Eleições primárias na Argentina: um guia para entender o que são e como funcionam


Primárias devem definir os candidatos e forças políticas que vão disputar o controle da Casa Rosada em outubro

Por Jorge C. Carrasco
Atualização:

Após uma intensa campanha eleitoral que foi marcada pela divisão interna nas duas maiores coalizões partidárias, Unión por la Pátria (de esquerda) e Juntos por el Cambio (de direita), os argentinos vão às urnas neste domingo, 13, para escolher em um primeiro turno os candidatos que irão representá-los na disputa pela presidência da nação no mês de outubro.

Com 27 pré-candidatos presidenciais em uma eleição atípica e repleta de incertezas, as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (ou Paso) prometem não apenas determinar quais forças políticas devem ficar no cenário até outubro e quais serão removidas, mas também vão funcionar como uma grande pesquisa de intenção de voto em cada corrente.

Confira os pontos essenciais para entender as eleições deste domingo na Argentina:

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O presidente da Argentina, Alberto Fernández (D), e a vice, Cristina Kirchner, em campanha em Mar del Plata Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

O que será definido nas Paso?

Mecanismo eleitoral que existe na Argentina desde 2009, as Paso permitem aos eleitores definir as listas de pré-candidatos dos movimentos políticos que representam a sociedade para a disputa nas eleições gerais.

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Durante a campanha deste ano, as maiores forças políticas — Unión por la Pátria e Juntos por el Cambio — não conseguiram definir por primeira vez um candidato único de cada coalizão. Isso força disputas internas entre candidatos que, apesar de terem visões similares, representam planos de governo diferentes.

Na disputa interna de Juntos por el Cambio, Patricia Bullrich — apoiada pelo ex-presidente Maurício Macri — deverá concorrer contra Horacio Rodríguez Larreta pela vaga da coalizão. Já na frente peronista, Sergio Massa tem o apoio de Cristina Kirchner e do presidente Alberto Fernández; ambos lideram os dois lados da coalizão.

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Javier Milei, o ‘outsider’ do processo eleitoral, concorre sozinho por um espaço nestas eleições na plataforma de La Libertad Avanza.

Além disso, estas eleições estabelecem um limite mínimo de votos para que as forças políticas possam concorrer em outubro. Para continuar na corrida para as eleições nacionais, as frentes políticas devem obter mais de 1,5% dos votos válidos. Caso contrário, elas não poderão concorrer às eleições nacionais.

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Neste domingo, pelo menos 130 deputados serão renovados em todo o país e um terço dos senadores em oito províncias.

A candidata à Presidência da Argentina Patricia Bullrich discursa em ato de campanha em Buenos Aires  Foto: Luciano González/EFE

Também ocorrerão processos eleitorais para escolher os candidatos à prefeitura em Buenos Aires e governador nas províncias de Buenos Aires, Catamarca e Entre Ríos. Na Argentina, as províncias possuem autonomia para realizar suas próprias eleições e a província de Santa Cruz será a única que elegerá de forma direta seu chefe de governo.

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Quais são as expectativas?

Pesquisas recentes da CB Consultora Opinión Pública apresentaram um cenário favorável à oposição.

O libertário Milei pode ficar isolado no terceiro lugar, enquanto a popularidade de Bullrich impulsiona Juntos por el Cambio para o topo das intenções de voto. Sergio Massa, por outro lado, deverá ter um apoio claro dos eleitores peronistas — mas a dificuldade maior será atingir a meta pouco realista da enfraquecida coalizão: 30% dos votos.

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O ministro da Economia da Argentina e candidato à Presidência, Sérgio Massa, discursa em Buenos Aires  Foto: Luis Robayo/AFP

De acordo com as pesquisas, nenhum dos candidatos às Paso supera 25% das intenções de voto, e estima-se que cerca do 10% das pessoas ainda não decidiram em quem votar.

O desencanto com a política pode afetar bastante a todas as coalizões, que deixam de contar com uma boa parcela da população. Segundo autoridades eleitorais, quase cinco milhões e meio de pessoas optaram por não votar nas eleições provinciais realizadas até o momento.

De acordo com Lourdes Puente, cientista política e Diretora da Escola de Política e Governo da Universidade Católica Argentina (UCA), nas eleições de domingo pode prevalecer um cenário de fragmentação da opinião, com impacto favorável à renovação do poder público.

