Prisão de opositores, ‘banho de sangue’: os truques e ameaças de Maduro às eleições na Venezuela


Desde antes do inicio da campanha, quando a oposição organizou primárias para decidir qual candidato iria desafiar Maduro, o regime chavista vem dificultando a atuação de lideres políticos

Por Redação

A Venezuela se prepara para as eleições presidenciais no domingo, 28, em meio a um período de campanha com diversas ameaças, prisões de opositores e deportações de observadores internacionais.

O ditador do país, Nicolás Maduro, chegou a declarar que haveria um “banho de sangue” em caso de vitória da oposição, que está na frente nas pesquisas de intenção de voto, apesar do cenário incerto.

Desde antes do início da campanha, quando a oposição organizou primárias para decidir qual candidato iria desafiar Maduro, o regime chavista vem dificultando a atuação de líderes políticos.

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um comício em Maracaibo, Venezuela  Foto: Raul Arboleda/AFP

Confira os principais ameaças de Maduro às eleições:

Proibição de candidatos

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Há 10 candidatos no total nas eleições presidenciais deste ano e as pesquisas apontam que quem está na liderança das intenções de voto é o ex-diplomata Edmundo González, da coalizão Plataforma Unitária.

A principal líder opositora do país, María Corina Machado, não irá disputar o pleito. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, aparelhado por Maduro, impediu-a de concorrer a presidente. Machado se consolidou como líder da coligação Plataforma Unitária – a principal coalizão da oposição – em outubro do ano passado, quando venceu as primárias presidenciais com mais de 90% dos votos.

Dias depois de ela ter entrado formalmente nas primárias da coligação de oposição da Plataforma Unitária, a Controladoria-Geral anunciou que ela havia sido proibida de concorrer a cargos públicos durante 15 anos, e o tribunal superior do país confirmou essa decisão em janeiro.

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O candidato Edmundo González participa de um comício ao lado de María corina Machado, a líder da oposição, em Barinas, Venezuela  Foto: Ariana Cubillos/AP

Incapaz de superar a proibição que bloqueava sua candidatura, Machado escolheu inicialmente a filosofa e professora universitária Corina Yoris como sua substituta na votação de domingo, mas ela também foi proibida de se inscrever como candidata. Com isso, Machado acabou apoiando o ex-diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia, e eles fizeram campanha juntos nos últimos meses.

O nome de Machado, seu rosto e partido não aparecem nas urnas, enquanto Maduro aparece 13 vezes.

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Prisão de opositores

Nos últimos meses, a ditadura de Maduro tentou intimidar a líder opositora de todas as formas. O governo prendeu colaboradores e fechou negócios associados a ela, desde um hotel onde ela se hospedou durante uma parada de campanha até mulheres que lhe vendiam empanadas.

A ONG de direitos humanos Foro Penal denunciou também na sexta-feira que 135 pessoas vinculadas à campanha do opositor González foram presas, das quais 47 permanecem detidas. “Desde janeiro até agora, houve 149 prisões arbitrárias por motivos políticos. 135 estão diretamente ligadas ao que foi a turnê nacional e à própria campanha de María Corina Machado com Edmundo González Urrutia”, disse à AFP seu diretor, Gonzalo Himiob.

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Ameaças

O regime chavista também elevou o tom em relação as ameaças. No dia 17 de julho, durante um discurso em um dos atos de sua campanha, Maduro afirmou que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil fraticida” caso não vença as eleições.

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Maduro não especifica sobre quem fala quando cita “banho de sangue” e “guerra civil fraticida”, mas usa o termo “fascistas”. No discurso, ele diz aos eleitores que almeja “a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na segunda-feira, 22, que ficou assustado com as declarações do ditador da Venezuela. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, disse o presidente sobre o seu aliado durante coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.

Maduro respondeu na terça-feira, 23, apontando que “quem se assustou” com suas declarações tomasse um “chá de camomila”.

“Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas  Foto: Ricardo Stuckert /Presidência da República

Observadores internacionais

Maduro proibiu a entrada de diversos observadores internacionais na sexta-feira, 26, como uma delegação de ex-presidentes e deputados. O grupo composto pelos ex-presidentes Mireya Moscoso (Panamá), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), Jorge Quiroga (Bolívia) e Vicente Fox (México), foi deportado.

