Ditadura de Mianmar assume ataque que matou 50 pessoas; ONU e EUA condenam a ação


Porta-voz de militares golpistas justificou bombardeio como ação contra grupos armados

Por Redação

A Junta Militar de Mianmar confirmou ter realizado, nessa terça-feira, um ataque aéreo contra uma aldeia no centro do país, em que mais de 50 pessoas morreram, segundo a imprensa local.

Mianmar é cenário de um conflito violento comandado por militares que deram um golpe de Estado de 1º de fevereiro de 2021, que derrubou a governante civil Aung San Suu Kyi.

O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, justificou o ataque alegando que uma cerimônia estava ocorrendo na aldeia de Pazi Gyi. O objetivo era abrir um escritório das Forças de Defesa do Povo (PDF, na sigla em inglês), os grupos armados antigolpe.

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Foto de um jornal da região de Sagaing mostra destroços e estruturas danificadas após bombardeio de vilarejo pela Junta Militar de Mianmar  Foto: Myaelatt Athan Agency / via EFE

“Houve uma cerimônia de abertura do escritório [na terça-feira] pela manhã na aldeia de Pazi Gyi. Atacamos o local”, disse o porta-voz da junta.

Os serviços birmaneses da BBC, The Irrawaddy e Radio Free Asia, relataram pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos nesse ataque na região de Sagaing, um dos principais centros de resistência contra o Exército no país.

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O porta-voz militar afirmou que alguns dos mortos podem ser combatentes antigolpe fardados, mas admitiu que “pode haver algumas pessoas em trajes civis”.

“De acordo com as informações do terreno que temos, pessoas morreram não apenas por nosso ataque. Houve algumas minas plantadas pelo PDF na área”, disse Zaw Min Tun, acrescentando que a ação militar atingiu uma área de armazenamento de pólvora e minas.

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‘Desprezo’ pela vida

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou firmemente o ataque das Forças Armadas de Mianmar”, de acordo com um comunicado de seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

O secretário-geral da ONU “reiterou seu apelo ao Exército para encerrar a campanha de violência contra a população birmanesa”, acrescentou o porta-voz.

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Os Estados Unidos também se declararam “profundamente preocupados” com o ataque, que “ressalta ainda mais o desprezo do regime pela vida humana e sua responsabilidade pela terrível crise política e humanitária em Mianmar”, disse o porta-voz da diplomacia americana, Vedant Patel.

Os vídeos, supostamente filmados no local do ataque - cuja autenticidade não foi possível comprovar - mostram corpos em um terreno devastado, no qual restava apenas a estrutura de um prédio destruído pela explosão.

Cidadãos de Mianmar fogem para a vizinha Tailândia para tentar escapar da repressão da ditadura militar do país  Foto: Exército Real da Tailândia / AFP
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No momento do ataque, dezenas de pessoas estavam no local para a inauguração de uma unidade das forças de defesa locais.

O Governo de Unidade Nacional de Mianmar, um executivo paralelo formado por ex-parlamentares do partido da líder civil destituída Aung San Suu Kyi, condenou o que chamou de “ato de ódio”.

O Exército birmanês, que classifica os combatentes antigolpe como terroristas, enfrentou várias acusações de devastação de aldeias, assassinatos em massa e ataques aéreos contra civis.

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Mais de 30 pessoas abrigadas em um mosteiro foram mortas em março. Além disso, no ano passado, um ataque aéreo durante um show em uma zona rebelde matou 50 pessoas e feriu mais de 70, disseram grupos de oposição.

Em uma parada militar no mês passado, o líder da Junta, Min Aung Hlaing, pediu uma repressão contínua contra seus oponentes. Nesse mesmo mês, o Exército prorrogou por seis meses o estado de emergência no país.

Perseguição a Aung San Suu Kyi

Um tribunal de governado por militares condenou em 2022 a líder destituída do país, Aung San Suu Kyi, por novas acusações de corrupção, acrescentando seis anos à sentença anterior de 11 anos de prisão. O julgamento foi realizado a portas fechadas, sem acesso da mídia ou do público, e seus advogados foram proibidos por uma ordem de silêncio de revelar informações sobre o processo.

