ATENAS - Os gregos foram às urnas pela segunda vez em menos de dois meses neste domingo, 25, com o partido conservador como forte favorito para vencer com ampla maioria após uma campanha focada em crescimento econômico e segurança.
A votação é ofuscada por um grande naufrágio há pouco mais de uma semana, que deixou centenas de imigrantes mortos ou desaparecidos na costa oeste da Grécia. Mas é improvável que o desastre afete significativamente o resultado geral, já que os gregos devem se concentrar em questões econômicas internas.
O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, está de olho em um segundo mandato como primeiro-ministro depois que seu partido Nova Democracia venceu por uma grande margem nas eleições de maio - mas não conseguiu obter assentos parlamentares suficientes para formar um governo sem uma negociação. Com uma nova lei eleitoral agora favorecendo o partido vencedor com assentos extras, ele espera formar uma forte maioria no parlamento de 300 membros.
Oposição
Seu principal rival é Alexis Tsipras, 48, que lidera o partido de esquerda Syriza e foi primeiro-ministro de 2015 a 2019 – um período muito turbulento no país por conta de uma crise financeira de quase uma década na Grécia.
Tsipras se saiu mal nas eleições de maio, ficando em um distante segundo lugar, 20 pontos percentuais atrás dos conservadores. Desde então, ele tenta reunir sua base eleitoral.
Depois de votar em um bairro do oeste de Atenas, Tsipras parecia aceitar que seu partido estaria na oposição pelos próximos quatro anos.
Maio
Nas eleições de maio, realizadas sob um sistema de representação proporcional, o partido de Mitsotakis não conseguiu obter uma maioria total para governar e precisaria negociar com outros partidos para formar uma coalizão. Por isso, o primeiro-ministro decidiu convocar novas eleições.
Desde que chegou ao cargo de primeiro-ministro em 2019, Mitsotakis apresentou um crescimento inesperadamente alto, uma queda acentuada no desemprego e um país prestes a retornar ao grau de investimento no mercado global de títulos pela primeira vez desde que perdeu o acesso ao mercado em 2010, no início da crise financeira.
As dívidas com o Fundo Monetário Internacional foram pagas antecipadamente. Os governos europeus e o FMI injetaram 280 bilhões de euros (US$ 300 bilhões) na economia grega em empréstimos de emergência entre 2010 e 2018 para impedir a falência do membro da zona do euro. Em troca, exigiam medidas punitivas de corte de custos e reformas que reduziram a economia do país em um quarto.