Disputa nos EUA tomará novos rumos com a saída de Biden? Veja a opinião de colunistas do ‘Estadão’


Democrata anunciou sua desistência pelas redes sociais neste domingo, 21

Por Redação

A desistência de Joe Biden em disputar a reeleição nos Estados Unidos é vista como um novo respiro para o Partido Democrata nestas eleições, em meio à desconfiança que a campanha democrata enfrentava em virtude da saúde de Biden e do atentado cometido contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca.

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Kamala Harris, atual vice-presidente, é apontada como principal nome para entrar na disputa, eleitores e - principalmente - empresários desanimados com Biden voltaram a olhar com atenção para a corrida à Casa Branca. Harris prometeu unir o partido e doadores passaram a se mobilizar em torno de Harris como a próxima candidata, o que fez a arrecadação disparar nas últimas horas.

Joe Biden (direita) caminha com Kamala Harris pelo Jardim das Rosas da Casa Branca, em maio de 2021, em Washington: pressão de doadores e do partido fez o presidente americano desistir da disputa Foto: Evan Vucci/AP Foto: Evan Vucci/AP

A análise geral é de que o otimismo deve voltar a fazer parte da campanha democrata e de que o foco, nas próximas semanas, se concentrará no fato de Trump merecer voltar ou não para a presidência do país, cargo que ocupou entre 2017 e 2021.

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No entanto, ainda há uma onda de impopularidade e desconfiança que os democratas precisam superar até o grande dia, em novembro. Mesmo Harris sendo o nome mais indicado pelo partido para encabeçar a chapa, os republicanos devem continuar com a estratégia de questionar a atuação da atual vice-presidente nos últimos anos.

Durante seu primeiro comício após o atentado, Trump instigou o público e afirmou que preferia disputar com Harris. Seu vice, JD Vance, perguntou aos apoiadores o que Harris fez pelo país. “O que diabos ela fez, além de receber um cheque dos seus escritórios políticos?”.

Confira a avaliação dos colunistas do Estadão Lourival Sant’Anna e Filipe Figueiredo e da repórter Beatriz Bulla. Além disso, leia análise do roteirista Aaron Sorkin para o jornal New York Times

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Lourival Sant’Anna: Uma nova corrida presidencial começa nos EUA com desistência de Biden

O cronômetro foi zerado. Uma nova corrida presidencial começa, com a desistência de Joe Biden e o endosso de sua vice, Kamala Harris. Dificilmente o nome dela será desafiado no Partido Democrata. A escolha do vice na chapa de Harris é o novo capítulo que determinará os rumos da disputa.

A desistência de Biden elimina o duplo ônus, para os democratas, de sua presença na cédula eleitoral: a rejeição que ele sofre do eleitorado, comparável somente à de Trump, e o seu desempenho desastroso em aparições públicas.

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Agora, o mesmo ônus, por razões diferentes, fica exclusivamente com os republicanos: a conduta divisiva de Trump, que frustra muitos independentes e republicanos moderados, e a forte rejeição a seu nome.

Harris tem ao mesmo tempo popularidade mais baixa do que Biden e chances maiores de derrotar Trump. O índice de aprovação da vice é de 29% e o do presidente, 34%. Em contraste, segundo pesquisa da CNN do início do mês, Harris teria 45% de intenções de votos, ante 47% de Trump. Com Biden, a vantagem de Trump era maior: 49% a 43%. Leia a coluna completa.

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Beatriz Bulla: O desafio de Kamala Harris: não ser Biden será suficiente para vencer Trump?

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

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As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica. Leia a análise completa.

Filipe Figueiredo: Kamala Harris tem cem dias para recuperar três anos perdidos pelos democratas

Joe Biden oficialmente abandonou sua candidatura presidencial nos EUA. O anúncio foi feito neste domingo, dia 21 de julho, via um documento escrito publicado nas redes sociais do atual presidente dos EUA. Documento publicado com seu timbre pessoal, sem timbre ou formatação da Casa Branca ou do partido Democrata. O anúncio, especulado e até esperado, abre uma corrida totalmente diferente para o Salão Oval.

Frisar a maneira como o anúncio foi feito é importante e já se tornou parte do discurso republicano. Joe Biden não apareceu em um pronunciamento. No jargão popular brasileiro, não “deu a cara à tapa”. Mesmo isolado por ordem médica devido à covid-19, ele poderia gravar um discurso em um ambiente devidamente controlado. Um mero documento escrito poderia ser suficiente em 1930, não em 2024 e com as redes sociais.

