Eleição em Portugal: quem são os favoritos e o que está em jogo?


Votação deve terminar com Parlamento dividido e consolidação da direita radical como terceira força política, apontam as pesquisas

Por Jéssica Petrovna
Atualização:

LISBOA - Portugal vai às urnas neste domingo, 10, para eleição legislativa que definirá o próximo primeiro-ministro. A votação antecipada, apontam as pesquisas, deve terminar com o Parlamento dividido e consolidar o avanço da direita radical como terceira maior força política no país, que era visto como modelo de sucesso para a esquerda na Europa em quase uma década de governo dos socialistas.

Os partidos tradicionais da centro-direita e da esquerda devem protagonizar uma disputa acirrada, enquanto o Chega! de André Ventura, líder da direita radical, pode saltar de 12 para mais de 30 deputados, se confirmadas as projeções.

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Leia abaixo tudo que você precisa saber sobre a disputa

Por que a eleição foi antecipada?

O veterano António Costa renunciou ao cargo em novembro, em meio a um escândalo de corrupção, com batida da polícia na sua residência oficial e prisão de funcionários do gabinete.

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Costa estava à frente do governo português desde 2015, quando foi eleito por meio uma aliança inédita com a esquerda radical apelidada de “geringonça” e cumpria o terceiro mandato como primeiro-ministro.

Embora não tenha sido diretamente acusado na investigação por corrupção e tráfico de influência, ele declarou que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade”. E entregou o cargo: “Esta é uma etapa que se encerra”.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa aceitou o pedido de demissão e convocou representantes das principais forças políticas da oposição, que demonstraram apoio à convocação de novas eleições. O chefe de Estado então dissolveu o parlamento e antecipou a votação para este domingo, dois anos antes que o previsto pelo calendário eleitoral.

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António Costas (esquerda) participa de evento de campanha de Petro Nuno Santos (centro), Porto, 2 de março de 2024. Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP

Quem são os candidatos?

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Esses são os principais nomes da eleição, que conta ainda com a presença de grupos menores na disputa.

No lugar de António Carlos, seu ex-ministro da Infraestrutura Pedro Nuno Santos, de 46 anos, assumiu a liderança do Partido Socialista e tem o desafio de reconduzi-lo de volta ao governo de Portugal. Ele tem defendido que o PS é a aposta “segura” para os portugueses e apelou pelo voto útil na reta final da campanha. “Não podemos dispersar os votos”, disse ao encerrar a campanha na sexta.

Já no campo da centro-direita, Luís Montenegro, 51, lidera a Aliança Democrática (AD), coalizão liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), que antecedeu os socialistas no governo. Ele tenta conquistar o voto dos indecisos (que somam 20%), reconquistar aposentados que passaram a votar com os socialistas após o ajuste fiscal promovido no último governo dos sociais democratas.

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Além dos partidos tradicionais da política portuguesa, a eleição é marcada pelo avanço da direita radical liderada por André Ventura, que ficou conhecido em Portugal como comentarista esportivo, antes de entrar para a política. Com a aposta no discurso contra o sistema, contra a corrupção e contra a imigração, ele deve consolidar o seu partido, Chega!, como a terceira força política de Portugal.

Líder do Chega! Andre Ventura fala com apoiadores em Lisboa, 20 de fevereiro de 2024. Foto: Patricia de Melo Moreira/ AFP
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Quem deve formar o próximo governo?

As pesquisas apontam para um Parlamento dividido: nenhuma das forças políticas deve conquistar os 116 assentos necessários no Parlamento para formar governo. Tudo deve depender de como serão costuradas as alianças no dia seguinte à votação.

A Aliança Democrática e o Partido Socialista chegaram a ficar empatados na margem na reta final da campanha. Agora, a AD assumiu um liderança mais clara e aparece com 34% das intenções de voto enquanto o PS teria 28%, uma diferença de seis pontos percentuais mostrou a pesquisa do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop), da Universidade Católica, divulgada pelo Público.

