Aposta de Macron em antecipar eleição na França fortalece radicais de direita e esquerda


Presidente francês antecipou eleições parlamentares após eleições do Parlamento Europeu; pesquisas indicam derrota do centro

Por Luiz Henrique Gomes
Atualização:

Após ter surpreendido a França com a decisão de antecipar as eleições legislativas, o presidente Emmanuel Macron enfrenta o risco de uma aposta política fadada à autodestruição. Depois de sete anos de um governo considerado de centro, o líder anunciou a dissolução da Câmara no momento em que os franceses acumulam insatisfação com suas políticas e estão dispostos a endossar os extremos do espectro político, dizem os analistas.

Na França como em outros países da Europa, um certo grau de insatisfação tem se transformado em apoio à agenda da direita radical, como mostra o resultado das eleições no Parlamento Europeu. Diante dessa mudança, Macron apostou numa coalizão a favor do seu partido, o Renascença, para barrar a direita radical representada na França pelo Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, mas o cálculo pode ter sido errado.

A aparição da Nova Frente Popular, criada pela França Insubmissa, da esquerda radical, e os Verdes, colocou o partido de Macron em terceiro lugar. Na prática, os eleitores têm abandonado o governo e o centro político. “É o que acontece em toda Europa. O custo de vida cresceu, houve uma deterioração do serviço público e as pessoas estão descontentes”, disse o professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel.

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Ou seja, se as pesquisas eleitorais se confirmarem, Macron vai conviver no restante do seu mandato até 2027 com um primeiro-ministro da direita radical ou da esquerda, polos com discordâncias cruciais com a agenda política centrista. “Ganhe quem ganhar, Macron vai lidar com uma Assembleia muito mais fraturada e ter que dividir o poder”, declarou Sebastien Maillard, pesquisador associado do centro de estudos britânico Chatham House.

Eleições de dois turnos

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As eleições parlamentares da França usam um sistema de dois turnos. No primeiro, todos os candidatos que não conseguirem apoio de 12,5% locais são eliminados e quem obtiver 50% dos votos em zonas com participação de pelo menos 25% do eleitorado local vence automaticamente.

O risco para Macron é que a maioria dos candidatos de seu partido, o Renascença, não chegue ao segundo turno. Se as pesquisas se confirmarem, o segundo turno dará aos franceses a opção de escolher entre a direita e a esquerda. E o Renascença, de Macron, perderá metade dos assentos que hoje ocupa na Assembleia.

Imagem mostra presidente francês Emmanuel Macron em Paris. Macron antecipou eleições legislativas e corre o risco de perder seu legado político Foto: Benoit Tessier/REUTERS
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Por isso é que dificilmente o presidente francês irá cumprir o restante de seu mandato com um primeiro-ministro a seu favor. E independente de ficar com a esquerda ou com a direita radical, Macron vai precisar mudar a sua política para lidar com forças antagônicas. Analistas apontam três cenários: um governo com a direita radical, com a esquerda ou espremido entre essas duas forças na Assembleia.

Cada um dos cenários dará resultados diferente para a França. Embora no país o presidente tenha autonomia nos assuntos de defesa e relações exteriores, ele precisa lidar com a Assembleia para decidir aspectos como orçamento, que inclui discussões sobre aposentadorias, impostos, emprego e legislação trabalhista.

Maioria de direita

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Se o Reagrupamento Nacional se sobressair e ter a maioria absoluta, o mais provável é que o primeiro-ministro seja Jordan Bardella, de 28 anos. “Forçaria a França a uma política mais distante da União Europeia. A agenda da transição energética seria enfraquecida em prol de energias fósseis, a expulsão de imigrantes aumentaria e os gastos públicos aumentariam”, disse Maillard.

O partido aparece em primeiro nas pesquisas eleitorais, mas pode não conquistar a maioria absoluta. Neste cenário de maioria relativa, Jordan Bardella afirmou que não seria primeiro-ministro para ser um “auxiliar do presidente”.

O Reagrupamento Nacional, de raízes antissemitas e extremistas, suavizou parte da agenda nos últimos anos, mas mantém a defesa de uma política anti-imigração que preocupa a comunidade de migrantes francesa. Este mês, os jogadores da seleção francesa, por exemplo, pediram que os franceses se unissem para barrar o avanço do partido nas eleições.

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Imagem do dia 24 mostra o presidente do partido Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella (à dir), e a líder Marine Le Pen. Partido lidera eleições legislativas e Bardella pode se tornar primeiro-ministro do país Foto: Christophe Ena/AP

O partido também tem uma posição menos alinhada à União Europeia e a Otan. Historicamente, o Reagrupamento Nacional é visto como pró-Kremlin, mas o partido tem silenciado sobre o assunto nos últimos meses. “Não significa uma saída da França da UE ou da Otan, mas um distanciamento, a adoção de uma agenda mais nacionalista, voltada aos ‘franceses’”, avaliou Uebel.

