Dono da Fox News disse que Trump estava ‘cada vez mais louco’ após rejeitar derrota para Biden


Obtida por processo judicial, correspondência de Rupert Murdoch com amigos mostra preocupação com as alegações trumpistas de fraude nas eleições

Por Redação
Atualização:

Nas semanas após a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, em novembro de 2020, Rupert Murdoch, o poderoso dono da Fox News, temia que o então presidente Donald Trump, apoiado por ele, estivesse ficando “cada vez mais louco”. Ao contrário de muitos telespectadores da Fox, o magnata pareceu entender rapidamente que Trump havia perdido a eleição e achou o comportamento do presidente cada vez mais angustiante e errático.

A opinião de Murdoch está em milhares de páginas de documentos internos da Fox, em mensagens de texto e e-mails trocados entre ele e os principais diretores e apresentadores do canal, tornados públicos na terça-feira, 7, como parte de um processo de difamação movido pela Dominion Voting Systems, uma empresa que produz e vende hardware e software de votação eletrônica para os EUA, contra a Fox.

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Um dos e-mails, enviado 13 dias após a eleição, indica que o empresário acreditava que Trump iria ceder à vitória de Biden eventualmente. Uma semana depois, ele permanecia com a mesma opinião, confiante que Trump estava saindo do cenário político. “Em mais um mês, Trump se tornará irrelevante e teremos muito a dizer sobre Biden, democratas e nomeações”, escreveu ao ex-executivo da Fox, Preston Padden, em novembro de 2020.

Fachada dos estúdios da Fox News em Nova Iorque exibe chamada sobre o então presidente Donald Trump, em imagem de 28 de novembro de 2018. Canal apoiou o republicano até ataque contra o Capitólio Foto: Mark Lennihan/AP

A confiança de Murdoch foi diminuindo à medida que Trump insistia em alegar fraude nas eleições. A um amigo, o dono da Fox News disse que o então presidente parecia cada vez mais louco. “Aparentemente, não está dormindo e muito hiperativo”, disse. “Não sei sobre Melania (esposa de Donald Trump) está. Os filhos dele também não estão ajudando”.

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As posições pessoais de Murdoch contrastavam fortemente com a opinião transmitida todas as noites nos programas da Fox News. Apesar de suas opiniões, o proprietário do canal às vezes parecia preocupado em manter uma cobertura jornalística sem entrar em embates com Trump para não irritar a audiência, composta por apoiadores do republicano. As avaliações internas mostravam que os espectadores estavam saindo do canal para buscar outros veículos que abraçavam as mentiras de Trump.

Na semana passada, o ex-presidente Donald Trump escreveu uma mensagem que parecia responder às revelações dos documentos da Fox. “Rupert Murdoch deveria se desculpar com seus telespectadores e leitores por sua defesa ridícula da eleição presidencial de 2020. Quantas trapaças e manipulações ele tem a ver?”, disse.

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Mensagens antes das eleições

Nos e-mails anteriores às eleições, Murdoch se mostra um partidário a favor de Trump, sem medir equilíbrio nas preferências políticas. Em uma conversa com o genro e conselheiro sênior de Trump, Jared Kushner, ele deu opiniões e informações internas da Fox News sobre a campanha presidencial. “Saiba que vocês estão gastando menos na TV do que Biden”, escreveu um mês e meio antes das eleições. “No entanto, meu pessoal diz que os [anúncios] dele são muito mais criativos que os seus”.

No dia seguinte, Kushner respondeu dizendo que lançaria novas peças mais criativas durante a semana, após uma análise feita por ele. “Seu [anúncio] às 13h deste domingo é uma melhoria”, respondeu Murdoch.

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Em 5 de janeiro de 2021, Murdoch orientou à equipe da Fox News que deveria se concentrar na disputa de segundo turno para o Senado na Geórgia, que ocorreu no contexto de ataques contínuos do ex-presidente às eleições presidenciais e determinaria o controle do Senado nos EUA. Quando alegações infundadas sobre a eleição continuaram a ser feitas, o empresário disse que eram “coisas realmente loucas e prejudiciais”. “Pode até levar a uma derrota dupla na Geórgia”, declarou.