Kamala Harris é o nome mais cotado para assumir o lugar de Biden na disputa eleitoral pelo partido democrata.  Foto: JEFF KOWALSKY

Donald Trump afirma que Biden “nunca teve capacidade de ser presidente”, insere o médico de Biden em um rol de “mentirosos” e que Biden nunca sai “do porão”, termo que ele usa para quando Biden fica longe dos holofotes, especialmente após suas gafes de memória. Mike Johnson, republicano presidente da Câmara e conhecido como “MAGA Mike”, foi além e disse que os democratas forçaram a saída de Biden da corrida, daí sua ausência.

Seu discurso relaciona que os democratas teriam “invalidado” os milhões de votos nas primárias e o partido seria uma ameaça à democracia, em um modus operandi similar ao discurso sobre os emails democratas na última eleição. Também disse que, se Biden não está apto para concorrer à presidência, ele deveria renunciar agora. Claro, é só discurso, mas poderia ser evitado se Biden tivesse aberto mão da candidatura em um pronunciamento. Leia a coluna completa.

Aaron Sorkin: Democratas precisam de um grande gesto. Indicar um republicano contra Trump pode ser um

Os democratas podem fazer algo que não apenas deixaria as pessoas com um nó na garganta com seu apelo à unidade para impedir Donald Trump a qualquer custo, mas também com sua originalidade e senso de sacrifício. Portanto, aqui está minha proposta para a sala dos roteiristas: O Partido Democrata deveria escolher um republicano.

Nomear Romney seria parar de falar e começar a agir: uma demonstração clara e poderosa de que esta eleição não é como nossas eleições costumam ser, e sim para impedir que um homem perturbado tome o poder. Com certeza Romney, que não precisa ser apresentado aos eleitores, conseguiria votos republicanos suficientes para vencer, provavelmente por uma grande margem. Os eleitores nem-nem, que odeiam ambos os candidatos, e os eleitores de Nikki Haley, teriam para onde ir, já que Haley se desqualificou ao apoiar o líder de uma tentativa mal sucedida de derrubar o governo. Leia a análise completa.

A desistência de Joe Biden em disputar a reeleição nos Estados Unidos é vista como um novo respiro para o Partido Democrata nestas eleições, em meio à desconfiança que a campanha democrata enfrentava em virtude da saúde de Biden e do atentado cometido contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca.

Kamala Harris, atual vice-presidente, é apontada como principal nome para entrar na disputa, eleitores e - principalmente - empresários desanimados com Biden voltaram a olhar com atenção para a corrida à Casa Branca. Harris prometeu unir o partido e doadores passaram a se mobilizar em torno de Harris como a próxima candidata, o que fez a arrecadação disparar nas últimas horas.

Joe Biden (direita) caminha com Kamala Harris pelo Jardim das Rosas da Casa Branca, em maio de 2021, em Washington: pressão de doadores e do partido fez o presidente americano desistir da disputa Foto: Evan Vucci/AP Foto: Evan Vucci/AP

A análise geral é de que o otimismo deve voltar a fazer parte da campanha democrata e de que o foco, nas próximas semanas, se concentrará no fato de Trump merecer voltar ou não para a presidência do país, cargo que ocupou entre 2017 e 2021.

No entanto, ainda há uma onda de impopularidade e desconfiança que os democratas precisam superar até o grande dia, em novembro. Mesmo Harris sendo o nome mais indicado pelo partido para encabeçar a chapa, os republicanos devem continuar com a estratégia de questionar a atuação da atual vice-presidente nos últimos anos.

Durante seu primeiro comício após o atentado, Trump instigou o público e afirmou que preferia disputar com Harris. Seu vice, JD Vance, perguntou aos apoiadores o que Harris fez pelo país. “O que diabos ela fez, além de receber um cheque dos seus escritórios políticos?”.

Confira a avaliação dos colunistas do Estadão Lourival Sant’Anna e Filipe Figueiredo e da repórter Beatriz Bulla. Além disso, leia análise do roteirista Aaron Sorkin para o jornal New York Times

Lourival Sant’Anna: Uma nova corrida presidencial começa nos EUA com desistência de Biden

O cronômetro foi zerado. Uma nova corrida presidencial começa, com a desistência de Joe Biden e o endosso de sua vice, Kamala Harris. Dificilmente o nome dela será desafiado no Partido Democrata. A escolha do vice na chapa de Harris é o novo capítulo que determinará os rumos da disputa.