Nos quatro casos de corrupção decididos nesta segunda, Suu Kyi teria abusado de sua posição para alugar terras públicas abaixo dos preços de mercado e construir uma residência com doações destinadas a fins de caridade. Ela recebeu sentenças de três anos para cada uma das quatro acusações, mas as sentenças para três deles serão cumpridas simultaneamente, dando-lhe um total de mais seis anos de prisão. Ela negou todas as acusações e seus advogados devem recorrer.

Ela já havia sido condenada a 11 anos de prisão por sedição, corrupção e outras acusações em julgamentos anteriores depois que os militares derrubaram seu governo eleito e a detiveram em fevereiro de 2021.

Foto de arquivo tirada em 24 de maio de 20 mostra a líder civil detida Aung San Suu Kyi e o presidente detido Win Myint durante sua primeira aparição no tribunal em Naypyidaw Foto: AFP

Analistas dizem que as inúmeras acusações contra ela e seus aliados são uma tentativa de legitimar a tomada do poder pelos militares e, ao mesmo tempo, eliminá-la da política antes que os militares realizem uma eleição prometida para o próximo ano.

Suu Kyi e os demais réus negaram todas as acusações e seus advogados devem entrar com recursos nos próximos dias, disse o oficial de justiça, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a divulgar informações e temer punição por parte das autoridades.

Outros membros importantes do partido Liga Nacional pela Democracia (LND) de Suu Kyi e seu governo também foram detidos e condenados, e as autoridades sugeriram que poderiam dissolver o partido antes da próxima eleição. A Associação de Assistência aos Presos Políticos, uma organização da sociedade civil, diz que mais de 12.000 pessoas estão presas depois de serem detidas pelas forças de segurança./AP e NYT

A Junta Militar de Mianmar confirmou ter realizado, nessa terça-feira, um ataque aéreo contra uma aldeia no centro do país, em que mais de 50 pessoas morreram, segundo a imprensa local.

Mianmar é cenário de um conflito violento comandado por militares que deram um golpe de Estado de 1º de fevereiro de 2021, que derrubou a governante civil Aung San Suu Kyi.

O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, justificou o ataque alegando que uma cerimônia estava ocorrendo na aldeia de Pazi Gyi. O objetivo era abrir um escritório das Forças de Defesa do Povo (PDF, na sigla em inglês), os grupos armados antigolpe.

Foto de um jornal da região de Sagaing mostra destroços e estruturas danificadas após bombardeio de vilarejo pela Junta Militar de Mianmar  Foto: Myaelatt Athan Agency / via EFE

“Houve uma cerimônia de abertura do escritório [na terça-feira] pela manhã na aldeia de Pazi Gyi. Atacamos o local”, disse o porta-voz da junta.

Os serviços birmaneses da BBC, The Irrawaddy e Radio Free Asia, relataram pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos nesse ataque na região de Sagaing, um dos principais centros de resistência contra o Exército no país.

O porta-voz militar afirmou que alguns dos mortos podem ser combatentes antigolpe fardados, mas admitiu que “pode haver algumas pessoas em trajes civis”.

“De acordo com as informações do terreno que temos, pessoas morreram não apenas por nosso ataque. Houve algumas minas plantadas pelo PDF na área”, disse Zaw Min Tun, acrescentando que a ação militar atingiu uma área de armazenamento de pólvora e minas.

‘Desprezo’ pela vida

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou firmemente o ataque das Forças Armadas de Mianmar”, de acordo com um comunicado de seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

O secretário-geral da ONU “reiterou seu apelo ao Exército para encerrar a campanha de violência contra a população birmanesa”, acrescentou o porta-voz.

Os Estados Unidos também se declararam “profundamente preocupados” com o ataque, que “ressalta ainda mais o desprezo do regime pela vida humana e sua responsabilidade pela terrível crise política e humanitária em Mianmar”, disse o porta-voz da diplomacia americana, Vedant Patel.

Os vídeos, supostamente filmados no local do ataque - cuja autenticidade não foi possível comprovar - mostram corpos em um terreno devastado, no qual restava apenas a estrutura de um prédio destruído pela explosão.