Repercussões ao ataque do Capitólio

O ataque ao Capitólio dos EUA por apoiadores de Donald Trump no dia 6 de janeiro parece ter dado uma pausa a Murdoch. Dois dias depois, ele enviou um e-mail a um ex-executivo do seu canal afirmando que queria fazer de Trump uma “não-pessoa”. “Fox News muito ocupada mudando de direção”, declarou.

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Ex-presidente Donald Trump durante evento da Conferência da Ação Política Conservadora em Maryland, em imagem do dia 4 deste mês. Alegações insistente de fraudes nas eleições de 2020 levaram dono da Fox a chamar o magnata de louco Foto: Anna Moneymaker/AFP

Um dia após a posse de Biden, em 21 de janeiro de 2021, o executivo voltou a trocar correspondências, dando indícios que estava revendo o papel da Fox nas semanas anteriores. “Talvez Sean e Laura (dois dos principais comentaristas do horário nobre da Fox) tenham ido longe demais”, disse.

Processo contra a Fox News

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O processo da Dominion Voting Systems contra a Fox News alega que o canal de televisão difamou a empresa por notícias falsas que alegavam que as máquinas Dominion foram utilizadas para ajudar Biden a derrotar Trump. A Fox disse que divulgava as alegações do ex-presidente, mas não as endossava, e acusou a Dominion de distorcer e promover desinformação para “atropelar a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa”. O caso deve ir a julgamento no próximo mês.

Então com 89 anos de idade e uma das pessoas mais poderosas da mídia global, Murdoch aparece nos documentos anexados no processo como uma figura extremamente engajada e participativa na Fox News após a eleição de 2020. No início de dezembro de 2020, ele disse que o comportamento de Trump, que preparava um comício na Flórida no dia da posse de Joe Biden, para desviar a atenção, era “horrível” e tornava mais difícil para a Fox superar a eleição.

Os e-mails eram frequentemente enviados para o filho Lachlan Murdoch, filho e CEO da Fox News, e para Suzanne Scott, diretora-executiva do canal. Em outros, os destinatários eram diversos amigos do empresário, do ex-editor do New York Post ao dono de canais de TV do Afeganistão.

O processo também revela como Murdoch estava furioso com os pesquisadores que trabalharam para ele na Fox News – “Eu odeio nosso pessoal da Mesa de Decisões”, escreveu em um e-mail, enquanto o canal, com a análise dos pesquisadores, se preparava para declarar a vitória de Joe Biden.

Em outro e-mail, Murdoch também externa a sua preocupação com as ideias golpistas de Trump e de seus aliados estaduais de rejeitar as vitórias de Joe Biden nos Estados indecisos. Segundo o dono da Fox News, o medo era que as ideias “soassem ridículas” e causassem “motins como nunca antes”.

Nas semanas após a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, em novembro de 2020, Rupert Murdoch, o poderoso dono da Fox News, temia que o então presidente Donald Trump, apoiado por ele, estivesse ficando “cada vez mais louco”. Ao contrário de muitos telespectadores da Fox, o magnata pareceu entender rapidamente que Trump havia perdido a eleição e achou o comportamento do presidente cada vez mais angustiante e errático.

A opinião de Murdoch está em milhares de páginas de documentos internos da Fox, em mensagens de texto e e-mails trocados entre ele e os principais diretores e apresentadores do canal, tornados públicos na terça-feira, 7, como parte de um processo de difamação movido pela Dominion Voting Systems, uma empresa que produz e vende hardware e software de votação eletrônica para os EUA, contra a Fox.

Um dos e-mails, enviado 13 dias após a eleição, indica que o empresário acreditava que Trump iria ceder à vitória de Biden eventualmente. Uma semana depois, ele permanecia com a mesma opinião, confiante que Trump estava saindo do cenário político. “Em mais um mês, Trump se tornará irrelevante e teremos muito a dizer sobre Biden, democratas e nomeações”, escreveu ao ex-executivo da Fox, Preston Padden, em novembro de 2020.

