Eleições na Colômbia: pesquisas apontam empate entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández


Candidatos à presidência do país disputam os votos dos indecisos e insatisfeitos, em meio a um pleito que promete ter um alto índice de abstenção

Por Redação

BOGOTÁ - A quatro dias do segundo turno nas eleições presidenciais na Colômbia, várias pesquisas de intenção de votos apontam para um empate técnico entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández. As sondagens, no entanto, mostram um alto índice de eleitores indecisos, o maior desafio de ambos os candidatos em uma disputa polarizada entre a esquerda e a direita populista.

Desde a definição do primeiro turno em 29 de maio, as pesquisas mostram uma disputa acirrada entre Petro e Hernández, que veem dificuldades em crescer. Na última sexta-feira, 10, a pesquisa feita pela Invamer mostrou o empresário com apenas um ponto percentual de diferença do ex-senador de esquerda, o que é considerado empate. Hernández tem 48,2% dos votos, enquanto Petro pontua 47,2%, uma vantagem menor do que a margem de erro de 2,6%.

Petro, um ex-guerrilheiro de 62 anos, saiu na frente no primeiro turno com 40% dos votos e enfrentará Hernández, 77, que surpreendeu e tirou a direita tradicional da corrida pelo poder ao obter a segunda melhor votação (28%).

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Entre maio e junho, o candidato da esquerda perdeu 2,8 pontos percentuais em intenções de voto, enquanto seu rival aumentou 0,8, segundo levantamento da Invamer. O instituto entrevistou 2.000 pessoas entre 3 e 7 de junho de 2022.

Cartaz em apoio ao candidato à presidência da Colômbia Rodolfo Hernández Foto: Raul Arboleda/AFP)

Um dia depois, uma pesquisa feita pela Yanhaas para o Notícias RCN mostrou uma vantagem de 10 pontos percentuais para Petro. O esquerdista apareceu com 45%, enquanto Rodolfo Hernández chega a 35%. A pesquisa entrevistou 1.234 pessoas e tem uma margem de erro de 3,2%. Cerca de 13% dos entrevistados declaram voto em branco.

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Petro subiu três pontos em relação ao levantamento anterior do instituto, que no início do mês o colocou com 42% de intenção de voto. Já Hernández caiu seis pontos, já que na medição anterior da Yanhaas ele tinha 41%.

Também no sábado, o jornal colombiano El Tiempo publicou a última pesquisa da Guarumo e EcoAnalítica que apontou que 48,2% dos entrevistados declarando voto no ex-prefeito de Bucaramanga Rodolfo Hernández e 46,5% disseram que votariam no senador Gustavo Petro.

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Esta pesquisa foi realizada com 2.029 pessoas entre os dias 6 e 9 de junho, e tem uma margem de erro de 2,5%.

As pesquisas mostram um cenário semelhante com relação a escolha por faixa etária. De acordo com a pesquisa da Invamer, a intenção de voto para Petro é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (68,4%), enquanto os principais apoios de Hernández estão na faixa de idade de 45-54 anos, com 59,8%.

Os colombianos vão às urnas descontentes com o governo de Iván Duque, que termina seu mandato em 7 de agosto com 28% de aprovação a sua gestão.

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Disputa pelos indecisos

Hernández é ex-prefeito de Bucaramanga e um construtor de sucesso, sem ideologia ou partido, que engloba todo o seu programa no combate à corrupção. Seu rival, que aspira se tornar o primeiro presidente de esquerda na Colômbia, apresenta um ambicioso programa de reformas para aumentar o papel do Estado na economia.

Já na reta final da disputa, os candidatos apelam às emoções do eleitorado. Petro tenta se colocar como um esquerdista sofisticado e cada vez menos radical e Hernández se projeta como um milionário franco que não rouba nem trai.

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Ambos são figuras contrárias à classe dominante e representam uma alternativa de ruptura e mudança diante do cansaço expressado nas urnas em relação aos partidos tradicionais, marginalizados pela primeira vez da disputa pelo poder.

O candidato à presidência da Colômbia Gustavo Petro e sua vice Francia Márquez Foto: Luis Eduardo Noriega/EFE

Cada um moderou a imagem para tentar convencer os que pretendem optar pela abstenção, que representam 45% do eleitorado, em sua maioria jovens e indecisos. Ficaram para trás os discursos em praça pública, os debates e o jogo limpo. O último round entre Petro e Hernández é disputado no campo das emoções e do descrédito do rival.

