Dono de gráfica na Rússia resiste com cartazes contra ‘o medo’ e a favor ‘da paz’


Sergei Besov imprime cartazes em uma prensa com tipografia soviética desde 2017; estampas viraram símbolo de resistência pacifista desde o início da guerra na Ucrânia

Por Andrea Palasciano

AFP - “Todo o mundo precisa de paz”. Essas palavras, impressas em vermelho na entrada de uma pequena gráfica em Moscou, parecem senso comum. Mas no contexto repressivo que reina na Rússia após o início da guerra na Ucrânia, representam uma revolução.

São obra de Serguei Besov, de 45 anos, olhos azuis e barba cheia, que chega de bicicleta, vestido com uma de suas criações - uma camiseta preta que diz: “O medo não é motivo para deixar de agir”.

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Desde 2017, ele imprime à mão, um a um, numa antiga prensa e com tinta vermelha, cartazes com slogans vagos e atraentes, facilmente reconhecíveis nos muros da cidade graças à sua tipografia soviética.

Sergei Besov, de 45 anos, transformou sua gráfica em Moscou em espaço de resistência pela paz. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

Então a notícia o alcançou. Em 24 de fevereiro, tropas russas entraram na Ucrânia. A incerteza reinou na Rússia por vários dias.

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A pequena gráfica começou a fabricar cartazes antiguerra. Um vídeo que mostra sua produção alcançou milhões de visualizações no Instagram.

“Não sabíamos se a lei marcial seria decretada ou não. Até 5 de março, era pânico no mundo inteiro. Imprimimos esse cartaz e sentimos que incomodava muito”, diz Sergei, instalado em uma antiga fábrica de tijolos vermelhos que hoje abriga cafés, ateliês de artistas e, até seu fechamento no início de março, a web-TV de oposição Dojd.

Neste contexto, optou por um slogan menos explícito: “Todo mundo precisa de paz”, com o objetivo de “tirar um pouco de peso das coisas”. Imediatamente, uma multidão se reuniu do lado de fora da pequena gráfica para pegar o pôster.

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Prensa com tipos característicos do período soviético são marca da gráfica de Besov. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

Depois chegou a polícia, no início de março. “Levaram duas mulheres (que trabalham aqui). Elas estavam muito nervosas”, contou à France-Presse. Convocados ao tribunal, os funcionários da equipe agora aguardam para saber se serão julgados ou se o caso será encerrado.

Após algumas semanas de pausa em março - “simplesmente por medo” -, a gráfica retomou suas atividades, apesar das ameaças.

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Entretanto, as regras mudaram: as autoridades russas reforçaram o arsenal jurídico para controlar na Rússia a comunicação sobre o conflito, proibindo a palavra “guerra” e prevendo penas que podem chegar até 15 anos de prisão para quem espalhar “informações falsas” sobre o exército.

Besov posa para foto vestindo camisa com slogan 'medo não é motivo para deixar de agir'. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

A palavra “guerra” desapareceu do espaço público e as mensagens nos muros foram apagadas em tempo recorde.

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Dezenas de milhares de russos abandonaram o país, mas Serguei Besov decidiu ficar.

“Agora os cartazes (impressos) estão relacionados ao que acontece conosco. Eles falam sobre o medo. ‘O medo não é motivo para deixar de agir” é o primeiro pôster que imprimimos após a pausa’.

AFP - “Todo o mundo precisa de paz”. Essas palavras, impressas em vermelho na entrada de uma pequena gráfica em Moscou, parecem senso comum. Mas no contexto repressivo que reina na Rússia após o início da guerra na Ucrânia, representam uma revolução.

São obra de Serguei Besov, de 45 anos, olhos azuis e barba cheia, que chega de bicicleta, vestido com uma de suas criações - uma camiseta preta que diz: “O medo não é motivo para deixar de agir”.

Desde 2017, ele imprime à mão, um a um, numa antiga prensa e com tinta vermelha, cartazes com slogans vagos e atraentes, facilmente reconhecíveis nos muros da cidade graças à sua tipografia soviética.

Sergei Besov, de 45 anos, transformou sua gráfica em Moscou em espaço de resistência pela paz. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

Então a notícia o alcançou. Em 24 de fevereiro, tropas russas entraram na Ucrânia. A incerteza reinou na Rússia por vários dias.

A pequena gráfica começou a fabricar cartazes antiguerra. Um vídeo que mostra sua produção alcançou milhões de visualizações no Instagram.

“Não sabíamos se a lei marcial seria decretada ou não. Até 5 de março, era pânico no mundo inteiro. Imprimimos esse cartaz e sentimos que incomodava muito”, diz Sergei, instalado em uma antiga fábrica de tijolos vermelhos que hoje abriga cafés, ateliês de artistas e, até seu fechamento no início de março, a web-TV de oposição Dojd.