Consideradas as possíveis alianças, no entanto, a esquerda pode ter leve vantagem, dentro da margem de erro. O Partido Socialista, junto com outros grupos menores, poderia chegar a 41%. Enquanto a coalizão AD e a Iniciativa Liberal tem somados 40%, segundo a mesma pesquisa.

Líder da Aliança Democrática e presidente do Partido Social Democrata, Luis Montenegreo encerra campanha em Lisboa, 8 de março de 2024.  Foto: Tiago Petinga / EFE/EPA

O Chega!, por sua vez, tem 16% das intenções de voto (mais que o dobro dos 7% que obteve na última eleição) e caminha para se consolidar como terceira força da política portuguesa. Pelas pesquisas, a centro-direita precisaria de uma aliança com o partido de André Ventural para formar um governo.

No fim de janeiro, Ventura sugeriu à agência Reuters que estaria disposto a trocar o apoio da sua bancada por uma papel dentro do governo na coalizão de direita. Montenegro já descartou a possibilidade de aliança com a o Chega!, mas André Ventura diz ainda acreditar na possibilidade de um acordo.

Existe ainda possibilidade de Montenegro ser socorrido pelos socialistas. Isso porque Nuno Santos deu a entender que estaria aberto ao diálogo para garantir estabilidade do país.

E é importante lembrar que, segundo outras pesquisas apontam uma parcela de 20% do eleitorado indecisa e a escolha deles no domingo pode mudar tudo.

LISBOA - Portugal vai às urnas neste domingo, 10, para eleição legislativa que definirá o próximo primeiro-ministro. A votação antecipada, apontam as pesquisas, deve terminar com o Parlamento dividido e consolidar o avanço da direita radical como terceira maior força política no país, que era visto como modelo de sucesso para a esquerda na Europa em quase uma década de governo dos socialistas.

Os partidos tradicionais da centro-direita e da esquerda devem protagonizar uma disputa acirrada, enquanto o Chega! de André Ventura, líder da direita radical, pode saltar de 12 para mais de 30 deputados, se confirmadas as projeções.

Leia abaixo tudo que você precisa saber sobre a disputa

Por que a eleição foi antecipada?

O veterano António Costa renunciou ao cargo em novembro, em meio a um escândalo de corrupção, com batida da polícia na sua residência oficial e prisão de funcionários do gabinete.

Costa estava à frente do governo português desde 2015, quando foi eleito por meio uma aliança inédita com a esquerda radical apelidada de “geringonça” e cumpria o terceiro mandato como primeiro-ministro.

Embora não tenha sido diretamente acusado na investigação por corrupção e tráfico de influência, ele declarou que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade”. E entregou o cargo: “Esta é uma etapa que se encerra”.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa aceitou o pedido de demissão e convocou representantes das principais forças políticas da oposição, que demonstraram apoio à convocação de novas eleições. O chefe de Estado então dissolveu o parlamento e antecipou a votação para este domingo, dois anos antes que o previsto pelo calendário eleitoral.

António Costas (esquerda) participa de evento de campanha de Petro Nuno Santos (centro), Porto, 2 de março de 2024. Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP

Quem são os candidatos?

Esses são os principais nomes da eleição, que conta ainda com a presença de grupos menores na disputa.

No lugar de António Carlos, seu ex-ministro da Infraestrutura Pedro Nuno Santos, de 46 anos, assumiu a liderança do Partido Socialista e tem o desafio de reconduzi-lo de volta ao governo de Portugal. Ele tem defendido que o PS é a aposta “segura” para os portugueses e apelou pelo voto útil na reta final da campanha. “Não podemos dispersar os votos”, disse ao encerrar a campanha na sexta.

Já no campo da centro-direita, Luís Montenegro, 51, lidera a Aliança Democrática (AD), coalizão liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), que antecedeu os socialistas no governo. Ele tenta conquistar o voto dos indecisos (que somam 20%), reconquistar aposentados que passaram a votar com os socialistas após o ajuste fiscal promovido no último governo dos sociais democratas.