O candidato a presidente Javier Milei sauda seguidores em um comício em Buenos Aires antes das primárias  Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Em entrevista ao Estadão, a cientista política disse que “As disputas internas nas Paso vão determinar a mudança que ocorrerá nas coalizões após o processo eleitoral, a mudança na conjuntura política da Argentina. Nestas eleições há grandes incertezas, mas a troca do controle da Casa Rosada tem se tornado um cenário cada vez mais plausível”.

O processo eleitoral de 2023 marca os 40 anos desde a volta da democracia na Argentina.

Quando devem sair os resultados?

Segundo informou Marcos Schiavi, responsável pela Direção Nacional Eleitoral (DINE), os primeiros resultados oficiais serão anunciados às 21 horas do domingo, 13 de agosto, por decisão do órgão.

Atrasos são esperados, devido ao grande número de listas e cargos que serão definidos nas eleições simultâneas que pode atrapalhar na contagem de votos.

Na província de Buenos Aires se encontram 37% dos eleitores habilitados para as Paso de 2023, o que vai tornar à província o foco da atenção nacional.

Após uma intensa campanha eleitoral que foi marcada pela divisão interna nas duas maiores coalizões partidárias, Unión por la Pátria (de esquerda) e Juntos por el Cambio (de direita), os argentinos vão às urnas neste domingo, 13, para escolher em um primeiro turno os candidatos que irão representá-los na disputa pela presidência da nação no mês de outubro.

Com 27 pré-candidatos presidenciais em uma eleição atípica e repleta de incertezas, as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (ou Paso) prometem não apenas determinar quais forças políticas devem ficar no cenário até outubro e quais serão removidas, mas também vão funcionar como uma grande pesquisa de intenção de voto em cada corrente.

Confira os pontos essenciais para entender as eleições deste domingo na Argentina:

O presidente da Argentina, Alberto Fernández (D), e a vice, Cristina Kirchner, em campanha em Mar del Plata Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

O que será definido nas Paso?

Mecanismo eleitoral que existe na Argentina desde 2009, as Paso permitem aos eleitores definir as listas de pré-candidatos dos movimentos políticos que representam a sociedade para a disputa nas eleições gerais.

Durante a campanha deste ano, as maiores forças políticas — Unión por la Pátria e Juntos por el Cambio — não conseguiram definir por primeira vez um candidato único de cada coalizão. Isso força disputas internas entre candidatos que, apesar de terem visões similares, representam planos de governo diferentes.

Na disputa interna de Juntos por el Cambio, Patricia Bullrich — apoiada pelo ex-presidente Maurício Macri — deverá concorrer contra Horacio Rodríguez Larreta pela vaga da coalizão. Já na frente peronista, Sergio Massa tem o apoio de Cristina Kirchner e do presidente Alberto Fernández; ambos lideram os dois lados da coalizão.

Javier Milei, o ‘outsider’ do processo eleitoral, concorre sozinho por um espaço nestas eleições na plataforma de La Libertad Avanza.

Além disso, estas eleições estabelecem um limite mínimo de votos para que as forças políticas possam concorrer em outubro. Para continuar na corrida para as eleições nacionais, as frentes políticas devem obter mais de 1,5% dos votos válidos. Caso contrário, elas não poderão concorrer às eleições nacionais.

Neste domingo, pelo menos 130 deputados serão renovados em todo o país e um terço dos senadores em oito províncias.

A candidata à Presidência da Argentina Patricia Bullrich discursa em ato de campanha em Buenos Aires  Foto: Luciano González/EFE

Também ocorrerão processos eleitorais para escolher os candidatos à prefeitura em Buenos Aires e governador nas províncias de Buenos Aires, Catamarca e Entre Ríos. Na Argentina, as províncias possuem autonomia para realizar suas próprias eleições e a província de Santa Cruz será a única que elegerá de forma direta seu chefe de governo.

Quais são as expectativas?

Pesquisas recentes da CB Consultora Opinión Pública apresentaram um cenário favorável à oposição.

O libertário Milei pode ficar isolado no terceiro lugar, enquanto a popularidade de Bullrich impulsiona Juntos por el Cambio para o topo das intenções de voto. Sergio Massa, por outro lado, deverá ter um apoio claro dos eleitores peronistas — mas a dificuldade maior será atingir a meta pouco realista da enfraquecida coalizão: 30% dos votos.

