Documentos encontrados com combatentes revelam as capacidades e os planos sangrentos do Hamas


O manual lista instruções sobre como operar certas armas, identifica vulnerabilidades no equipamento militar israelense e fornece dicas sobre como matar com uma faca

Por Loveday Morris e Steve Hendrix

ASHKELON, Israel - Um manual de campo grupo terrorista Hamas obtido pelo The Washington Post e outros documentos encontrados na sequência do ataque brutal do grupo a Israel há duas semanas ilustram algumas de suas capacidades militares e preparativos para uma matança sangrenta a curta distância.

O manual, datado do ano passado e encontrado sobre o corpo de um combatente do Hamas, lista instruções sobre como operar certas armas, identifica vulnerabilidades no equipamento militar israelense e fornece dicas sobre como matar com uma faca. O documento parece ter sido preparado para diferentes unidades das Brigadas de elite Izzedine al-Qassam do Hamas, incluindo especialistas em antiblindagem, engenharia, franco-atiradores, infantaria e túneis, bem como o que o folheto descreve como “tropas de choque”.

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“Este é um documento militar secreto”, começa a primeira página. “Deve ser guardado em local seguro. É proibido movimentar-se com ele, exceto quando houver ordem.”

Em sua contracapa, há uma foto do xeque palestino Abdullah Azzam, mentor de Osama bin Laden. “Se essa é a fonte de inspiração deles, e essa é a figura, o símbolo para o qual estão olhando, entendo algo mais sobre o comportamento deles em 7 de outubro”, disse Michael Milshtein, ex-chefe do departamento palestino da inteligência militar israelense, referindo-se à data do ataque que deixou 1.400 israelenses mortos. Milshtein examinou o manual de campo a pedido do The Post.

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Especialistas, incluindo Milshtein, disseram que o manual parecia ser genuíno e corresponde a um conjunto de outros documentos recolhidos pelas forças israelenses e socorristas após o ataque. O gabinete do primeiro-ministro israelense verificou 17 páginas de documentos. Alguns documentos, incluindo o manual de campo, não foram fornecidos para verificação devido a marcas que poderiam identificar quem os encontrou primeiro e os entregou ao Post.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas tenha organizado uma força militar com 15 mil a 40 mil combatentes. Foto: Hatem Ali/AP

Outros documentos do Hamas incluíam mapas e planos detalhados para ataques a vários kibutzim individuais em torno da Faixa de Gaza, incluindo a intenção de matar e raptar civis.

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O documento obtido fornecia orientações sobre a operação de armas que eles carregavam e também oferecia descrições detalhadas sobre as vulnerabilidades dos tanques e veículos blindados israelenses. Há, por exemplo, a inclusão de instruções para o uso de granadas norte-coreanas propelidas por foguetes F-7, que Pyongyang negou ter fornecido ao Hamas. Cerca de 50 munições altamente explosivas foram encontradas pelas tropas israelenses após os ataques, de acordo com os militares, que exibiram parte do material encontrado.

Autoridades do Hamas em Gaza e Beirute não responderam aos pedidos de comentários.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas, al-Qassam, tenha construído uma força com 15 mil a 40 mil combatentes prontos para o combate - 1.200 dos quais estariam envolvidos no ataque de 7 de outubro.

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Nos primeiros anos, quando os túneis foram abertos para o Egito, o Hamas poderia facilmente contrabandear explosivos e foguetes para Gaza, disse Mkhaimar Abusada, analista da Universidade Al-Azhar de Gaza. Mas o presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi, reprimiu as rotas de contrabando.

“Honestamente, não sei como eles mantiveram a habilidade para construir esta capacidade militar”, disse Abusada, observando o perímetro de segurança em torno de Gaza. Sabe-se que membros das forças especiais de elite Nukhba do al-Qassam, que lideraram o ataque, foram treinados no Irã e retornaram a Gaza para treinar outros, disse ele.

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Conflito já deixou milhares de mortos em Israel e na Faixa de Gaza.  Foto: MOHAMMED SABER

Os militantes usaram parapentes, motocicletas e caminhões para atravessar a cerca da fronteira de Gaza para Israel, e pequenas unidades especializadas atacaram comunidades israelenses, conforme as instruções do manual.

“Vimos que eles estão trabalhando como tropas profissionais”, disse o Major G, comandante do Instituto Israelense de Pesquisa de Armas, na sexta-feira, enquanto exibia armas que haviam sido apreendidas do Hamas. O major só pôde ser identificado por sua patente e primeiro nome, de acordo com as regras estabelecidas pelos agentes israelenses. “Eles trabalharam de forma muito específica. Foi tudo muito organizado. Um veículo era IED, um veículo era RPG, um veículo era uma equipe de comando.”

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As instruções para as “tropas de choque” também incluíam os melhores lugares para esfaquear alguém, de acordo com o manual de campo obtido pelo The Post. O “pescoço na área da clavícula”, a “coluna vertebral” e as “axilas” estão listados.