O governo chileno, por sua vez, enviou na noite de sexta-feira, 26, uma nota de protesto à Venezuela por negar a entrada no país dos senadores conservadores José Manuel Rojo Edwards e Felipe Kast, que viajaram para atuar como observadores e foram enviados de volta ao Chile.

A ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso fala ao lado (da esquerda para a direita) da ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucia Ramirez, do ex-presidente da Costa Rica Miguel Angel Rodriguez, do ex-presidente do México Vicente Fox e do ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga durante uma entrevista coletiva no Palácio Presidencial na Cidade do Panamá em 26 de julho de 2024 Foto: Arnulfo Franco/AFP

“Isso demonstra que todas as palavras de alguns que dizem que isto é uma democracia são simplesmente uma grande mentira”, afirmou Kast.

Além disso, dez congressistas e eurodeputados do Partido Popular (PP) espanhol, assim como uma parlamentar da Colômbia e outra do Equador, denunciaram sua deportação ao chegarem no aeroporto de Maiquetía, que serve a Caracas./com AP e AFP

A Venezuela se prepara para as eleições presidenciais no domingo, 28, em meio a um período de campanha com diversas ameaças, prisões de opositores e deportações de observadores internacionais.

O ditador do país, Nicolás Maduro, chegou a declarar que haveria um “banho de sangue” em caso de vitória da oposição, que está na frente nas pesquisas de intenção de voto, apesar do cenário incerto.

Desde antes do início da campanha, quando a oposição organizou primárias para decidir qual candidato iria desafiar Maduro, o regime chavista vem dificultando a atuação de líderes políticos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um comício em Maracaibo, Venezuela  Foto: Raul Arboleda/AFP

Confira os principais ameaças de Maduro às eleições:

Proibição de candidatos

Há 10 candidatos no total nas eleições presidenciais deste ano e as pesquisas apontam que quem está na liderança das intenções de voto é o ex-diplomata Edmundo González, da coalizão Plataforma Unitária.

A principal líder opositora do país, María Corina Machado, não irá disputar o pleito. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, aparelhado por Maduro, impediu-a de concorrer a presidente. Machado se consolidou como líder da coligação Plataforma Unitária – a principal coalizão da oposição – em outubro do ano passado, quando venceu as primárias presidenciais com mais de 90% dos votos.

Dias depois de ela ter entrado formalmente nas primárias da coligação de oposição da Plataforma Unitária, a Controladoria-Geral anunciou que ela havia sido proibida de concorrer a cargos públicos durante 15 anos, e o tribunal superior do país confirmou essa decisão em janeiro.

O candidato Edmundo González participa de um comício ao lado de María corina Machado, a líder da oposição, em Barinas, Venezuela  Foto: Ariana Cubillos/AP

Incapaz de superar a proibição que bloqueava sua candidatura, Machado escolheu inicialmente a filosofa e professora universitária Corina Yoris como sua substituta na votação de domingo, mas ela também foi proibida de se inscrever como candidata. Com isso, Machado acabou apoiando o ex-diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia, e eles fizeram campanha juntos nos últimos meses.

O nome de Machado, seu rosto e partido não aparecem nas urnas, enquanto Maduro aparece 13 vezes.

Prisão de opositores

Nos últimos meses, a ditadura de Maduro tentou intimidar a líder opositora de todas as formas. O governo prendeu colaboradores e fechou negócios associados a ela, desde um hotel onde ela se hospedou durante uma parada de campanha até mulheres que lhe vendiam empanadas.

A ONG de direitos humanos Foro Penal denunciou também na sexta-feira que 135 pessoas vinculadas à campanha do opositor González foram presas, das quais 47 permanecem detidas. “Desde janeiro até agora, houve 149 prisões arbitrárias por motivos políticos. 135 estão diretamente ligadas ao que foi a turnê nacional e à própria campanha de María Corina Machado com Edmundo González Urrutia”, disse à AFP seu diretor, Gonzalo Himiob.

Ameaças

O regime chavista também elevou o tom em relação as ameaças. No dia 17 de julho, durante um discurso em um dos atos de sua campanha, Maduro afirmou que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil fraticida” caso não vença as eleições.