Outra agenda do partido seria a redução de impostos e revogação de pontos da reforma da previdência de Macron, um dos seus legados mais antipopulares, mas avaliado como importante para o sistema político e econômico francês.

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Maioria de esquerda

A revogação dos pontos da reforma da previdência talvez seja o único ponto em que a direita radical e a esquerda convergem na França. Se a Nova Frente Popular conseguir a maioria e impedir o governo do RN, esse ponto também estaria na pauta, além da taxação dos mais ricos e aumento do salário mínimo.

A Nova Frente Popular também se opõe a atual lei de imigração, mas, ao contrário da direita radical, defende facilitar o acesso a vistos, regular a situação de trabalhadores, estudantes e pais de crianças e autorizar o tempo de residência de dez anos como principal fator para se manter no país.

Uma preocupação central com a esquerda, que também está presente numa eventual vitória do RN, é o aumento de gastos públicos. Isso preocupa o mercado financeiro, que cita o déficit orçamentário atual de 5% como um indicativo de risco e temem que possa piorar.

Entre essas questões, estão o legado político de Macron, caracterizado por uma política econômica que suportou os efeitos do Brexit, evitando que a França fosse a bancarrota, modernizou o sistema econômico e manteve estabilidade política, pelo menos até o momento. “Mas isso custou aos franceses. O custo de vida aumentou, os serviços públicos se deterioraram. Isso explica pessoas indo à extrema direita. Acontece que quem se opõe ao polo não está ficando no centro, mas indo para a esquerda”, concluiu Uebel.

Após ter surpreendido a França com a decisão de antecipar as eleições legislativas, o presidente Emmanuel Macron enfrenta o risco de uma aposta política fadada à autodestruição. Depois de sete anos de um governo considerado de centro, o líder anunciou a dissolução da Câmara no momento em que os franceses acumulam insatisfação com suas políticas e estão dispostos a endossar os extremos do espectro político, dizem os analistas.

Na França como em outros países da Europa, um certo grau de insatisfação tem se transformado em apoio à agenda da direita radical, como mostra o resultado das eleições no Parlamento Europeu. Diante dessa mudança, Macron apostou numa coalizão a favor do seu partido, o Renascença, para barrar a direita radical representada na França pelo Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, mas o cálculo pode ter sido errado.

A aparição da Nova Frente Popular, criada pela França Insubmissa, da esquerda radical, e os Verdes, colocou o partido de Macron em terceiro lugar. Na prática, os eleitores têm abandonado o governo e o centro político. “É o que acontece em toda Europa. O custo de vida cresceu, houve uma deterioração do serviço público e as pessoas estão descontentes”, disse o professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel.

Ou seja, se as pesquisas eleitorais se confirmarem, Macron vai conviver no restante do seu mandato até 2027 com um primeiro-ministro da direita radical ou da esquerda, polos com discordâncias cruciais com a agenda política centrista. “Ganhe quem ganhar, Macron vai lidar com uma Assembleia muito mais fraturada e ter que dividir o poder”, declarou Sebastien Maillard, pesquisador associado do centro de estudos britânico Chatham House.

Eleições de dois turnos

As eleições parlamentares da França usam um sistema de dois turnos. No primeiro, todos os candidatos que não conseguirem apoio de 12,5% locais são eliminados e quem obtiver 50% dos votos em zonas com participação de pelo menos 25% do eleitorado local vence automaticamente.

O risco para Macron é que a maioria dos candidatos de seu partido, o Renascença, não chegue ao segundo turno. Se as pesquisas se confirmarem, o segundo turno dará aos franceses a opção de escolher entre a direita e a esquerda. E o Renascença, de Macron, perderá metade dos assentos que hoje ocupa na Assembleia.

Imagem mostra presidente francês Emmanuel Macron em Paris. Macron antecipou eleições legislativas e corre o risco de perder seu legado político Foto: Benoit Tessier/REUTERS

Por isso é que dificilmente o presidente francês irá cumprir o restante de seu mandato com um primeiro-ministro a seu favor. E independente de ficar com a esquerda ou com a direita radical, Macron vai precisar mudar a sua política para lidar com forças antagônicas. Analistas apontam três cenários: um governo com a direita radical, com a esquerda ou espremido entre essas duas forças na Assembleia.

Cada um dos cenários dará resultados diferente para a França. Embora no país o presidente tenha autonomia nos assuntos de defesa e relações exteriores, ele precisa lidar com a Assembleia para decidir aspectos como orçamento, que inclui discussões sobre aposentadorias, impostos, emprego e legislação trabalhista.

Maioria de direita

Se o Reagrupamento Nacional se sobressair e ter a maioria absoluta, o mais provável é que o primeiro-ministro seja Jordan Bardella, de 28 anos. “Forçaria a França a uma política mais distante da União Europeia. A agenda da transição energética seria enfraquecida em prol de energias fósseis, a expulsão de imigrantes aumentaria e os gastos públicos aumentariam”, disse Maillard.