O ministro da Economia da Argentina e candidato à Presidência, Sérgio Massa, discursa em Buenos Aires  Foto: Luis Robayo/AFP

De acordo com as pesquisas, nenhum dos candidatos às Paso supera 25% das intenções de voto, e estima-se que cerca do 10% das pessoas ainda não decidiram em quem votar.

O desencanto com a política pode afetar bastante a todas as coalizões, que deixam de contar com uma boa parcela da população. Segundo autoridades eleitorais, quase cinco milhões e meio de pessoas optaram por não votar nas eleições provinciais realizadas até o momento.

De acordo com Lourdes Puente, cientista política e Diretora da Escola de Política e Governo da Universidade Católica Argentina (UCA), nas eleições de domingo pode prevalecer um cenário de fragmentação da opinião, com impacto favorável à renovação do poder público.

O candidato a presidente Javier Milei sauda seguidores em um comício em Buenos Aires antes das primárias  Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Em entrevista ao Estadão, a cientista política disse que “As disputas internas nas Paso vão determinar a mudança que ocorrerá nas coalizões após o processo eleitoral, a mudança na conjuntura política da Argentina. Nestas eleições há grandes incertezas, mas a troca do controle da Casa Rosada tem se tornado um cenário cada vez mais plausível”.

O processo eleitoral de 2023 marca os 40 anos desde a volta da democracia na Argentina.

Quando devem sair os resultados?

Segundo informou Marcos Schiavi, responsável pela Direção Nacional Eleitoral (DINE), os primeiros resultados oficiais serão anunciados às 21 horas do domingo, 13 de agosto, por decisão do órgão.

Atrasos são esperados, devido ao grande número de listas e cargos que serão definidos nas eleições simultâneas que pode atrapalhar na contagem de votos.

Na província de Buenos Aires se encontram 37% dos eleitores habilitados para as Paso de 2023, o que vai tornar à província o foco da atenção nacional.

Após uma intensa campanha eleitoral que foi marcada pela divisão interna nas duas maiores coalizões partidárias, Unión por la Pátria (de esquerda) e Juntos por el Cambio (de direita), os argentinos vão às urnas neste domingo, 13, para escolher em um primeiro turno os candidatos que irão representá-los na disputa pela presidência da nação no mês de outubro.

Com 27 pré-candidatos presidenciais em uma eleição atípica e repleta de incertezas, as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (ou Paso) prometem não apenas determinar quais forças políticas devem ficar no cenário até outubro e quais serão removidas, mas também vão funcionar como uma grande pesquisa de intenção de voto em cada corrente.

Confira os pontos essenciais para entender as eleições deste domingo na Argentina:

O presidente da Argentina, Alberto Fernández (D), e a vice, Cristina Kirchner, em campanha em Mar del Plata Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

O que será definido nas Paso?

Mecanismo eleitoral que existe na Argentina desde 2009, as Paso permitem aos eleitores definir as listas de pré-candidatos dos movimentos políticos que representam a sociedade para a disputa nas eleições gerais.

Durante a campanha deste ano, as maiores forças políticas — Unión por la Pátria e Juntos por el Cambio — não conseguiram definir por primeira vez um candidato único de cada coalizão. Isso força disputas internas entre candidatos que, apesar de terem visões similares, representam planos de governo diferentes.

Na disputa interna de Juntos por el Cambio, Patricia Bullrich — apoiada pelo ex-presidente Maurício Macri — deverá concorrer contra Horacio Rodríguez Larreta pela vaga da coalizão. Já na frente peronista, Sergio Massa tem o apoio de Cristina Kirchner e do presidente Alberto Fernández; ambos lideram os dois lados da coalizão.

Javier Milei, o ‘outsider’ do processo eleitoral, concorre sozinho por um espaço nestas eleições na plataforma de La Libertad Avanza.

Além disso, estas eleições estabelecem um limite mínimo de votos para que as forças políticas possam concorrer em outubro. Para continuar na corrida para as eleições nacionais, as frentes políticas devem obter mais de 1,5% dos votos válidos. Caso contrário, elas não poderão concorrer às eleições nacionais.

Neste domingo, pelo menos 130 deputados serão renovados em todo o país e um terço dos senadores em oito províncias.