Aymenn al-Tamimi, um especialista do Fórum do Oriente Médio que estudou extensivamente documentos recuperados de campos de batalha no Iraque e na Síria, concordou que o documento parecia genuíno. “Não seria surpreendente que documentos como esse estivessem em posse de combatentes”, disse ele.

Os militares israelenses afirmam que centenas de documentos e outros materiais foram coletados pela Diretoria de Inteligência e pela unidade de engenharia de combate Yahalom, incluindo telefones celulares do Hamas, equipamentos de comunicação, câmeras e relatórios de inteligência.

Muitos documentos surgiram em um canal do Telegram chamado South First Responders, que compila provas coletadas após os ataques por aqueles que estão limpando as áreas. O grupo se recusa a responder perguntas sobre seus métodos de coleta de documentos e materiais, alegando riscos para as fontes.

Edifícios foram destruídos no bombardeio israelense em al-Zahra, nos arredores da cidade de Gaza. Foto: Ali Mahmoud/AP

Aqueles que trabalharam para remover os corpos de centenas de militantes palestinos mortos no ataque dizem que os cadáveres são primeiro examinados por esquadrões antibombas para garantir que não haja explosivos escondidos.

“Eles vieram com tudo, totalmente equipados, com documentos, mapas e instruções”, disse Yossi Landau, um socorrista da linha de frente da organização médica Zaka, que tem trabalhado na remoção de corpos.

Um documento de 14 páginas parcialmente publicado pelo South First Responders e verificado pelas autoridades israelenses delineou planos de ataque para Mefalsim, um pequeno kibutz de 1.000 pessoas que conseguiu escapar relativamente ileso do ataque. A segurança do kibutz lutou contra um grupo de cerca de 30 militantes armados com granadas e AK-47s no portão da frente.

O documento detalha o tamanho da equipe de segurança do kibutz, o número de minutos que levaria para se deslocar entre vários pontos da comunidade e o objetivo de “fazer soldados e civis como prisioneiros e reféns e negociar sua libertação”.

Tensão entre Israel-Hamas se iniciou no último dia 7 de outubro após o grupo terrorista realizar ataques no sul do país.  Foto: Mohammed Saber/EFE/EPA

De acordo com quatro páginas adicionais obtidas pelo The Post, a equipe no portão da frente deveria distrair a força de segurança do kibutz enquanto uma unidade de explosivos do Hamas abria um buraco no portão dos fundos.

“O grupo mantém o kibutz ocupado até que o restante das forças chegue”, dizia o documento de planejamento. Mas os reforços nunca chegaram, de acordo com aqueles que lutaram no kibutz.

“Eles sabiam onde estavam os portões, sabiam onde estavam os geradores para cortar a eletricidade”, disse Yarden Reskin, arquiteto paisagista e voluntário da equipe de segurança do kibutz. Analisando os planos de ataque e o número de mortos nas comunidades vizinhas: “Sentimos que tivemos muita sorte”, disse ele. “Fizemos nossa parte, fizemos bem, mas tivemos muita sorte.” - Hendrix relatou de Jerusalém. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

ASHKELON, Israel - Um manual de campo grupo terrorista Hamas obtido pelo The Washington Post e outros documentos encontrados na sequência do ataque brutal do grupo a Israel há duas semanas ilustram algumas de suas capacidades militares e preparativos para uma matança sangrenta a curta distância.

O manual, datado do ano passado e encontrado sobre o corpo de um combatente do Hamas, lista instruções sobre como operar certas armas, identifica vulnerabilidades no equipamento militar israelense e fornece dicas sobre como matar com uma faca. O documento parece ter sido preparado para diferentes unidades das Brigadas de elite Izzedine al-Qassam do Hamas, incluindo especialistas em antiblindagem, engenharia, franco-atiradores, infantaria e túneis, bem como o que o folheto descreve como “tropas de choque”.

“Este é um documento militar secreto”, começa a primeira página. “Deve ser guardado em local seguro. É proibido movimentar-se com ele, exceto quando houver ordem.”

Em sua contracapa, há uma foto do xeque palestino Abdullah Azzam, mentor de Osama bin Laden. “Se essa é a fonte de inspiração deles, e essa é a figura, o símbolo para o qual estão olhando, entendo algo mais sobre o comportamento deles em 7 de outubro”, disse Michael Milshtein, ex-chefe do departamento palestino da inteligência militar israelense, referindo-se à data do ataque que deixou 1.400 israelenses mortos. Milshtein examinou o manual de campo a pedido do The Post.

