Efeito Bukele: as respostas da América Latina à crise da segurança pública; veja vídeo


Estadão viajou a três cidades latino-americanas com a intenção de conhecer e apresentar os desafios relacionados à violência e as respostas ao fenômeno

Por Luiz Henrique Gomes
Atualização:

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Nas duas primeiras semanas de maio, o Estadão viajou a três cidades latino-americanas com a intenção de conhecer e apresentar os desafios relacionados à violência e as respostas ao fenômeno: San Salvador (El Salvador), Tegucigalpa (Honduras) e Medellín (Colômbia). As cidades foram escolhidas por simbolizarem os diferentes contextos, respostas e resultados na redução de violência.

Além das reportagens escritas publicadas nesta semana, produzimos uma videorreportagem que captura cenas e aspectos destas três cidades, além de destacar as diferentes abordagens das autoridades.

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San Salvador, El Salvador

O regime de exceção do presidente Nayib Bukele em El Salvador para combater os grupos criminosos que atuam no país, conhecidos como pandillas ou maras, transformou o cotidiano de San Salvador, sobretudo nas colônias mais pobres após um pico de violência. Nessas áreas, as maras cobravam dinheiro de moradores e comerciantes e ameaçavam de morte quem se recusasse a pagar e controlavam a entrada e saída de pessoas. Homicídios também eram frequentes e se intensificavam quando grupos rivais entravam em disputa por controle territorial.

Bukele desarmou esse poder, as colônias estão cheias de militares e hoje pode-se entrar e sair livremente, mas em troca as famílias passaram a conviver com a prisão de milhares de inocentes – fato reconhecido pelo governo. O regime de exceção de Bukele acompanhou o aprofundamento de injustiças e um aumento no autoritarismo do país.

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Militares durante cerimônia de posse do presidente Nayib Bukele em San Salvador, El Salvador, em 1.º de junho Foto: Jose Cabezas/REUTERS

Tegucigalpa, Honduras

Inspirado no modelo de Nayib Bukele, a presidente Xiomara Castro repetiu o modelo e também decretou estado de exceção com o objetivo de combater o controle de gangues. Mas fracassou. Em um país maior, mais complexo e com um histórico de corrupção generalizada, o estado de exceção é visto como teatro e as gangues continuam no controle da maioria das zonas mais pobres.

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Honduras tem a segunda maior taxa de homicídios da América Latina, de 31,1 mortes por 100 mil habitantes, atrás apenas do Equador. A maioria das mortes está ligada a disputas de território por parte das gangues. Com uma polícia de pouca credibilidade entre os moradores, o governo não consegue diminuir o poder dos criminosos.

Soldados do Exército hondurenho juntam-se às operações de segurança contra gangues na cidade de San Pedro Sula, a 180 km ao norte de Tegucigalpa, em Honduras Foto: Orlando Sierra/AFP

Medellín, Colômbia

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Conhecida no passado como “cidade mais violenta do mundo”, Medellín enfrentou há 40 anos os mesmos problemas de San Salvador e Tegucigalpa: uma frequência de homicídios que chegou a sete mil em 1991, a maioria relacionada à guerra entre Pablo Escobar e o Estado da Colômbia. Hoje, a cidade tem índices de homicídios semelhantes a de Belo Horizonte, uma das capitais menos letais do Brasil.

A transformação de Medellín está ligada a políticas de cidadania que diminuíram a desigualdade e desenvolveram a cidade e a uma conformação entre as gangues. Elas continuam no domínio de muitas áreas, mas os derramamentos de sangue se tornaram menos frequentes por causa de uma cultura de mediação de conflitos e paz construída nos últimos 40 anos.

Panorámica de la periferia, metrocable Línea J. Medellín, Colombia. De LUIS F. SALDARRIAGA Foto: LUIS F. SALDARRIAGA

Nas duas primeiras semanas de maio, o Estadão viajou a três cidades latino-americanas com a intenção de conhecer e apresentar os desafios relacionados à violência e as respostas ao fenômeno: San Salvador (El Salvador), Tegucigalpa (Honduras) e Medellín (Colômbia). As cidades foram escolhidas por simbolizarem os diferentes contextos, respostas e resultados na redução de violência.

Além das reportagens escritas publicadas nesta semana, produzimos uma videorreportagem que captura cenas e aspectos destas três cidades, além de destacar as diferentes abordagens das autoridades.

San Salvador, El Salvador

O regime de exceção do presidente Nayib Bukele em El Salvador para combater os grupos criminosos que atuam no país, conhecidos como pandillas ou maras, transformou o cotidiano de San Salvador, sobretudo nas colônias mais pobres após um pico de violência. Nessas áreas, as maras cobravam dinheiro de moradores e comerciantes e ameaçavam de morte quem se recusasse a pagar e controlavam a entrada e saída de pessoas. Homicídios também eram frequentes e se intensificavam quando grupos rivais entravam em disputa por controle territorial.

Bukele desarmou esse poder, as colônias estão cheias de militares e hoje pode-se entrar e sair livremente, mas em troca as famílias passaram a conviver com a prisão de milhares de inocentes – fato reconhecido pelo governo. O regime de exceção de Bukele acompanhou o aprofundamento de injustiças e um aumento no autoritarismo do país.