A candidata à Presidência da Argentina Patricia Bullrich discursa em ato de campanha em Buenos Aires  Foto: Luciano González/EFE

Também ocorrerão processos eleitorais para escolher os candidatos à prefeitura em Buenos Aires e governador nas províncias de Buenos Aires, Catamarca e Entre Ríos. Na Argentina, as províncias possuem autonomia para realizar suas próprias eleições e a província de Santa Cruz será a única que elegerá de forma direta seu chefe de governo.

Quais são as expectativas?

Pesquisas recentes da CB Consultora Opinión Pública apresentaram um cenário favorável à oposição.

O libertário Milei pode ficar isolado no terceiro lugar, enquanto a popularidade de Bullrich impulsiona Juntos por el Cambio para o topo das intenções de voto. Sergio Massa, por outro lado, deverá ter um apoio claro dos eleitores peronistas — mas a dificuldade maior será atingir a meta pouco realista da enfraquecida coalizão: 30% dos votos.

O ministro da Economia da Argentina e candidato à Presidência, Sérgio Massa, discursa em Buenos Aires  Foto: Luis Robayo/AFP

De acordo com as pesquisas, nenhum dos candidatos às Paso supera 25% das intenções de voto, e estima-se que cerca do 10% das pessoas ainda não decidiram em quem votar.

O desencanto com a política pode afetar bastante a todas as coalizões, que deixam de contar com uma boa parcela da população. Segundo autoridades eleitorais, quase cinco milhões e meio de pessoas optaram por não votar nas eleições provinciais realizadas até o momento.

De acordo com Lourdes Puente, cientista política e Diretora da Escola de Política e Governo da Universidade Católica Argentina (UCA), nas eleições de domingo pode prevalecer um cenário de fragmentação da opinião, com impacto favorável à renovação do poder público.

O candidato a presidente Javier Milei sauda seguidores em um comício em Buenos Aires antes das primárias  Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Em entrevista ao Estadão, a cientista política disse que “As disputas internas nas Paso vão determinar a mudança que ocorrerá nas coalizões após o processo eleitoral, a mudança na conjuntura política da Argentina. Nestas eleições há grandes incertezas, mas a troca do controle da Casa Rosada tem se tornado um cenário cada vez mais plausível”.

O processo eleitoral de 2023 marca os 40 anos desde a volta da democracia na Argentina.

Quando devem sair os resultados?

Segundo informou Marcos Schiavi, responsável pela Direção Nacional Eleitoral (DINE), os primeiros resultados oficiais serão anunciados às 21 horas do domingo, 13 de agosto, por decisão do órgão.

Atrasos são esperados, devido ao grande número de listas e cargos que serão definidos nas eleições simultâneas que pode atrapalhar na contagem de votos.

Na província de Buenos Aires se encontram 37% dos eleitores habilitados para as Paso de 2023, o que vai tornar à província o foco da atenção nacional.

Após uma intensa campanha eleitoral que foi marcada pela divisão interna nas duas maiores coalizões partidárias, Unión por la Pátria (de esquerda) e Juntos por el Cambio (de direita), os argentinos vão às urnas neste domingo, 13, para escolher em um primeiro turno os candidatos que irão representá-los na disputa pela presidência da nação no mês de outubro.

Com 27 pré-candidatos presidenciais em uma eleição atípica e repleta de incertezas, as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (ou Paso) prometem não apenas determinar quais forças políticas devem ficar no cenário até outubro e quais serão removidas, mas também vão funcionar como uma grande pesquisa de intenção de voto em cada corrente.

Confira os pontos essenciais para entender as eleições deste domingo na Argentina:

O presidente da Argentina, Alberto Fernández (D), e a vice, Cristina Kirchner, em campanha em Mar del Plata Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

O que será definido nas Paso?

Mecanismo eleitoral que existe na Argentina desde 2009, as Paso permitem aos eleitores definir as listas de pré-candidatos dos movimentos políticos que representam a sociedade para a disputa nas eleições gerais.

Durante a campanha deste ano, as maiores forças políticas — Unión por la Pátria e Juntos por el Cambio — não conseguiram definir por primeira vez um candidato único de cada coalizão. Isso força disputas internas entre candidatos que, apesar de terem visões similares, representam planos de governo diferentes.

Na disputa interna de Juntos por el Cambio, Patricia Bullrich — apoiada pelo ex-presidente Maurício Macri — deverá concorrer contra Horacio Rodríguez Larreta pela vaga da coalizão. Já na frente peronista, Sergio Massa tem o apoio de Cristina Kirchner e do presidente Alberto Fernández; ambos lideram os dois lados da coalizão.