Maduro não especifica sobre quem fala quando cita “banho de sangue” e “guerra civil fraticida”, mas usa o termo “fascistas”. No discurso, ele diz aos eleitores que almeja “a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na segunda-feira, 22, que ficou assustado com as declarações do ditador da Venezuela. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, disse o presidente sobre o seu aliado durante coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.

Maduro respondeu na terça-feira, 23, apontando que “quem se assustou” com suas declarações tomasse um “chá de camomila”.

“Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas  Foto: Ricardo Stuckert /Presidência da República

Observadores internacionais

Maduro proibiu a entrada de diversos observadores internacionais na sexta-feira, 26, como uma delegação de ex-presidentes e deputados. O grupo composto pelos ex-presidentes Mireya Moscoso (Panamá), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), Jorge Quiroga (Bolívia) e Vicente Fox (México), foi deportado.

O governo chileno, por sua vez, enviou na noite de sexta-feira, 26, uma nota de protesto à Venezuela por negar a entrada no país dos senadores conservadores José Manuel Rojo Edwards e Felipe Kast, que viajaram para atuar como observadores e foram enviados de volta ao Chile.

A ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso fala ao lado (da esquerda para a direita) da ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucia Ramirez, do ex-presidente da Costa Rica Miguel Angel Rodriguez, do ex-presidente do México Vicente Fox e do ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga durante uma entrevista coletiva no Palácio Presidencial na Cidade do Panamá em 26 de julho de 2024 Foto: Arnulfo Franco/AFP

“Isso demonstra que todas as palavras de alguns que dizem que isto é uma democracia são simplesmente uma grande mentira”, afirmou Kast.

Além disso, dez congressistas e eurodeputados do Partido Popular (PP) espanhol, assim como uma parlamentar da Colômbia e outra do Equador, denunciaram sua deportação ao chegarem no aeroporto de Maiquetía, que serve a Caracas./com AP e AFP

A Venezuela se prepara para as eleições presidenciais no domingo, 28, em meio a um período de campanha com diversas ameaças, prisões de opositores e deportações de observadores internacionais.

O ditador do país, Nicolás Maduro, chegou a declarar que haveria um “banho de sangue” em caso de vitória da oposição, que está na frente nas pesquisas de intenção de voto, apesar do cenário incerto.

Desde antes do início da campanha, quando a oposição organizou primárias para decidir qual candidato iria desafiar Maduro, o regime chavista vem dificultando a atuação de líderes políticos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um comício em Maracaibo, Venezuela  Foto: Raul Arboleda/AFP

Confira os principais ameaças de Maduro às eleições:

Proibição de candidatos

Há 10 candidatos no total nas eleições presidenciais deste ano e as pesquisas apontam que quem está na liderança das intenções de voto é o ex-diplomata Edmundo González, da coalizão Plataforma Unitária.

A principal líder opositora do país, María Corina Machado, não irá disputar o pleito. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, aparelhado por Maduro, impediu-a de concorrer a presidente. Machado se consolidou como líder da coligação Plataforma Unitária – a principal coalizão da oposição – em outubro do ano passado, quando venceu as primárias presidenciais com mais de 90% dos votos.

Dias depois de ela ter entrado formalmente nas primárias da coligação de oposição da Plataforma Unitária, a Controladoria-Geral anunciou que ela havia sido proibida de concorrer a cargos públicos durante 15 anos, e o tribunal superior do país confirmou essa decisão em janeiro.

O candidato Edmundo González participa de um comício ao lado de María corina Machado, a líder da oposição, em Barinas, Venezuela  Foto: Ariana Cubillos/AP

Incapaz de superar a proibição que bloqueava sua candidatura, Machado escolheu inicialmente a filosofa e professora universitária Corina Yoris como sua substituta na votação de domingo, mas ela também foi proibida de se inscrever como candidata. Com isso, Machado acabou apoiando o ex-diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia, e eles fizeram campanha juntos nos últimos meses.

O nome de Machado, seu rosto e partido não aparecem nas urnas, enquanto Maduro aparece 13 vezes.

Prisão de opositores

Nos últimos meses, a ditadura de Maduro tentou intimidar a líder opositora de todas as formas. O governo prendeu colaboradores e fechou negócios associados a ela, desde um hotel onde ela se hospedou durante uma parada de campanha até mulheres que lhe vendiam empanadas.

