nacionalista têm caído à medida que esses partidos ajustaram suas posições e conforme um consenso mais amplo se formou de que a imigração ilegal em larga escala através de uma fronteira porosa da União Europeia deve ser contida.

O anúncio, feito por Éric Ciotti, o líder dos Republicanos, foi uma ruptura histórica com a linha política de longa data do partido e seus laços com o ex-Presidente Charles de Gaulle. O apelo de Ciotti foi imediatamente recebido com um coro de desaprovação dentro de suas próprias fileiras.

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Caso formalizada, a união entre os partidos poderá fazer com que Macron tenha dificuldade em formar qualquer coalizão que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder  Foto: WILTON JUNIOR

“Precisamos de uma aliança, enquanto permanecemos nós mesmos”, afirmou Ciotti, justificando que ambos os partidos compartilham “valores de direita”. Marine Le Pen saudou a “escolha corajosa” e o “senso de responsabilidade” de Ciotti, destacando que a cooperação poderia romper o tradicional isolamento do Reagrupamento Nacional.

A proposta de Ciotti causou um terremoto político dentro dos Republicanos, outrora dominantes sob os presidentes Charles de Gaulle, Georges Pompidou, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy. Líderes influentes do partido rejeitaram a ideia e pediram a renúncia de Ciotti, que recusou sair do cargo. Entre aqueles que se manifestaram contra a proposta, destacam-se Gérard Larcher, presidente do Senado, e Valérie Pécresse, chefe da região de Ile-de-France.

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O descontentamento se dá devido ao histórico dos partidos, visto que Os Republicanos podem ser rastreados até o partido de direita fundada por De Gaulle, que lutou e derrutou a colaboração nazista de 1940 a 1944, durante o governo de Vichy.

Gérald Darmanin, ministro do Interior que deixou Os Republicanos em 2017 para se juntar ao presidente, chegou a afirmar que Ciotti “assinou os acordos de Munique e levou a família gaullista à desonra”, uma referência ao Acordo de Munique de 1938, que entregou parte da Tchecoslováquia a Hitler.

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Novas eleições

O Renascimento, partido de Macron, obteve apenas 14,6% dos votos, enquanto o Reagrupamento Nacional emergiu como força dominante, com 31,4%. Já Os Republicanos ficaram em terceiro lugar, com 7,25%.

Com a formalização do acordo, será a primeira vez que os conservadores de centro-direita formarão aliança com a extrema-direita. Entre os resultados, Macron teria maior dificuldade em formar qualquer tipo de coalizão após a eleição que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder.

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Quando os resultados da eleição para Parlamento começaram a ser anunciados e a vitória do Reagrupamento Nacional ficou evidente, Macron foi à TV comentar. Segundo ele, não poderia observar o movimento político da França “como se nada tivesse acontecido”.

“É por isso que, depois de ter realizado as consultas previstas no artigo 12º da nossa Constituição, decidi lhes dar novamente a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação”, disse.

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Com isso, foi decidido que o primeiro turno fosse realizado no dia 30 de junho. Caso necessário, o segundo turno se dará no dia 7 de julho.

Uma pesquisa da Harris Interactive apontou que a aliança de Le Pen poderia ter um resultado nas eleições antecipadas de entre 235 e 265 dos 577 deputados. Atualmente, a coalizão possui 88 deputados na Assembleia Nacional. Já Os Republicanos possui apenas 61 legisladores. /NYT E AFP

A apenas cinco dias do prazo final para a apresentação de candidaturas, o presidente do partido Os Republicanos (LR), partido mais tradicional da direita francesa, Éric Ciotti, firmou uma aliança com o Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen. A decisão, tomada nesta terça-feira, 11, tem como objetivo manter deputados nas eleições para o Parlamento, que foi dissolvido pelo presidente Emmanuel Macron após a vitória da extrema direita.