Fachada dos estúdios da Fox News em Nova Iorque exibe chamada sobre o então presidente Donald Trump, em imagem de 28 de novembro de 2018. Canal apoiou o republicano até ataque contra o Capitólio Foto: Mark Lennihan/AP

A confiança de Murdoch foi diminuindo à medida que Trump insistia em alegar fraude nas eleições. A um amigo, o dono da Fox News disse que o então presidente parecia cada vez mais louco. “Aparentemente, não está dormindo e muito hiperativo”, disse. “Não sei sobre Melania (esposa de Donald Trump) está. Os filhos dele também não estão ajudando”.

As posições pessoais de Murdoch contrastavam fortemente com a opinião transmitida todas as noites nos programas da Fox News. Apesar de suas opiniões, o proprietário do canal às vezes parecia preocupado em manter uma cobertura jornalística sem entrar em embates com Trump para não irritar a audiência, composta por apoiadores do republicano. As avaliações internas mostravam que os espectadores estavam saindo do canal para buscar outros veículos que abraçavam as mentiras de Trump.

Na semana passada, o ex-presidente Donald Trump escreveu uma mensagem que parecia responder às revelações dos documentos da Fox. “Rupert Murdoch deveria se desculpar com seus telespectadores e leitores por sua defesa ridícula da eleição presidencial de 2020. Quantas trapaças e manipulações ele tem a ver?”, disse.

Mensagens antes das eleições

Nos e-mails anteriores às eleições, Murdoch se mostra um partidário a favor de Trump, sem medir equilíbrio nas preferências políticas. Em uma conversa com o genro e conselheiro sênior de Trump, Jared Kushner, ele deu opiniões e informações internas da Fox News sobre a campanha presidencial. “Saiba que vocês estão gastando menos na TV do que Biden”, escreveu um mês e meio antes das eleições. “No entanto, meu pessoal diz que os [anúncios] dele são muito mais criativos que os seus”.

No dia seguinte, Kushner respondeu dizendo que lançaria novas peças mais criativas durante a semana, após uma análise feita por ele. “Seu [anúncio] às 13h deste domingo é uma melhoria”, respondeu Murdoch.

Em 5 de janeiro de 2021, Murdoch orientou à equipe da Fox News que deveria se concentrar na disputa de segundo turno para o Senado na Geórgia, que ocorreu no contexto de ataques contínuos do ex-presidente às eleições presidenciais e determinaria o controle do Senado nos EUA. Quando alegações infundadas sobre a eleição continuaram a ser feitas, o empresário disse que eram “coisas realmente loucas e prejudiciais”. “Pode até levar a uma derrota dupla na Geórgia”, declarou.

Repercussões ao ataque do Capitólio

O ataque ao Capitólio dos EUA por apoiadores de Donald Trump no dia 6 de janeiro parece ter dado uma pausa a Murdoch. Dois dias depois, ele enviou um e-mail a um ex-executivo do seu canal afirmando que queria fazer de Trump uma “não-pessoa”. “Fox News muito ocupada mudando de direção”, declarou.

Ex-presidente Donald Trump durante evento da Conferência da Ação Política Conservadora em Maryland, em imagem do dia 4 deste mês. Alegações insistente de fraudes nas eleições de 2020 levaram dono da Fox a chamar o magnata de louco Foto: Anna Moneymaker/AFP

Um dia após a posse de Biden, em 21 de janeiro de 2021, o executivo voltou a trocar correspondências, dando indícios que estava revendo o papel da Fox nas semanas anteriores. “Talvez Sean e Laura (dois dos principais comentaristas do horário nobre da Fox) tenham ido longe demais”, disse.

Processo contra a Fox News

O processo da Dominion Voting Systems contra a Fox News alega que o canal de televisão difamou a empresa por notícias falsas que alegavam que as máquinas Dominion foram utilizadas para ajudar Biden a derrotar Trump. A Fox disse que divulgava as alegações do ex-presidente, mas não as endossava, e acusou a Dominion de distorcer e promover desinformação para “atropelar a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa”. O caso deve ir a julgamento no próximo mês.

Então com 89 anos de idade e uma das pessoas mais poderosas da mídia global, Murdoch aparece nos documentos anexados no processo como uma figura extremamente engajada e participativa na Fox News após a eleição de 2020. No início de dezembro de 2020, ele disse que o comportamento de Trump, que preparava um comício na Flórida no dia da posse de Joe Biden, para desviar a atenção, era “horrível” e tornava mais difícil para a Fox superar a eleição.