A ONG de direitos humanos Foro Penal denunciou também na sexta-feira que 135 pessoas vinculadas à campanha do opositor González foram presas, das quais 47 permanecem detidas. “Desde janeiro até agora, houve 149 prisões arbitrárias por motivos políticos. 135 estão diretamente ligadas ao que foi a turnê nacional e à própria campanha de María Corina Machado com Edmundo González Urrutia”, disse à AFP seu diretor, Gonzalo Himiob.

Ameaças

O regime chavista também elevou o tom em relação as ameaças. No dia 17 de julho, durante um discurso em um dos atos de sua campanha, Maduro afirmou que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil fraticida” caso não vença as eleições.

Maduro não especifica sobre quem fala quando cita “banho de sangue” e “guerra civil fraticida”, mas usa o termo “fascistas”. No discurso, ele diz aos eleitores que almeja “a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na segunda-feira, 22, que ficou assustado com as declarações do ditador da Venezuela. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, disse o presidente sobre o seu aliado durante coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.

Maduro respondeu na terça-feira, 23, apontando que “quem se assustou” com suas declarações tomasse um “chá de camomila”.

“Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas  Foto: Ricardo Stuckert /Presidência da República

Observadores internacionais

Maduro proibiu a entrada de diversos observadores internacionais na sexta-feira, 26, como uma delegação de ex-presidentes e deputados. O grupo composto pelos ex-presidentes Mireya Moscoso (Panamá), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), Jorge Quiroga (Bolívia) e Vicente Fox (México), foi deportado.

O governo chileno, por sua vez, enviou na noite de sexta-feira, 26, uma nota de protesto à Venezuela por negar a entrada no país dos senadores conservadores José Manuel Rojo Edwards e Felipe Kast, que viajaram para atuar como observadores e foram enviados de volta ao Chile.

A ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso fala ao lado (da esquerda para a direita) da ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucia Ramirez, do ex-presidente da Costa Rica Miguel Angel Rodriguez, do ex-presidente do México Vicente Fox e do ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga durante uma entrevista coletiva no Palácio Presidencial na Cidade do Panamá em 26 de julho de 2024 Foto: Arnulfo Franco/AFP

“Isso demonstra que todas as palavras de alguns que dizem que isto é uma democracia são simplesmente uma grande mentira”, afirmou Kast.

Além disso, dez congressistas e eurodeputados do Partido Popular (PP) espanhol, assim como uma parlamentar da Colômbia e outra do Equador, denunciaram sua deportação ao chegarem no aeroporto de Maiquetía, que serve a Caracas./com AP e AFP

A Venezuela se prepara para as eleições presidenciais no domingo, 28, em meio a um período de campanha com diversas ameaças, prisões de opositores e deportações de observadores internacionais.

O ditador do país, Nicolás Maduro, chegou a declarar que haveria um “banho de sangue” em caso de vitória da oposição, que está na frente nas pesquisas de intenção de voto, apesar do cenário incerto.

Desde antes do início da campanha, quando a oposição organizou primárias para decidir qual candidato iria desafiar Maduro, o regime chavista vem dificultando a atuação de líderes políticos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um comício em Maracaibo, Venezuela  Foto: Raul Arboleda/AFP

Confira os principais ameaças de Maduro às eleições:

Proibição de candidatos

Há 10 candidatos no total nas eleições presidenciais deste ano e as pesquisas apontam que quem está na liderança das intenções de voto é o ex-diplomata Edmundo González, da coalizão Plataforma Unitária.

A principal líder opositora do país, María Corina Machado, não irá disputar o pleito. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, aparelhado por Maduro, impediu-a de concorrer a presidente. Machado se consolidou como líder da coligação Plataforma Unitária – a principal coalizão da oposição – em outubro do ano passado, quando venceu as primárias presidenciais com mais de 90% dos votos.

Dias depois de ela ter entrado formalmente nas primárias da coligação de oposição da Plataforma Unitária, a Controladoria-Geral anunciou que ela havia sido proibida de concorrer a cargos públicos durante 15 anos, e o tribunal superior do país confirmou essa decisão em janeiro.