A decisão quebra um tabu de longa data do tradicional partido cosnervador francês e mergulha Os Republicanos em profunda turbulência. Nenhum líder de qualquer partido político tradicional francês havia aceitado antes uma possível aliança com o partido de Marine Le Pen. Mas por toda a Europa, as barreiras ao que era há muito considerado a extrema direita nacionalista têm caído à medida que esses partidos ajustaram suas posições e conforme um consenso mais amplo se formou de que a imigração ilegal em larga escala através de uma fronteira porosa da União Europeia deve ser contida.

O anúncio, feito por Éric Ciotti, o líder dos Republicanos, foi uma ruptura histórica com a linha política de longa data do partido e seus laços com o ex-Presidente Charles de Gaulle. O apelo de Ciotti foi imediatamente recebido com um coro de desaprovação dentro de suas próprias fileiras.

Caso formalizada, a união entre os partidos poderá fazer com que Macron tenha dificuldade em formar qualquer coalizão que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder  Foto: WILTON JUNIOR

“Precisamos de uma aliança, enquanto permanecemos nós mesmos”, afirmou Ciotti, justificando que ambos os partidos compartilham “valores de direita”. Marine Le Pen saudou a “escolha corajosa” e o “senso de responsabilidade” de Ciotti, destacando que a cooperação poderia romper o tradicional isolamento do Reagrupamento Nacional.

A proposta de Ciotti causou um terremoto político dentro dos Republicanos, outrora dominantes sob os presidentes Charles de Gaulle, Georges Pompidou, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy. Líderes influentes do partido rejeitaram a ideia e pediram a renúncia de Ciotti, que recusou sair do cargo. Entre aqueles que se manifestaram contra a proposta, destacam-se Gérard Larcher, presidente do Senado, e Valérie Pécresse, chefe da região de Ile-de-France.

O descontentamento se dá devido ao histórico dos partidos, visto que Os Republicanos podem ser rastreados até o partido de direita fundada por De Gaulle, que lutou e derrutou a colaboração nazista de 1940 a 1944, durante o governo de Vichy.

Gérald Darmanin, ministro do Interior que deixou Os Republicanos em 2017 para se juntar ao presidente, chegou a afirmar que Ciotti “assinou os acordos de Munique e levou a família gaullista à desonra”, uma referência ao Acordo de Munique de 1938, que entregou parte da Tchecoslováquia a Hitler.

Novas eleições

O Renascimento, partido de Macron, obteve apenas 14,6% dos votos, enquanto o Reagrupamento Nacional emergiu como força dominante, com 31,4%. Já Os Republicanos ficaram em terceiro lugar, com 7,25%.

Com a formalização do acordo, será a primeira vez que os conservadores de centro-direita formarão aliança com a extrema-direita. Entre os resultados, Macron teria maior dificuldade em formar qualquer tipo de coalizão após a eleição que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder.

Quando os resultados da eleição para Parlamento começaram a ser anunciados e a vitória do Reagrupamento Nacional ficou evidente, Macron foi à TV comentar. Segundo ele, não poderia observar o movimento político da França “como se nada tivesse acontecido”.

“É por isso que, depois de ter realizado as consultas previstas no artigo 12º da nossa Constituição, decidi lhes dar novamente a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação”, disse.

Com isso, foi decidido que o primeiro turno fosse realizado no dia 30 de junho. Caso necessário, o segundo turno se dará no dia 7 de julho.

Uma pesquisa da Harris Interactive apontou que a aliança de Le Pen poderia ter um resultado nas eleições antecipadas de entre 235 e 265 dos 577 deputados. Atualmente, a coalizão possui 88 deputados na Assembleia Nacional. Já Os Republicanos possui apenas 61 legisladores. /NYT E AFP

A apenas cinco dias do prazo final para a apresentação de candidaturas, o presidente do partido Os Republicanos (LR), partido mais tradicional da direita francesa, Éric Ciotti, firmou uma aliança com o Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen. A decisão, tomada nesta terça-feira, 11, tem como objetivo manter deputados nas eleições para o Parlamento, que foi dissolvido pelo presidente Emmanuel Macron após a vitória da extrema direita.