Os e-mails eram frequentemente enviados para o filho Lachlan Murdoch, filho e CEO da Fox News, e para Suzanne Scott, diretora-executiva do canal. Em outros, os destinatários eram diversos amigos do empresário, do ex-editor do New York Post ao dono de canais de TV do Afeganistão.

O processo também revela como Murdoch estava furioso com os pesquisadores que trabalharam para ele na Fox News – “Eu odeio nosso pessoal da Mesa de Decisões”, escreveu em um e-mail, enquanto o canal, com a análise dos pesquisadores, se preparava para declarar a vitória de Joe Biden.

Em outro e-mail, Murdoch também externa a sua preocupação com as ideias golpistas de Trump e de seus aliados estaduais de rejeitar as vitórias de Joe Biden nos Estados indecisos. Segundo o dono da Fox News, o medo era que as ideias “soassem ridículas” e causassem “motins como nunca antes”.

Nas semanas após a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, em novembro de 2020, Rupert Murdoch, o poderoso dono da Fox News, temia que o então presidente Donald Trump, apoiado por ele, estivesse ficando “cada vez mais louco”. Ao contrário de muitos telespectadores da Fox, o magnata pareceu entender rapidamente que Trump havia perdido a eleição e achou o comportamento do presidente cada vez mais angustiante e errático.

A opinião de Murdoch está em milhares de páginas de documentos internos da Fox, em mensagens de texto e e-mails trocados entre ele e os principais diretores e apresentadores do canal, tornados públicos na terça-feira, 7, como parte de um processo de difamação movido pela Dominion Voting Systems, uma empresa que produz e vende hardware e software de votação eletrônica para os EUA, contra a Fox.

Um dos e-mails, enviado 13 dias após a eleição, indica que o empresário acreditava que Trump iria ceder à vitória de Biden eventualmente. Uma semana depois, ele permanecia com a mesma opinião, confiante que Trump estava saindo do cenário político. “Em mais um mês, Trump se tornará irrelevante e teremos muito a dizer sobre Biden, democratas e nomeações”, escreveu ao ex-executivo da Fox, Preston Padden, em novembro de 2020.

Fachada dos estúdios da Fox News em Nova Iorque exibe chamada sobre o então presidente Donald Trump, em imagem de 28 de novembro de 2018. Canal apoiou o republicano até ataque contra o Capitólio Foto: Mark Lennihan/AP

A confiança de Murdoch foi diminuindo à medida que Trump insistia em alegar fraude nas eleições. A um amigo, o dono da Fox News disse que o então presidente parecia cada vez mais louco. “Aparentemente, não está dormindo e muito hiperativo”, disse. “Não sei sobre Melania (esposa de Donald Trump) está. Os filhos dele também não estão ajudando”.

As posições pessoais de Murdoch contrastavam fortemente com a opinião transmitida todas as noites nos programas da Fox News. Apesar de suas opiniões, o proprietário do canal às vezes parecia preocupado em manter uma cobertura jornalística sem entrar em embates com Trump para não irritar a audiência, composta por apoiadores do republicano. As avaliações internas mostravam que os espectadores estavam saindo do canal para buscar outros veículos que abraçavam as mentiras de Trump.

Na semana passada, o ex-presidente Donald Trump escreveu uma mensagem que parecia responder às revelações dos documentos da Fox. “Rupert Murdoch deveria se desculpar com seus telespectadores e leitores por sua defesa ridícula da eleição presidencial de 2020. Quantas trapaças e manipulações ele tem a ver?”, disse.

Mensagens antes das eleições

Nos e-mails anteriores às eleições, Murdoch se mostra um partidário a favor de Trump, sem medir equilíbrio nas preferências políticas. Em uma conversa com o genro e conselheiro sênior de Trump, Jared Kushner, ele deu opiniões e informações internas da Fox News sobre a campanha presidencial. “Saiba que vocês estão gastando menos na TV do que Biden”, escreveu um mês e meio antes das eleições. “No entanto, meu pessoal diz que os [anúncios] dele são muito mais criativos que os seus”.