O candidato Edmundo González participa de um comício ao lado de María corina Machado, a líder da oposição, em Barinas, Venezuela  Foto: Ariana Cubillos/AP

Incapaz de superar a proibição que bloqueava sua candidatura, Machado escolheu inicialmente a filosofa e professora universitária Corina Yoris como sua substituta na votação de domingo, mas ela também foi proibida de se inscrever como candidata. Com isso, Machado acabou apoiando o ex-diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia, e eles fizeram campanha juntos nos últimos meses.

O nome de Machado, seu rosto e partido não aparecem nas urnas, enquanto Maduro aparece 13 vezes.

Prisão de opositores

Nos últimos meses, a ditadura de Maduro tentou intimidar a líder opositora de todas as formas. O governo prendeu colaboradores e fechou negócios associados a ela, desde um hotel onde ela se hospedou durante uma parada de campanha até mulheres que lhe vendiam empanadas.

A ONG de direitos humanos Foro Penal denunciou também na sexta-feira que 135 pessoas vinculadas à campanha do opositor González foram presas, das quais 47 permanecem detidas. “Desde janeiro até agora, houve 149 prisões arbitrárias por motivos políticos. 135 estão diretamente ligadas ao que foi a turnê nacional e à própria campanha de María Corina Machado com Edmundo González Urrutia”, disse à AFP seu diretor, Gonzalo Himiob.

Ameaças

O regime chavista também elevou o tom em relação as ameaças. No dia 17 de julho, durante um discurso em um dos atos de sua campanha, Maduro afirmou que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil fraticida” caso não vença as eleições.

Maduro não especifica sobre quem fala quando cita “banho de sangue” e “guerra civil fraticida”, mas usa o termo “fascistas”. No discurso, ele diz aos eleitores que almeja “a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na segunda-feira, 22, que ficou assustado com as declarações do ditador da Venezuela. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, disse o presidente sobre o seu aliado durante coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.

Maduro respondeu na terça-feira, 23, apontando que “quem se assustou” com suas declarações tomasse um “chá de camomila”.

“Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas  Foto: Ricardo Stuckert /Presidência da República

Observadores internacionais

Maduro proibiu a entrada de diversos observadores internacionais na sexta-feira, 26, como uma delegação de ex-presidentes e deputados. O grupo composto pelos ex-presidentes Mireya Moscoso (Panamá), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), Jorge Quiroga (Bolívia) e Vicente Fox (México), foi deportado.

O governo chileno, por sua vez, enviou na noite de sexta-feira, 26, uma nota de protesto à Venezuela por negar a entrada no país dos senadores conservadores José Manuel Rojo Edwards e Felipe Kast, que viajaram para atuar como observadores e foram enviados de volta ao Chile.

A ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso fala ao lado (da esquerda para a direita) da ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucia Ramirez, do ex-presidente da Costa Rica Miguel Angel Rodriguez, do ex-presidente do México Vicente Fox e do ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga durante uma entrevista coletiva no Palácio Presidencial na Cidade do Panamá em 26 de julho de 2024 Foto: Arnulfo Franco/AFP

“Isso demonstra que todas as palavras de alguns que dizem que isto é uma democracia são simplesmente uma grande mentira”, afirmou Kast.

Além disso, dez congressistas e eurodeputados do Partido Popular (PP) espanhol, assim como uma parlamentar da Colômbia e outra do Equador, denunciaram sua deportação ao chegarem no aeroporto de Maiquetía, que serve a Caracas./com AP e AFP

A Venezuela se prepara para as eleições presidenciais no domingo, 28, em meio a um período de campanha com diversas ameaças, prisões de opositores e deportações de observadores internacionais.

O ditador do país, Nicolás Maduro, chegou a declarar que haveria um “banho de sangue” em caso de vitória da oposição, que está na frente nas pesquisas de intenção de voto, apesar do cenário incerto.

Desde antes do início da campanha, quando a oposição organizou primárias para decidir qual candidato iria desafiar Maduro, o regime chavista vem dificultando a atuação de líderes políticos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de um comício em Maracaibo, Venezuela  Foto: Raul Arboleda/AFP

Confira os principais ameaças de Maduro às eleições:

Proibição de candidatos

Há 10 candidatos no total nas eleições presidenciais deste ano e as pesquisas apontam que quem está na liderança das intenções de voto é o ex-diplomata Edmundo González, da coalizão Plataforma Unitária.