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Nesse terreno, Hernández possuiu uma vantagem frente a Petro: não possuir a rejeição que se rival tem por ser um ex-guerrilheiro em um país que teme a esquerda. Com o esquerdista batendo em um teto de apoio, o empresário via um caminho mais aberto para conquistar os votos dos indecisos e insatisfeitos com a política atual, ainda que este tenha recebido o apoio das elites do país.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno, a estratégia de comunicação de Gustavo Petro deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos. Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

Porém, o candidato foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha em que, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais.

Já Hernández, conhecido como o velhinho do TikTok, onde tem quase 600.000 seguidores, engloba toda a sua proposta de combate à corrupção com um paradoxo: ele será julgado por um contrato irregular assinado em seu período como prefeito de Bucaramanga.

Depois de passar ao segundo turno, ele renunciou ao debate com Petro, limitou suas entrevistas e cancelou as aparições públicas na última semana, denunciando um suposto complô para assassiná-lo com uma faca. Sob críticas de não ter um programa claro de governo, ele tem buscado se distanciar da imagem de conservador e fala em suas redes de propostas mais progressistas./AFP e EFE

BOGOTÁ - A quatro dias do segundo turno nas eleições presidenciais na Colômbia, várias pesquisas de intenção de votos apontam para um empate técnico entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández. As sondagens, no entanto, mostram um alto índice de eleitores indecisos, o maior desafio de ambos os candidatos em uma disputa polarizada entre a esquerda e a direita populista.

Desde a definição do primeiro turno em 29 de maio, as pesquisas mostram uma disputa acirrada entre Petro e Hernández, que veem dificuldades em crescer. Na última sexta-feira, 10, a pesquisa feita pela Invamer mostrou o empresário com apenas um ponto percentual de diferença do ex-senador de esquerda, o que é considerado empate. Hernández tem 48,2% dos votos, enquanto Petro pontua 47,2%, uma vantagem menor do que a margem de erro de 2,6%.

Petro, um ex-guerrilheiro de 62 anos, saiu na frente no primeiro turno com 40% dos votos e enfrentará Hernández, 77, que surpreendeu e tirou a direita tradicional da corrida pelo poder ao obter a segunda melhor votação (28%).

Entre maio e junho, o candidato da esquerda perdeu 2,8 pontos percentuais em intenções de voto, enquanto seu rival aumentou 0,8, segundo levantamento da Invamer. O instituto entrevistou 2.000 pessoas entre 3 e 7 de junho de 2022.

Cartaz em apoio ao candidato à presidência da Colômbia Rodolfo Hernández Foto: Raul Arboleda/AFP)

Um dia depois, uma pesquisa feita pela Yanhaas para o Notícias RCN mostrou uma vantagem de 10 pontos percentuais para Petro. O esquerdista apareceu com 45%, enquanto Rodolfo Hernández chega a 35%. A pesquisa entrevistou 1.234 pessoas e tem uma margem de erro de 3,2%. Cerca de 13% dos entrevistados declaram voto em branco.

Petro subiu três pontos em relação ao levantamento anterior do instituto, que no início do mês o colocou com 42% de intenção de voto. Já Hernández caiu seis pontos, já que na medição anterior da Yanhaas ele tinha 41%.

Também no sábado, o jornal colombiano El Tiempo publicou a última pesquisa da Guarumo e EcoAnalítica que apontou que 48,2% dos entrevistados declarando voto no ex-prefeito de Bucaramanga Rodolfo Hernández e 46,5% disseram que votariam no senador Gustavo Petro.

Esta pesquisa foi realizada com 2.029 pessoas entre os dias 6 e 9 de junho, e tem uma margem de erro de 2,5%.

As pesquisas mostram um cenário semelhante com relação a escolha por faixa etária. De acordo com a pesquisa da Invamer, a intenção de voto para Petro é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (68,4%), enquanto os principais apoios de Hernández estão na faixa de idade de 45-54 anos, com 59,8%.

Os colombianos vão às urnas descontentes com o governo de Iván Duque, que termina seu mandato em 7 de agosto com 28% de aprovação a sua gestão.

Disputa pelos indecisos

Hernández é ex-prefeito de Bucaramanga e um construtor de sucesso, sem ideologia ou partido, que engloba todo o seu programa no combate à corrupção. Seu rival, que aspira se tornar o primeiro presidente de esquerda na Colômbia, apresenta um ambicioso programa de reformas para aumentar o papel do Estado na economia.

