Eleição na Argentina: Milei tem 50,7% e Massa 49,3%, mostra primeira pesquisa do segundo turno


Ministro da Economia tem base de eleitores sólida, mas enfrenta alta rejeição pela crise econômica; participação deve ser um fator decisivo

Por Jéssica Petrovna
Atualização:

A primeira pesquisa para o segundo da eleição na Argentina mostra que Javier Milei e Sergio Massa estão empatados dentro da margem de erro. O libertário tem leve vantagem com 50,7% dos votos válidos contra 49,3% do peronista e o cenário é imprevisível. O atual ministro da Economia tem conseguido manter o voto do peronismo unificado e, portanto, tem um piso mais alto para a decisão, em 19 de novembro. Por outro lado, acumula mais rejeição, ou seja, tem o teto mais baixo que Milei.

A pesquisa da CB Consultoria ouviu 1.715 pessoas entre os dias 23 e 24 de outubro, logo depois do primeiro turno. A margem de erro é de dois pontos percentuais (para mais ou para menos).

“O cenário é de extrema paridade. Há um empate técnico com possibilidade para ambos”, ressalta Cristian Buttié, diretor da CB Consultoria ao Estadão. “Temos um terço da Argentina que terá que decidir. Primeiro, se vai votar. Segundo, se vota em branco. Terceiro, se elege o candidato que considera o mal menor”, concluiu em referência ao percentual de argentinos que não compõe a base nem de Sergio Massa nem de Javier Milei.

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Sergio Massa e Javier Milei disputam o segundo turno na Argentina. Foto: Emiliano Lasalvia/AFP e Mario de Fina/AP

O peronista saiu na frente com 36% no primeiro turno e, neste momento, tem uma base mais sólida que o rival: 32,4% dizem votar com certeza em Massa enquanto 28,2% estão fechados com Milei. O problema do ministro é que ele carrega a rejeição ao governo Alberto Fernández — que vai entregar o país com a inflação descontrolada — e 48,2% afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. Do outro lado, 43,8% dos eleitores afirmam que o libertário não é uma opção. Em suma, o que os números mostram é que Sergio Massa tem o teto mais baixo que Javier Milei.

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“Metade da Argentina vai votar pelo cansaço, pela rejeição ao governo Alberto Fernández e a Sergio Massa como ministro da Economia. Outra metade vai votar com medo, vai escolher Sergio Massa como mal menor.

Cristian Buttié, diretor do CB Consultoria

Participação, o fator decisivo

Nesse cenário, a participação tende a ser decisiva e pode desempatar a corrida à Casa Rosada.

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O maior número de eleitores entre as PASO (primárias argentinas) e o primeiro turno foi considerado fundamental para a vitória de Sergio Massa. O que aconteceu é que o eleitor peronista mais frustrado usou as prévias para passar o seu recado e simplesmente não foi votar. No último domingo, quando a eleição começou para valer, esse mesmo eleitor foi às urnas e impulsionou o atual ministro.

Agora, no entanto, o fator comparecimento tem o sinal contrário, afirma o diretor da CB Consultoria. “A participação vai incidir e muito sobre o resultado. Se a participação for maior, favorece Javier Milei. Se menos gente for votar, aumentam as possibilidades para Sergio Massa”, afirma Buttié.

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O que acontece agora, explicou, é que a estrutura montada pelo peronismo para eleição de prefeitos, governadores, deputados e senadores no primeiro turno não existe mais. “O aparato peronista não estará tão presente como esteve na eleição geral. Os prefeitos já foram eleitos, não estão mais mobilizando os eleitores para se eleger e, consequentemente, eleger Sergio Massa. O voto será mais emancipado, mais livre. E foi justamente essa estrutura que deu vitória para ele no primeiro turno”, conclui.

Sem isso, o peronista tende a ser beneficiado pela abstenção por ter uma base mais sólida (piso mais alto) e prejudicado pela alta participação porque tem mais rejeição (teto baixo). Segundo a pesquisa, 68,9% dos eleitores vão votar com certeza — número parecido com a participação nas prévias. Outros 10,3% muito provavelmente vão votar; 13,5% não sabem; 4% não vão e 3,3% acham pouco provável sair de casa para escolher o próximo presidente.