No dia seguinte, Kushner respondeu dizendo que lançaria novas peças mais criativas durante a semana, após uma análise feita por ele. “Seu [anúncio] às 13h deste domingo é uma melhoria”, respondeu Murdoch.

Em 5 de janeiro de 2021, Murdoch orientou à equipe da Fox News que deveria se concentrar na disputa de segundo turno para o Senado na Geórgia, que ocorreu no contexto de ataques contínuos do ex-presidente às eleições presidenciais e determinaria o controle do Senado nos EUA. Quando alegações infundadas sobre a eleição continuaram a ser feitas, o empresário disse que eram “coisas realmente loucas e prejudiciais”. “Pode até levar a uma derrota dupla na Geórgia”, declarou.

Repercussões ao ataque do Capitólio

O ataque ao Capitólio dos EUA por apoiadores de Donald Trump no dia 6 de janeiro parece ter dado uma pausa a Murdoch. Dois dias depois, ele enviou um e-mail a um ex-executivo do seu canal afirmando que queria fazer de Trump uma “não-pessoa”. “Fox News muito ocupada mudando de direção”, declarou.

Ex-presidente Donald Trump durante evento da Conferência da Ação Política Conservadora em Maryland, em imagem do dia 4 deste mês. Alegações insistente de fraudes nas eleições de 2020 levaram dono da Fox a chamar o magnata de louco Foto: Anna Moneymaker/AFP

Um dia após a posse de Biden, em 21 de janeiro de 2021, o executivo voltou a trocar correspondências, dando indícios que estava revendo o papel da Fox nas semanas anteriores. “Talvez Sean e Laura (dois dos principais comentaristas do horário nobre da Fox) tenham ido longe demais”, disse.

Processo contra a Fox News

O processo da Dominion Voting Systems contra a Fox News alega que o canal de televisão difamou a empresa por notícias falsas que alegavam que as máquinas Dominion foram utilizadas para ajudar Biden a derrotar Trump. A Fox disse que divulgava as alegações do ex-presidente, mas não as endossava, e acusou a Dominion de distorcer e promover desinformação para “atropelar a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa”. O caso deve ir a julgamento no próximo mês.

Então com 89 anos de idade e uma das pessoas mais poderosas da mídia global, Murdoch aparece nos documentos anexados no processo como uma figura extremamente engajada e participativa na Fox News após a eleição de 2020. No início de dezembro de 2020, ele disse que o comportamento de Trump, que preparava um comício na Flórida no dia da posse de Joe Biden, para desviar a atenção, era “horrível” e tornava mais difícil para a Fox superar a eleição.

Os e-mails eram frequentemente enviados para o filho Lachlan Murdoch, filho e CEO da Fox News, e para Suzanne Scott, diretora-executiva do canal. Em outros, os destinatários eram diversos amigos do empresário, do ex-editor do New York Post ao dono de canais de TV do Afeganistão.

O processo também revela como Murdoch estava furioso com os pesquisadores que trabalharam para ele na Fox News – “Eu odeio nosso pessoal da Mesa de Decisões”, escreveu em um e-mail, enquanto o canal, com a análise dos pesquisadores, se preparava para declarar a vitória de Joe Biden.

Em outro e-mail, Murdoch também externa a sua preocupação com as ideias golpistas de Trump e de seus aliados estaduais de rejeitar as vitórias de Joe Biden nos Estados indecisos. Segundo o dono da Fox News, o medo era que as ideias “soassem ridículas” e causassem “motins como nunca antes”.

Nas semanas após a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, em novembro de 2020, Rupert Murdoch, o poderoso dono da Fox News, temia que o então presidente Donald Trump, apoiado por ele, estivesse ficando “cada vez mais louco”. Ao contrário de muitos telespectadores da Fox, o magnata pareceu entender rapidamente que Trump havia perdido a eleição e achou o comportamento do presidente cada vez mais angustiante e errático.

A opinião de Murdoch está em milhares de páginas de documentos internos da Fox, em mensagens de texto e e-mails trocados entre ele e os principais diretores e apresentadores do canal, tornados públicos na terça-feira, 7, como parte de um processo de difamação movido pela Dominion Voting Systems, uma empresa que produz e vende hardware e software de votação eletrônica para os EUA, contra a Fox.

