Israel x Hamas: McDonald’s vira alvo de disputa após doar comida para soldados israelenses


Franquia da rede em Israel já doou 100 mil refeições às forças de segurança e hospitais, o que vem gerando uma reação em cadeia de outros franqueados no Oriente Médio

Por Mohamad El Chamaa
Atualização:

BEIRUT - À medida em que a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas se intensifica, uma das marcas mais famosas do mundo, o MCDonald’s, virou alvo de disputa política entre seus franqueados no Oriente Médio.

Tudo começou no início deste mês, quando uma franquia do McDonald’s em Israel, administrada pela Alonyal Limited, anunciou em suas redes sociais que forneceria refeições gratuitas para soldados israelenses e hospitais.

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As franquias da rede americana na Arábia Saudita, Omã, Egito, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Turquia emitiram declarações que se distanciaram da decisão da franquia israelense, afirmando que não tinham nada a ver com a decisão de servir aos soldados das Forças de Defesa de Israel. Como reação, alguns franqueados começaram a fazer doações para Gaza em solidariedade aos palestinos.

O McDonald’s é uma rede global de fast food, mas as suas franquias são muitas vezes administradas por proprietários locais e operam de forma independente sob o sistema de franquias.

Franquias do McDonald's em todo o Oriente Médio reagem a uma decisão do operador israelense de doar comida para soldados de Israel. Foto: Stringer/Reuters
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Com mais de 40 mil lojas espalhadas em todo o mundo, segundo dados referentes ao fim de 2021, o McDonald’s é uma das marcas mais reconhecidas do mundo e está intimamente associada aos Estados Unidos.

No entanto, diferentemente das embaixadas americanas com suas grandes paredes de concreto e proteção policial, o McDonald’s e outras franquias de fast food têm sido alvos frequentes de manifestações política. Nos últimos dias, várias filiais da rede foram vandalizadas na Turquia, Líbano e Egito após um hospital em Gaza ser atingido durante ofensivas de Israel.

Boicote no Oriente Médio

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O surgimento do McDonald’s como um ponto de tensão na guerra remonta a uma era de boicotes árabes a marcas americanas no início dos anos 2000, após a invasão liderada pelos EUA no Iraque. Durante os protestos da Primavera Árabe, no Cairo em 2011, os restaurantes de fast food ao redor da Praça Tahrir foram atacados, saqueados e transformados em postos de primeiros socorros para os manifestantes.

A atual controvérsia em torno da cadeia se intensificou à medida que o número de mortos em Gaza aumentou após quase duas semanas de ofensivas israelenses.

Uma semana após o início da crise, as franquias na Turquia, Egito, Jordânia, Líbano e em todo o Golfo Pérsico se posicionaram contra o franqueado israelense.

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Uma declaração da Al Maousherji Catering Company, que opera o McDonald’s no Kuwait, dizia: “O que o licenciado em Israel fez foi um ato individual e privado e não teve a aprovação ou direção da empresa internacional ou de qualquer outro licenciado, especialmente em nosso mundo árabe.”

Em resposta a uma consulta sobre as atividades de seus franqueados, a McDonald’s Corporation afirmou que a segurança de seus funcionários e equipes no local era sua principal prioridade.

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Apesar desses gestos, os apelos para um boicote à empresa de fast food persistem, juntamente com ataques a algumas de suas lojas. No Egito, os apelos ao boicote se espalharam rapidamente online, com muitas pessoas expressando sua indignação nas redes sociais.

Um influenciador do TikTok, Ahmed Nagy, publicou um vídeo com uma imagem desfocada dos famosos arcos dourados ao fundo e disse: “Esse restaurante famoso que fornece comida para [Israel], que comemos todos os dias e tem locais em todo o Egito, todos nós conhecemos, mas não posso nomeá-lo... este restaurante a partir de hoje não deveria mais existir. Isso é o mínimo que podemos fazer.” O vídeo já conta com mais de 2 milhões de visualizações.

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A hostilidade levou um popular apresentador egípcio, Amr Adib, a dizer aos telespectadores no último 14 de outubro para não boicotar a franquia local, enfatizando que ela é de propriedade do bilionário egípcio Yaseen Mansour e oferece empregos a muitos egípcios.