A decisão quebra um tabu de longa data do tradicional partido cosnervador francês e mergulha Os Republicanos em profunda turbulência. Nenhum líder de qualquer partido político tradicional francês havia aceitado antes uma possível aliança com o partido de Marine Le Pen. Mas por toda a Europa, as barreiras ao que era há muito considerado a extrema direita nacionalista têm caído à medida que esses partidos ajustaram suas posições e conforme um consenso mais amplo se formou de que a imigração ilegal em larga escala através de uma fronteira porosa da União Europeia deve ser contida.

O anúncio, feito por Éric Ciotti, o líder dos Republicanos, foi uma ruptura histórica com a linha política de longa data do partido e seus laços com o ex-Presidente Charles de Gaulle. O apelo de Ciotti foi imediatamente recebido com um coro de desaprovação dentro de suas próprias fileiras.

Caso formalizada, a união entre os partidos poderá fazer com que Macron tenha dificuldade em formar qualquer coalizão que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder  Foto: WILTON JUNIOR

“Precisamos de uma aliança, enquanto permanecemos nós mesmos”, afirmou Ciotti, justificando que ambos os partidos compartilham “valores de direita”. Marine Le Pen saudou a “escolha corajosa” e o “senso de responsabilidade” de Ciotti, destacando que a cooperação poderia romper o tradicional isolamento do Reagrupamento Nacional.

A proposta de Ciotti causou um terremoto político dentro dos Republicanos, outrora dominantes sob os presidentes Charles de Gaulle, Georges Pompidou, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy. Líderes influentes do partido rejeitaram a ideia e pediram a renúncia de Ciotti, que recusou sair do cargo. Entre aqueles que se manifestaram contra a proposta, destacam-se Gérard Larcher, presidente do Senado, e Valérie Pécresse, chefe da região de Ile-de-France.

O descontentamento se dá devido ao histórico dos partidos, visto que Os Republicanos podem ser rastreados até o partido de direita fundada por De Gaulle, que lutou e derrutou a colaboração nazista de 1940 a 1944, durante o governo de Vichy.

Gérald Darmanin, ministro do Interior que deixou Os Republicanos em 2017 para se juntar ao presidente, chegou a afirmar que Ciotti “assinou os acordos de Munique e levou a família gaullista à desonra”, uma referência ao Acordo de Munique de 1938, que entregou parte da Tchecoslováquia a Hitler.

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O Renascimento, partido de Macron, obteve apenas 14,6% dos votos, enquanto o Reagrupamento Nacional emergiu como força dominante, com 31,4%. Já Os Republicanos ficaram em terceiro lugar, com 7,25%.

Com a formalização do acordo, será a primeira vez que os conservadores de centro-direita formarão aliança com a extrema-direita. Entre os resultados, Macron teria maior dificuldade em formar qualquer tipo de coalizão após a eleição que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder.

Quando os resultados da eleição para Parlamento começaram a ser anunciados e a vitória do Reagrupamento Nacional ficou evidente, Macron foi à TV comentar. Segundo ele, não poderia observar o movimento político da França “como se nada tivesse acontecido”.

“É por isso que, depois de ter realizado as consultas previstas no artigo 12º da nossa Constituição, decidi lhes dar novamente a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação”, disse.

Com isso, foi decidido que o primeiro turno fosse realizado no dia 30 de junho. Caso necessário, o segundo turno se dará no dia 7 de julho.

Uma pesquisa da Harris Interactive apontou que a aliança de Le Pen poderia ter um resultado nas eleições antecipadas de entre 235 e 265 dos 577 deputados. Atualmente, a coalizão possui 88 deputados na Assembleia Nacional. Já Os Republicanos possui apenas 61 legisladores. /NYT E AFP

A apenas cinco dias do prazo final para a apresentação de candidaturas, o presidente do partido Os Republicanos (LR), partido mais tradicional da direita francesa, Éric Ciotti, firmou uma aliança com o Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen. A decisão, tomada nesta terça-feira, 11, tem como objetivo manter deputados nas eleições para o Parlamento, que foi dissolvido pelo presidente Emmanuel Macron após a vitória da extrema direita.