Já na reta final da disputa, os candidatos apelam às emoções do eleitorado. Petro tenta se colocar como um esquerdista sofisticado e cada vez menos radical e Hernández se projeta como um milionário franco que não rouba nem trai.

Ambos são figuras contrárias à classe dominante e representam uma alternativa de ruptura e mudança diante do cansaço expressado nas urnas em relação aos partidos tradicionais, marginalizados pela primeira vez da disputa pelo poder.

O candidato à presidência da Colômbia Gustavo Petro e sua vice Francia Márquez Foto: Luis Eduardo Noriega/EFE

Cada um moderou a imagem para tentar convencer os que pretendem optar pela abstenção, que representam 45% do eleitorado, em sua maioria jovens e indecisos. Ficaram para trás os discursos em praça pública, os debates e o jogo limpo. O último round entre Petro e Hernández é disputado no campo das emoções e do descrédito do rival.

Nesse terreno, Hernández possuiu uma vantagem frente a Petro: não possuir a rejeição que se rival tem por ser um ex-guerrilheiro em um país que teme a esquerda. Com o esquerdista batendo em um teto de apoio, o empresário via um caminho mais aberto para conquistar os votos dos indecisos e insatisfeitos com a política atual, ainda que este tenha recebido o apoio das elites do país.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno, a estratégia de comunicação de Gustavo Petro deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos. Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

Porém, o candidato foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha em que, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais.

Já Hernández, conhecido como o velhinho do TikTok, onde tem quase 600.000 seguidores, engloba toda a sua proposta de combate à corrupção com um paradoxo: ele será julgado por um contrato irregular assinado em seu período como prefeito de Bucaramanga.

Depois de passar ao segundo turno, ele renunciou ao debate com Petro, limitou suas entrevistas e cancelou as aparições públicas na última semana, denunciando um suposto complô para assassiná-lo com uma faca. Sob críticas de não ter um programa claro de governo, ele tem buscado se distanciar da imagem de conservador e fala em suas redes de propostas mais progressistas./AFP e EFE

BOGOTÁ - A quatro dias do segundo turno nas eleições presidenciais na Colômbia, várias pesquisas de intenção de votos apontam para um empate técnico entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández. As sondagens, no entanto, mostram um alto índice de eleitores indecisos, o maior desafio de ambos os candidatos em uma disputa polarizada entre a esquerda e a direita populista.

Desde a definição do primeiro turno em 29 de maio, as pesquisas mostram uma disputa acirrada entre Petro e Hernández, que veem dificuldades em crescer. Na última sexta-feira, 10, a pesquisa feita pela Invamer mostrou o empresário com apenas um ponto percentual de diferença do ex-senador de esquerda, o que é considerado empate. Hernández tem 48,2% dos votos, enquanto Petro pontua 47,2%, uma vantagem menor do que a margem de erro de 2,6%.

Petro, um ex-guerrilheiro de 62 anos, saiu na frente no primeiro turno com 40% dos votos e enfrentará Hernández, 77, que surpreendeu e tirou a direita tradicional da corrida pelo poder ao obter a segunda melhor votação (28%).

Entre maio e junho, o candidato da esquerda perdeu 2,8 pontos percentuais em intenções de voto, enquanto seu rival aumentou 0,8, segundo levantamento da Invamer. O instituto entrevistou 2.000 pessoas entre 3 e 7 de junho de 2022.

Cartaz em apoio ao candidato à presidência da Colômbia Rodolfo Hernández Foto: Raul Arboleda/AFP)

Um dia depois, uma pesquisa feita pela Yanhaas para o Notícias RCN mostrou uma vantagem de 10 pontos percentuais para Petro. O esquerdista apareceu com 45%, enquanto Rodolfo Hernández chega a 35%. A pesquisa entrevistou 1.234 pessoas e tem uma margem de erro de 3,2%. Cerca de 13% dos entrevistados declaram voto em branco.

Petro subiu três pontos em relação ao levantamento anterior do instituto, que no início do mês o colocou com 42% de intenção de voto. Já Hernández caiu seis pontos, já que na medição anterior da Yanhaas ele tinha 41%.

Também no sábado, o jornal colombiano El Tiempo publicou a última pesquisa da Guarumo e EcoAnalítica que apontou que 48,2% dos entrevistados declarando voto no ex-prefeito de Bucaramanga Rodolfo Hernández e 46,5% disseram que votariam no senador Gustavo Petro.

Esta pesquisa foi realizada com 2.029 pessoas entre os dias 6 e 9 de junho, e tem uma margem de erro de 2,5%.