“Qual é o sentido de fechar o McDonald’s? Qual é o sentido de prejudicar este homem e prejudicar o sustento das pessoas?”, disse Adib.

Pedidos de boicotes ao McDonald’s não são incomuns na região. Um estudo de 2008 da Universidade de Minnesota descobriu que empresas multinacionais americanas como o McDonald’s adotaram estratégias como fazer doações e enfatizar o impacto na economia local para reprimir os apelos de boicote durante a segunda intifada. Também os estimulou a localizar as suas ofertas, introduzindo itens como o McFalafel em 2001.

Redes locais se posicionam

Em meio aos questionamentos nas redes sociais, a Tafwela, um restaurante egípcio, publicou um anúncio no Facebook oferecendo a contratação de ex-funcionários do McDonald’s. “Quem quiser parar de trabalhar em locais que apoiam quem mata nossos irmãos, fale conosco, e se Deus quiser, nós lhe daremos um bom salário”.

Em uma postagem viral no TikTok, o influenciador egípcio Ali Ghozlan criticou o McDonald’s por não mostrar apoio a Gaza. “Basta lançar uma postagem dizendo que apoia a nossa família Gaza.”

Em resposta às críticas, a Manfoods, operadora exclusiva do Mc no Egito, anunciou que doaria US$ 650 mil para esforços de ajuda humanitária em Gaza.

A resposta do McDonald’s em Israel

Em Israel, a franquia local do McDonald’s teve de combater os rumores de que apoiava os palestinos, ameaçando com ações legais contra qualquer pessoa que divulgasse tais histórias.

Em sua conta na rede social X, antigo Twitter, a franquia afirmou que já doou 100 mil refeições aos soldados e hospitais locais e está oferecendo descontos de 50% aos membros das forças de resgate e segurança.

BEIRUT - À medida em que a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas se intensifica, uma das marcas mais famosas do mundo, o MCDonald’s, virou alvo de disputa política entre seus franqueados no Oriente Médio.

Tudo começou no início deste mês, quando uma franquia do McDonald’s em Israel, administrada pela Alonyal Limited, anunciou em suas redes sociais que forneceria refeições gratuitas para soldados israelenses e hospitais.

As franquias da rede americana na Arábia Saudita, Omã, Egito, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Turquia emitiram declarações que se distanciaram da decisão da franquia israelense, afirmando que não tinham nada a ver com a decisão de servir aos soldados das Forças de Defesa de Israel. Como reação, alguns franqueados começaram a fazer doações para Gaza em solidariedade aos palestinos.

O McDonald’s é uma rede global de fast food, mas as suas franquias são muitas vezes administradas por proprietários locais e operam de forma independente sob o sistema de franquias.

Franquias do McDonald's em todo o Oriente Médio reagem a uma decisão do operador israelense de doar comida para soldados de Israel. Foto: Stringer/Reuters

Com mais de 40 mil lojas espalhadas em todo o mundo, segundo dados referentes ao fim de 2021, o McDonald’s é uma das marcas mais reconhecidas do mundo e está intimamente associada aos Estados Unidos.

No entanto, diferentemente das embaixadas americanas com suas grandes paredes de concreto e proteção policial, o McDonald’s e outras franquias de fast food têm sido alvos frequentes de manifestações política. Nos últimos dias, várias filiais da rede foram vandalizadas na Turquia, Líbano e Egito após um hospital em Gaza ser atingido durante ofensivas de Israel.

Boicote no Oriente Médio

O surgimento do McDonald’s como um ponto de tensão na guerra remonta a uma era de boicotes árabes a marcas americanas no início dos anos 2000, após a invasão liderada pelos EUA no Iraque. Durante os protestos da Primavera Árabe, no Cairo em 2011, os restaurantes de fast food ao redor da Praça Tahrir foram atacados, saqueados e transformados em postos de primeiros socorros para os manifestantes.

A atual controvérsia em torno da cadeia se intensificou à medida que o número de mortos em Gaza aumentou após quase duas semanas de ofensivas israelenses.