Além dos partidos tradicionais da política portuguesa, a eleição é marcada pelo avanço da direita radical liderada por André Ventura, que ficou conhecido em Portugal como comentarista esportivo, antes de entrar para a política. Com a aposta no discurso contra o sistema, contra a corrupção e contra a imigração, ele deve consolidar o seu partido, Chega!, como a terceira força política de Portugal.

Líder do Chega! Andre Ventura fala com apoiadores em Lisboa, 20 de fevereiro de 2024. Foto: Patricia de Melo Moreira/ AFP

Quem deve formar o próximo governo?

As pesquisas apontam para um Parlamento dividido: nenhuma das forças políticas deve conquistar os 116 assentos necessários no Parlamento para formar governo. Tudo deve depender de como serão costuradas as alianças no dia seguinte à votação.

A Aliança Democrática e o Partido Socialista chegaram a ficar empatados na margem na reta final da campanha. Agora, a AD assumiu um liderança mais clara e aparece com 34% das intenções de voto enquanto o PS teria 28%, uma diferença de seis pontos percentuais mostrou a pesquisa do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop), da Universidade Católica, divulgada pelo Público.

Consideradas as possíveis alianças, no entanto, a esquerda pode ter leve vantagem, dentro da margem de erro. O Partido Socialista, junto com outros grupos menores, poderia chegar a 41%. Enquanto a coalizão AD e a Iniciativa Liberal tem somados 40%, segundo a mesma pesquisa.

Líder da Aliança Democrática e presidente do Partido Social Democrata, Luis Montenegreo encerra campanha em Lisboa, 8 de março de 2024.  Foto: Tiago Petinga / EFE/EPA

O Chega!, por sua vez, tem 16% das intenções de voto (mais que o dobro dos 7% que obteve na última eleição) e caminha para se consolidar como terceira força da política portuguesa. Pelas pesquisas, a centro-direita precisaria de uma aliança com o partido de André Ventural para formar um governo.

No fim de janeiro, Ventura sugeriu à agência Reuters que estaria disposto a trocar o apoio da sua bancada por uma papel dentro do governo na coalizão de direita. Montenegro já descartou a possibilidade de aliança com a o Chega!, mas André Ventura diz ainda acreditar na possibilidade de um acordo.

Existe ainda possibilidade de Montenegro ser socorrido pelos socialistas. Isso porque Nuno Santos deu a entender que estaria aberto ao diálogo para garantir estabilidade do país.

E é importante lembrar que, segundo outras pesquisas apontam uma parcela de 20% do eleitorado indecisa e a escolha deles no domingo pode mudar tudo.

LISBOA - Portugal vai às urnas neste domingo, 10, para eleição legislativa que definirá o próximo primeiro-ministro. A votação antecipada, apontam as pesquisas, deve terminar com o Parlamento dividido e consolidar o avanço da direita radical como terceira maior força política no país, que era visto como modelo de sucesso para a esquerda na Europa em quase uma década de governo dos socialistas.

Os partidos tradicionais da centro-direita e da esquerda devem protagonizar uma disputa acirrada, enquanto o Chega! de André Ventura, líder da direita radical, pode saltar de 12 para mais de 30 deputados, se confirmadas as projeções.

Leia abaixo tudo que você precisa saber sobre a disputa

Por que a eleição foi antecipada?

O veterano António Costa renunciou ao cargo em novembro, em meio a um escândalo de corrupção, com batida da polícia na sua residência oficial e prisão de funcionários do gabinete.

Costa estava à frente do governo português desde 2015, quando foi eleito por meio uma aliança inédita com a esquerda radical apelidada de “geringonça” e cumpria o terceiro mandato como primeiro-ministro.