As pesquisas mostram um cenário semelhante com relação a escolha por faixa etária. De acordo com a pesquisa da Invamer, a intenção de voto para Petro é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (68,4%), enquanto os principais apoios de Hernández estão na faixa de idade de 45-54 anos, com 59,8%.

Os colombianos vão às urnas descontentes com o governo de Iván Duque, que termina seu mandato em 7 de agosto com 28% de aprovação a sua gestão.

Disputa pelos indecisos

Hernández é ex-prefeito de Bucaramanga e um construtor de sucesso, sem ideologia ou partido, que engloba todo o seu programa no combate à corrupção. Seu rival, que aspira se tornar o primeiro presidente de esquerda na Colômbia, apresenta um ambicioso programa de reformas para aumentar o papel do Estado na economia.

Já na reta final da disputa, os candidatos apelam às emoções do eleitorado. Petro tenta se colocar como um esquerdista sofisticado e cada vez menos radical e Hernández se projeta como um milionário franco que não rouba nem trai.

Ambos são figuras contrárias à classe dominante e representam uma alternativa de ruptura e mudança diante do cansaço expressado nas urnas em relação aos partidos tradicionais, marginalizados pela primeira vez da disputa pelo poder.

O candidato à presidência da Colômbia Gustavo Petro e sua vice Francia Márquez Foto: Luis Eduardo Noriega/EFE

Cada um moderou a imagem para tentar convencer os que pretendem optar pela abstenção, que representam 45% do eleitorado, em sua maioria jovens e indecisos. Ficaram para trás os discursos em praça pública, os debates e o jogo limpo. O último round entre Petro e Hernández é disputado no campo das emoções e do descrédito do rival.

Nesse terreno, Hernández possuiu uma vantagem frente a Petro: não possuir a rejeição que se rival tem por ser um ex-guerrilheiro em um país que teme a esquerda. Com o esquerdista batendo em um teto de apoio, o empresário via um caminho mais aberto para conquistar os votos dos indecisos e insatisfeitos com a política atual, ainda que este tenha recebido o apoio das elites do país.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno, a estratégia de comunicação de Gustavo Petro deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos. Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

Porém, o candidato foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha em que, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais.

Já Hernández, conhecido como o velhinho do TikTok, onde tem quase 600.000 seguidores, engloba toda a sua proposta de combate à corrupção com um paradoxo: ele será julgado por um contrato irregular assinado em seu período como prefeito de Bucaramanga.

Depois de passar ao segundo turno, ele renunciou ao debate com Petro, limitou suas entrevistas e cancelou as aparições públicas na última semana, denunciando um suposto complô para assassiná-lo com uma faca. Sob críticas de não ter um programa claro de governo, ele tem buscado se distanciar da imagem de conservador e fala em suas redes de propostas mais progressistas./AFP e EFE

BOGOTÁ - A quatro dias do segundo turno nas eleições presidenciais na Colômbia, várias pesquisas de intenção de votos apontam para um empate técnico entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández. As sondagens, no entanto, mostram um alto índice de eleitores indecisos, o maior desafio de ambos os candidatos em uma disputa polarizada entre a esquerda e a direita populista.

Desde a definição do primeiro turno em 29 de maio, as pesquisas mostram uma disputa acirrada entre Petro e Hernández, que veem dificuldades em crescer. Na última sexta-feira, 10, a pesquisa feita pela Invamer mostrou o empresário com apenas um ponto percentual de diferença do ex-senador de esquerda, o que é considerado empate. Hernández tem 48,2% dos votos, enquanto Petro pontua 47,2%, uma vantagem menor do que a margem de erro de 2,6%.

Petro, um ex-guerrilheiro de 62 anos, saiu na frente no primeiro turno com 40% dos votos e enfrentará Hernández, 77, que surpreendeu e tirou a direita tradicional da corrida pelo poder ao obter a segunda melhor votação (28%).

Entre maio e junho, o candidato da esquerda perdeu 2,8 pontos percentuais em intenções de voto, enquanto seu rival aumentou 0,8, segundo levantamento da Invamer. O instituto entrevistou 2.000 pessoas entre 3 e 7 de junho de 2022.

Cartaz em apoio ao candidato à presidência da Colômbia Rodolfo Hernández Foto: Raul Arboleda/AFP)

Um dia depois, uma pesquisa feita pela Yanhaas para o Notícias RCN mostrou uma vantagem de 10 pontos percentuais para Petro. O esquerdista apareceu com 45%, enquanto Rodolfo Hernández chega a 35%. A pesquisa entrevistou 1.234 pessoas e tem uma margem de erro de 3,2%. Cerca de 13% dos entrevistados declaram voto em branco.