Uma semana após o início da crise, as franquias na Turquia, Egito, Jordânia, Líbano e em todo o Golfo Pérsico se posicionaram contra o franqueado israelense.

Uma declaração da Al Maousherji Catering Company, que opera o McDonald’s no Kuwait, dizia: “O que o licenciado em Israel fez foi um ato individual e privado e não teve a aprovação ou direção da empresa internacional ou de qualquer outro licenciado, especialmente em nosso mundo árabe.”

Em resposta a uma consulta sobre as atividades de seus franqueados, a McDonald’s Corporation afirmou que a segurança de seus funcionários e equipes no local era sua principal prioridade.

Apesar desses gestos, os apelos para um boicote à empresa de fast food persistem, juntamente com ataques a algumas de suas lojas. No Egito, os apelos ao boicote se espalharam rapidamente online, com muitas pessoas expressando sua indignação nas redes sociais.

Um influenciador do TikTok, Ahmed Nagy, publicou um vídeo com uma imagem desfocada dos famosos arcos dourados ao fundo e disse: “Esse restaurante famoso que fornece comida para [Israel], que comemos todos os dias e tem locais em todo o Egito, todos nós conhecemos, mas não posso nomeá-lo... este restaurante a partir de hoje não deveria mais existir. Isso é o mínimo que podemos fazer.” O vídeo já conta com mais de 2 milhões de visualizações.

A hostilidade levou um popular apresentador egípcio, Amr Adib, a dizer aos telespectadores no último 14 de outubro para não boicotar a franquia local, enfatizando que ela é de propriedade do bilionário egípcio Yaseen Mansour e oferece empregos a muitos egípcios.

“Qual é o sentido de fechar o McDonald’s? Qual é o sentido de prejudicar este homem e prejudicar o sustento das pessoas?”, disse Adib.

Pedidos de boicotes ao McDonald’s não são incomuns na região. Um estudo de 2008 da Universidade de Minnesota descobriu que empresas multinacionais americanas como o McDonald’s adotaram estratégias como fazer doações e enfatizar o impacto na economia local para reprimir os apelos de boicote durante a segunda intifada. Também os estimulou a localizar as suas ofertas, introduzindo itens como o McFalafel em 2001.

Redes locais se posicionam

Em meio aos questionamentos nas redes sociais, a Tafwela, um restaurante egípcio, publicou um anúncio no Facebook oferecendo a contratação de ex-funcionários do McDonald’s. “Quem quiser parar de trabalhar em locais que apoiam quem mata nossos irmãos, fale conosco, e se Deus quiser, nós lhe daremos um bom salário”.

Em uma postagem viral no TikTok, o influenciador egípcio Ali Ghozlan criticou o McDonald’s por não mostrar apoio a Gaza. “Basta lançar uma postagem dizendo que apoia a nossa família Gaza.”

Em resposta às críticas, a Manfoods, operadora exclusiva do Mc no Egito, anunciou que doaria US$ 650 mil para esforços de ajuda humanitária em Gaza.

A resposta do McDonald’s em Israel

Em Israel, a franquia local do McDonald’s teve de combater os rumores de que apoiava os palestinos, ameaçando com ações legais contra qualquer pessoa que divulgasse tais histórias.

Em sua conta na rede social X, antigo Twitter, a franquia afirmou que já doou 100 mil refeições aos soldados e hospitais locais e está oferecendo descontos de 50% aos membros das forças de resgate e segurança.

BEIRUT - À medida em que a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas se intensifica, uma das marcas mais famosas do mundo, o MCDonald’s, virou alvo de disputa política entre seus franqueados no Oriente Médio.

Tudo começou no início deste mês, quando uma franquia do McDonald’s em Israel, administrada pela Alonyal Limited, anunciou em suas redes sociais que forneceria refeições gratuitas para soldados israelenses e hospitais.

As franquias da rede americana na Arábia Saudita, Omã, Egito, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Turquia emitiram declarações que se distanciaram da decisão da franquia israelense, afirmando que não tinham nada a ver com a decisão de servir aos soldados das Forças de Defesa de Israel. Como reação, alguns franqueados começaram a fazer doações para Gaza em solidariedade aos palestinos.