A segunda-feira depois da eleição é feriado, quando os argentinos comemoram o Dia da Soberania Nacional e isso também pode influenciar uma decisão tão acirrada.

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Apoio de Bullrich a Milei

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Outro fator considerado decisivo é o voto dos eleitores do Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar com 23% dos votos no primeiro turno. A ex-ministra de Mauricio Macri anunciou neste quarta-feira, 25, o apoio a Javier Milei e expôs as divisões dentro da coalizão Juntos pela Mudança já que outras siglas dentro do bloco optaram pela neutralidade no segundo turno.

Embora a pesquisa tenha sido realizada antes disso, Buttié acredita que o anúncio em si não deve ter um peso tão grande. O eleitor de Patricia Bullrich parece já ter feito a sua escolha: 27% disseram votar em branco ou não votar e 11,8% estão indecisos. Dos que vão votar e já escolheram o candidato, o placar é 46% para Milei e 14% para Massa, aponta a consultoria.

“Será importante ver principalmente o que vão fazer esses 11% que estão indecisos. Mas não acho que o anúncio fará uma grande diferença porque antes disso, o núcleo duro do eleitor macrista, do eleitor de Bullrich, já considerava Milei como uma segunda opção e vice-versa. O resto da coalizão [Juntos pela Mudança] tem Milei como limite e veem como opção o voto em branco”, conclui.

A primeira pesquisa para o segundo da eleição na Argentina mostra que Javier Milei e Sergio Massa estão empatados dentro da margem de erro. O libertário tem leve vantagem com 50,7% dos votos válidos contra 49,3% do peronista e o cenário é imprevisível. O atual ministro da Economia tem conseguido manter o voto do peronismo unificado e, portanto, tem um piso mais alto para a decisão, em 19 de novembro. Por outro lado, acumula mais rejeição, ou seja, tem o teto mais baixo que Milei.

A pesquisa da CB Consultoria ouviu 1.715 pessoas entre os dias 23 e 24 de outubro, logo depois do primeiro turno. A margem de erro é de dois pontos percentuais (para mais ou para menos).

“O cenário é de extrema paridade. Há um empate técnico com possibilidade para ambos”, ressalta Cristian Buttié, diretor da CB Consultoria ao Estadão. “Temos um terço da Argentina que terá que decidir. Primeiro, se vai votar. Segundo, se vota em branco. Terceiro, se elege o candidato que considera o mal menor”, concluiu em referência ao percentual de argentinos que não compõe a base nem de Sergio Massa nem de Javier Milei.

Sergio Massa e Javier Milei disputam o segundo turno na Argentina. Foto: Emiliano Lasalvia/AFP e Mario de Fina/AP

O peronista saiu na frente com 36% no primeiro turno e, neste momento, tem uma base mais sólida que o rival: 32,4% dizem votar com certeza em Massa enquanto 28,2% estão fechados com Milei. O problema do ministro é que ele carrega a rejeição ao governo Alberto Fernández — que vai entregar o país com a inflação descontrolada — e 48,2% afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. Do outro lado, 43,8% dos eleitores afirmam que o libertário não é uma opção. Em suma, o que os números mostram é que Sergio Massa tem o teto mais baixo que Javier Milei.

“Metade da Argentina vai votar pelo cansaço, pela rejeição ao governo Alberto Fernández e a Sergio Massa como ministro da Economia. Outra metade vai votar com medo, vai escolher Sergio Massa como mal menor.

Cristian Buttié, diretor do CB Consultoria

Participação, o fator decisivo

Nesse cenário, a participação tende a ser decisiva e pode desempatar a corrida à Casa Rosada.

O maior número de eleitores entre as PASO (primárias argentinas) e o primeiro turno foi considerado fundamental para a vitória de Sergio Massa. O que aconteceu é que o eleitor peronista mais frustrado usou as prévias para passar o seu recado e simplesmente não foi votar. No último domingo, quando a eleição começou para valer, esse mesmo eleitor foi às urnas e impulsionou o atual ministro.