Cidadãos de Mianmar fogem para a vizinha Tailândia para tentar escapar da repressão da ditadura militar do país  Foto: Exército Real da Tailândia / AFP

No momento do ataque, dezenas de pessoas estavam no local para a inauguração de uma unidade das forças de defesa locais.

O Governo de Unidade Nacional de Mianmar, um executivo paralelo formado por ex-parlamentares do partido da líder civil destituída Aung San Suu Kyi, condenou o que chamou de “ato de ódio”.

O Exército birmanês, que classifica os combatentes antigolpe como terroristas, enfrentou várias acusações de devastação de aldeias, assassinatos em massa e ataques aéreos contra civis.

Mais de 30 pessoas abrigadas em um mosteiro foram mortas em março. Além disso, no ano passado, um ataque aéreo durante um show em uma zona rebelde matou 50 pessoas e feriu mais de 70, disseram grupos de oposição.

Em uma parada militar no mês passado, o líder da Junta, Min Aung Hlaing, pediu uma repressão contínua contra seus oponentes. Nesse mesmo mês, o Exército prorrogou por seis meses o estado de emergência no país.

Perseguição a Aung San Suu Kyi

Um tribunal de governado por militares condenou em 2022 a líder destituída do país, Aung San Suu Kyi, por novas acusações de corrupção, acrescentando seis anos à sentença anterior de 11 anos de prisão. O julgamento foi realizado a portas fechadas, sem acesso da mídia ou do público, e seus advogados foram proibidos por uma ordem de silêncio de revelar informações sobre o processo.

Nos quatro casos de corrupção decididos nesta segunda, Suu Kyi teria abusado de sua posição para alugar terras públicas abaixo dos preços de mercado e construir uma residência com doações destinadas a fins de caridade. Ela recebeu sentenças de três anos para cada uma das quatro acusações, mas as sentenças para três deles serão cumpridas simultaneamente, dando-lhe um total de mais seis anos de prisão. Ela negou todas as acusações e seus advogados devem recorrer.

Ela já havia sido condenada a 11 anos de prisão por sedição, corrupção e outras acusações em julgamentos anteriores depois que os militares derrubaram seu governo eleito e a detiveram em fevereiro de 2021.

Foto de arquivo tirada em 24 de maio de 20 mostra a líder civil detida Aung San Suu Kyi e o presidente detido Win Myint durante sua primeira aparição no tribunal em Naypyidaw Foto: AFP

Analistas dizem que as inúmeras acusações contra ela e seus aliados são uma tentativa de legitimar a tomada do poder pelos militares e, ao mesmo tempo, eliminá-la da política antes que os militares realizem uma eleição prometida para o próximo ano.

Suu Kyi e os demais réus negaram todas as acusações e seus advogados devem entrar com recursos nos próximos dias, disse o oficial de justiça, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a divulgar informações e temer punição por parte das autoridades.

Outros membros importantes do partido Liga Nacional pela Democracia (LND) de Suu Kyi e seu governo também foram detidos e condenados, e as autoridades sugeriram que poderiam dissolver o partido antes da próxima eleição. A Associação de Assistência aos Presos Políticos, uma organização da sociedade civil, diz que mais de 12.000 pessoas estão presas depois de serem detidas pelas forças de segurança./AP e NYT

A Junta Militar de Mianmar confirmou ter realizado, nessa terça-feira, um ataque aéreo contra uma aldeia no centro do país, em que mais de 50 pessoas morreram, segundo a imprensa local.

Mianmar é cenário de um conflito violento comandado por militares que deram um golpe de Estado de 1º de fevereiro de 2021, que derrubou a governante civil Aung San Suu Kyi.

O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, justificou o ataque alegando que uma cerimônia estava ocorrendo na aldeia de Pazi Gyi. O objetivo era abrir um escritório das Forças de Defesa do Povo (PDF, na sigla em inglês), os grupos armados antigolpe.