A decisão quebra um tabu de longa data do tradicional partido cosnervador francês e mergulha Os Republicanos em profunda turbulência. Nenhum líder de qualquer partido político tradicional francês havia aceitado antes uma possível aliança com o partido de Marine Le Pen. Mas por toda a Europa, as barreiras ao que era há muito considerado a extrema direita nacionalista têm caído à medida que esses partidos ajustaram suas posições e conforme um consenso mais amplo se formou de que a imigração ilegal em larga escala através de uma fronteira porosa da União Europeia deve ser contida.

O anúncio, feito por Éric Ciotti, o líder dos Republicanos, foi uma ruptura histórica com a linha política de longa data do partido e seus laços com o ex-Presidente Charles de Gaulle. O apelo de Ciotti foi imediatamente recebido com um coro de desaprovação dentro de suas próprias fileiras.

Caso formalizada, a união entre os partidos poderá fazer com que Macron tenha dificuldade em formar qualquer coalizão que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder  Foto: WILTON JUNIOR

“Precisamos de uma aliança, enquanto permanecemos nós mesmos”, afirmou Ciotti, justificando que ambos os partidos compartilham “valores de direita”. Marine Le Pen saudou a “escolha corajosa” e o “senso de responsabilidade” de Ciotti, destacando que a cooperação poderia romper o tradicional isolamento do Reagrupamento Nacional.

A proposta de Ciotti causou um terremoto político dentro dos Republicanos, outrora dominantes sob os presidentes Charles de Gaulle, Georges Pompidou, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy. Líderes influentes do partido rejeitaram a ideia e pediram a renúncia de Ciotti, que recusou sair do cargo. Entre aqueles que se manifestaram contra a proposta, destacam-se Gérard Larcher, presidente do Senado, e Valérie Pécresse, chefe da região de Ile-de-France.

O descontentamento se dá devido ao histórico dos partidos, visto que Os Republicanos podem ser rastreados até o partido de direita fundada por De Gaulle, que lutou e derrutou a colaboração nazista de 1940 a 1944, durante o governo de Vichy.

Gérald Darmanin, ministro do Interior que deixou Os Republicanos em 2017 para se juntar ao presidente, chegou a afirmar que Ciotti “assinou os acordos de Munique e levou a família gaullista à desonra”, uma referência ao Acordo de Munique de 1938, que entregou parte da Tchecoslováquia a Hitler.

Novas eleições

O Renascimento, partido de Macron, obteve apenas 14,6% dos votos, enquanto o Reagrupamento Nacional emergiu como força dominante, com 31,4%. Já Os Republicanos ficaram em terceiro lugar, com 7,25%.

Com a formalização do acordo, será a primeira vez que os conservadores de centro-direita formarão aliança com a extrema-direita. Entre os resultados, Macron teria maior dificuldade em formar qualquer tipo de coalizão após a eleição que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder.

Quando os resultados da eleição para Parlamento começaram a ser anunciados e a vitória do Reagrupamento Nacional ficou evidente, Macron foi à TV comentar. Segundo ele, não poderia observar o movimento político da França “como se nada tivesse acontecido”.

“É por isso que, depois de ter realizado as consultas previstas no artigo 12º da nossa Constituição, decidi lhes dar novamente a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação”, disse.

Com isso, foi decidido que o primeiro turno fosse realizado no dia 30 de junho. Caso necessário, o segundo turno se dará no dia 7 de julho.

Uma pesquisa da Harris Interactive apontou que a aliança de Le Pen poderia ter um resultado nas eleições antecipadas de entre 235 e 265 dos 577 deputados. Atualmente, a coalizão possui 88 deputados na Assembleia Nacional. Já Os Republicanos possui apenas 61 legisladores. /NYT E AFP

A apenas cinco dias do prazo final para a apresentação de candidaturas, o presidente do partido Os Republicanos (LR), partido mais tradicional da direita francesa, Éric Ciotti, firmou uma aliança com o Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen. A decisão, tomada nesta terça-feira, 11, tem como objetivo manter deputados nas eleições para o Parlamento, que foi dissolvido pelo presidente Emmanuel Macron após a vitória da extrema direita.