A desistência de Biden elimina o duplo ônus, para os democratas, de sua presença na cédula eleitoral: a rejeição que ele sofre do eleitorado, comparável somente à de Trump, e o seu desempenho desastroso em aparições públicas.

Agora, o mesmo ônus, por razões diferentes, fica exclusivamente com os republicanos: a conduta divisiva de Trump, que frustra muitos independentes e republicanos moderados, e a forte rejeição a seu nome.

Harris tem ao mesmo tempo popularidade mais baixa do que Biden e chances maiores de derrotar Trump. O índice de aprovação da vice é de 29% e o do presidente, 34%. Em contraste, segundo pesquisa da CNN do início do mês, Harris teria 45% de intenções de votos, ante 47% de Trump. Com Biden, a vantagem de Trump era maior: 49% a 43%. Leia a coluna completa.

Beatriz Bulla: O desafio de Kamala Harris: não ser Biden será suficiente para vencer Trump?

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica. Leia a análise completa.

Filipe Figueiredo: Kamala Harris tem cem dias para recuperar três anos perdidos pelos democratas

Joe Biden oficialmente abandonou sua candidatura presidencial nos EUA. O anúncio foi feito neste domingo, dia 21 de julho, via um documento escrito publicado nas redes sociais do atual presidente dos EUA. Documento publicado com seu timbre pessoal, sem timbre ou formatação da Casa Branca ou do partido Democrata. O anúncio, especulado e até esperado, abre uma corrida totalmente diferente para o Salão Oval.

Frisar a maneira como o anúncio foi feito é importante e já se tornou parte do discurso republicano. Joe Biden não apareceu em um pronunciamento. No jargão popular brasileiro, não “deu a cara à tapa”. Mesmo isolado por ordem médica devido à covid-19, ele poderia gravar um discurso em um ambiente devidamente controlado. Um mero documento escrito poderia ser suficiente em 1930, não em 2024 e com as redes sociais.

Kamala Harris é o nome mais cotado para assumir o lugar de Biden na disputa eleitoral pelo partido democrata.  Foto: JEFF KOWALSKY

Donald Trump afirma que Biden “nunca teve capacidade de ser presidente”, insere o médico de Biden em um rol de “mentirosos” e que Biden nunca sai “do porão”, termo que ele usa para quando Biden fica longe dos holofotes, especialmente após suas gafes de memória. Mike Johnson, republicano presidente da Câmara e conhecido como “MAGA Mike”, foi além e disse que os democratas forçaram a saída de Biden da corrida, daí sua ausência.

Seu discurso relaciona que os democratas teriam “invalidado” os milhões de votos nas primárias e o partido seria uma ameaça à democracia, em um modus operandi similar ao discurso sobre os emails democratas na última eleição. Também disse que, se Biden não está apto para concorrer à presidência, ele deveria renunciar agora. Claro, é só discurso, mas poderia ser evitado se Biden tivesse aberto mão da candidatura em um pronunciamento. Leia a coluna completa.

Aaron Sorkin: Democratas precisam de um grande gesto. Indicar um republicano contra Trump pode ser um

Os democratas podem fazer algo que não apenas deixaria as pessoas com um nó na garganta com seu apelo à unidade para impedir Donald Trump a qualquer custo, mas também com sua originalidade e senso de sacrifício. Portanto, aqui está minha proposta para a sala dos roteiristas: O Partido Democrata deveria escolher um republicano.

Nomear Romney seria parar de falar e começar a agir: uma demonstração clara e poderosa de que esta eleição não é como nossas eleições costumam ser, e sim para impedir que um homem perturbado tome o poder. Com certeza Romney, que não precisa ser apresentado aos eleitores, conseguiria votos republicanos suficientes para vencer, provavelmente por uma grande margem. Os eleitores nem-nem, que odeiam ambos os candidatos, e os eleitores de Nikki Haley, teriam para onde ir, já que Haley se desqualificou ao apoiar o líder de uma tentativa mal sucedida de derrubar o governo. Leia a análise completa.

A desistência de Joe Biden em disputar a reeleição nos Estados Unidos é vista como um novo respiro para o Partido Democrata nestas eleições, em meio à desconfiança que a campanha democrata enfrentava em virtude da saúde de Biden e do atentado cometido contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca.