Foto de um jornal da região de Sagaing mostra destroços e estruturas danificadas após bombardeio de vilarejo pela Junta Militar de Mianmar  Foto: Myaelatt Athan Agency / via EFE

“Houve uma cerimônia de abertura do escritório [na terça-feira] pela manhã na aldeia de Pazi Gyi. Atacamos o local”, disse o porta-voz da junta.

Os serviços birmaneses da BBC, The Irrawaddy e Radio Free Asia, relataram pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos nesse ataque na região de Sagaing, um dos principais centros de resistência contra o Exército no país.

O porta-voz militar afirmou que alguns dos mortos podem ser combatentes antigolpe fardados, mas admitiu que “pode haver algumas pessoas em trajes civis”.

“De acordo com as informações do terreno que temos, pessoas morreram não apenas por nosso ataque. Houve algumas minas plantadas pelo PDF na área”, disse Zaw Min Tun, acrescentando que a ação militar atingiu uma área de armazenamento de pólvora e minas.

‘Desprezo’ pela vida

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou firmemente o ataque das Forças Armadas de Mianmar”, de acordo com um comunicado de seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

O secretário-geral da ONU “reiterou seu apelo ao Exército para encerrar a campanha de violência contra a população birmanesa”, acrescentou o porta-voz.

Os Estados Unidos também se declararam “profundamente preocupados” com o ataque, que “ressalta ainda mais o desprezo do regime pela vida humana e sua responsabilidade pela terrível crise política e humanitária em Mianmar”, disse o porta-voz da diplomacia americana, Vedant Patel.

Os vídeos, supostamente filmados no local do ataque - cuja autenticidade não foi possível comprovar - mostram corpos em um terreno devastado, no qual restava apenas a estrutura de um prédio destruído pela explosão.

Cidadãos de Mianmar fogem para a vizinha Tailândia para tentar escapar da repressão da ditadura militar do país  Foto: Exército Real da Tailândia / AFP

No momento do ataque, dezenas de pessoas estavam no local para a inauguração de uma unidade das forças de defesa locais.

O Governo de Unidade Nacional de Mianmar, um executivo paralelo formado por ex-parlamentares do partido da líder civil destituída Aung San Suu Kyi, condenou o que chamou de “ato de ódio”.

O Exército birmanês, que classifica os combatentes antigolpe como terroristas, enfrentou várias acusações de devastação de aldeias, assassinatos em massa e ataques aéreos contra civis.

Mais de 30 pessoas abrigadas em um mosteiro foram mortas em março. Além disso, no ano passado, um ataque aéreo durante um show em uma zona rebelde matou 50 pessoas e feriu mais de 70, disseram grupos de oposição.

Em uma parada militar no mês passado, o líder da Junta, Min Aung Hlaing, pediu uma repressão contínua contra seus oponentes. Nesse mesmo mês, o Exército prorrogou por seis meses o estado de emergência no país.

Perseguição a Aung San Suu Kyi

Um tribunal de governado por militares condenou em 2022 a líder destituída do país, Aung San Suu Kyi, por novas acusações de corrupção, acrescentando seis anos à sentença anterior de 11 anos de prisão. O julgamento foi realizado a portas fechadas, sem acesso da mídia ou do público, e seus advogados foram proibidos por uma ordem de silêncio de revelar informações sobre o processo.

Nos quatro casos de corrupção decididos nesta segunda, Suu Kyi teria abusado de sua posição para alugar terras públicas abaixo dos preços de mercado e construir uma residência com doações destinadas a fins de caridade. Ela recebeu sentenças de três anos para cada uma das quatro acusações, mas as sentenças para três deles serão cumpridas simultaneamente, dando-lhe um total de mais seis anos de prisão. Ela negou todas as acusações e seus advogados devem recorrer.

Ela já havia sido condenada a 11 anos de prisão por sedição, corrupção e outras acusações em julgamentos anteriores depois que os militares derrubaram seu governo eleito e a detiveram em fevereiro de 2021.

