Caso Jerusalém representasse a população de Israel, o futuro governo teria 75% de representantes do bloco direitista. O partido ultrarreligioso Judaísmo Torá Unida (19%) recebeu mais votos que o Kadima, vencedor das eleições, e o Partido Trabalhista juntos (17%). Já em Tel-Aviv, maior cidade israelense, o cenário seria o inverso. O bloco da esquerda conseguiria uma maioria folgada na Knesset (Parlamento de Israel), enquanto os partidos religiosos conquistaram, somados, apenas um décimo dos votos. Em um país de contrastes, cada região de Israel votou de uma forma diferente, segundo seus interesses. Em Ariel, um dos assentamentos mais conhecidos de Israel, os eleitores apoiaram os candidatos que são contra a remoção dos colonos da Cisjordânia. O Likud, de Binyamin Netanyahu, teve 45% dos votos, e o Israel Beiteinu, do ultranacionalista Avigdor Lieberman, 31%. O Kadima e o Trabalhista, favoráveis a uma solução de dois Estados, obtiveram 12% juntos. Nas cidades árabes, como Umm-Fahm, os partidos sionistas são praticamente ignorados. O Partido Comunista Hadash, composto por judeus e árabes, foi o vitorioso, com 54% dos votos. O restante foi dividido entre as agremiações árabes. Lieberman, que defende a retirada da cidadania dos árabes que não forem leais a Israel, zerou. Em Haifa, reduto liberal, os partidos religiosos provavelmente não conseguiriam eleger representantes para a Knesset. Nos kibbutzim, fazendas coletivas que no passado simbolizavam o movimento sionista, o Trabalhista, o Kadima e o Meretz (de esquerda) receberam 80% dos votos, mostrando repúdio à direita do Likud, que obteve apenas 6%.
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