Especialistas, incluindo Milshtein, disseram que o manual parecia ser genuíno e corresponde a um conjunto de outros documentos recolhidos pelas forças israelenses e socorristas após o ataque. O gabinete do primeiro-ministro israelense verificou 17 páginas de documentos. Alguns documentos, incluindo o manual de campo, não foram fornecidos para verificação devido a marcas que poderiam identificar quem os encontrou primeiro e os entregou ao Post.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas tenha organizado uma força militar com 15 mil a 40 mil combatentes. Foto: Hatem Ali/AP

Outros documentos do Hamas incluíam mapas e planos detalhados para ataques a vários kibutzim individuais em torno da Faixa de Gaza, incluindo a intenção de matar e raptar civis.

O documento obtido fornecia orientações sobre a operação de armas que eles carregavam e também oferecia descrições detalhadas sobre as vulnerabilidades dos tanques e veículos blindados israelenses. Há, por exemplo, a inclusão de instruções para o uso de granadas norte-coreanas propelidas por foguetes F-7, que Pyongyang negou ter fornecido ao Hamas. Cerca de 50 munições altamente explosivas foram encontradas pelas tropas israelenses após os ataques, de acordo com os militares, que exibiram parte do material encontrado.

Autoridades do Hamas em Gaza e Beirute não responderam aos pedidos de comentários.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas, al-Qassam, tenha construído uma força com 15 mil a 40 mil combatentes prontos para o combate - 1.200 dos quais estariam envolvidos no ataque de 7 de outubro.

Nos primeiros anos, quando os túneis foram abertos para o Egito, o Hamas poderia facilmente contrabandear explosivos e foguetes para Gaza, disse Mkhaimar Abusada, analista da Universidade Al-Azhar de Gaza. Mas o presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi, reprimiu as rotas de contrabando.

“Honestamente, não sei como eles mantiveram a habilidade para construir esta capacidade militar”, disse Abusada, observando o perímetro de segurança em torno de Gaza. Sabe-se que membros das forças especiais de elite Nukhba do al-Qassam, que lideraram o ataque, foram treinados no Irã e retornaram a Gaza para treinar outros, disse ele.

Conflito já deixou milhares de mortos em Israel e na Faixa de Gaza.  Foto: MOHAMMED SABER

Os militantes usaram parapentes, motocicletas e caminhões para atravessar a cerca da fronteira de Gaza para Israel, e pequenas unidades especializadas atacaram comunidades israelenses, conforme as instruções do manual.

“Vimos que eles estão trabalhando como tropas profissionais”, disse o Major G, comandante do Instituto Israelense de Pesquisa de Armas, na sexta-feira, enquanto exibia armas que haviam sido apreendidas do Hamas. O major só pôde ser identificado por sua patente e primeiro nome, de acordo com as regras estabelecidas pelos agentes israelenses. “Eles trabalharam de forma muito específica. Foi tudo muito organizado. Um veículo era IED, um veículo era RPG, um veículo era uma equipe de comando.”

As instruções para as “tropas de choque” também incluíam os melhores lugares para esfaquear alguém, de acordo com o manual de campo obtido pelo The Post. O “pescoço na área da clavícula”, a “coluna vertebral” e as “axilas” estão listados.

Aymenn al-Tamimi, um especialista do Fórum do Oriente Médio que estudou extensivamente documentos recuperados de campos de batalha no Iraque e na Síria, concordou que o documento parecia genuíno. “Não seria surpreendente que documentos como esse estivessem em posse de combatentes”, disse ele.

Os militares israelenses afirmam que centenas de documentos e outros materiais foram coletados pela Diretoria de Inteligência e pela unidade de engenharia de combate Yahalom, incluindo telefones celulares do Hamas, equipamentos de comunicação, câmeras e relatórios de inteligência.

Muitos documentos surgiram em um canal do Telegram chamado South First Responders, que compila provas coletadas após os ataques por aqueles que estão limpando as áreas. O grupo se recusa a responder perguntas sobre seus métodos de coleta de documentos e materiais, alegando riscos para as fontes.

Edifícios foram destruídos no bombardeio israelense em al-Zahra, nos arredores da cidade de Gaza. Foto: Ali Mahmoud/AP

Aqueles que trabalharam para remover os corpos de centenas de militantes palestinos mortos no ataque dizem que os cadáveres são primeiro examinados por esquadrões antibombas para garantir que não haja explosivos escondidos.

“Eles vieram com tudo, totalmente equipados, com documentos, mapas e instruções”, disse Yossi Landau, um socorrista da linha de frente da organização médica Zaka, que tem trabalhado na remoção de corpos.

Um documento de 14 páginas parcialmente publicado pelo South First Responders e verificado pelas autoridades israelenses delineou planos de ataque para Mefalsim, um pequeno kibutz de 1.000 pessoas que conseguiu escapar relativamente ileso do ataque. A segurança do kibutz lutou contra um grupo de cerca de 30 militantes armados com granadas e AK-47s no portão da frente.

O documento detalha o tamanho da equipe de segurança do kibutz, o número de minutos que levaria para se deslocar entre vários pontos da comunidade e o objetivo de “fazer soldados e civis como prisioneiros e reféns e negociar sua libertação”.