Um dos e-mails, enviado 13 dias após a eleição, indica que o empresário acreditava que Trump iria ceder à vitória de Biden eventualmente. Uma semana depois, ele permanecia com a mesma opinião, confiante que Trump estava saindo do cenário político. “Em mais um mês, Trump se tornará irrelevante e teremos muito a dizer sobre Biden, democratas e nomeações”, escreveu ao ex-executivo da Fox, Preston Padden, em novembro de 2020.

Fachada dos estúdios da Fox News em Nova Iorque exibe chamada sobre o então presidente Donald Trump, em imagem de 28 de novembro de 2018. Canal apoiou o republicano até ataque contra o Capitólio Foto: Mark Lennihan/AP

A confiança de Murdoch foi diminuindo à medida que Trump insistia em alegar fraude nas eleições. A um amigo, o dono da Fox News disse que o então presidente parecia cada vez mais louco. “Aparentemente, não está dormindo e muito hiperativo”, disse. “Não sei sobre Melania (esposa de Donald Trump) está. Os filhos dele também não estão ajudando”.

As posições pessoais de Murdoch contrastavam fortemente com a opinião transmitida todas as noites nos programas da Fox News. Apesar de suas opiniões, o proprietário do canal às vezes parecia preocupado em manter uma cobertura jornalística sem entrar em embates com Trump para não irritar a audiência, composta por apoiadores do republicano. As avaliações internas mostravam que os espectadores estavam saindo do canal para buscar outros veículos que abraçavam as mentiras de Trump.

Na semana passada, o ex-presidente Donald Trump escreveu uma mensagem que parecia responder às revelações dos documentos da Fox. “Rupert Murdoch deveria se desculpar com seus telespectadores e leitores por sua defesa ridícula da eleição presidencial de 2020. Quantas trapaças e manipulações ele tem a ver?”, disse.

Mensagens antes das eleições

Nos e-mails anteriores às eleições, Murdoch se mostra um partidário a favor de Trump, sem medir equilíbrio nas preferências políticas. Em uma conversa com o genro e conselheiro sênior de Trump, Jared Kushner, ele deu opiniões e informações internas da Fox News sobre a campanha presidencial. “Saiba que vocês estão gastando menos na TV do que Biden”, escreveu um mês e meio antes das eleições. “No entanto, meu pessoal diz que os [anúncios] dele são muito mais criativos que os seus”.

No dia seguinte, Kushner respondeu dizendo que lançaria novas peças mais criativas durante a semana, após uma análise feita por ele. “Seu [anúncio] às 13h deste domingo é uma melhoria”, respondeu Murdoch.

Em 5 de janeiro de 2021, Murdoch orientou à equipe da Fox News que deveria se concentrar na disputa de segundo turno para o Senado na Geórgia, que ocorreu no contexto de ataques contínuos do ex-presidente às eleições presidenciais e determinaria o controle do Senado nos EUA. Quando alegações infundadas sobre a eleição continuaram a ser feitas, o empresário disse que eram “coisas realmente loucas e prejudiciais”. “Pode até levar a uma derrota dupla na Geórgia”, declarou.

Repercussões ao ataque do Capitólio

O ataque ao Capitólio dos EUA por apoiadores de Donald Trump no dia 6 de janeiro parece ter dado uma pausa a Murdoch. Dois dias depois, ele enviou um e-mail a um ex-executivo do seu canal afirmando que queria fazer de Trump uma “não-pessoa”. “Fox News muito ocupada mudando de direção”, declarou.

Ex-presidente Donald Trump durante evento da Conferência da Ação Política Conservadora em Maryland, em imagem do dia 4 deste mês. Alegações insistente de fraudes nas eleições de 2020 levaram dono da Fox a chamar o magnata de louco Foto: Anna Moneymaker/AFP

Um dia após a posse de Biden, em 21 de janeiro de 2021, o executivo voltou a trocar correspondências, dando indícios que estava revendo o papel da Fox nas semanas anteriores. “Talvez Sean e Laura (dois dos principais comentaristas do horário nobre da Fox) tenham ido longe demais”, disse.