Neste contexto, optou por um slogan menos explícito: “Todo mundo precisa de paz”, com o objetivo de “tirar um pouco de peso das coisas”. Imediatamente, uma multidão se reuniu do lado de fora da pequena gráfica para pegar o pôster.

Prensa com tipos característicos do período soviético são marca da gráfica de Besov. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

Depois chegou a polícia, no início de março. “Levaram duas mulheres (que trabalham aqui). Elas estavam muito nervosas”, contou à France-Presse. Convocados ao tribunal, os funcionários da equipe agora aguardam para saber se serão julgados ou se o caso será encerrado.

Após algumas semanas de pausa em março - “simplesmente por medo” -, a gráfica retomou suas atividades, apesar das ameaças.

Entretanto, as regras mudaram: as autoridades russas reforçaram o arsenal jurídico para controlar na Rússia a comunicação sobre o conflito, proibindo a palavra “guerra” e prevendo penas que podem chegar até 15 anos de prisão para quem espalhar “informações falsas” sobre o exército.

Besov posa para foto vestindo camisa com slogan 'medo não é motivo para deixar de agir'. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

A palavra “guerra” desapareceu do espaço público e as mensagens nos muros foram apagadas em tempo recorde.

Dezenas de milhares de russos abandonaram o país, mas Serguei Besov decidiu ficar.

“Agora os cartazes (impressos) estão relacionados ao que acontece conosco. Eles falam sobre o medo. ‘O medo não é motivo para deixar de agir” é o primeiro pôster que imprimimos após a pausa’.

AFP - “Todo o mundo precisa de paz”. Essas palavras, impressas em vermelho na entrada de uma pequena gráfica em Moscou, parecem senso comum. Mas no contexto repressivo que reina na Rússia após o início da guerra na Ucrânia, representam uma revolução.

São obra de Serguei Besov, de 45 anos, olhos azuis e barba cheia, que chega de bicicleta, vestido com uma de suas criações - uma camiseta preta que diz: “O medo não é motivo para deixar de agir”.

Desde 2017, ele imprime à mão, um a um, numa antiga prensa e com tinta vermelha, cartazes com slogans vagos e atraentes, facilmente reconhecíveis nos muros da cidade graças à sua tipografia soviética.

Sergei Besov, de 45 anos, transformou sua gráfica em Moscou em espaço de resistência pela paz. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

Então a notícia o alcançou. Em 24 de fevereiro, tropas russas entraram na Ucrânia. A incerteza reinou na Rússia por vários dias.

A pequena gráfica começou a fabricar cartazes antiguerra. Um vídeo que mostra sua produção alcançou milhões de visualizações no Instagram.

“Não sabíamos se a lei marcial seria decretada ou não. Até 5 de março, era pânico no mundo inteiro. Imprimimos esse cartaz e sentimos que incomodava muito”, diz Sergei, instalado em uma antiga fábrica de tijolos vermelhos que hoje abriga cafés, ateliês de artistas e, até seu fechamento no início de março, a web-TV de oposição Dojd.

Neste contexto, optou por um slogan menos explícito: “Todo mundo precisa de paz”, com o objetivo de “tirar um pouco de peso das coisas”. Imediatamente, uma multidão se reuniu do lado de fora da pequena gráfica para pegar o pôster.

Prensa com tipos característicos do período soviético são marca da gráfica de Besov. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

Depois chegou a polícia, no início de março. “Levaram duas mulheres (que trabalham aqui). Elas estavam muito nervosas”, contou à France-Presse. Convocados ao tribunal, os funcionários da equipe agora aguardam para saber se serão julgados ou se o caso será encerrado.

Após algumas semanas de pausa em março - “simplesmente por medo” -, a gráfica retomou suas atividades, apesar das ameaças.

Entretanto, as regras mudaram: as autoridades russas reforçaram o arsenal jurídico para controlar na Rússia a comunicação sobre o conflito, proibindo a palavra “guerra” e prevendo penas que podem chegar até 15 anos de prisão para quem espalhar “informações falsas” sobre o exército.

Besov posa para foto vestindo camisa com slogan 'medo não é motivo para deixar de agir'. Foto: Kirill Kudryavtsev/ AFP

A palavra “guerra” desapareceu do espaço público e as mensagens nos muros foram apagadas em tempo recorde.

Dezenas de milhares de russos abandonaram o país, mas Serguei Besov decidiu ficar.

“Agora os cartazes (impressos) estão relacionados ao que acontece conosco. Eles falam sobre o medo. ‘O medo não é motivo para deixar de agir” é o primeiro pôster que imprimimos após a pausa’.

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