Militares durante cerimônia de posse do presidente Nayib Bukele em San Salvador, El Salvador, em 1.º de junho Foto: Jose Cabezas/REUTERS

Tegucigalpa, Honduras

Inspirado no modelo de Nayib Bukele, a presidente Xiomara Castro repetiu o modelo e também decretou estado de exceção com o objetivo de combater o controle de gangues. Mas fracassou. Em um país maior, mais complexo e com um histórico de corrupção generalizada, o estado de exceção é visto como teatro e as gangues continuam no controle da maioria das zonas mais pobres.

Honduras tem a segunda maior taxa de homicídios da América Latina, de 31,1 mortes por 100 mil habitantes, atrás apenas do Equador. A maioria das mortes está ligada a disputas de território por parte das gangues. Com uma polícia de pouca credibilidade entre os moradores, o governo não consegue diminuir o poder dos criminosos.

Soldados do Exército hondurenho juntam-se às operações de segurança contra gangues na cidade de San Pedro Sula, a 180 km ao norte de Tegucigalpa, em Honduras Foto: Orlando Sierra/AFP

Medellín, Colômbia

Conhecida no passado como “cidade mais violenta do mundo”, Medellín enfrentou há 40 anos os mesmos problemas de San Salvador e Tegucigalpa: uma frequência de homicídios que chegou a sete mil em 1991, a maioria relacionada à guerra entre Pablo Escobar e o Estado da Colômbia. Hoje, a cidade tem índices de homicídios semelhantes a de Belo Horizonte, uma das capitais menos letais do Brasil.

A transformação de Medellín está ligada a políticas de cidadania que diminuíram a desigualdade e desenvolveram a cidade e a uma conformação entre as gangues. Elas continuam no domínio de muitas áreas, mas os derramamentos de sangue se tornaram menos frequentes por causa de uma cultura de mediação de conflitos e paz construída nos últimos 40 anos.

Panorámica de la periferia, metrocable Línea J. Medellín, Colombia. De LUIS F. SALDARRIAGA Foto: LUIS F. SALDARRIAGA

Nas duas primeiras semanas de maio, o Estadão viajou a três cidades latino-americanas com a intenção de conhecer e apresentar os desafios relacionados à violência e as respostas ao fenômeno: San Salvador (El Salvador), Tegucigalpa (Honduras) e Medellín (Colômbia). As cidades foram escolhidas por simbolizarem os diferentes contextos, respostas e resultados na redução de violência.

Além das reportagens escritas publicadas nesta semana, produzimos uma videorreportagem que captura cenas e aspectos destas três cidades, além de destacar as diferentes abordagens das autoridades.

San Salvador, El Salvador

O regime de exceção do presidente Nayib Bukele em El Salvador para combater os grupos criminosos que atuam no país, conhecidos como pandillas ou maras, transformou o cotidiano de San Salvador, sobretudo nas colônias mais pobres após um pico de violência. Nessas áreas, as maras cobravam dinheiro de moradores e comerciantes e ameaçavam de morte quem se recusasse a pagar e controlavam a entrada e saída de pessoas. Homicídios também eram frequentes e se intensificavam quando grupos rivais entravam em disputa por controle territorial.

Bukele desarmou esse poder, as colônias estão cheias de militares e hoje pode-se entrar e sair livremente, mas em troca as famílias passaram a conviver com a prisão de milhares de inocentes – fato reconhecido pelo governo. O regime de exceção de Bukele acompanhou o aprofundamento de injustiças e um aumento no autoritarismo do país.

Militares durante cerimônia de posse do presidente Nayib Bukele em San Salvador, El Salvador, em 1.º de junho Foto: Jose Cabezas/REUTERS

Tegucigalpa, Honduras

Inspirado no modelo de Nayib Bukele, a presidente Xiomara Castro repetiu o modelo e também decretou estado de exceção com o objetivo de combater o controle de gangues. Mas fracassou. Em um país maior, mais complexo e com um histórico de corrupção generalizada, o estado de exceção é visto como teatro e as gangues continuam no controle da maioria das zonas mais pobres.

Honduras tem a segunda maior taxa de homicídios da América Latina, de 31,1 mortes por 100 mil habitantes, atrás apenas do Equador. A maioria das mortes está ligada a disputas de território por parte das gangues. Com uma polícia de pouca credibilidade entre os moradores, o governo não consegue diminuir o poder dos criminosos.

Soldados do Exército hondurenho juntam-se às operações de segurança contra gangues na cidade de San Pedro Sula, a 180 km ao norte de Tegucigalpa, em Honduras Foto: Orlando Sierra/AFP

Medellín, Colômbia

Conhecida no passado como “cidade mais violenta do mundo”, Medellín enfrentou há 40 anos os mesmos problemas de San Salvador e Tegucigalpa: uma frequência de homicídios que chegou a sete mil em 1991, a maioria relacionada à guerra entre Pablo Escobar e o Estado da Colômbia. Hoje, a cidade tem índices de homicídios semelhantes a de Belo Horizonte, uma das capitais menos letais do Brasil.

A transformação de Medellín está ligada a políticas de cidadania que diminuíram a desigualdade e desenvolveram a cidade e a uma conformação entre as gangues. Elas continuam no domínio de muitas áreas, mas os derramamentos de sangue se tornaram menos frequentes por causa de uma cultura de mediação de conflitos e paz construída nos últimos 40 anos.

Panorámica de la periferia, metrocable Línea J. Medellín, Colombia. De LUIS F. SALDARRIAGA Foto: LUIS F. SALDARRIAGA

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