O McDonald’s é uma rede global de fast food, mas as suas franquias são muitas vezes administradas por proprietários locais e operam de forma independente sob o sistema de franquias.

Franquias do McDonald's em todo o Oriente Médio reagem a uma decisão do operador israelense de doar comida para soldados de Israel. Foto: Stringer/Reuters

Com mais de 40 mil lojas espalhadas em todo o mundo, segundo dados referentes ao fim de 2021, o McDonald’s é uma das marcas mais reconhecidas do mundo e está intimamente associada aos Estados Unidos.

No entanto, diferentemente das embaixadas americanas com suas grandes paredes de concreto e proteção policial, o McDonald’s e outras franquias de fast food têm sido alvos frequentes de manifestações política. Nos últimos dias, várias filiais da rede foram vandalizadas na Turquia, Líbano e Egito após um hospital em Gaza ser atingido durante ofensivas de Israel.

Boicote no Oriente Médio

O surgimento do McDonald’s como um ponto de tensão na guerra remonta a uma era de boicotes árabes a marcas americanas no início dos anos 2000, após a invasão liderada pelos EUA no Iraque. Durante os protestos da Primavera Árabe, no Cairo em 2011, os restaurantes de fast food ao redor da Praça Tahrir foram atacados, saqueados e transformados em postos de primeiros socorros para os manifestantes.

A atual controvérsia em torno da cadeia se intensificou à medida que o número de mortos em Gaza aumentou após quase duas semanas de ofensivas israelenses.

Uma semana após o início da crise, as franquias na Turquia, Egito, Jordânia, Líbano e em todo o Golfo Pérsico se posicionaram contra o franqueado israelense.

Uma declaração da Al Maousherji Catering Company, que opera o McDonald’s no Kuwait, dizia: “O que o licenciado em Israel fez foi um ato individual e privado e não teve a aprovação ou direção da empresa internacional ou de qualquer outro licenciado, especialmente em nosso mundo árabe.”

Em resposta a uma consulta sobre as atividades de seus franqueados, a McDonald’s Corporation afirmou que a segurança de seus funcionários e equipes no local era sua principal prioridade.

Apesar desses gestos, os apelos para um boicote à empresa de fast food persistem, juntamente com ataques a algumas de suas lojas. No Egito, os apelos ao boicote se espalharam rapidamente online, com muitas pessoas expressando sua indignação nas redes sociais.

Um influenciador do TikTok, Ahmed Nagy, publicou um vídeo com uma imagem desfocada dos famosos arcos dourados ao fundo e disse: “Esse restaurante famoso que fornece comida para [Israel], que comemos todos os dias e tem locais em todo o Egito, todos nós conhecemos, mas não posso nomeá-lo... este restaurante a partir de hoje não deveria mais existir. Isso é o mínimo que podemos fazer.” O vídeo já conta com mais de 2 milhões de visualizações.

A hostilidade levou um popular apresentador egípcio, Amr Adib, a dizer aos telespectadores no último 14 de outubro para não boicotar a franquia local, enfatizando que ela é de propriedade do bilionário egípcio Yaseen Mansour e oferece empregos a muitos egípcios.

“Qual é o sentido de fechar o McDonald’s? Qual é o sentido de prejudicar este homem e prejudicar o sustento das pessoas?”, disse Adib.

Pedidos de boicotes ao McDonald’s não são incomuns na região. Um estudo de 2008 da Universidade de Minnesota descobriu que empresas multinacionais americanas como o McDonald’s adotaram estratégias como fazer doações e enfatizar o impacto na economia local para reprimir os apelos de boicote durante a segunda intifada. Também os estimulou a localizar as suas ofertas, introduzindo itens como o McFalafel em 2001.

Redes locais se posicionam

Em meio aos questionamentos nas redes sociais, a Tafwela, um restaurante egípcio, publicou um anúncio no Facebook oferecendo a contratação de ex-funcionários do McDonald’s. “Quem quiser parar de trabalhar em locais que apoiam quem mata nossos irmãos, fale conosco, e se Deus quiser, nós lhe daremos um bom salário”.