Agora, no entanto, o fator comparecimento tem o sinal contrário, afirma o diretor da CB Consultoria. “A participação vai incidir e muito sobre o resultado. Se a participação for maior, favorece Javier Milei. Se menos gente for votar, aumentam as possibilidades para Sergio Massa”, afirma Buttié.

O que acontece agora, explicou, é que a estrutura montada pelo peronismo para eleição de prefeitos, governadores, deputados e senadores no primeiro turno não existe mais. “O aparato peronista não estará tão presente como esteve na eleição geral. Os prefeitos já foram eleitos, não estão mais mobilizando os eleitores para se eleger e, consequentemente, eleger Sergio Massa. O voto será mais emancipado, mais livre. E foi justamente essa estrutura que deu vitória para ele no primeiro turno”, conclui.

Sem isso, o peronista tende a ser beneficiado pela abstenção por ter uma base mais sólida (piso mais alto) e prejudicado pela alta participação porque tem mais rejeição (teto baixo). Segundo a pesquisa, 68,9% dos eleitores vão votar com certeza — número parecido com a participação nas prévias. Outros 10,3% muito provavelmente vão votar; 13,5% não sabem; 4% não vão e 3,3% acham pouco provável sair de casa para escolher o próximo presidente.

A segunda-feira depois da eleição é feriado, quando os argentinos comemoram o Dia da Soberania Nacional e isso também pode influenciar uma decisão tão acirrada.

Apoio de Bullrich a Milei

Outro fator considerado decisivo é o voto dos eleitores do Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar com 23% dos votos no primeiro turno. A ex-ministra de Mauricio Macri anunciou neste quarta-feira, 25, o apoio a Javier Milei e expôs as divisões dentro da coalizão Juntos pela Mudança já que outras siglas dentro do bloco optaram pela neutralidade no segundo turno.

Embora a pesquisa tenha sido realizada antes disso, Buttié acredita que o anúncio em si não deve ter um peso tão grande. O eleitor de Patricia Bullrich parece já ter feito a sua escolha: 27% disseram votar em branco ou não votar e 11,8% estão indecisos. Dos que vão votar e já escolheram o candidato, o placar é 46% para Milei e 14% para Massa, aponta a consultoria.

“Será importante ver principalmente o que vão fazer esses 11% que estão indecisos. Mas não acho que o anúncio fará uma grande diferença porque antes disso, o núcleo duro do eleitor macrista, do eleitor de Bullrich, já considerava Milei como uma segunda opção e vice-versa. O resto da coalizão [Juntos pela Mudança] tem Milei como limite e veem como opção o voto em branco”, conclui.

A primeira pesquisa para o segundo da eleição na Argentina mostra que Javier Milei e Sergio Massa estão empatados dentro da margem de erro. O libertário tem leve vantagem com 50,7% dos votos válidos contra 49,3% do peronista e o cenário é imprevisível. O atual ministro da Economia tem conseguido manter o voto do peronismo unificado e, portanto, tem um piso mais alto para a decisão, em 19 de novembro. Por outro lado, acumula mais rejeição, ou seja, tem o teto mais baixo que Milei.

A pesquisa da CB Consultoria ouviu 1.715 pessoas entre os dias 23 e 24 de outubro, logo depois do primeiro turno. A margem de erro é de dois pontos percentuais (para mais ou para menos).

“O cenário é de extrema paridade. Há um empate técnico com possibilidade para ambos”, ressalta Cristian Buttié, diretor da CB Consultoria ao Estadão. “Temos um terço da Argentina que terá que decidir. Primeiro, se vai votar. Segundo, se vota em branco. Terceiro, se elege o candidato que considera o mal menor”, concluiu em referência ao percentual de argentinos que não compõe a base nem de Sergio Massa nem de Javier Milei.

