Eleições em Israel: Netanyahu e aliados de extrema direita conquistam maioria do Parlamento


Bloco liderado pelo ex-premiê conquistou uma minoria frágil de 64 assentos e começa um período de transição de 42 dias para a formação do novo governo

Por Redação

TEL AVIV - Confirmando as projeções de boca de urna das eleições em Israel, o bloco do ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu conquistou a maioria do Parlamento nesta quinta-feira, 3, anunciou a Comissão Eleitoral. Junto com partidos de extrema direita e ultra ortodoxos, o Likud conquistou 64 assentos dos 61 necessários, uma maioria considerada frágil frente a uma coalizão tão controversa.

O Likud de Netanyahu conquistou 32 dos 120 assentos do Knesset, que se somam aos 14 do Partido Sionista Religioso - com pautas anti-árabe e anti-LGBT - e os 18 de dois partido ultra ortodoxos: Shas (11) e Judaísmo Unido da Torá (7), que devem compor seu novo governo.

Já o partido do então primeiro-ministro Yair Lapid, o Yesh Atid, ficou com 24 cadeiras. Em conjunto com as 12 do Unidade Nacional de Benny Gantz e seis do Yisrael Beitenu (Israel é nosso lar) de Avigdor Lieberman, o bloco de Lapid vai compor a oposição a Netanyahu.

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O líder do Likud e ex-premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, acompanhado de sua esposa Sara Netanyahu Foto: Ammar Awad/Reuters

Pouco antes da Comissão Eleitoral confirmar a vitória do Likud, Lapid ligou para o adversário para iniciar a transição. “Israel está acima da política”, disse, acrescentando que está preparado para uma transição ordenada de poder.

Os maiores derrotados neste pleito foram os partidos árabes e de esquerda. Os partidos de maioria árabe Hadash-Ta’al e Lista Árabe Unida receberam cinco cadeiras cada. O Partido Trabalhista, que já foi uma força em Israel e governou o país por quase 30 anos no passado, recebeu apenas quatro cadeiras depois de ultrapassar a barreira mínima de 3,25% dos votos. Os dois árabes Meretz e Balad e o ortodoxo Lar Judaico não conseguiram chegar ao Knesset.

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Esperava-se até o último momento que o Meretz conseguisse ultrapassar a barreira de corte, o que poderia impactar na maioria de Netanyahu. Mas o partido obteve apenas 3,14% dos votos. Zehava Galon, líder do partido, lamentou a derrota. “Este é um momento muito difícil para mim e meus amigos do Meretz”, tuitou. “Os resultados das eleições são um desastre para o Meretz, um desastre para o país e, sim, um desastre pessoal também para mim”.

Retorno de Netanyahu

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Esta foi a quinta eleição em quatro anos no país que enfrenta uma crise política prolongada, e elege novamente o primeiro-ministro mais longevo do país. Embora seja capaz de formar seu governo com a composição atual de seu bloco, especialistas alertam que a coalizão será frágil, bastando poucas deserções para o governo se desfazer novamente.

Além disso, seu bloco é composto por um espectro político muito diferente do que o Likud defende. Embora seja da direita israelense, Netanyahu discorda de grande parte das pautas extremistas do Sionista Religioso liderado por Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir.

Atualmente sendo julgado por acusações de corrupção, Netanyahu diz que não usará sua autoridade para reverter esse processo. Mas alguns de seus parceiros de coalizão disseram que vão pressionar para legalizar um dos crimes de que é acusado, ou mesmo para encerrar o julgamento por completo.

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Parlamentar de extrema direita israelense e chefe do partido "Poder Judaico", Itamar Ben-Gvir, gesticula após os primeiros resultados da pesquisa de boca de urna para a eleição parlamentar Foto: Oren Ziv/AP

Seu retorno também testaria algumas das relações diplomáticas de Israel, principalmente com os Estados Unidos e com os estados do Golfo Pérsico com os quais Israel recentemente formou alianças.

O próprio Netanyahu supervisionou a criação dessas alianças durante seu último mandato. Mas as prioridades de seus novos aliados da coalizão provavelmente aumentarão as tensões com os palestinos, o que poderia constranger os parceiros árabes e americanos de Israel.