Em uma postagem viral no TikTok, o influenciador egípcio Ali Ghozlan criticou o McDonald’s por não mostrar apoio a Gaza. “Basta lançar uma postagem dizendo que apoia a nossa família Gaza.”

Em resposta às críticas, a Manfoods, operadora exclusiva do Mc no Egito, anunciou que doaria US$ 650 mil para esforços de ajuda humanitária em Gaza.

A resposta do McDonald’s em Israel

Em Israel, a franquia local do McDonald’s teve de combater os rumores de que apoiava os palestinos, ameaçando com ações legais contra qualquer pessoa que divulgasse tais histórias.

Em sua conta na rede social X, antigo Twitter, a franquia afirmou que já doou 100 mil refeições aos soldados e hospitais locais e está oferecendo descontos de 50% aos membros das forças de resgate e segurança.

BEIRUT - À medida em que a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas se intensifica, uma das marcas mais famosas do mundo, o MCDonald’s, virou alvo de disputa política entre seus franqueados no Oriente Médio.

Tudo começou no início deste mês, quando uma franquia do McDonald’s em Israel, administrada pela Alonyal Limited, anunciou em suas redes sociais que forneceria refeições gratuitas para soldados israelenses e hospitais.

As franquias da rede americana na Arábia Saudita, Omã, Egito, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Turquia emitiram declarações que se distanciaram da decisão da franquia israelense, afirmando que não tinham nada a ver com a decisão de servir aos soldados das Forças de Defesa de Israel. Como reação, alguns franqueados começaram a fazer doações para Gaza em solidariedade aos palestinos.

O McDonald’s é uma rede global de fast food, mas as suas franquias são muitas vezes administradas por proprietários locais e operam de forma independente sob o sistema de franquias.

Franquias do McDonald's em todo o Oriente Médio reagem a uma decisão do operador israelense de doar comida para soldados de Israel. Foto: Stringer/Reuters

Com mais de 40 mil lojas espalhadas em todo o mundo, segundo dados referentes ao fim de 2021, o McDonald’s é uma das marcas mais reconhecidas do mundo e está intimamente associada aos Estados Unidos.

No entanto, diferentemente das embaixadas americanas com suas grandes paredes de concreto e proteção policial, o McDonald’s e outras franquias de fast food têm sido alvos frequentes de manifestações política. Nos últimos dias, várias filiais da rede foram vandalizadas na Turquia, Líbano e Egito após um hospital em Gaza ser atingido durante ofensivas de Israel.

Boicote no Oriente Médio

O surgimento do McDonald’s como um ponto de tensão na guerra remonta a uma era de boicotes árabes a marcas americanas no início dos anos 2000, após a invasão liderada pelos EUA no Iraque. Durante os protestos da Primavera Árabe, no Cairo em 2011, os restaurantes de fast food ao redor da Praça Tahrir foram atacados, saqueados e transformados em postos de primeiros socorros para os manifestantes.

A atual controvérsia em torno da cadeia se intensificou à medida que o número de mortos em Gaza aumentou após quase duas semanas de ofensivas israelenses.

Uma semana após o início da crise, as franquias na Turquia, Egito, Jordânia, Líbano e em todo o Golfo Pérsico se posicionaram contra o franqueado israelense.

Uma declaração da Al Maousherji Catering Company, que opera o McDonald’s no Kuwait, dizia: “O que o licenciado em Israel fez foi um ato individual e privado e não teve a aprovação ou direção da empresa internacional ou de qualquer outro licenciado, especialmente em nosso mundo árabe.”

Em resposta a uma consulta sobre as atividades de seus franqueados, a McDonald’s Corporation afirmou que a segurança de seus funcionários e equipes no local era sua principal prioridade.

Apesar desses gestos, os apelos para um boicote à empresa de fast food persistem, juntamente com ataques a algumas de suas lojas. No Egito, os apelos ao boicote se espalharam rapidamente online, com muitas pessoas expressando sua indignação nas redes sociais.