Tensão entre Israel-Hamas se iniciou no último dia 7 de outubro após o grupo terrorista realizar ataques no sul do país.  Foto: Mohammed Saber/EFE/EPA

De acordo com quatro páginas adicionais obtidas pelo The Post, a equipe no portão da frente deveria distrair a força de segurança do kibutz enquanto uma unidade de explosivos do Hamas abria um buraco no portão dos fundos.

“O grupo mantém o kibutz ocupado até que o restante das forças chegue”, dizia o documento de planejamento. Mas os reforços nunca chegaram, de acordo com aqueles que lutaram no kibutz.

“Eles sabiam onde estavam os portões, sabiam onde estavam os geradores para cortar a eletricidade”, disse Yarden Reskin, arquiteto paisagista e voluntário da equipe de segurança do kibutz. Analisando os planos de ataque e o número de mortos nas comunidades vizinhas: “Sentimos que tivemos muita sorte”, disse ele. “Fizemos nossa parte, fizemos bem, mas tivemos muita sorte.” - Hendrix relatou de Jerusalém. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

ASHKELON, Israel - Um manual de campo grupo terrorista Hamas obtido pelo The Washington Post e outros documentos encontrados na sequência do ataque brutal do grupo a Israel há duas semanas ilustram algumas de suas capacidades militares e preparativos para uma matança sangrenta a curta distância.

O manual, datado do ano passado e encontrado sobre o corpo de um combatente do Hamas, lista instruções sobre como operar certas armas, identifica vulnerabilidades no equipamento militar israelense e fornece dicas sobre como matar com uma faca. O documento parece ter sido preparado para diferentes unidades das Brigadas de elite Izzedine al-Qassam do Hamas, incluindo especialistas em antiblindagem, engenharia, franco-atiradores, infantaria e túneis, bem como o que o folheto descreve como “tropas de choque”.

“Este é um documento militar secreto”, começa a primeira página. “Deve ser guardado em local seguro. É proibido movimentar-se com ele, exceto quando houver ordem.”

Em sua contracapa, há uma foto do xeque palestino Abdullah Azzam, mentor de Osama bin Laden. “Se essa é a fonte de inspiração deles, e essa é a figura, o símbolo para o qual estão olhando, entendo algo mais sobre o comportamento deles em 7 de outubro”, disse Michael Milshtein, ex-chefe do departamento palestino da inteligência militar israelense, referindo-se à data do ataque que deixou 1.400 israelenses mortos. Milshtein examinou o manual de campo a pedido do The Post.

Especialistas, incluindo Milshtein, disseram que o manual parecia ser genuíno e corresponde a um conjunto de outros documentos recolhidos pelas forças israelenses e socorristas após o ataque. O gabinete do primeiro-ministro israelense verificou 17 páginas de documentos. Alguns documentos, incluindo o manual de campo, não foram fornecidos para verificação devido a marcas que poderiam identificar quem os encontrou primeiro e os entregou ao Post.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas tenha organizado uma força militar com 15 mil a 40 mil combatentes. Foto: Hatem Ali/AP

Outros documentos do Hamas incluíam mapas e planos detalhados para ataques a vários kibutzim individuais em torno da Faixa de Gaza, incluindo a intenção de matar e raptar civis.

O documento obtido fornecia orientações sobre a operação de armas que eles carregavam e também oferecia descrições detalhadas sobre as vulnerabilidades dos tanques e veículos blindados israelenses. Há, por exemplo, a inclusão de instruções para o uso de granadas norte-coreanas propelidas por foguetes F-7, que Pyongyang negou ter fornecido ao Hamas. Cerca de 50 munições altamente explosivas foram encontradas pelas tropas israelenses após os ataques, de acordo com os militares, que exibiram parte do material encontrado.

Autoridades do Hamas em Gaza e Beirute não responderam aos pedidos de comentários.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas, al-Qassam, tenha construído uma força com 15 mil a 40 mil combatentes prontos para o combate - 1.200 dos quais estariam envolvidos no ataque de 7 de outubro.

Nos primeiros anos, quando os túneis foram abertos para o Egito, o Hamas poderia facilmente contrabandear explosivos e foguetes para Gaza, disse Mkhaimar Abusada, analista da Universidade Al-Azhar de Gaza. Mas o presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi, reprimiu as rotas de contrabando.

“Honestamente, não sei como eles mantiveram a habilidade para construir esta capacidade militar”, disse Abusada, observando o perímetro de segurança em torno de Gaza. Sabe-se que membros das forças especiais de elite Nukhba do al-Qassam, que lideraram o ataque, foram treinados no Irã e retornaram a Gaza para treinar outros, disse ele.