Javier Milei, o ‘outsider’ do processo eleitoral, concorre sozinho por um espaço nestas eleições na plataforma de La Libertad Avanza.

Além disso, estas eleições estabelecem um limite mínimo de votos para que as forças políticas possam concorrer em outubro. Para continuar na corrida para as eleições nacionais, as frentes políticas devem obter mais de 1,5% dos votos válidos. Caso contrário, elas não poderão concorrer às eleições nacionais.

Neste domingo, pelo menos 130 deputados serão renovados em todo o país e um terço dos senadores em oito províncias.

A candidata à Presidência da Argentina Patricia Bullrich discursa em ato de campanha em Buenos Aires  Foto: Luciano González/EFE

Também ocorrerão processos eleitorais para escolher os candidatos à prefeitura em Buenos Aires e governador nas províncias de Buenos Aires, Catamarca e Entre Ríos. Na Argentina, as províncias possuem autonomia para realizar suas próprias eleições e a província de Santa Cruz será a única que elegerá de forma direta seu chefe de governo.

Quais são as expectativas?

Pesquisas recentes da CB Consultora Opinión Pública apresentaram um cenário favorável à oposição.

O libertário Milei pode ficar isolado no terceiro lugar, enquanto a popularidade de Bullrich impulsiona Juntos por el Cambio para o topo das intenções de voto. Sergio Massa, por outro lado, deverá ter um apoio claro dos eleitores peronistas — mas a dificuldade maior será atingir a meta pouco realista da enfraquecida coalizão: 30% dos votos.

O ministro da Economia da Argentina e candidato à Presidência, Sérgio Massa, discursa em Buenos Aires  Foto: Luis Robayo/AFP

De acordo com as pesquisas, nenhum dos candidatos às Paso supera 25% das intenções de voto, e estima-se que cerca do 10% das pessoas ainda não decidiram em quem votar.

O desencanto com a política pode afetar bastante a todas as coalizões, que deixam de contar com uma boa parcela da população. Segundo autoridades eleitorais, quase cinco milhões e meio de pessoas optaram por não votar nas eleições provinciais realizadas até o momento.

De acordo com Lourdes Puente, cientista política e Diretora da Escola de Política e Governo da Universidade Católica Argentina (UCA), nas eleições de domingo pode prevalecer um cenário de fragmentação da opinião, com impacto favorável à renovação do poder público.

O candidato a presidente Javier Milei sauda seguidores em um comício em Buenos Aires antes das primárias  Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Em entrevista ao Estadão, a cientista política disse que “As disputas internas nas Paso vão determinar a mudança que ocorrerá nas coalizões após o processo eleitoral, a mudança na conjuntura política da Argentina. Nestas eleições há grandes incertezas, mas a troca do controle da Casa Rosada tem se tornado um cenário cada vez mais plausível”.

O processo eleitoral de 2023 marca os 40 anos desde a volta da democracia na Argentina.

Quando devem sair os resultados?

Segundo informou Marcos Schiavi, responsável pela Direção Nacional Eleitoral (DINE), os primeiros resultados oficiais serão anunciados às 21 horas do domingo, 13 de agosto, por decisão do órgão.

Atrasos são esperados, devido ao grande número de listas e cargos que serão definidos nas eleições simultâneas que pode atrapalhar na contagem de votos.

Na província de Buenos Aires se encontram 37% dos eleitores habilitados para as Paso de 2023, o que vai tornar à província o foco da atenção nacional.

Após uma intensa campanha eleitoral que foi marcada pela divisão interna nas duas maiores coalizões partidárias, Unión por la Pátria (de esquerda) e Juntos por el Cambio (de direita), os argentinos vão às urnas neste domingo, 13, para escolher em um primeiro turno os candidatos que irão representá-los na disputa pela presidência da nação no mês de outubro.

Com 27 pré-candidatos presidenciais em uma eleição atípica e repleta de incertezas, as Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (ou Paso) prometem não apenas determinar quais forças políticas devem ficar no cenário até outubro e quais serão removidas, mas também vão funcionar como uma grande pesquisa de intenção de voto em cada corrente.

Confira os pontos essenciais para entender as eleições deste domingo na Argentina:

O presidente da Argentina, Alberto Fernández (D), e a vice, Cristina Kirchner, em campanha em Mar del Plata Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

O que será definido nas Paso?