Kamala Harris, atual vice-presidente, é apontada como principal nome para entrar na disputa, eleitores e - principalmente - empresários desanimados com Biden voltaram a olhar com atenção para a corrida à Casa Branca. Harris prometeu unir o partido e doadores passaram a se mobilizar em torno de Harris como a próxima candidata, o que fez a arrecadação disparar nas últimas horas.

Joe Biden (direita) caminha com Kamala Harris pelo Jardim das Rosas da Casa Branca, em maio de 2021, em Washington: pressão de doadores e do partido fez o presidente americano desistir da disputa Foto: Evan Vucci/AP Foto: Evan Vucci/AP

A análise geral é de que o otimismo deve voltar a fazer parte da campanha democrata e de que o foco, nas próximas semanas, se concentrará no fato de Trump merecer voltar ou não para a presidência do país, cargo que ocupou entre 2017 e 2021.

No entanto, ainda há uma onda de impopularidade e desconfiança que os democratas precisam superar até o grande dia, em novembro. Mesmo Harris sendo o nome mais indicado pelo partido para encabeçar a chapa, os republicanos devem continuar com a estratégia de questionar a atuação da atual vice-presidente nos últimos anos.

Durante seu primeiro comício após o atentado, Trump instigou o público e afirmou que preferia disputar com Harris. Seu vice, JD Vance, perguntou aos apoiadores o que Harris fez pelo país. “O que diabos ela fez, além de receber um cheque dos seus escritórios políticos?”.

Confira a avaliação dos colunistas do Estadão Lourival Sant’Anna e Filipe Figueiredo e da repórter Beatriz Bulla. Além disso, leia análise do roteirista Aaron Sorkin para o jornal New York Times

Lourival Sant’Anna: Uma nova corrida presidencial começa nos EUA com desistência de Biden

O cronômetro foi zerado. Uma nova corrida presidencial começa, com a desistência de Joe Biden e o endosso de sua vice, Kamala Harris. Dificilmente o nome dela será desafiado no Partido Democrata. A escolha do vice na chapa de Harris é o novo capítulo que determinará os rumos da disputa.

A desistência de Biden elimina o duplo ônus, para os democratas, de sua presença na cédula eleitoral: a rejeição que ele sofre do eleitorado, comparável somente à de Trump, e o seu desempenho desastroso em aparições públicas.

Agora, o mesmo ônus, por razões diferentes, fica exclusivamente com os republicanos: a conduta divisiva de Trump, que frustra muitos independentes e republicanos moderados, e a forte rejeição a seu nome.

Harris tem ao mesmo tempo popularidade mais baixa do que Biden e chances maiores de derrotar Trump. O índice de aprovação da vice é de 29% e o do presidente, 34%. Em contraste, segundo pesquisa da CNN do início do mês, Harris teria 45% de intenções de votos, ante 47% de Trump. Com Biden, a vantagem de Trump era maior: 49% a 43%. Leia a coluna completa.

Beatriz Bulla: O desafio de Kamala Harris: não ser Biden será suficiente para vencer Trump?

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica. Leia a análise completa.

Filipe Figueiredo: Kamala Harris tem cem dias para recuperar três anos perdidos pelos democratas

Joe Biden oficialmente abandonou sua candidatura presidencial nos EUA. O anúncio foi feito neste domingo, dia 21 de julho, via um documento escrito publicado nas redes sociais do atual presidente dos EUA. Documento publicado com seu timbre pessoal, sem timbre ou formatação da Casa Branca ou do partido Democrata. O anúncio, especulado e até esperado, abre uma corrida totalmente diferente para o Salão Oval.

Frisar a maneira como o anúncio foi feito é importante e já se tornou parte do discurso republicano. Joe Biden não apareceu em um pronunciamento. No jargão popular brasileiro, não “deu a cara à tapa”. Mesmo isolado por ordem médica devido à covid-19, ele poderia gravar um discurso em um ambiente devidamente controlado. Um mero documento escrito poderia ser suficiente em 1930, não em 2024 e com as redes sociais.

Kamala Harris é o nome mais cotado para assumir o lugar de Biden na disputa eleitoral pelo partido democrata.  Foto: JEFF KOWALSKY

Donald Trump afirma que Biden “nunca teve capacidade de ser presidente”, insere o médico de Biden em um rol de “mentirosos” e que Biden nunca sai “do porão”, termo que ele usa para quando Biden fica longe dos holofotes, especialmente após suas gafes de memória. Mike Johnson, republicano presidente da Câmara e conhecido como “MAGA Mike”, foi além e disse que os democratas forçaram a saída de Biden da corrida, daí sua ausência.