Conflito já deixou milhares de mortos em Israel e na Faixa de Gaza.  Foto: MOHAMMED SABER

Os militantes usaram parapentes, motocicletas e caminhões para atravessar a cerca da fronteira de Gaza para Israel, e pequenas unidades especializadas atacaram comunidades israelenses, conforme as instruções do manual.

“Vimos que eles estão trabalhando como tropas profissionais”, disse o Major G, comandante do Instituto Israelense de Pesquisa de Armas, na sexta-feira, enquanto exibia armas que haviam sido apreendidas do Hamas. O major só pôde ser identificado por sua patente e primeiro nome, de acordo com as regras estabelecidas pelos agentes israelenses. “Eles trabalharam de forma muito específica. Foi tudo muito organizado. Um veículo era IED, um veículo era RPG, um veículo era uma equipe de comando.”

As instruções para as “tropas de choque” também incluíam os melhores lugares para esfaquear alguém, de acordo com o manual de campo obtido pelo The Post. O “pescoço na área da clavícula”, a “coluna vertebral” e as “axilas” estão listados.

Aymenn al-Tamimi, um especialista do Fórum do Oriente Médio que estudou extensivamente documentos recuperados de campos de batalha no Iraque e na Síria, concordou que o documento parecia genuíno. “Não seria surpreendente que documentos como esse estivessem em posse de combatentes”, disse ele.

Os militares israelenses afirmam que centenas de documentos e outros materiais foram coletados pela Diretoria de Inteligência e pela unidade de engenharia de combate Yahalom, incluindo telefones celulares do Hamas, equipamentos de comunicação, câmeras e relatórios de inteligência.

Muitos documentos surgiram em um canal do Telegram chamado South First Responders, que compila provas coletadas após os ataques por aqueles que estão limpando as áreas. O grupo se recusa a responder perguntas sobre seus métodos de coleta de documentos e materiais, alegando riscos para as fontes.

Edifícios foram destruídos no bombardeio israelense em al-Zahra, nos arredores da cidade de Gaza. Foto: Ali Mahmoud/AP

Aqueles que trabalharam para remover os corpos de centenas de militantes palestinos mortos no ataque dizem que os cadáveres são primeiro examinados por esquadrões antibombas para garantir que não haja explosivos escondidos.

“Eles vieram com tudo, totalmente equipados, com documentos, mapas e instruções”, disse Yossi Landau, um socorrista da linha de frente da organização médica Zaka, que tem trabalhado na remoção de corpos.

Um documento de 14 páginas parcialmente publicado pelo South First Responders e verificado pelas autoridades israelenses delineou planos de ataque para Mefalsim, um pequeno kibutz de 1.000 pessoas que conseguiu escapar relativamente ileso do ataque. A segurança do kibutz lutou contra um grupo de cerca de 30 militantes armados com granadas e AK-47s no portão da frente.

O documento detalha o tamanho da equipe de segurança do kibutz, o número de minutos que levaria para se deslocar entre vários pontos da comunidade e o objetivo de “fazer soldados e civis como prisioneiros e reféns e negociar sua libertação”.

Tensão entre Israel-Hamas se iniciou no último dia 7 de outubro após o grupo terrorista realizar ataques no sul do país.  Foto: Mohammed Saber/EFE/EPA

De acordo com quatro páginas adicionais obtidas pelo The Post, a equipe no portão da frente deveria distrair a força de segurança do kibutz enquanto uma unidade de explosivos do Hamas abria um buraco no portão dos fundos.

“O grupo mantém o kibutz ocupado até que o restante das forças chegue”, dizia o documento de planejamento. Mas os reforços nunca chegaram, de acordo com aqueles que lutaram no kibutz.

“Eles sabiam onde estavam os portões, sabiam onde estavam os geradores para cortar a eletricidade”, disse Yarden Reskin, arquiteto paisagista e voluntário da equipe de segurança do kibutz. Analisando os planos de ataque e o número de mortos nas comunidades vizinhas: “Sentimos que tivemos muita sorte”, disse ele. “Fizemos nossa parte, fizemos bem, mas tivemos muita sorte.” - Hendrix relatou de Jerusalém. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

ASHKELON, Israel - Um manual de campo grupo terrorista Hamas obtido pelo The Washington Post e outros documentos encontrados na sequência do ataque brutal do grupo a Israel há duas semanas ilustram algumas de suas capacidades militares e preparativos para uma matança sangrenta a curta distância.

O manual, datado do ano passado e encontrado sobre o corpo de um combatente do Hamas, lista instruções sobre como operar certas armas, identifica vulnerabilidades no equipamento militar israelense e fornece dicas sobre como matar com uma faca. O documento parece ter sido preparado para diferentes unidades das Brigadas de elite Izzedine al-Qassam do Hamas, incluindo especialistas em antiblindagem, engenharia, franco-atiradores, infantaria e túneis, bem como o que o folheto descreve como “tropas de choque”.

“Este é um documento militar secreto”, começa a primeira página. “Deve ser guardado em local seguro. É proibido movimentar-se com ele, exceto quando houver ordem.”