Mecanismo eleitoral que existe na Argentina desde 2009, as Paso permitem aos eleitores definir as listas de pré-candidatos dos movimentos políticos que representam a sociedade para a disputa nas eleições gerais.

Durante a campanha deste ano, as maiores forças políticas — Unión por la Pátria e Juntos por el Cambio — não conseguiram definir por primeira vez um candidato único de cada coalizão. Isso força disputas internas entre candidatos que, apesar de terem visões similares, representam planos de governo diferentes.

Na disputa interna de Juntos por el Cambio, Patricia Bullrich — apoiada pelo ex-presidente Maurício Macri — deverá concorrer contra Horacio Rodríguez Larreta pela vaga da coalizão. Já na frente peronista, Sergio Massa tem o apoio de Cristina Kirchner e do presidente Alberto Fernández; ambos lideram os dois lados da coalizão.

Javier Milei, o ‘outsider’ do processo eleitoral, concorre sozinho por um espaço nestas eleições na plataforma de La Libertad Avanza.

Além disso, estas eleições estabelecem um limite mínimo de votos para que as forças políticas possam concorrer em outubro. Para continuar na corrida para as eleições nacionais, as frentes políticas devem obter mais de 1,5% dos votos válidos. Caso contrário, elas não poderão concorrer às eleições nacionais.

Neste domingo, pelo menos 130 deputados serão renovados em todo o país e um terço dos senadores em oito províncias.

A candidata à Presidência da Argentina Patricia Bullrich discursa em ato de campanha em Buenos Aires  Foto: Luciano González/EFE

Também ocorrerão processos eleitorais para escolher os candidatos à prefeitura em Buenos Aires e governador nas províncias de Buenos Aires, Catamarca e Entre Ríos. Na Argentina, as províncias possuem autonomia para realizar suas próprias eleições e a província de Santa Cruz será a única que elegerá de forma direta seu chefe de governo.

Quais são as expectativas?

Pesquisas recentes da CB Consultora Opinión Pública apresentaram um cenário favorável à oposição.

O libertário Milei pode ficar isolado no terceiro lugar, enquanto a popularidade de Bullrich impulsiona Juntos por el Cambio para o topo das intenções de voto. Sergio Massa, por outro lado, deverá ter um apoio claro dos eleitores peronistas — mas a dificuldade maior será atingir a meta pouco realista da enfraquecida coalizão: 30% dos votos.

O ministro da Economia da Argentina e candidato à Presidência, Sérgio Massa, discursa em Buenos Aires  Foto: Luis Robayo/AFP

De acordo com as pesquisas, nenhum dos candidatos às Paso supera 25% das intenções de voto, e estima-se que cerca do 10% das pessoas ainda não decidiram em quem votar.

O desencanto com a política pode afetar bastante a todas as coalizões, que deixam de contar com uma boa parcela da população. Segundo autoridades eleitorais, quase cinco milhões e meio de pessoas optaram por não votar nas eleições provinciais realizadas até o momento.

De acordo com Lourdes Puente, cientista política e Diretora da Escola de Política e Governo da Universidade Católica Argentina (UCA), nas eleições de domingo pode prevalecer um cenário de fragmentação da opinião, com impacto favorável à renovação do poder público.

O candidato a presidente Javier Milei sauda seguidores em um comício em Buenos Aires antes das primárias  Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Em entrevista ao Estadão, a cientista política disse que “As disputas internas nas Paso vão determinar a mudança que ocorrerá nas coalizões após o processo eleitoral, a mudança na conjuntura política da Argentina. Nestas eleições há grandes incertezas, mas a troca do controle da Casa Rosada tem se tornado um cenário cada vez mais plausível”.

O processo eleitoral de 2023 marca os 40 anos desde a volta da democracia na Argentina.

Quando devem sair os resultados?

Segundo informou Marcos Schiavi, responsável pela Direção Nacional Eleitoral (DINE), os primeiros resultados oficiais serão anunciados às 21 horas do domingo, 13 de agosto, por decisão do órgão.

Atrasos são esperados, devido ao grande número de listas e cargos que serão definidos nas eleições simultâneas que pode atrapalhar na contagem de votos.

Na província de Buenos Aires se encontram 37% dos eleitores habilitados para as Paso de 2023, o que vai tornar à província o foco da atenção nacional.

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