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Transição

Yair Lapid conseguiu estabelecer no ano passado uma coalizão diversa para afastar Netanyahu do poder depois de 12 anos. Bibi, como é conhecido o ex-premiê, não se afastou da liderança do partido, como esperavam os críticos, e teve um papel crucial de líder da oposição, com o objetivo de retornar ao poder.

Após a divulgação dos resultados definitivos, o presidente de Israel, Isaac Herzog, que tem um papel principalmente simbólico, deve solicitar ao líder político que tem mais possibilidades para formar um governo. Então começa um período de 42 dias para a formação de um governo.

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Mas, de acordo com a imprensa israelense, o grupo de Netanyahu não esperou o pedido formal e o ex-premiê designou Yariv Levin, um de seus principais aliados, para iniciar as negociações que prometem ser complexas, especialmente com o partido Sionista Religioso.

O líder desta formação, Bezalel Smotrich, já afirmou que deseja os ministérios da Defesa e da Segurança Pública, duas pastas cruciais do governo no momento em que a violência entre israelenses e palestinos registra o pior momento em sete anos. As nomeações para os postos chaves podem ser “embaraçosas no cenário internacional”, disse o analista palestino Khaldoun Barghouti.

O Departamento de Estado americano afirmou que não pretende especular sobre um governo, mas destacou que espera que “todas as autoridades israelenses continuem compartilhando os valores de uma sociedade aberta, democrática e tolerante com respeito à sociedade civil, em particular aos grupos minoritários”./AFP e NYT

TEL AVIV - Confirmando as projeções de boca de urna das eleições em Israel, o bloco do ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu conquistou a maioria do Parlamento nesta quinta-feira, 3, anunciou a Comissão Eleitoral. Junto com partidos de extrema direita e ultra ortodoxos, o Likud conquistou 64 assentos dos 61 necessários, uma maioria considerada frágil frente a uma coalizão tão controversa.

O Likud de Netanyahu conquistou 32 dos 120 assentos do Knesset, que se somam aos 14 do Partido Sionista Religioso - com pautas anti-árabe e anti-LGBT - e os 18 de dois partido ultra ortodoxos: Shas (11) e Judaísmo Unido da Torá (7), que devem compor seu novo governo.

Já o partido do então primeiro-ministro Yair Lapid, o Yesh Atid, ficou com 24 cadeiras. Em conjunto com as 12 do Unidade Nacional de Benny Gantz e seis do Yisrael Beitenu (Israel é nosso lar) de Avigdor Lieberman, o bloco de Lapid vai compor a oposição a Netanyahu.

O líder do Likud e ex-premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, acompanhado de sua esposa Sara Netanyahu Foto: Ammar Awad/Reuters

Pouco antes da Comissão Eleitoral confirmar a vitória do Likud, Lapid ligou para o adversário para iniciar a transição. “Israel está acima da política”, disse, acrescentando que está preparado para uma transição ordenada de poder.

Os maiores derrotados neste pleito foram os partidos árabes e de esquerda. Os partidos de maioria árabe Hadash-Ta’al e Lista Árabe Unida receberam cinco cadeiras cada. O Partido Trabalhista, que já foi uma força em Israel e governou o país por quase 30 anos no passado, recebeu apenas quatro cadeiras depois de ultrapassar a barreira mínima de 3,25% dos votos. Os dois árabes Meretz e Balad e o ortodoxo Lar Judaico não conseguiram chegar ao Knesset.

Esperava-se até o último momento que o Meretz conseguisse ultrapassar a barreira de corte, o que poderia impactar na maioria de Netanyahu. Mas o partido obteve apenas 3,14% dos votos. Zehava Galon, líder do partido, lamentou a derrota. “Este é um momento muito difícil para mim e meus amigos do Meretz”, tuitou. “Os resultados das eleições são um desastre para o Meretz, um desastre para o país e, sim, um desastre pessoal também para mim”.

Retorno de Netanyahu

Esta foi a quinta eleição em quatro anos no país que enfrenta uma crise política prolongada, e elege novamente o primeiro-ministro mais longevo do país. Embora seja capaz de formar seu governo com a composição atual de seu bloco, especialistas alertam que a coalizão será frágil, bastando poucas deserções para o governo se desfazer novamente.