A decisão quebra um tabu de longa data do tradicional partido cosnervador francês e mergulha Os Republicanos em profunda turbulência. Nenhum líder de qualquer partido político tradicional francês havia aceitado antes uma possível aliança com o partido de Marine Le Pen. Mas por toda a Europa, as barreiras ao que era há muito considerado a extrema direita nacionalista têm caído à medida que esses partidos ajustaram suas posições e conforme um consenso mais amplo se formou de que a imigração ilegal em larga escala através de uma fronteira porosa da União Europeia deve ser contida.

O anúncio, feito por Éric Ciotti, o líder dos Republicanos, foi uma ruptura histórica com a linha política de longa data do partido e seus laços com o ex-Presidente Charles de Gaulle. O apelo de Ciotti foi imediatamente recebido com um coro de desaprovação dentro de suas próprias fileiras.

Caso formalizada, a união entre os partidos poderá fazer com que Macron tenha dificuldade em formar qualquer coalizão que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder  Foto: WILTON JUNIOR

“Precisamos de uma aliança, enquanto permanecemos nós mesmos”, afirmou Ciotti, justificando que ambos os partidos compartilham “valores de direita”. Marine Le Pen saudou a “escolha corajosa” e o “senso de responsabilidade” de Ciotti, destacando que a cooperação poderia romper o tradicional isolamento do Reagrupamento Nacional.

A proposta de Ciotti causou um terremoto político dentro dos Republicanos, outrora dominantes sob os presidentes Charles de Gaulle, Georges Pompidou, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy. Líderes influentes do partido rejeitaram a ideia e pediram a renúncia de Ciotti, que recusou sair do cargo. Entre aqueles que se manifestaram contra a proposta, destacam-se Gérard Larcher, presidente do Senado, e Valérie Pécresse, chefe da região de Ile-de-France.

O descontentamento se dá devido ao histórico dos partidos, visto que Os Republicanos podem ser rastreados até o partido de direita fundada por De Gaulle, que lutou e derrutou a colaboração nazista de 1940 a 1944, durante o governo de Vichy.

Gérald Darmanin, ministro do Interior que deixou Os Republicanos em 2017 para se juntar ao presidente, chegou a afirmar que Ciotti “assinou os acordos de Munique e levou a família gaullista à desonra”, uma referência ao Acordo de Munique de 1938, que entregou parte da Tchecoslováquia a Hitler.

Novas eleições

O Renascimento, partido de Macron, obteve apenas 14,6% dos votos, enquanto o Reagrupamento Nacional emergiu como força dominante, com 31,4%. Já Os Republicanos ficaram em terceiro lugar, com 7,25%.

Com a formalização do acordo, será a primeira vez que os conservadores de centro-direita formarão aliança com a extrema-direita. Entre os resultados, Macron teria maior dificuldade em formar qualquer tipo de coalizão após a eleição que impediria a chegada do Reagrupamento Nacional ao poder.

Quando os resultados da eleição para Parlamento começaram a ser anunciados e a vitória do Reagrupamento Nacional ficou evidente, Macron foi à TV comentar. Segundo ele, não poderia observar o movimento político da França “como se nada tivesse acontecido”.

“É por isso que, depois de ter realizado as consultas previstas no artigo 12º da nossa Constituição, decidi lhes dar novamente a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação”, disse.

Com isso, foi decidido que o primeiro turno fosse realizado no dia 30 de junho. Caso necessário, o segundo turno se dará no dia 7 de julho.

Uma pesquisa da Harris Interactive apontou que a aliança de Le Pen poderia ter um resultado nas eleições antecipadas de entre 235 e 265 dos 577 deputados. Atualmente, a coalizão possui 88 deputados na Assembleia Nacional. Já Os Republicanos possui apenas 61 legisladores. /NYT E AFP

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