Em sua contracapa, há uma foto do xeque palestino Abdullah Azzam, mentor de Osama bin Laden. “Se essa é a fonte de inspiração deles, e essa é a figura, o símbolo para o qual estão olhando, entendo algo mais sobre o comportamento deles em 7 de outubro”, disse Michael Milshtein, ex-chefe do departamento palestino da inteligência militar israelense, referindo-se à data do ataque que deixou 1.400 israelenses mortos. Milshtein examinou o manual de campo a pedido do The Post.

Especialistas, incluindo Milshtein, disseram que o manual parecia ser genuíno e corresponde a um conjunto de outros documentos recolhidos pelas forças israelenses e socorristas após o ataque. O gabinete do primeiro-ministro israelense verificou 17 páginas de documentos. Alguns documentos, incluindo o manual de campo, não foram fornecidos para verificação devido a marcas que poderiam identificar quem os encontrou primeiro e os entregou ao Post.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas tenha organizado uma força militar com 15 mil a 40 mil combatentes. Foto: Hatem Ali/AP

Outros documentos do Hamas incluíam mapas e planos detalhados para ataques a vários kibutzim individuais em torno da Faixa de Gaza, incluindo a intenção de matar e raptar civis.

O documento obtido fornecia orientações sobre a operação de armas que eles carregavam e também oferecia descrições detalhadas sobre as vulnerabilidades dos tanques e veículos blindados israelenses. Há, por exemplo, a inclusão de instruções para o uso de granadas norte-coreanas propelidas por foguetes F-7, que Pyongyang negou ter fornecido ao Hamas. Cerca de 50 munições altamente explosivas foram encontradas pelas tropas israelenses após os ataques, de acordo com os militares, que exibiram parte do material encontrado.

Autoridades do Hamas em Gaza e Beirute não responderam aos pedidos de comentários.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas, al-Qassam, tenha construído uma força com 15 mil a 40 mil combatentes prontos para o combate - 1.200 dos quais estariam envolvidos no ataque de 7 de outubro.

Nos primeiros anos, quando os túneis foram abertos para o Egito, o Hamas poderia facilmente contrabandear explosivos e foguetes para Gaza, disse Mkhaimar Abusada, analista da Universidade Al-Azhar de Gaza. Mas o presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi, reprimiu as rotas de contrabando.

“Honestamente, não sei como eles mantiveram a habilidade para construir esta capacidade militar”, disse Abusada, observando o perímetro de segurança em torno de Gaza. Sabe-se que membros das forças especiais de elite Nukhba do al-Qassam, que lideraram o ataque, foram treinados no Irã e retornaram a Gaza para treinar outros, disse ele.

Conflito já deixou milhares de mortos em Israel e na Faixa de Gaza.  Foto: MOHAMMED SABER

Os militantes usaram parapentes, motocicletas e caminhões para atravessar a cerca da fronteira de Gaza para Israel, e pequenas unidades especializadas atacaram comunidades israelenses, conforme as instruções do manual.

“Vimos que eles estão trabalhando como tropas profissionais”, disse o Major G, comandante do Instituto Israelense de Pesquisa de Armas, na sexta-feira, enquanto exibia armas que haviam sido apreendidas do Hamas. O major só pôde ser identificado por sua patente e primeiro nome, de acordo com as regras estabelecidas pelos agentes israelenses. “Eles trabalharam de forma muito específica. Foi tudo muito organizado. Um veículo era IED, um veículo era RPG, um veículo era uma equipe de comando.”

As instruções para as “tropas de choque” também incluíam os melhores lugares para esfaquear alguém, de acordo com o manual de campo obtido pelo The Post. O “pescoço na área da clavícula”, a “coluna vertebral” e as “axilas” estão listados.

Aymenn al-Tamimi, um especialista do Fórum do Oriente Médio que estudou extensivamente documentos recuperados de campos de batalha no Iraque e na Síria, concordou que o documento parecia genuíno. “Não seria surpreendente que documentos como esse estivessem em posse de combatentes”, disse ele.

Os militares israelenses afirmam que centenas de documentos e outros materiais foram coletados pela Diretoria de Inteligência e pela unidade de engenharia de combate Yahalom, incluindo telefones celulares do Hamas, equipamentos de comunicação, câmeras e relatórios de inteligência.

Muitos documentos surgiram em um canal do Telegram chamado South First Responders, que compila provas coletadas após os ataques por aqueles que estão limpando as áreas. O grupo se recusa a responder perguntas sobre seus métodos de coleta de documentos e materiais, alegando riscos para as fontes.

Edifícios foram destruídos no bombardeio israelense em al-Zahra, nos arredores da cidade de Gaza. Foto: Ali Mahmoud/AP

Aqueles que trabalharam para remover os corpos de centenas de militantes palestinos mortos no ataque dizem que os cadáveres são primeiro examinados por esquadrões antibombas para garantir que não haja explosivos escondidos.