Petro subiu três pontos em relação ao levantamento anterior do instituto, que no início do mês o colocou com 42% de intenção de voto. Já Hernández caiu seis pontos, já que na medição anterior da Yanhaas ele tinha 41%.

Também no sábado, o jornal colombiano El Tiempo publicou a última pesquisa da Guarumo e EcoAnalítica que apontou que 48,2% dos entrevistados declarando voto no ex-prefeito de Bucaramanga Rodolfo Hernández e 46,5% disseram que votariam no senador Gustavo Petro.

Esta pesquisa foi realizada com 2.029 pessoas entre os dias 6 e 9 de junho, e tem uma margem de erro de 2,5%.

As pesquisas mostram um cenário semelhante com relação a escolha por faixa etária. De acordo com a pesquisa da Invamer, a intenção de voto para Petro é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (68,4%), enquanto os principais apoios de Hernández estão na faixa de idade de 45-54 anos, com 59,8%.

Os colombianos vão às urnas descontentes com o governo de Iván Duque, que termina seu mandato em 7 de agosto com 28% de aprovação a sua gestão.

Disputa pelos indecisos

Hernández é ex-prefeito de Bucaramanga e um construtor de sucesso, sem ideologia ou partido, que engloba todo o seu programa no combate à corrupção. Seu rival, que aspira se tornar o primeiro presidente de esquerda na Colômbia, apresenta um ambicioso programa de reformas para aumentar o papel do Estado na economia.

Já na reta final da disputa, os candidatos apelam às emoções do eleitorado. Petro tenta se colocar como um esquerdista sofisticado e cada vez menos radical e Hernández se projeta como um milionário franco que não rouba nem trai.

Ambos são figuras contrárias à classe dominante e representam uma alternativa de ruptura e mudança diante do cansaço expressado nas urnas em relação aos partidos tradicionais, marginalizados pela primeira vez da disputa pelo poder.

O candidato à presidência da Colômbia Gustavo Petro e sua vice Francia Márquez Foto: Luis Eduardo Noriega/EFE

Cada um moderou a imagem para tentar convencer os que pretendem optar pela abstenção, que representam 45% do eleitorado, em sua maioria jovens e indecisos. Ficaram para trás os discursos em praça pública, os debates e o jogo limpo. O último round entre Petro e Hernández é disputado no campo das emoções e do descrédito do rival.

Nesse terreno, Hernández possuiu uma vantagem frente a Petro: não possuir a rejeição que se rival tem por ser um ex-guerrilheiro em um país que teme a esquerda. Com o esquerdista batendo em um teto de apoio, o empresário via um caminho mais aberto para conquistar os votos dos indecisos e insatisfeitos com a política atual, ainda que este tenha recebido o apoio das elites do país.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno, a estratégia de comunicação de Gustavo Petro deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos. Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

Porém, o candidato foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha em que, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais.

Já Hernández, conhecido como o velhinho do TikTok, onde tem quase 600.000 seguidores, engloba toda a sua proposta de combate à corrupção com um paradoxo: ele será julgado por um contrato irregular assinado em seu período como prefeito de Bucaramanga.

Depois de passar ao segundo turno, ele renunciou ao debate com Petro, limitou suas entrevistas e cancelou as aparições públicas na última semana, denunciando um suposto complô para assassiná-lo com uma faca. Sob críticas de não ter um programa claro de governo, ele tem buscado se distanciar da imagem de conservador e fala em suas redes de propostas mais progressistas./AFP e EFE

BOGOTÁ - A quatro dias do segundo turno nas eleições presidenciais na Colômbia, várias pesquisas de intenção de votos apontam para um empate técnico entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández. As sondagens, no entanto, mostram um alto índice de eleitores indecisos, o maior desafio de ambos os candidatos em uma disputa polarizada entre a esquerda e a direita populista.

Desde a definição do primeiro turno em 29 de maio, as pesquisas mostram uma disputa acirrada entre Petro e Hernández, que veem dificuldades em crescer. Na última sexta-feira, 10, a pesquisa feita pela Invamer mostrou o empresário com apenas um ponto percentual de diferença do ex-senador de esquerda, o que é considerado empate. Hernández tem 48,2% dos votos, enquanto Petro pontua 47,2%, uma vantagem menor do que a margem de erro de 2,6%.