Sergio Massa e Javier Milei disputam o segundo turno na Argentina. Foto: Emiliano Lasalvia/AFP e Mario de Fina/AP

O peronista saiu na frente com 36% no primeiro turno e, neste momento, tem uma base mais sólida que o rival: 32,4% dizem votar com certeza em Massa enquanto 28,2% estão fechados com Milei. O problema do ministro é que ele carrega a rejeição ao governo Alberto Fernández — que vai entregar o país com a inflação descontrolada — e 48,2% afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. Do outro lado, 43,8% dos eleitores afirmam que o libertário não é uma opção. Em suma, o que os números mostram é que Sergio Massa tem o teto mais baixo que Javier Milei.

“Metade da Argentina vai votar pelo cansaço, pela rejeição ao governo Alberto Fernández e a Sergio Massa como ministro da Economia. Outra metade vai votar com medo, vai escolher Sergio Massa como mal menor.

Cristian Buttié, diretor do CB Consultoria

Participação, o fator decisivo

Nesse cenário, a participação tende a ser decisiva e pode desempatar a corrida à Casa Rosada.

O maior número de eleitores entre as PASO (primárias argentinas) e o primeiro turno foi considerado fundamental para a vitória de Sergio Massa. O que aconteceu é que o eleitor peronista mais frustrado usou as prévias para passar o seu recado e simplesmente não foi votar. No último domingo, quando a eleição começou para valer, esse mesmo eleitor foi às urnas e impulsionou o atual ministro.

Agora, no entanto, o fator comparecimento tem o sinal contrário, afirma o diretor da CB Consultoria. “A participação vai incidir e muito sobre o resultado. Se a participação for maior, favorece Javier Milei. Se menos gente for votar, aumentam as possibilidades para Sergio Massa”, afirma Buttié.

O que acontece agora, explicou, é que a estrutura montada pelo peronismo para eleição de prefeitos, governadores, deputados e senadores no primeiro turno não existe mais. “O aparato peronista não estará tão presente como esteve na eleição geral. Os prefeitos já foram eleitos, não estão mais mobilizando os eleitores para se eleger e, consequentemente, eleger Sergio Massa. O voto será mais emancipado, mais livre. E foi justamente essa estrutura que deu vitória para ele no primeiro turno”, conclui.

Sem isso, o peronista tende a ser beneficiado pela abstenção por ter uma base mais sólida (piso mais alto) e prejudicado pela alta participação porque tem mais rejeição (teto baixo). Segundo a pesquisa, 68,9% dos eleitores vão votar com certeza — número parecido com a participação nas prévias. Outros 10,3% muito provavelmente vão votar; 13,5% não sabem; 4% não vão e 3,3% acham pouco provável sair de casa para escolher o próximo presidente.

A segunda-feira depois da eleição é feriado, quando os argentinos comemoram o Dia da Soberania Nacional e isso também pode influenciar uma decisão tão acirrada.

Apoio de Bullrich a Milei

Outro fator considerado decisivo é o voto dos eleitores do Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar com 23% dos votos no primeiro turno. A ex-ministra de Mauricio Macri anunciou neste quarta-feira, 25, o apoio a Javier Milei e expôs as divisões dentro da coalizão Juntos pela Mudança já que outras siglas dentro do bloco optaram pela neutralidade no segundo turno.

Embora a pesquisa tenha sido realizada antes disso, Buttié acredita que o anúncio em si não deve ter um peso tão grande. O eleitor de Patricia Bullrich parece já ter feito a sua escolha: 27% disseram votar em branco ou não votar e 11,8% estão indecisos. Dos que vão votar e já escolheram o candidato, o placar é 46% para Milei e 14% para Massa, aponta a consultoria.

“Será importante ver principalmente o que vão fazer esses 11% que estão indecisos. Mas não acho que o anúncio fará uma grande diferença porque antes disso, o núcleo duro do eleitor macrista, do eleitor de Bullrich, já considerava Milei como uma segunda opção e vice-versa. O resto da coalizão [Juntos pela Mudança] tem Milei como limite e veem como opção o voto em branco”, conclui.

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