“Eles vieram com tudo, totalmente equipados, com documentos, mapas e instruções”, disse Yossi Landau, um socorrista da linha de frente da organização médica Zaka, que tem trabalhado na remoção de corpos.

Um documento de 14 páginas parcialmente publicado pelo South First Responders e verificado pelas autoridades israelenses delineou planos de ataque para Mefalsim, um pequeno kibutz de 1.000 pessoas que conseguiu escapar relativamente ileso do ataque. A segurança do kibutz lutou contra um grupo de cerca de 30 militantes armados com granadas e AK-47s no portão da frente.

O documento detalha o tamanho da equipe de segurança do kibutz, o número de minutos que levaria para se deslocar entre vários pontos da comunidade e o objetivo de “fazer soldados e civis como prisioneiros e reféns e negociar sua libertação”.

Tensão entre Israel-Hamas se iniciou no último dia 7 de outubro após o grupo terrorista realizar ataques no sul do país.  Foto: Mohammed Saber/EFE/EPA

De acordo com quatro páginas adicionais obtidas pelo The Post, a equipe no portão da frente deveria distrair a força de segurança do kibutz enquanto uma unidade de explosivos do Hamas abria um buraco no portão dos fundos.

“O grupo mantém o kibutz ocupado até que o restante das forças chegue”, dizia o documento de planejamento. Mas os reforços nunca chegaram, de acordo com aqueles que lutaram no kibutz.

“Eles sabiam onde estavam os portões, sabiam onde estavam os geradores para cortar a eletricidade”, disse Yarden Reskin, arquiteto paisagista e voluntário da equipe de segurança do kibutz. Analisando os planos de ataque e o número de mortos nas comunidades vizinhas: “Sentimos que tivemos muita sorte”, disse ele. “Fizemos nossa parte, fizemos bem, mas tivemos muita sorte.” - Hendrix relatou de Jerusalém. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

ASHKELON, Israel - Um manual de campo grupo terrorista Hamas obtido pelo The Washington Post e outros documentos encontrados na sequência do ataque brutal do grupo a Israel há duas semanas ilustram algumas de suas capacidades militares e preparativos para uma matança sangrenta a curta distância.

O manual, datado do ano passado e encontrado sobre o corpo de um combatente do Hamas, lista instruções sobre como operar certas armas, identifica vulnerabilidades no equipamento militar israelense e fornece dicas sobre como matar com uma faca. O documento parece ter sido preparado para diferentes unidades das Brigadas de elite Izzedine al-Qassam do Hamas, incluindo especialistas em antiblindagem, engenharia, franco-atiradores, infantaria e túneis, bem como o que o folheto descreve como “tropas de choque”.

“Este é um documento militar secreto”, começa a primeira página. “Deve ser guardado em local seguro. É proibido movimentar-se com ele, exceto quando houver ordem.”

Em sua contracapa, há uma foto do xeque palestino Abdullah Azzam, mentor de Osama bin Laden. “Se essa é a fonte de inspiração deles, e essa é a figura, o símbolo para o qual estão olhando, entendo algo mais sobre o comportamento deles em 7 de outubro”, disse Michael Milshtein, ex-chefe do departamento palestino da inteligência militar israelense, referindo-se à data do ataque que deixou 1.400 israelenses mortos. Milshtein examinou o manual de campo a pedido do The Post.

Especialistas, incluindo Milshtein, disseram que o manual parecia ser genuíno e corresponde a um conjunto de outros documentos recolhidos pelas forças israelenses e socorristas após o ataque. O gabinete do primeiro-ministro israelense verificou 17 páginas de documentos. Alguns documentos, incluindo o manual de campo, não foram fornecidos para verificação devido a marcas que poderiam identificar quem os encontrou primeiro e os entregou ao Post.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas tenha organizado uma força militar com 15 mil a 40 mil combatentes. Foto: Hatem Ali/AP

Outros documentos do Hamas incluíam mapas e planos detalhados para ataques a vários kibutzim individuais em torno da Faixa de Gaza, incluindo a intenção de matar e raptar civis.

O documento obtido fornecia orientações sobre a operação de armas que eles carregavam e também oferecia descrições detalhadas sobre as vulnerabilidades dos tanques e veículos blindados israelenses. Há, por exemplo, a inclusão de instruções para o uso de granadas norte-coreanas propelidas por foguetes F-7, que Pyongyang negou ter fornecido ao Hamas. Cerca de 50 munições altamente explosivas foram encontradas pelas tropas israelenses após os ataques, de acordo com os militares, que exibiram parte do material encontrado.

Autoridades do Hamas em Gaza e Beirute não responderam aos pedidos de comentários.

Estima-se que a ala militar secreta do Hamas, al-Qassam, tenha construído uma força com 15 mil a 40 mil combatentes prontos para o combate - 1.200 dos quais estariam envolvidos no ataque de 7 de outubro.