Petro, um ex-guerrilheiro de 62 anos, saiu na frente no primeiro turno com 40% dos votos e enfrentará Hernández, 77, que surpreendeu e tirou a direita tradicional da corrida pelo poder ao obter a segunda melhor votação (28%).

Entre maio e junho, o candidato da esquerda perdeu 2,8 pontos percentuais em intenções de voto, enquanto seu rival aumentou 0,8, segundo levantamento da Invamer. O instituto entrevistou 2.000 pessoas entre 3 e 7 de junho de 2022.

Cartaz em apoio ao candidato à presidência da Colômbia Rodolfo Hernández Foto: Raul Arboleda/AFP)

Um dia depois, uma pesquisa feita pela Yanhaas para o Notícias RCN mostrou uma vantagem de 10 pontos percentuais para Petro. O esquerdista apareceu com 45%, enquanto Rodolfo Hernández chega a 35%. A pesquisa entrevistou 1.234 pessoas e tem uma margem de erro de 3,2%. Cerca de 13% dos entrevistados declaram voto em branco.

Petro subiu três pontos em relação ao levantamento anterior do instituto, que no início do mês o colocou com 42% de intenção de voto. Já Hernández caiu seis pontos, já que na medição anterior da Yanhaas ele tinha 41%.

Também no sábado, o jornal colombiano El Tiempo publicou a última pesquisa da Guarumo e EcoAnalítica que apontou que 48,2% dos entrevistados declarando voto no ex-prefeito de Bucaramanga Rodolfo Hernández e 46,5% disseram que votariam no senador Gustavo Petro.

Esta pesquisa foi realizada com 2.029 pessoas entre os dias 6 e 9 de junho, e tem uma margem de erro de 2,5%.

As pesquisas mostram um cenário semelhante com relação a escolha por faixa etária. De acordo com a pesquisa da Invamer, a intenção de voto para Petro é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (68,4%), enquanto os principais apoios de Hernández estão na faixa de idade de 45-54 anos, com 59,8%.

Os colombianos vão às urnas descontentes com o governo de Iván Duque, que termina seu mandato em 7 de agosto com 28% de aprovação a sua gestão.

Disputa pelos indecisos

Hernández é ex-prefeito de Bucaramanga e um construtor de sucesso, sem ideologia ou partido, que engloba todo o seu programa no combate à corrupção. Seu rival, que aspira se tornar o primeiro presidente de esquerda na Colômbia, apresenta um ambicioso programa de reformas para aumentar o papel do Estado na economia.

Já na reta final da disputa, os candidatos apelam às emoções do eleitorado. Petro tenta se colocar como um esquerdista sofisticado e cada vez menos radical e Hernández se projeta como um milionário franco que não rouba nem trai.

Ambos são figuras contrárias à classe dominante e representam uma alternativa de ruptura e mudança diante do cansaço expressado nas urnas em relação aos partidos tradicionais, marginalizados pela primeira vez da disputa pelo poder.

O candidato à presidência da Colômbia Gustavo Petro e sua vice Francia Márquez Foto: Luis Eduardo Noriega/EFE

Cada um moderou a imagem para tentar convencer os que pretendem optar pela abstenção, que representam 45% do eleitorado, em sua maioria jovens e indecisos. Ficaram para trás os discursos em praça pública, os debates e o jogo limpo. O último round entre Petro e Hernández é disputado no campo das emoções e do descrédito do rival.

Nesse terreno, Hernández possuiu uma vantagem frente a Petro: não possuir a rejeição que se rival tem por ser um ex-guerrilheiro em um país que teme a esquerda. Com o esquerdista batendo em um teto de apoio, o empresário via um caminho mais aberto para conquistar os votos dos indecisos e insatisfeitos com a política atual, ainda que este tenha recebido o apoio das elites do país.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno, a estratégia de comunicação de Gustavo Petro deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos. Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

Porém, o candidato foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha em que, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais.

Já Hernández, conhecido como o velhinho do TikTok, onde tem quase 600.000 seguidores, engloba toda a sua proposta de combate à corrupção com um paradoxo: ele será julgado por um contrato irregular assinado em seu período como prefeito de Bucaramanga.

Depois de passar ao segundo turno, ele renunciou ao debate com Petro, limitou suas entrevistas e cancelou as aparições públicas na última semana, denunciando um suposto complô para assassiná-lo com uma faca. Sob críticas de não ter um programa claro de governo, ele tem buscado se distanciar da imagem de conservador e fala em suas redes de propostas mais progressistas./AFP e EFE

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