Seu discurso relaciona que os democratas teriam “invalidado” os milhões de votos nas primárias e o partido seria uma ameaça à democracia, em um modus operandi similar ao discurso sobre os emails democratas na última eleição. Também disse que, se Biden não está apto para concorrer à presidência, ele deveria renunciar agora. Claro, é só discurso, mas poderia ser evitado se Biden tivesse aberto mão da candidatura em um pronunciamento. Leia a coluna completa.

Aaron Sorkin: Democratas precisam de um grande gesto. Indicar um republicano contra Trump pode ser um

Os democratas podem fazer algo que não apenas deixaria as pessoas com um nó na garganta com seu apelo à unidade para impedir Donald Trump a qualquer custo, mas também com sua originalidade e senso de sacrifício. Portanto, aqui está minha proposta para a sala dos roteiristas: O Partido Democrata deveria escolher um republicano.

Nomear Romney seria parar de falar e começar a agir: uma demonstração clara e poderosa de que esta eleição não é como nossas eleições costumam ser, e sim para impedir que um homem perturbado tome o poder. Com certeza Romney, que não precisa ser apresentado aos eleitores, conseguiria votos republicanos suficientes para vencer, provavelmente por uma grande margem. Os eleitores nem-nem, que odeiam ambos os candidatos, e os eleitores de Nikki Haley, teriam para onde ir, já que Haley se desqualificou ao apoiar o líder de uma tentativa mal sucedida de derrubar o governo. Leia a análise completa.

A desistência de Joe Biden em disputar a reeleição nos Estados Unidos é vista como um novo respiro para o Partido Democrata nestas eleições, em meio à desconfiança que a campanha democrata enfrentava em virtude da saúde de Biden e do atentado cometido contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca.

Kamala Harris, atual vice-presidente, é apontada como principal nome para entrar na disputa, eleitores e - principalmente - empresários desanimados com Biden voltaram a olhar com atenção para a corrida à Casa Branca. Harris prometeu unir o partido e doadores passaram a se mobilizar em torno de Harris como a próxima candidata, o que fez a arrecadação disparar nas últimas horas.

Joe Biden (direita) caminha com Kamala Harris pelo Jardim das Rosas da Casa Branca, em maio de 2021, em Washington: pressão de doadores e do partido fez o presidente americano desistir da disputa Foto: Evan Vucci/AP Foto: Evan Vucci/AP

A análise geral é de que o otimismo deve voltar a fazer parte da campanha democrata e de que o foco, nas próximas semanas, se concentrará no fato de Trump merecer voltar ou não para a presidência do país, cargo que ocupou entre 2017 e 2021.

No entanto, ainda há uma onda de impopularidade e desconfiança que os democratas precisam superar até o grande dia, em novembro. Mesmo Harris sendo o nome mais indicado pelo partido para encabeçar a chapa, os republicanos devem continuar com a estratégia de questionar a atuação da atual vice-presidente nos últimos anos.

Durante seu primeiro comício após o atentado, Trump instigou o público e afirmou que preferia disputar com Harris. Seu vice, JD Vance, perguntou aos apoiadores o que Harris fez pelo país. “O que diabos ela fez, além de receber um cheque dos seus escritórios políticos?”.

Confira a avaliação dos colunistas do Estadão Lourival Sant’Anna e Filipe Figueiredo e da repórter Beatriz Bulla. Além disso, leia análise do roteirista Aaron Sorkin para o jornal New York Times

Lourival Sant’Anna: Uma nova corrida presidencial começa nos EUA com desistência de Biden

O cronômetro foi zerado. Uma nova corrida presidencial começa, com a desistência de Joe Biden e o endosso de sua vice, Kamala Harris. Dificilmente o nome dela será desafiado no Partido Democrata. A escolha do vice na chapa de Harris é o novo capítulo que determinará os rumos da disputa.

A desistência de Biden elimina o duplo ônus, para os democratas, de sua presença na cédula eleitoral: a rejeição que ele sofre do eleitorado, comparável somente à de Trump, e o seu desempenho desastroso em aparições públicas.

Agora, o mesmo ônus, por razões diferentes, fica exclusivamente com os republicanos: a conduta divisiva de Trump, que frustra muitos independentes e republicanos moderados, e a forte rejeição a seu nome.

