Discurso de Lula na ONU mostra que a retórica voltou, mas ainda falta a ação


Presidente acerta no tom da busca brasileira por protagonismo, mas falha ao não mostrar na prática uma atuação do país com capacidade de liderança global

Por Daniel Buarque

Quando discursou na Assembleia Geral da ONU pela primeira vez desde que assumiu o poder em seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o mote do seu governo na área internacional: O Brasil voltou! Um ano depois, ao falar a representantes de todo o mundo na abertura da assembleia deste ano, o brasileiro fez um discurso equilibrado, como um líder do Sul Global, de um país com aspirações de protagonismo global. Foi um tom importante e que indica o que o Brasil pensa e quer, mas não foi muito além da retórica e não tinha muito o que mostrar do ponto de vista prático.

Em um discurso contundente, Lula dessa vez tratou da situação global com foco especialmente na instabilidade internacional em termos de paz e segurança, na necessidade de reforma da governança global e na emergência climática. Em nenhuma dessas áreas, entretanto, há um avanço brasileiro que sirva para mostrar que o país passou a ter de fato uma atuação relevante no mundo desde o início do ano passado.

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Na área da segurança e da paz, o Brasil não tem conseguido ser ouvido em sua tentativa de influenciar os rumos das negociações na Ucrânia e na Faixa de Gaza. O país até tem um plano de paz para o conflito na Europa, mas a relevância dessa atuação se dá mais pela parceria com a China do que pelo prestígio brasileiro. Pelo contrário, o país tem sido criticado repetidas vezes pelo Ocidente por sua neutralidade, muitas vezes apontada como apoio velado à Rússia.

Brazil President Luiz Inacio Lula da Silva addresses the 79th session of the United Nations General Assembly, Tuesday, Sept. 24, 2024. (AP Photo/Richard Drew) Foto: Richard Drew/AP

No Oriente Médio a situação é ainda de menor relevância. As duras críticas de Lula a Israel, ainda que possam ser vistas como moralmente justificadas por seus apoiadores, acabam enfraquecendo o pleito de ser um negociador no conflito na Faixa de Gaza. Os pedidos por cessar-fogo têm sido repetidamente ignorados.

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Isso tudo sem mencionar a timidez com que o país atuou em crises em sua vizinhança. Quando a Venezuela ameaçou invadir a Guiana, por exemplo, o Brasil teria tudo para ser a principal voz na dissuasão do caso, mas acabou como coadjuvante. Quando o governo de Nicolás Maduro convocou eleições, Lula tentou garantir a legitimidade do pleito, mas acabou assistindo a uma aparente fraude em que as atas eleitorais nunca foram divulgadas.

A questão da governança global também parece um tanto sem avanços para o Brasil. É bem verdade que o país a partir deste ano celebra sua “volta” ao palco global ao sediar a cúpula do G20 e, em seguida, a COP 30, dois eventos de peso. Mas o próprio Lula registrou na ONU a sua frustração com o esvaziamento do fórum internacional na resolução de problemas do mundo.

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O governo continua usando essas plataformas para levar adiante um discurso importante de luta contra a fome e as desigualdades, mas o mundo parece viver um momento em que o multilateralismo não consegue avançar, o que limita a capacidade de ação de países como o Brasil, por mais que ele seja proativo em eventos globais.

O terceiro foco do discurso do Brasil é o mais promissor para o país, mas também o mais crítico atualmente. A eleição de Lula em 2022 prometia um novo momento para a política ambiental brasileira, com busca de liderança global neste setor. A mudança de discurso foi acompanhada desde o início por dados positivos, com redução no desmatamento na Amazônia, mas a Assembleia da ONU ocorre justamente quando o país vive um dos seus piores momentos.

A seca recorde e ações humanas suspeitas geraram uma onda de incêndios por todo o país, o que tem projetado internacionalmente uma imagem apocalíptica do Brasil. E fica difícil falar como líder na luta contra o aquecimento global enquanto sua casa pega fogo.

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Ao avaliar o discurso brasileiro sob uma perspectiva histórica, entretanto, é importante ressaltar que a retórica é muito importante, e sua volta merece comemoração, mesmo que seja só falatório

O discurso de Lula neste ponto teve pontos bem corretos, mas nem sempre ancorados no mundo real. O presidente assumiu a situação crítica vivida pelo país e não fugiu da responsabilidade pelo que está acontecendo à vista do mundo, mas também teve imprecisões. Ele apresentou um cenário de transição energética que é elogiável, mas que não parece totalmente alinhado ao que o governo está fazendo na prática, o que também pode gerar problemas.