Processo contra a Fox News

O processo da Dominion Voting Systems contra a Fox News alega que o canal de televisão difamou a empresa por notícias falsas que alegavam que as máquinas Dominion foram utilizadas para ajudar Biden a derrotar Trump. A Fox disse que divulgava as alegações do ex-presidente, mas não as endossava, e acusou a Dominion de distorcer e promover desinformação para “atropelar a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa”. O caso deve ir a julgamento no próximo mês.

Então com 89 anos de idade e uma das pessoas mais poderosas da mídia global, Murdoch aparece nos documentos anexados no processo como uma figura extremamente engajada e participativa na Fox News após a eleição de 2020. No início de dezembro de 2020, ele disse que o comportamento de Trump, que preparava um comício na Flórida no dia da posse de Joe Biden, para desviar a atenção, era “horrível” e tornava mais difícil para a Fox superar a eleição.

Os e-mails eram frequentemente enviados para o filho Lachlan Murdoch, filho e CEO da Fox News, e para Suzanne Scott, diretora-executiva do canal. Em outros, os destinatários eram diversos amigos do empresário, do ex-editor do New York Post ao dono de canais de TV do Afeganistão.

O processo também revela como Murdoch estava furioso com os pesquisadores que trabalharam para ele na Fox News – “Eu odeio nosso pessoal da Mesa de Decisões”, escreveu em um e-mail, enquanto o canal, com a análise dos pesquisadores, se preparava para declarar a vitória de Joe Biden.

Em outro e-mail, Murdoch também externa a sua preocupação com as ideias golpistas de Trump e de seus aliados estaduais de rejeitar as vitórias de Joe Biden nos Estados indecisos. Segundo o dono da Fox News, o medo era que as ideias “soassem ridículas” e causassem “motins como nunca antes”.

Nas semanas após a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, em novembro de 2020, Rupert Murdoch, o poderoso dono da Fox News, temia que o então presidente Donald Trump, apoiado por ele, estivesse ficando “cada vez mais louco”. Ao contrário de muitos telespectadores da Fox, o magnata pareceu entender rapidamente que Trump havia perdido a eleição e achou o comportamento do presidente cada vez mais angustiante e errático.

A opinião de Murdoch está em milhares de páginas de documentos internos da Fox, em mensagens de texto e e-mails trocados entre ele e os principais diretores e apresentadores do canal, tornados públicos na terça-feira, 7, como parte de um processo de difamação movido pela Dominion Voting Systems, uma empresa que produz e vende hardware e software de votação eletrônica para os EUA, contra a Fox.

Um dos e-mails, enviado 13 dias após a eleição, indica que o empresário acreditava que Trump iria ceder à vitória de Biden eventualmente. Uma semana depois, ele permanecia com a mesma opinião, confiante que Trump estava saindo do cenário político. “Em mais um mês, Trump se tornará irrelevante e teremos muito a dizer sobre Biden, democratas e nomeações”, escreveu ao ex-executivo da Fox, Preston Padden, em novembro de 2020.

Fachada dos estúdios da Fox News em Nova Iorque exibe chamada sobre o então presidente Donald Trump, em imagem de 28 de novembro de 2018. Canal apoiou o republicano até ataque contra o Capitólio Foto: Mark Lennihan/AP

A confiança de Murdoch foi diminuindo à medida que Trump insistia em alegar fraude nas eleições. A um amigo, o dono da Fox News disse que o então presidente parecia cada vez mais louco. “Aparentemente, não está dormindo e muito hiperativo”, disse. “Não sei sobre Melania (esposa de Donald Trump) está. Os filhos dele também não estão ajudando”.

As posições pessoais de Murdoch contrastavam fortemente com a opinião transmitida todas as noites nos programas da Fox News. Apesar de suas opiniões, o proprietário do canal às vezes parecia preocupado em manter uma cobertura jornalística sem entrar em embates com Trump para não irritar a audiência, composta por apoiadores do republicano. As avaliações internas mostravam que os espectadores estavam saindo do canal para buscar outros veículos que abraçavam as mentiras de Trump.

Na semana passada, o ex-presidente Donald Trump escreveu uma mensagem que parecia responder às revelações dos documentos da Fox. “Rupert Murdoch deveria se desculpar com seus telespectadores e leitores por sua defesa ridícula da eleição presidencial de 2020. Quantas trapaças e manipulações ele tem a ver?”, disse.