A principal líder opositora do país, María Corina Machado, não irá disputar o pleito. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, aparelhado por Maduro, impediu-a de concorrer a presidente. Machado se consolidou como líder da coligação Plataforma Unitária – a principal coalizão da oposição – em outubro do ano passado, quando venceu as primárias presidenciais com mais de 90% dos votos.

Dias depois de ela ter entrado formalmente nas primárias da coligação de oposição da Plataforma Unitária, a Controladoria-Geral anunciou que ela havia sido proibida de concorrer a cargos públicos durante 15 anos, e o tribunal superior do país confirmou essa decisão em janeiro.

O candidato Edmundo González participa de um comício ao lado de María corina Machado, a líder da oposição, em Barinas, Venezuela  Foto: Ariana Cubillos/AP

Incapaz de superar a proibição que bloqueava sua candidatura, Machado escolheu inicialmente a filosofa e professora universitária Corina Yoris como sua substituta na votação de domingo, mas ela também foi proibida de se inscrever como candidata. Com isso, Machado acabou apoiando o ex-diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia, e eles fizeram campanha juntos nos últimos meses.

O nome de Machado, seu rosto e partido não aparecem nas urnas, enquanto Maduro aparece 13 vezes.

Prisão de opositores

Nos últimos meses, a ditadura de Maduro tentou intimidar a líder opositora de todas as formas. O governo prendeu colaboradores e fechou negócios associados a ela, desde um hotel onde ela se hospedou durante uma parada de campanha até mulheres que lhe vendiam empanadas.

A ONG de direitos humanos Foro Penal denunciou também na sexta-feira que 135 pessoas vinculadas à campanha do opositor González foram presas, das quais 47 permanecem detidas. “Desde janeiro até agora, houve 149 prisões arbitrárias por motivos políticos. 135 estão diretamente ligadas ao que foi a turnê nacional e à própria campanha de María Corina Machado com Edmundo González Urrutia”, disse à AFP seu diretor, Gonzalo Himiob.

Ameaças

O regime chavista também elevou o tom em relação as ameaças. No dia 17 de julho, durante um discurso em um dos atos de sua campanha, Maduro afirmou que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil fraticida” caso não vença as eleições.

Maduro não especifica sobre quem fala quando cita “banho de sangue” e “guerra civil fraticida”, mas usa o termo “fascistas”. No discurso, ele diz aos eleitores que almeja “a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na segunda-feira, 22, que ficou assustado com as declarações do ditador da Venezuela. “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue”, disse o presidente sobre o seu aliado durante coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.

Maduro respondeu na terça-feira, 23, apontando que “quem se assustou” com suas declarações tomasse um “chá de camomila”.

“Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, afirmou Maduro sem mencionar diretamente Lula. “Na Venezuela, irá triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas  Foto: Ricardo Stuckert /Presidência da República

Observadores internacionais

Maduro proibiu a entrada de diversos observadores internacionais na sexta-feira, 26, como uma delegação de ex-presidentes e deputados. O grupo composto pelos ex-presidentes Mireya Moscoso (Panamá), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), Jorge Quiroga (Bolívia) e Vicente Fox (México), foi deportado.

O governo chileno, por sua vez, enviou na noite de sexta-feira, 26, uma nota de protesto à Venezuela por negar a entrada no país dos senadores conservadores José Manuel Rojo Edwards e Felipe Kast, que viajaram para atuar como observadores e foram enviados de volta ao Chile.

A ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso fala ao lado (da esquerda para a direita) da ex-vice-presidente da Colômbia Marta Lucia Ramirez, do ex-presidente da Costa Rica Miguel Angel Rodriguez, do ex-presidente do México Vicente Fox e do ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga durante uma entrevista coletiva no Palácio Presidencial na Cidade do Panamá em 26 de julho de 2024 Foto: Arnulfo Franco/AFP

“Isso demonstra que todas as palavras de alguns que dizem que isto é uma democracia são simplesmente uma grande mentira”, afirmou Kast.

Além disso, dez congressistas e eurodeputados do Partido Popular (PP) espanhol, assim como uma parlamentar da Colômbia e outra do Equador, denunciaram sua deportação ao chegarem no aeroporto de Maiquetía, que serve a Caracas./com AP e AFP

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