Ao avaliar o discurso brasileiro sob uma perspectiva histórica, entretanto, é importante ressaltar que a retórica é muito importante, e sua volta merece comemoração, mesmo que seja só falatório.

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Durante os quatro anos de governo de Jair Bolsonaro, o Brasil havia adotado um discurso internacional isolacionista e negacionista. O presidente ignorava críticas internacionais, rejeitava a responsabilidade pela destruição ambiental e fazia o país perder prestígio e ser visto como um problema na luta global contra as mudanças climáticas. E muitas das críticas à política externa da extrema direita eram justamente de que o discurso importa e precisa ser bem medido, o que não acontecia na época.

O Brasil de Lula voltou a acertar neste ponto. O país hoje fala de uma forma correta, como um ator equilibrado que quer e merece protagonismo e pode ter um papel importante no mundo. Mas ainda parece haver uma desconexão entre o que o governo diz e o que ele faz.

Esta questão tem sido apontada há anos como um problema para a projeção do Brasil como um ator relevante no cenário global. “O problema enfrentado pelos formuladores de políticas nos palácios do Planalto e do Itamaraty é que a liderança envolve mais do que convocar uma conversa onde tópicos difíceis podem ou não ser abordados. A liderança também envolve tomar posições firmes sobre questões e se envolver em ações que nem todos podem apreciar”, escreveu o professor Sean Burges.

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Ao longo do último ano, o Brasil até tem tomado posições mais firmes em temas internacionais do que no passado, mas a ação concreta ainda não tem aparecido muito. Lula ainda deve discursar pelo menos mais duas vezes na Assembleia Geral da ONU antes do fim do seu terceiro mandato, e precisa ter algo mais concreto para apresentar nos próximos anos, se quiser que o Brasil realmente tenha uma atuação importante no mundo.

Quando discursou na Assembleia Geral da ONU pela primeira vez desde que assumiu o poder em seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o mote do seu governo na área internacional: O Brasil voltou! Um ano depois, ao falar a representantes de todo o mundo na abertura da assembleia deste ano, o brasileiro fez um discurso equilibrado, como um líder do Sul Global, de um país com aspirações de protagonismo global. Foi um tom importante e que indica o que o Brasil pensa e quer, mas não foi muito além da retórica e não tinha muito o que mostrar do ponto de vista prático.

Em um discurso contundente, Lula dessa vez tratou da situação global com foco especialmente na instabilidade internacional em termos de paz e segurança, na necessidade de reforma da governança global e na emergência climática. Em nenhuma dessas áreas, entretanto, há um avanço brasileiro que sirva para mostrar que o país passou a ter de fato uma atuação relevante no mundo desde o início do ano passado.

Na área da segurança e da paz, o Brasil não tem conseguido ser ouvido em sua tentativa de influenciar os rumos das negociações na Ucrânia e na Faixa de Gaza. O país até tem um plano de paz para o conflito na Europa, mas a relevância dessa atuação se dá mais pela parceria com a China do que pelo prestígio brasileiro. Pelo contrário, o país tem sido criticado repetidas vezes pelo Ocidente por sua neutralidade, muitas vezes apontada como apoio velado à Rússia.

Brazil President Luiz Inacio Lula da Silva addresses the 79th session of the United Nations General Assembly, Tuesday, Sept. 24, 2024. (AP Photo/Richard Drew) Foto: Richard Drew/AP

No Oriente Médio a situação é ainda de menor relevância. As duras críticas de Lula a Israel, ainda que possam ser vistas como moralmente justificadas por seus apoiadores, acabam enfraquecendo o pleito de ser um negociador no conflito na Faixa de Gaza. Os pedidos por cessar-fogo têm sido repetidamente ignorados.

Isso tudo sem mencionar a timidez com que o país atuou em crises em sua vizinhança. Quando a Venezuela ameaçou invadir a Guiana, por exemplo, o Brasil teria tudo para ser a principal voz na dissuasão do caso, mas acabou como coadjuvante. Quando o governo de Nicolás Maduro convocou eleições, Lula tentou garantir a legitimidade do pleito, mas acabou assistindo a uma aparente fraude em que as atas eleitorais nunca foram divulgadas.

A questão da governança global também parece um tanto sem avanços para o Brasil. É bem verdade que o país a partir deste ano celebra sua “volta” ao palco global ao sediar a cúpula do G20 e, em seguida, a COP 30, dois eventos de peso. Mas o próprio Lula registrou na ONU a sua frustração com o esvaziamento do fórum internacional na resolução de problemas do mundo.

O governo continua usando essas plataformas para levar adiante um discurso importante de luta contra a fome e as desigualdades, mas o mundo parece viver um momento em que o multilateralismo não consegue avançar, o que limita a capacidade de ação de países como o Brasil, por mais que ele seja proativo em eventos globais.