Foto de arquivo tirada em 24 de maio de 20 mostra a líder civil detida Aung San Suu Kyi e o presidente detido Win Myint durante sua primeira aparição no tribunal em Naypyidaw Foto: AFP

Analistas dizem que as inúmeras acusações contra ela e seus aliados são uma tentativa de legitimar a tomada do poder pelos militares e, ao mesmo tempo, eliminá-la da política antes que os militares realizem uma eleição prometida para o próximo ano.

Suu Kyi e os demais réus negaram todas as acusações e seus advogados devem entrar com recursos nos próximos dias, disse o oficial de justiça, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a divulgar informações e temer punição por parte das autoridades.

Outros membros importantes do partido Liga Nacional pela Democracia (LND) de Suu Kyi e seu governo também foram detidos e condenados, e as autoridades sugeriram que poderiam dissolver o partido antes da próxima eleição. A Associação de Assistência aos Presos Políticos, uma organização da sociedade civil, diz que mais de 12.000 pessoas estão presas depois de serem detidas pelas forças de segurança./AP e NYT

A Junta Militar de Mianmar confirmou ter realizado, nessa terça-feira, um ataque aéreo contra uma aldeia no centro do país, em que mais de 50 pessoas morreram, segundo a imprensa local.

Mianmar é cenário de um conflito violento comandado por militares que deram um golpe de Estado de 1º de fevereiro de 2021, que derrubou a governante civil Aung San Suu Kyi.

O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, justificou o ataque alegando que uma cerimônia estava ocorrendo na aldeia de Pazi Gyi. O objetivo era abrir um escritório das Forças de Defesa do Povo (PDF, na sigla em inglês), os grupos armados antigolpe.

Foto de um jornal da região de Sagaing mostra destroços e estruturas danificadas após bombardeio de vilarejo pela Junta Militar de Mianmar  Foto: Myaelatt Athan Agency / via EFE

“Houve uma cerimônia de abertura do escritório [na terça-feira] pela manhã na aldeia de Pazi Gyi. Atacamos o local”, disse o porta-voz da junta.

Os serviços birmaneses da BBC, The Irrawaddy e Radio Free Asia, relataram pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos nesse ataque na região de Sagaing, um dos principais centros de resistência contra o Exército no país.

O porta-voz militar afirmou que alguns dos mortos podem ser combatentes antigolpe fardados, mas admitiu que “pode haver algumas pessoas em trajes civis”.

“De acordo com as informações do terreno que temos, pessoas morreram não apenas por nosso ataque. Houve algumas minas plantadas pelo PDF na área”, disse Zaw Min Tun, acrescentando que a ação militar atingiu uma área de armazenamento de pólvora e minas.

‘Desprezo’ pela vida

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou firmemente o ataque das Forças Armadas de Mianmar”, de acordo com um comunicado de seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

O secretário-geral da ONU “reiterou seu apelo ao Exército para encerrar a campanha de violência contra a população birmanesa”, acrescentou o porta-voz.

Os Estados Unidos também se declararam “profundamente preocupados” com o ataque, que “ressalta ainda mais o desprezo do regime pela vida humana e sua responsabilidade pela terrível crise política e humanitária em Mianmar”, disse o porta-voz da diplomacia americana, Vedant Patel.

Os vídeos, supostamente filmados no local do ataque - cuja autenticidade não foi possível comprovar - mostram corpos em um terreno devastado, no qual restava apenas a estrutura de um prédio destruído pela explosão.

Cidadãos de Mianmar fogem para a vizinha Tailândia para tentar escapar da repressão da ditadura militar do país  Foto: Exército Real da Tailândia / AFP

No momento do ataque, dezenas de pessoas estavam no local para a inauguração de uma unidade das forças de defesa locais.

O Governo de Unidade Nacional de Mianmar, um executivo paralelo formado por ex-parlamentares do partido da líder civil destituída Aung San Suu Kyi, condenou o que chamou de “ato de ódio”.

O Exército birmanês, que classifica os combatentes antigolpe como terroristas, enfrentou várias acusações de devastação de aldeias, assassinatos em massa e ataques aéreos contra civis.

Mais de 30 pessoas abrigadas em um mosteiro foram mortas em março. Além disso, no ano passado, um ataque aéreo durante um show em uma zona rebelde matou 50 pessoas e feriu mais de 70, disseram grupos de oposição.