Harris tem ao mesmo tempo popularidade mais baixa do que Biden e chances maiores de derrotar Trump. O índice de aprovação da vice é de 29% e o do presidente, 34%. Em contraste, segundo pesquisa da CNN do início do mês, Harris teria 45% de intenções de votos, ante 47% de Trump. Com Biden, a vantagem de Trump era maior: 49% a 43%. Leia a coluna completa.

Beatriz Bulla: O desafio de Kamala Harris: não ser Biden será suficiente para vencer Trump?

Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição diante de pesquisas que insistem em mostrar Donald Trump como favorito para ocupar a Casa Branca - e da pressão crescente de doadores de campanha e de lideranças do partido. Mas o desafio de Kamala Harris em Estados-chaves não é menor que o do atual presidente. Ela será capaz de animar a base do partido democrata e recuperar os eleitores indecisos?

As últimas pesquisas apontavam que não só Biden perderia em Estados-chave, como está em desvantagem em locais tradicionalmente democratas, como Minnesota e Virgínia, que passaram a ser disputados por republicanos. Um levantamento divulgado neste domingo, antes de Biden desistir da candidatura, apontava que Trump estava com sete pontos de vantagem em Michigan, por exemplo, um Estado essencial para a vitória que foi conquistado por Biden em 2020.

Para virar o jogo, o partido democrata precisa reconquistar o eleitorado jovem e negro, que, nos últimos meses, vê pouco motivo para votar uma segunda vez no atual presidente, desmotivado pelo investimento em guerra em detrimento à política doméstica. Leia a análise completa.

Filipe Figueiredo: Kamala Harris tem cem dias para recuperar três anos perdidos pelos democratas

Joe Biden oficialmente abandonou sua candidatura presidencial nos EUA. O anúncio foi feito neste domingo, dia 21 de julho, via um documento escrito publicado nas redes sociais do atual presidente dos EUA. Documento publicado com seu timbre pessoal, sem timbre ou formatação da Casa Branca ou do partido Democrata. O anúncio, especulado e até esperado, abre uma corrida totalmente diferente para o Salão Oval.

Frisar a maneira como o anúncio foi feito é importante e já se tornou parte do discurso republicano. Joe Biden não apareceu em um pronunciamento. No jargão popular brasileiro, não “deu a cara à tapa”. Mesmo isolado por ordem médica devido à covid-19, ele poderia gravar um discurso em um ambiente devidamente controlado. Um mero documento escrito poderia ser suficiente em 1930, não em 2024 e com as redes sociais.

Kamala Harris é o nome mais cotado para assumir o lugar de Biden na disputa eleitoral pelo partido democrata.  Foto: JEFF KOWALSKY

Donald Trump afirma que Biden “nunca teve capacidade de ser presidente”, insere o médico de Biden em um rol de “mentirosos” e que Biden nunca sai “do porão”, termo que ele usa para quando Biden fica longe dos holofotes, especialmente após suas gafes de memória. Mike Johnson, republicano presidente da Câmara e conhecido como “MAGA Mike”, foi além e disse que os democratas forçaram a saída de Biden da corrida, daí sua ausência.

Seu discurso relaciona que os democratas teriam “invalidado” os milhões de votos nas primárias e o partido seria uma ameaça à democracia, em um modus operandi similar ao discurso sobre os emails democratas na última eleição. Também disse que, se Biden não está apto para concorrer à presidência, ele deveria renunciar agora. Claro, é só discurso, mas poderia ser evitado se Biden tivesse aberto mão da candidatura em um pronunciamento. Leia a coluna completa.

Aaron Sorkin: Democratas precisam de um grande gesto. Indicar um republicano contra Trump pode ser um

Os democratas podem fazer algo que não apenas deixaria as pessoas com um nó na garganta com seu apelo à unidade para impedir Donald Trump a qualquer custo, mas também com sua originalidade e senso de sacrifício. Portanto, aqui está minha proposta para a sala dos roteiristas: O Partido Democrata deveria escolher um republicano.

Nomear Romney seria parar de falar e começar a agir: uma demonstração clara e poderosa de que esta eleição não é como nossas eleições costumam ser, e sim para impedir que um homem perturbado tome o poder. Com certeza Romney, que não precisa ser apresentado aos eleitores, conseguiria votos republicanos suficientes para vencer, provavelmente por uma grande margem. Os eleitores nem-nem, que odeiam ambos os candidatos, e os eleitores de Nikki Haley, teriam para onde ir, já que Haley se desqualificou ao apoiar o líder de uma tentativa mal sucedida de derrubar o governo. Leia a análise completa.

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