Embora não tenha sido diretamente acusado na investigação por corrupção e tráfico de influência, ele declarou que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade”. E entregou o cargo: “Esta é uma etapa que se encerra”.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa aceitou o pedido de demissão e convocou representantes das principais forças políticas da oposição, que demonstraram apoio à convocação de novas eleições. O chefe de Estado então dissolveu o parlamento e antecipou a votação para este domingo, dois anos antes que o previsto pelo calendário eleitoral.

António Costas (esquerda) participa de evento de campanha de Petro Nuno Santos (centro), Porto, 2 de março de 2024. Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP

Quem são os candidatos?

Esses são os principais nomes da eleição, que conta ainda com a presença de grupos menores na disputa.

No lugar de António Carlos, seu ex-ministro da Infraestrutura Pedro Nuno Santos, de 46 anos, assumiu a liderança do Partido Socialista e tem o desafio de reconduzi-lo de volta ao governo de Portugal. Ele tem defendido que o PS é a aposta “segura” para os portugueses e apelou pelo voto útil na reta final da campanha. “Não podemos dispersar os votos”, disse ao encerrar a campanha na sexta.

Já no campo da centro-direita, Luís Montenegro, 51, lidera a Aliança Democrática (AD), coalizão liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), que antecedeu os socialistas no governo. Ele tenta conquistar o voto dos indecisos (que somam 20%), reconquistar aposentados que passaram a votar com os socialistas após o ajuste fiscal promovido no último governo dos sociais democratas.

Além dos partidos tradicionais da política portuguesa, a eleição é marcada pelo avanço da direita radical liderada por André Ventura, que ficou conhecido em Portugal como comentarista esportivo, antes de entrar para a política. Com a aposta no discurso contra o sistema, contra a corrupção e contra a imigração, ele deve consolidar o seu partido, Chega!, como a terceira força política de Portugal.

Líder do Chega! Andre Ventura fala com apoiadores em Lisboa, 20 de fevereiro de 2024. Foto: Patricia de Melo Moreira/ AFP

Quem deve formar o próximo governo?

As pesquisas apontam para um Parlamento dividido: nenhuma das forças políticas deve conquistar os 116 assentos necessários no Parlamento para formar governo. Tudo deve depender de como serão costuradas as alianças no dia seguinte à votação.

A Aliança Democrática e o Partido Socialista chegaram a ficar empatados na margem na reta final da campanha. Agora, a AD assumiu um liderança mais clara e aparece com 34% das intenções de voto enquanto o PS teria 28%, uma diferença de seis pontos percentuais mostrou a pesquisa do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop), da Universidade Católica, divulgada pelo Público.

Consideradas as possíveis alianças, no entanto, a esquerda pode ter leve vantagem, dentro da margem de erro. O Partido Socialista, junto com outros grupos menores, poderia chegar a 41%. Enquanto a coalizão AD e a Iniciativa Liberal tem somados 40%, segundo a mesma pesquisa.

Líder da Aliança Democrática e presidente do Partido Social Democrata, Luis Montenegreo encerra campanha em Lisboa, 8 de março de 2024.  Foto: Tiago Petinga / EFE/EPA

O Chega!, por sua vez, tem 16% das intenções de voto (mais que o dobro dos 7% que obteve na última eleição) e caminha para se consolidar como terceira força da política portuguesa. Pelas pesquisas, a centro-direita precisaria de uma aliança com o partido de André Ventural para formar um governo.

No fim de janeiro, Ventura sugeriu à agência Reuters que estaria disposto a trocar o apoio da sua bancada por uma papel dentro do governo na coalizão de direita. Montenegro já descartou a possibilidade de aliança com a o Chega!, mas André Ventura diz ainda acreditar na possibilidade de um acordo.

Existe ainda possibilidade de Montenegro ser socorrido pelos socialistas. Isso porque Nuno Santos deu a entender que estaria aberto ao diálogo para garantir estabilidade do país.

E é importante lembrar que, segundo outras pesquisas apontam uma parcela de 20% do eleitorado indecisa e a escolha deles no domingo pode mudar tudo.

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