Mensagens antes das eleições

Nos e-mails anteriores às eleições, Murdoch se mostra um partidário a favor de Trump, sem medir equilíbrio nas preferências políticas. Em uma conversa com o genro e conselheiro sênior de Trump, Jared Kushner, ele deu opiniões e informações internas da Fox News sobre a campanha presidencial. “Saiba que vocês estão gastando menos na TV do que Biden”, escreveu um mês e meio antes das eleições. “No entanto, meu pessoal diz que os [anúncios] dele são muito mais criativos que os seus”.

No dia seguinte, Kushner respondeu dizendo que lançaria novas peças mais criativas durante a semana, após uma análise feita por ele. “Seu [anúncio] às 13h deste domingo é uma melhoria”, respondeu Murdoch.

Em 5 de janeiro de 2021, Murdoch orientou à equipe da Fox News que deveria se concentrar na disputa de segundo turno para o Senado na Geórgia, que ocorreu no contexto de ataques contínuos do ex-presidente às eleições presidenciais e determinaria o controle do Senado nos EUA. Quando alegações infundadas sobre a eleição continuaram a ser feitas, o empresário disse que eram “coisas realmente loucas e prejudiciais”. “Pode até levar a uma derrota dupla na Geórgia”, declarou.

Repercussões ao ataque do Capitólio

O ataque ao Capitólio dos EUA por apoiadores de Donald Trump no dia 6 de janeiro parece ter dado uma pausa a Murdoch. Dois dias depois, ele enviou um e-mail a um ex-executivo do seu canal afirmando que queria fazer de Trump uma “não-pessoa”. “Fox News muito ocupada mudando de direção”, declarou.

Ex-presidente Donald Trump durante evento da Conferência da Ação Política Conservadora em Maryland, em imagem do dia 4 deste mês. Alegações insistente de fraudes nas eleições de 2020 levaram dono da Fox a chamar o magnata de louco Foto: Anna Moneymaker/AFP

Um dia após a posse de Biden, em 21 de janeiro de 2021, o executivo voltou a trocar correspondências, dando indícios que estava revendo o papel da Fox nas semanas anteriores. “Talvez Sean e Laura (dois dos principais comentaristas do horário nobre da Fox) tenham ido longe demais”, disse.

Processo contra a Fox News

O processo da Dominion Voting Systems contra a Fox News alega que o canal de televisão difamou a empresa por notícias falsas que alegavam que as máquinas Dominion foram utilizadas para ajudar Biden a derrotar Trump. A Fox disse que divulgava as alegações do ex-presidente, mas não as endossava, e acusou a Dominion de distorcer e promover desinformação para “atropelar a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa”. O caso deve ir a julgamento no próximo mês.

Então com 89 anos de idade e uma das pessoas mais poderosas da mídia global, Murdoch aparece nos documentos anexados no processo como uma figura extremamente engajada e participativa na Fox News após a eleição de 2020. No início de dezembro de 2020, ele disse que o comportamento de Trump, que preparava um comício na Flórida no dia da posse de Joe Biden, para desviar a atenção, era “horrível” e tornava mais difícil para a Fox superar a eleição.

Os e-mails eram frequentemente enviados para o filho Lachlan Murdoch, filho e CEO da Fox News, e para Suzanne Scott, diretora-executiva do canal. Em outros, os destinatários eram diversos amigos do empresário, do ex-editor do New York Post ao dono de canais de TV do Afeganistão.

O processo também revela como Murdoch estava furioso com os pesquisadores que trabalharam para ele na Fox News – “Eu odeio nosso pessoal da Mesa de Decisões”, escreveu em um e-mail, enquanto o canal, com a análise dos pesquisadores, se preparava para declarar a vitória de Joe Biden.

Em outro e-mail, Murdoch também externa a sua preocupação com as ideias golpistas de Trump e de seus aliados estaduais de rejeitar as vitórias de Joe Biden nos Estados indecisos. Segundo o dono da Fox News, o medo era que as ideias “soassem ridículas” e causassem “motins como nunca antes”.

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