Nos primeiros anos, quando os túneis foram abertos para o Egito, o Hamas poderia facilmente contrabandear explosivos e foguetes para Gaza, disse Mkhaimar Abusada, analista da Universidade Al-Azhar de Gaza. Mas o presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi, reprimiu as rotas de contrabando.

“Honestamente, não sei como eles mantiveram a habilidade para construir esta capacidade militar”, disse Abusada, observando o perímetro de segurança em torno de Gaza. Sabe-se que membros das forças especiais de elite Nukhba do al-Qassam, que lideraram o ataque, foram treinados no Irã e retornaram a Gaza para treinar outros, disse ele.

Conflito já deixou milhares de mortos em Israel e na Faixa de Gaza.  Foto: MOHAMMED SABER

Os militantes usaram parapentes, motocicletas e caminhões para atravessar a cerca da fronteira de Gaza para Israel, e pequenas unidades especializadas atacaram comunidades israelenses, conforme as instruções do manual.

“Vimos que eles estão trabalhando como tropas profissionais”, disse o Major G, comandante do Instituto Israelense de Pesquisa de Armas, na sexta-feira, enquanto exibia armas que haviam sido apreendidas do Hamas. O major só pôde ser identificado por sua patente e primeiro nome, de acordo com as regras estabelecidas pelos agentes israelenses. “Eles trabalharam de forma muito específica. Foi tudo muito organizado. Um veículo era IED, um veículo era RPG, um veículo era uma equipe de comando.”

As instruções para as “tropas de choque” também incluíam os melhores lugares para esfaquear alguém, de acordo com o manual de campo obtido pelo The Post. O “pescoço na área da clavícula”, a “coluna vertebral” e as “axilas” estão listados.

Aymenn al-Tamimi, um especialista do Fórum do Oriente Médio que estudou extensivamente documentos recuperados de campos de batalha no Iraque e na Síria, concordou que o documento parecia genuíno. “Não seria surpreendente que documentos como esse estivessem em posse de combatentes”, disse ele.

Os militares israelenses afirmam que centenas de documentos e outros materiais foram coletados pela Diretoria de Inteligência e pela unidade de engenharia de combate Yahalom, incluindo telefones celulares do Hamas, equipamentos de comunicação, câmeras e relatórios de inteligência.

Muitos documentos surgiram em um canal do Telegram chamado South First Responders, que compila provas coletadas após os ataques por aqueles que estão limpando as áreas. O grupo se recusa a responder perguntas sobre seus métodos de coleta de documentos e materiais, alegando riscos para as fontes.

Edifícios foram destruídos no bombardeio israelense em al-Zahra, nos arredores da cidade de Gaza. Foto: Ali Mahmoud/AP

Aqueles que trabalharam para remover os corpos de centenas de militantes palestinos mortos no ataque dizem que os cadáveres são primeiro examinados por esquadrões antibombas para garantir que não haja explosivos escondidos.

“Eles vieram com tudo, totalmente equipados, com documentos, mapas e instruções”, disse Yossi Landau, um socorrista da linha de frente da organização médica Zaka, que tem trabalhado na remoção de corpos.

Um documento de 14 páginas parcialmente publicado pelo South First Responders e verificado pelas autoridades israelenses delineou planos de ataque para Mefalsim, um pequeno kibutz de 1.000 pessoas que conseguiu escapar relativamente ileso do ataque. A segurança do kibutz lutou contra um grupo de cerca de 30 militantes armados com granadas e AK-47s no portão da frente.

O documento detalha o tamanho da equipe de segurança do kibutz, o número de minutos que levaria para se deslocar entre vários pontos da comunidade e o objetivo de “fazer soldados e civis como prisioneiros e reféns e negociar sua libertação”.

Tensão entre Israel-Hamas se iniciou no último dia 7 de outubro após o grupo terrorista realizar ataques no sul do país.  Foto: Mohammed Saber/EFE/EPA

De acordo com quatro páginas adicionais obtidas pelo The Post, a equipe no portão da frente deveria distrair a força de segurança do kibutz enquanto uma unidade de explosivos do Hamas abria um buraco no portão dos fundos.

“O grupo mantém o kibutz ocupado até que o restante das forças chegue”, dizia o documento de planejamento. Mas os reforços nunca chegaram, de acordo com aqueles que lutaram no kibutz.

“Eles sabiam onde estavam os portões, sabiam onde estavam os geradores para cortar a eletricidade”, disse Yarden Reskin, arquiteto paisagista e voluntário da equipe de segurança do kibutz. Analisando os planos de ataque e o número de mortos nas comunidades vizinhas: “Sentimos que tivemos muita sorte”, disse ele. “Fizemos nossa parte, fizemos bem, mas tivemos muita sorte.” - Hendrix relatou de Jerusalém. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

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