Em uma parada militar no mês passado, o líder da Junta, Min Aung Hlaing, pediu uma repressão contínua contra seus oponentes. Nesse mesmo mês, o Exército prorrogou por seis meses o estado de emergência no país.

Perseguição a Aung San Suu Kyi

Um tribunal de governado por militares condenou em 2022 a líder destituída do país, Aung San Suu Kyi, por novas acusações de corrupção, acrescentando seis anos à sentença anterior de 11 anos de prisão. O julgamento foi realizado a portas fechadas, sem acesso da mídia ou do público, e seus advogados foram proibidos por uma ordem de silêncio de revelar informações sobre o processo.

Nos quatro casos de corrupção decididos nesta segunda, Suu Kyi teria abusado de sua posição para alugar terras públicas abaixo dos preços de mercado e construir uma residência com doações destinadas a fins de caridade. Ela recebeu sentenças de três anos para cada uma das quatro acusações, mas as sentenças para três deles serão cumpridas simultaneamente, dando-lhe um total de mais seis anos de prisão. Ela negou todas as acusações e seus advogados devem recorrer.

Ela já havia sido condenada a 11 anos de prisão por sedição, corrupção e outras acusações em julgamentos anteriores depois que os militares derrubaram seu governo eleito e a detiveram em fevereiro de 2021.

Foto de arquivo tirada em 24 de maio de 20 mostra a líder civil detida Aung San Suu Kyi e o presidente detido Win Myint durante sua primeira aparição no tribunal em Naypyidaw Foto: AFP

Analistas dizem que as inúmeras acusações contra ela e seus aliados são uma tentativa de legitimar a tomada do poder pelos militares e, ao mesmo tempo, eliminá-la da política antes que os militares realizem uma eleição prometida para o próximo ano.

Suu Kyi e os demais réus negaram todas as acusações e seus advogados devem entrar com recursos nos próximos dias, disse o oficial de justiça, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a divulgar informações e temer punição por parte das autoridades.

Outros membros importantes do partido Liga Nacional pela Democracia (LND) de Suu Kyi e seu governo também foram detidos e condenados, e as autoridades sugeriram que poderiam dissolver o partido antes da próxima eleição. A Associação de Assistência aos Presos Políticos, uma organização da sociedade civil, diz que mais de 12.000 pessoas estão presas depois de serem detidas pelas forças de segurança./AP e NYT

A Junta Militar de Mianmar confirmou ter realizado, nessa terça-feira, um ataque aéreo contra uma aldeia no centro do país, em que mais de 50 pessoas morreram, segundo a imprensa local.

Mianmar é cenário de um conflito violento comandado por militares que deram um golpe de Estado de 1º de fevereiro de 2021, que derrubou a governante civil Aung San Suu Kyi.

O porta-voz da Junta Militar, Zaw Min Tun, justificou o ataque alegando que uma cerimônia estava ocorrendo na aldeia de Pazi Gyi. O objetivo era abrir um escritório das Forças de Defesa do Povo (PDF, na sigla em inglês), os grupos armados antigolpe.

Foto de um jornal da região de Sagaing mostra destroços e estruturas danificadas após bombardeio de vilarejo pela Junta Militar de Mianmar  Foto: Myaelatt Athan Agency / via EFE

“Houve uma cerimônia de abertura do escritório [na terça-feira] pela manhã na aldeia de Pazi Gyi. Atacamos o local”, disse o porta-voz da junta.

Os serviços birmaneses da BBC, The Irrawaddy e Radio Free Asia, relataram pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos nesse ataque na região de Sagaing, um dos principais centros de resistência contra o Exército no país.

O porta-voz militar afirmou que alguns dos mortos podem ser combatentes antigolpe fardados, mas admitiu que “pode haver algumas pessoas em trajes civis”.

“De acordo com as informações do terreno que temos, pessoas morreram não apenas por nosso ataque. Houve algumas minas plantadas pelo PDF na área”, disse Zaw Min Tun, acrescentando que a ação militar atingiu uma área de armazenamento de pólvora e minas.