Um influenciador do TikTok, Ahmed Nagy, publicou um vídeo com uma imagem desfocada dos famosos arcos dourados ao fundo e disse: “Esse restaurante famoso que fornece comida para [Israel], que comemos todos os dias e tem locais em todo o Egito, todos nós conhecemos, mas não posso nomeá-lo... este restaurante a partir de hoje não deveria mais existir. Isso é o mínimo que podemos fazer.” O vídeo já conta com mais de 2 milhões de visualizações.

A hostilidade levou um popular apresentador egípcio, Amr Adib, a dizer aos telespectadores no último 14 de outubro para não boicotar a franquia local, enfatizando que ela é de propriedade do bilionário egípcio Yaseen Mansour e oferece empregos a muitos egípcios.

“Qual é o sentido de fechar o McDonald’s? Qual é o sentido de prejudicar este homem e prejudicar o sustento das pessoas?”, disse Adib.

Pedidos de boicotes ao McDonald’s não são incomuns na região. Um estudo de 2008 da Universidade de Minnesota descobriu que empresas multinacionais americanas como o McDonald’s adotaram estratégias como fazer doações e enfatizar o impacto na economia local para reprimir os apelos de boicote durante a segunda intifada. Também os estimulou a localizar as suas ofertas, introduzindo itens como o McFalafel em 2001.

Redes locais se posicionam

Em meio aos questionamentos nas redes sociais, a Tafwela, um restaurante egípcio, publicou um anúncio no Facebook oferecendo a contratação de ex-funcionários do McDonald’s. “Quem quiser parar de trabalhar em locais que apoiam quem mata nossos irmãos, fale conosco, e se Deus quiser, nós lhe daremos um bom salário”.

Em uma postagem viral no TikTok, o influenciador egípcio Ali Ghozlan criticou o McDonald’s por não mostrar apoio a Gaza. “Basta lançar uma postagem dizendo que apoia a nossa família Gaza.”

Em resposta às críticas, a Manfoods, operadora exclusiva do Mc no Egito, anunciou que doaria US$ 650 mil para esforços de ajuda humanitária em Gaza.

A resposta do McDonald’s em Israel

Em Israel, a franquia local do McDonald’s teve de combater os rumores de que apoiava os palestinos, ameaçando com ações legais contra qualquer pessoa que divulgasse tais histórias.

Em sua conta na rede social X, antigo Twitter, a franquia afirmou que já doou 100 mil refeições aos soldados e hospitais locais e está oferecendo descontos de 50% aos membros das forças de resgate e segurança.

BEIRUT - À medida em que a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas se intensifica, uma das marcas mais famosas do mundo, o MCDonald’s, virou alvo de disputa política entre seus franqueados no Oriente Médio.

Tudo começou no início deste mês, quando uma franquia do McDonald’s em Israel, administrada pela Alonyal Limited, anunciou em suas redes sociais que forneceria refeições gratuitas para soldados israelenses e hospitais.

As franquias da rede americana na Arábia Saudita, Omã, Egito, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Turquia emitiram declarações que se distanciaram da decisão da franquia israelense, afirmando que não tinham nada a ver com a decisão de servir aos soldados das Forças de Defesa de Israel. Como reação, alguns franqueados começaram a fazer doações para Gaza em solidariedade aos palestinos.

O McDonald’s é uma rede global de fast food, mas as suas franquias são muitas vezes administradas por proprietários locais e operam de forma independente sob o sistema de franquias.

Franquias do McDonald's em todo o Oriente Médio reagem a uma decisão do operador israelense de doar comida para soldados de Israel. Foto: Stringer/Reuters

Com mais de 40 mil lojas espalhadas em todo o mundo, segundo dados referentes ao fim de 2021, o McDonald’s é uma das marcas mais reconhecidas do mundo e está intimamente associada aos Estados Unidos.

No entanto, diferentemente das embaixadas americanas com suas grandes paredes de concreto e proteção policial, o McDonald’s e outras franquias de fast food têm sido alvos frequentes de manifestações política. Nos últimos dias, várias filiais da rede foram vandalizadas na Turquia, Líbano e Egito após um hospital em Gaza ser atingido durante ofensivas de Israel.