O terceiro foco do discurso do Brasil é o mais promissor para o país, mas também o mais crítico atualmente. A eleição de Lula em 2022 prometia um novo momento para a política ambiental brasileira, com busca de liderança global neste setor. A mudança de discurso foi acompanhada desde o início por dados positivos, com redução no desmatamento na Amazônia, mas a Assembleia da ONU ocorre justamente quando o país vive um dos seus piores momentos.

A seca recorde e ações humanas suspeitas geraram uma onda de incêndios por todo o país, o que tem projetado internacionalmente uma imagem apocalíptica do Brasil. E fica difícil falar como líder na luta contra o aquecimento global enquanto sua casa pega fogo.

Ao avaliar o discurso brasileiro sob uma perspectiva histórica, entretanto, é importante ressaltar que a retórica é muito importante, e sua volta merece comemoração, mesmo que seja só falatório

O discurso de Lula neste ponto teve pontos bem corretos, mas nem sempre ancorados no mundo real. O presidente assumiu a situação crítica vivida pelo país e não fugiu da responsabilidade pelo que está acontecendo à vista do mundo, mas também teve imprecisões. Ele apresentou um cenário de transição energética que é elogiável, mas que não parece totalmente alinhado ao que o governo está fazendo na prática, o que também pode gerar problemas.

Ao avaliar o discurso brasileiro sob uma perspectiva histórica, entretanto, é importante ressaltar que a retórica é muito importante, e sua volta merece comemoração, mesmo que seja só falatório.

Durante os quatro anos de governo de Jair Bolsonaro, o Brasil havia adotado um discurso internacional isolacionista e negacionista. O presidente ignorava críticas internacionais, rejeitava a responsabilidade pela destruição ambiental e fazia o país perder prestígio e ser visto como um problema na luta global contra as mudanças climáticas. E muitas das críticas à política externa da extrema direita eram justamente de que o discurso importa e precisa ser bem medido, o que não acontecia na época.

O Brasil de Lula voltou a acertar neste ponto. O país hoje fala de uma forma correta, como um ator equilibrado que quer e merece protagonismo e pode ter um papel importante no mundo. Mas ainda parece haver uma desconexão entre o que o governo diz e o que ele faz.

Esta questão tem sido apontada há anos como um problema para a projeção do Brasil como um ator relevante no cenário global. “O problema enfrentado pelos formuladores de políticas nos palácios do Planalto e do Itamaraty é que a liderança envolve mais do que convocar uma conversa onde tópicos difíceis podem ou não ser abordados. A liderança também envolve tomar posições firmes sobre questões e se envolver em ações que nem todos podem apreciar”, escreveu o professor Sean Burges.

Ao longo do último ano, o Brasil até tem tomado posições mais firmes em temas internacionais do que no passado, mas a ação concreta ainda não tem aparecido muito. Lula ainda deve discursar pelo menos mais duas vezes na Assembleia Geral da ONU antes do fim do seu terceiro mandato, e precisa ter algo mais concreto para apresentar nos próximos anos, se quiser que o Brasil realmente tenha uma atuação importante no mundo.

Quando discursou na Assembleia Geral da ONU pela primeira vez desde que assumiu o poder em seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o mote do seu governo na área internacional: O Brasil voltou! Um ano depois, ao falar a representantes de todo o mundo na abertura da assembleia deste ano, o brasileiro fez um discurso equilibrado, como um líder do Sul Global, de um país com aspirações de protagonismo global. Foi um tom importante e que indica o que o Brasil pensa e quer, mas não foi muito além da retórica e não tinha muito o que mostrar do ponto de vista prático.

Em um discurso contundente, Lula dessa vez tratou da situação global com foco especialmente na instabilidade internacional em termos de paz e segurança, na necessidade de reforma da governança global e na emergência climática. Em nenhuma dessas áreas, entretanto, há um avanço brasileiro que sirva para mostrar que o país passou a ter de fato uma atuação relevante no mundo desde o início do ano passado.

Na área da segurança e da paz, o Brasil não tem conseguido ser ouvido em sua tentativa de influenciar os rumos das negociações na Ucrânia e na Faixa de Gaza. O país até tem um plano de paz para o conflito na Europa, mas a relevância dessa atuação se dá mais pela parceria com a China do que pelo prestígio brasileiro. Pelo contrário, o país tem sido criticado repetidas vezes pelo Ocidente por sua neutralidade, muitas vezes apontada como apoio velado à Rússia.