‘Desprezo’ pela vida

Mais cedo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, “condenou firmemente o ataque das Forças Armadas de Mianmar”, de acordo com um comunicado de seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

O secretário-geral da ONU “reiterou seu apelo ao Exército para encerrar a campanha de violência contra a população birmanesa”, acrescentou o porta-voz.

Os Estados Unidos também se declararam “profundamente preocupados” com o ataque, que “ressalta ainda mais o desprezo do regime pela vida humana e sua responsabilidade pela terrível crise política e humanitária em Mianmar”, disse o porta-voz da diplomacia americana, Vedant Patel.

Os vídeos, supostamente filmados no local do ataque - cuja autenticidade não foi possível comprovar - mostram corpos em um terreno devastado, no qual restava apenas a estrutura de um prédio destruído pela explosão.

Cidadãos de Mianmar fogem para a vizinha Tailândia para tentar escapar da repressão da ditadura militar do país  Foto: Exército Real da Tailândia / AFP

No momento do ataque, dezenas de pessoas estavam no local para a inauguração de uma unidade das forças de defesa locais.

O Governo de Unidade Nacional de Mianmar, um executivo paralelo formado por ex-parlamentares do partido da líder civil destituída Aung San Suu Kyi, condenou o que chamou de “ato de ódio”.

O Exército birmanês, que classifica os combatentes antigolpe como terroristas, enfrentou várias acusações de devastação de aldeias, assassinatos em massa e ataques aéreos contra civis.

Mais de 30 pessoas abrigadas em um mosteiro foram mortas em março. Além disso, no ano passado, um ataque aéreo durante um show em uma zona rebelde matou 50 pessoas e feriu mais de 70, disseram grupos de oposição.

Em uma parada militar no mês passado, o líder da Junta, Min Aung Hlaing, pediu uma repressão contínua contra seus oponentes. Nesse mesmo mês, o Exército prorrogou por seis meses o estado de emergência no país.

Perseguição a Aung San Suu Kyi

Um tribunal de governado por militares condenou em 2022 a líder destituída do país, Aung San Suu Kyi, por novas acusações de corrupção, acrescentando seis anos à sentença anterior de 11 anos de prisão. O julgamento foi realizado a portas fechadas, sem acesso da mídia ou do público, e seus advogados foram proibidos por uma ordem de silêncio de revelar informações sobre o processo.

Nos quatro casos de corrupção decididos nesta segunda, Suu Kyi teria abusado de sua posição para alugar terras públicas abaixo dos preços de mercado e construir uma residência com doações destinadas a fins de caridade. Ela recebeu sentenças de três anos para cada uma das quatro acusações, mas as sentenças para três deles serão cumpridas simultaneamente, dando-lhe um total de mais seis anos de prisão. Ela negou todas as acusações e seus advogados devem recorrer.

Ela já havia sido condenada a 11 anos de prisão por sedição, corrupção e outras acusações em julgamentos anteriores depois que os militares derrubaram seu governo eleito e a detiveram em fevereiro de 2021.

Foto de arquivo tirada em 24 de maio de 20 mostra a líder civil detida Aung San Suu Kyi e o presidente detido Win Myint durante sua primeira aparição no tribunal em Naypyidaw Foto: AFP

Analistas dizem que as inúmeras acusações contra ela e seus aliados são uma tentativa de legitimar a tomada do poder pelos militares e, ao mesmo tempo, eliminá-la da política antes que os militares realizem uma eleição prometida para o próximo ano.

Suu Kyi e os demais réus negaram todas as acusações e seus advogados devem entrar com recursos nos próximos dias, disse o oficial de justiça, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a divulgar informações e temer punição por parte das autoridades.

Outros membros importantes do partido Liga Nacional pela Democracia (LND) de Suu Kyi e seu governo também foram detidos e condenados, e as autoridades sugeriram que poderiam dissolver o partido antes da próxima eleição. A Associação de Assistência aos Presos Políticos, uma organização da sociedade civil, diz que mais de 12.000 pessoas estão presas depois de serem detidas pelas forças de segurança./AP e NYT

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