Boicote no Oriente Médio

O surgimento do McDonald’s como um ponto de tensão na guerra remonta a uma era de boicotes árabes a marcas americanas no início dos anos 2000, após a invasão liderada pelos EUA no Iraque. Durante os protestos da Primavera Árabe, no Cairo em 2011, os restaurantes de fast food ao redor da Praça Tahrir foram atacados, saqueados e transformados em postos de primeiros socorros para os manifestantes.

A atual controvérsia em torno da cadeia se intensificou à medida que o número de mortos em Gaza aumentou após quase duas semanas de ofensivas israelenses.

Uma semana após o início da crise, as franquias na Turquia, Egito, Jordânia, Líbano e em todo o Golfo Pérsico se posicionaram contra o franqueado israelense.

Uma declaração da Al Maousherji Catering Company, que opera o McDonald’s no Kuwait, dizia: “O que o licenciado em Israel fez foi um ato individual e privado e não teve a aprovação ou direção da empresa internacional ou de qualquer outro licenciado, especialmente em nosso mundo árabe.”

Em resposta a uma consulta sobre as atividades de seus franqueados, a McDonald’s Corporation afirmou que a segurança de seus funcionários e equipes no local era sua principal prioridade.

Apesar desses gestos, os apelos para um boicote à empresa de fast food persistem, juntamente com ataques a algumas de suas lojas. No Egito, os apelos ao boicote se espalharam rapidamente online, com muitas pessoas expressando sua indignação nas redes sociais.

Um influenciador do TikTok, Ahmed Nagy, publicou um vídeo com uma imagem desfocada dos famosos arcos dourados ao fundo e disse: “Esse restaurante famoso que fornece comida para [Israel], que comemos todos os dias e tem locais em todo o Egito, todos nós conhecemos, mas não posso nomeá-lo... este restaurante a partir de hoje não deveria mais existir. Isso é o mínimo que podemos fazer.” O vídeo já conta com mais de 2 milhões de visualizações.

A hostilidade levou um popular apresentador egípcio, Amr Adib, a dizer aos telespectadores no último 14 de outubro para não boicotar a franquia local, enfatizando que ela é de propriedade do bilionário egípcio Yaseen Mansour e oferece empregos a muitos egípcios.

“Qual é o sentido de fechar o McDonald’s? Qual é o sentido de prejudicar este homem e prejudicar o sustento das pessoas?”, disse Adib.

Pedidos de boicotes ao McDonald’s não são incomuns na região. Um estudo de 2008 da Universidade de Minnesota descobriu que empresas multinacionais americanas como o McDonald’s adotaram estratégias como fazer doações e enfatizar o impacto na economia local para reprimir os apelos de boicote durante a segunda intifada. Também os estimulou a localizar as suas ofertas, introduzindo itens como o McFalafel em 2001.

Redes locais se posicionam

Em meio aos questionamentos nas redes sociais, a Tafwela, um restaurante egípcio, publicou um anúncio no Facebook oferecendo a contratação de ex-funcionários do McDonald’s. “Quem quiser parar de trabalhar em locais que apoiam quem mata nossos irmãos, fale conosco, e se Deus quiser, nós lhe daremos um bom salário”.

Em uma postagem viral no TikTok, o influenciador egípcio Ali Ghozlan criticou o McDonald’s por não mostrar apoio a Gaza. “Basta lançar uma postagem dizendo que apoia a nossa família Gaza.”

Em resposta às críticas, a Manfoods, operadora exclusiva do Mc no Egito, anunciou que doaria US$ 650 mil para esforços de ajuda humanitária em Gaza.

A resposta do McDonald’s em Israel

Em Israel, a franquia local do McDonald’s teve de combater os rumores de que apoiava os palestinos, ameaçando com ações legais contra qualquer pessoa que divulgasse tais histórias.

Em sua conta na rede social X, antigo Twitter, a franquia afirmou que já doou 100 mil refeições aos soldados e hospitais locais e está oferecendo descontos de 50% aos membros das forças de resgate e segurança.

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