Brazil President Luiz Inacio Lula da Silva addresses the 79th session of the United Nations General Assembly, Tuesday, Sept. 24, 2024. (AP Photo/Richard Drew) Foto: Richard Drew/AP

No Oriente Médio a situação é ainda de menor relevância. As duras críticas de Lula a Israel, ainda que possam ser vistas como moralmente justificadas por seus apoiadores, acabam enfraquecendo o pleito de ser um negociador no conflito na Faixa de Gaza. Os pedidos por cessar-fogo têm sido repetidamente ignorados.

Isso tudo sem mencionar a timidez com que o país atuou em crises em sua vizinhança. Quando a Venezuela ameaçou invadir a Guiana, por exemplo, o Brasil teria tudo para ser a principal voz na dissuasão do caso, mas acabou como coadjuvante. Quando o governo de Nicolás Maduro convocou eleições, Lula tentou garantir a legitimidade do pleito, mas acabou assistindo a uma aparente fraude em que as atas eleitorais nunca foram divulgadas.

A questão da governança global também parece um tanto sem avanços para o Brasil. É bem verdade que o país a partir deste ano celebra sua “volta” ao palco global ao sediar a cúpula do G20 e, em seguida, a COP 30, dois eventos de peso. Mas o próprio Lula registrou na ONU a sua frustração com o esvaziamento do fórum internacional na resolução de problemas do mundo.

O governo continua usando essas plataformas para levar adiante um discurso importante de luta contra a fome e as desigualdades, mas o mundo parece viver um momento em que o multilateralismo não consegue avançar, o que limita a capacidade de ação de países como o Brasil, por mais que ele seja proativo em eventos globais.

O terceiro foco do discurso do Brasil é o mais promissor para o país, mas também o mais crítico atualmente. A eleição de Lula em 2022 prometia um novo momento para a política ambiental brasileira, com busca de liderança global neste setor. A mudança de discurso foi acompanhada desde o início por dados positivos, com redução no desmatamento na Amazônia, mas a Assembleia da ONU ocorre justamente quando o país vive um dos seus piores momentos.

A seca recorde e ações humanas suspeitas geraram uma onda de incêndios por todo o país, o que tem projetado internacionalmente uma imagem apocalíptica do Brasil. E fica difícil falar como líder na luta contra o aquecimento global enquanto sua casa pega fogo.

Ao avaliar o discurso brasileiro sob uma perspectiva histórica, entretanto, é importante ressaltar que a retórica é muito importante, e sua volta merece comemoração, mesmo que seja só falatório

O discurso de Lula neste ponto teve pontos bem corretos, mas nem sempre ancorados no mundo real. O presidente assumiu a situação crítica vivida pelo país e não fugiu da responsabilidade pelo que está acontecendo à vista do mundo, mas também teve imprecisões. Ele apresentou um cenário de transição energética que é elogiável, mas que não parece totalmente alinhado ao que o governo está fazendo na prática, o que também pode gerar problemas.

Ao avaliar o discurso brasileiro sob uma perspectiva histórica, entretanto, é importante ressaltar que a retórica é muito importante, e sua volta merece comemoração, mesmo que seja só falatório.

Durante os quatro anos de governo de Jair Bolsonaro, o Brasil havia adotado um discurso internacional isolacionista e negacionista. O presidente ignorava críticas internacionais, rejeitava a responsabilidade pela destruição ambiental e fazia o país perder prestígio e ser visto como um problema na luta global contra as mudanças climáticas. E muitas das críticas à política externa da extrema direita eram justamente de que o discurso importa e precisa ser bem medido, o que não acontecia na época.

O Brasil de Lula voltou a acertar neste ponto. O país hoje fala de uma forma correta, como um ator equilibrado que quer e merece protagonismo e pode ter um papel importante no mundo. Mas ainda parece haver uma desconexão entre o que o governo diz e o que ele faz.

Esta questão tem sido apontada há anos como um problema para a projeção do Brasil como um ator relevante no cenário global. “O problema enfrentado pelos formuladores de políticas nos palácios do Planalto e do Itamaraty é que a liderança envolve mais do que convocar uma conversa onde tópicos difíceis podem ou não ser abordados. A liderança também envolve tomar posições firmes sobre questões e se envolver em ações que nem todos podem apreciar”, escreveu o professor Sean Burges.

Ao longo do último ano, o Brasil até tem tomado posições mais firmes em temas internacionais do que no passado, mas a ação concreta ainda não tem aparecido muito. Lula ainda deve discursar pelo menos mais duas vezes na Assembleia Geral da ONU antes do fim do seu terceiro mandato, e precisa ter algo mais concreto para apresentar nos próximos anos, se quiser que o Brasil realmente tenha uma atuação importante no mundo.

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