Além disso, seu bloco é composto por um espectro político muito diferente do que o Likud defende. Embora seja da direita israelense, Netanyahu discorda de grande parte das pautas extremistas do Sionista Religioso liderado por Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir.

Atualmente sendo julgado por acusações de corrupção, Netanyahu diz que não usará sua autoridade para reverter esse processo. Mas alguns de seus parceiros de coalizão disseram que vão pressionar para legalizar um dos crimes de que é acusado, ou mesmo para encerrar o julgamento por completo.

Parlamentar de extrema direita israelense e chefe do partido "Poder Judaico", Itamar Ben-Gvir, gesticula após os primeiros resultados da pesquisa de boca de urna para a eleição parlamentar Foto: Oren Ziv/AP

Seu retorno também testaria algumas das relações diplomáticas de Israel, principalmente com os Estados Unidos e com os estados do Golfo Pérsico com os quais Israel recentemente formou alianças.

O próprio Netanyahu supervisionou a criação dessas alianças durante seu último mandato. Mas as prioridades de seus novos aliados da coalizão provavelmente aumentarão as tensões com os palestinos, o que poderia constranger os parceiros árabes e americanos de Israel.

Transição

Yair Lapid conseguiu estabelecer no ano passado uma coalizão diversa para afastar Netanyahu do poder depois de 12 anos. Bibi, como é conhecido o ex-premiê, não se afastou da liderança do partido, como esperavam os críticos, e teve um papel crucial de líder da oposição, com o objetivo de retornar ao poder.

Após a divulgação dos resultados definitivos, o presidente de Israel, Isaac Herzog, que tem um papel principalmente simbólico, deve solicitar ao líder político que tem mais possibilidades para formar um governo. Então começa um período de 42 dias para a formação de um governo.

Mas, de acordo com a imprensa israelense, o grupo de Netanyahu não esperou o pedido formal e o ex-premiê designou Yariv Levin, um de seus principais aliados, para iniciar as negociações que prometem ser complexas, especialmente com o partido Sionista Religioso.

O líder desta formação, Bezalel Smotrich, já afirmou que deseja os ministérios da Defesa e da Segurança Pública, duas pastas cruciais do governo no momento em que a violência entre israelenses e palestinos registra o pior momento em sete anos. As nomeações para os postos chaves podem ser “embaraçosas no cenário internacional”, disse o analista palestino Khaldoun Barghouti.

O Departamento de Estado americano afirmou que não pretende especular sobre um governo, mas destacou que espera que “todas as autoridades israelenses continuem compartilhando os valores de uma sociedade aberta, democrática e tolerante com respeito à sociedade civil, em particular aos grupos minoritários”./AFP e NYT

TEL AVIV - Confirmando as projeções de boca de urna das eleições em Israel, o bloco do ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu conquistou a maioria do Parlamento nesta quinta-feira, 3, anunciou a Comissão Eleitoral. Junto com partidos de extrema direita e ultra ortodoxos, o Likud conquistou 64 assentos dos 61 necessários, uma maioria considerada frágil frente a uma coalizão tão controversa.

O Likud de Netanyahu conquistou 32 dos 120 assentos do Knesset, que se somam aos 14 do Partido Sionista Religioso - com pautas anti-árabe e anti-LGBT - e os 18 de dois partido ultra ortodoxos: Shas (11) e Judaísmo Unido da Torá (7), que devem compor seu novo governo.

Já o partido do então primeiro-ministro Yair Lapid, o Yesh Atid, ficou com 24 cadeiras. Em conjunto com as 12 do Unidade Nacional de Benny Gantz e seis do Yisrael Beitenu (Israel é nosso lar) de Avigdor Lieberman, o bloco de Lapid vai compor a oposição a Netanyahu.

O líder do Likud e ex-premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, acompanhado de sua esposa Sara Netanyahu Foto: Ammar Awad/Reuters

Pouco antes da Comissão Eleitoral confirmar a vitória do Likud, Lapid ligou para o adversário para iniciar a transição. “Israel está acima da política”, disse, acrescentando que está preparado para uma transição ordenada de poder.

Os maiores derrotados neste pleito foram os partidos árabes e de esquerda. Os partidos de maioria árabe Hadash-Ta’al e Lista Árabe Unida receberam cinco cadeiras cada. O Partido Trabalhista, que já foi uma força em Israel e governou o país por quase 30 anos no passado, recebeu apenas quatro cadeiras depois de ultrapassar a barreira mínima de 3,25% dos votos. Os dois árabes Meretz e Balad e o ortodoxo Lar Judaico não conseguiram chegar ao Knesset.

Esperava-se até o último momento que o Meretz conseguisse ultrapassar a barreira de corte, o que poderia impactar na maioria de Netanyahu. Mas o partido obteve apenas 3,14% dos votos. Zehava Galon, líder do partido, lamentou a derrota. “Este é um momento muito difícil para mim e meus amigos do Meretz”, tuitou. “Os resultados das eleições são um desastre para o Meretz, um desastre para o país e, sim, um desastre pessoal também para mim”.

Retorno de Netanyahu

Esta foi a quinta eleição em quatro anos no país que enfrenta uma crise política prolongada, e elege novamente o primeiro-ministro mais longevo do país. Embora seja capaz de formar seu governo com a composição atual de seu bloco, especialistas alertam que a coalizão será frágil, bastando poucas deserções para o governo se desfazer novamente.

Além disso, seu bloco é composto por um espectro político muito diferente do que o Likud defende. Embora seja da direita israelense, Netanyahu discorda de grande parte das pautas extremistas do Sionista Religioso liderado por Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir.

Atualmente sendo julgado por acusações de corrupção, Netanyahu diz que não usará sua autoridade para reverter esse processo. Mas alguns de seus parceiros de coalizão disseram que vão pressionar para legalizar um dos crimes de que é acusado, ou mesmo para encerrar o julgamento por completo.

Parlamentar de extrema direita israelense e chefe do partido "Poder Judaico", Itamar Ben-Gvir, gesticula após os primeiros resultados da pesquisa de boca de urna para a eleição parlamentar Foto: Oren Ziv/AP

Seu retorno também testaria algumas das relações diplomáticas de Israel, principalmente com os Estados Unidos e com os estados do Golfo Pérsico com os quais Israel recentemente formou alianças.

O próprio Netanyahu supervisionou a criação dessas alianças durante seu último mandato. Mas as prioridades de seus novos aliados da coalizão provavelmente aumentarão as tensões com os palestinos, o que poderia constranger os parceiros árabes e americanos de Israel.

Transição

Yair Lapid conseguiu estabelecer no ano passado uma coalizão diversa para afastar Netanyahu do poder depois de 12 anos. Bibi, como é conhecido o ex-premiê, não se afastou da liderança do partido, como esperavam os críticos, e teve um papel crucial de líder da oposição, com o objetivo de retornar ao poder.

Após a divulgação dos resultados definitivos, o presidente de Israel, Isaac Herzog, que tem um papel principalmente simbólico, deve solicitar ao líder político que tem mais possibilidades para formar um governo. Então começa um período de 42 dias para a formação de um governo.

Mas, de acordo com a imprensa israelense, o grupo de Netanyahu não esperou o pedido formal e o ex-premiê designou Yariv Levin, um de seus principais aliados, para iniciar as negociações que prometem ser complexas, especialmente com o partido Sionista Religioso.

O líder desta formação, Bezalel Smotrich, já afirmou que deseja os ministérios da Defesa e da Segurança Pública, duas pastas cruciais do governo no momento em que a violência entre israelenses e palestinos registra o pior momento em sete anos. As nomeações para os postos chaves podem ser “embaraçosas no cenário internacional”, disse o analista palestino Khaldoun Barghouti.

O Departamento de Estado americano afirmou que não pretende especular sobre um governo, mas destacou que espera que “todas as autoridades israelenses continuem compartilhando os valores de uma sociedade aberta, democrática e tolerante com respeito à sociedade civil, em particular aos grupos minoritários”./AFP e NYT

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