O partido aparece em primeiro nas pesquisas eleitorais, mas pode não conquistar a maioria absoluta. Neste cenário de maioria relativa, Jordan Bardella afirmou que não seria primeiro-ministro para ser um “auxiliar do presidente”.

O Reagrupamento Nacional, de raízes antissemitas e extremistas, suavizou parte da agenda nos últimos anos, mas mantém a defesa de uma política anti-imigração que preocupa a comunidade de migrantes francesa. Este mês, os jogadores da seleção francesa, por exemplo, pediram que os franceses se unissem para barrar o avanço do partido nas eleições.

Imagem do dia 24 mostra o presidente do partido Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella (à dir), e a líder Marine Le Pen. Partido lidera eleições legislativas e Bardella pode se tornar primeiro-ministro do país Foto: Christophe Ena/AP

O partido também tem uma posição menos alinhada à União Europeia e a Otan. Historicamente, o Reagrupamento Nacional é visto como pró-Kremlin, mas o partido tem silenciado sobre o assunto nos últimos meses. “Não significa uma saída da França da UE ou da Otan, mas um distanciamento, a adoção de uma agenda mais nacionalista, voltada aos ‘franceses’”, avaliou Uebel.

Outra agenda do partido seria a redução de impostos e revogação de pontos da reforma da previdência de Macron, um dos seus legados mais antipopulares, mas avaliado como importante para o sistema político e econômico francês.

Maioria de esquerda

A revogação dos pontos da reforma da previdência talvez seja o único ponto em que a direita radical e a esquerda convergem na França. Se a Nova Frente Popular conseguir a maioria e impedir o governo do RN, esse ponto também estaria na pauta, além da taxação dos mais ricos e aumento do salário mínimo.

A Nova Frente Popular também se opõe a atual lei de imigração, mas, ao contrário da direita radical, defende facilitar o acesso a vistos, regular a situação de trabalhadores, estudantes e pais de crianças e autorizar o tempo de residência de dez anos como principal fator para se manter no país.

Uma preocupação central com a esquerda, que também está presente numa eventual vitória do RN, é o aumento de gastos públicos. Isso preocupa o mercado financeiro, que cita o déficit orçamentário atual de 5% como um indicativo de risco e temem que possa piorar.

Entre essas questões, estão o legado político de Macron, caracterizado por uma política econômica que suportou os efeitos do Brexit, evitando que a França fosse a bancarrota, modernizou o sistema econômico e manteve estabilidade política, pelo menos até o momento. “Mas isso custou aos franceses. O custo de vida aumentou, os serviços públicos se deterioraram. Isso explica pessoas indo à extrema direita. Acontece que quem se opõe ao polo não está ficando no centro, mas indo para a esquerda”, concluiu Uebel.

Após ter surpreendido a França com a decisão de antecipar as eleições legislativas, o presidente Emmanuel Macron enfrenta o risco de uma aposta política fadada à autodestruição. Depois de sete anos de um governo considerado de centro, o líder anunciou a dissolução da Câmara no momento em que os franceses acumulam insatisfação com suas políticas e estão dispostos a endossar os extremos do espectro político, dizem os analistas.

Na França como em outros países da Europa, um certo grau de insatisfação tem se transformado em apoio à agenda da direita radical, como mostra o resultado das eleições no Parlamento Europeu. Diante dessa mudança, Macron apostou numa coalizão a favor do seu partido, o Renascença, para barrar a direita radical representada na França pelo Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, mas o cálculo pode ter sido errado.

A aparição da Nova Frente Popular, criada pela França Insubmissa, da esquerda radical, e os Verdes, colocou o partido de Macron em terceiro lugar. Na prática, os eleitores têm abandonado o governo e o centro político. “É o que acontece em toda Europa. O custo de vida cresceu, houve uma deterioração do serviço público e as pessoas estão descontentes”, disse o professor de Relações Internacionais da ESPM, Roberto Uebel.

Ou seja, se as pesquisas eleitorais se confirmarem, Macron vai conviver no restante do seu mandato até 2027 com um primeiro-ministro da direita radical ou da esquerda, polos com discordâncias cruciais com a agenda política centrista. “Ganhe quem ganhar, Macron vai lidar com uma Assembleia muito mais fraturada e ter que dividir o poder”, declarou Sebastien Maillard, pesquisador associado do centro de estudos britânico Chatham House.

Eleições de dois turnos

As eleições parlamentares da França usam um sistema de dois turnos. No primeiro, todos os candidatos que não conseguirem apoio de 12,5% locais são eliminados e quem obtiver 50% dos votos em zonas com participação de pelo menos 25% do eleitorado local vence automaticamente.

O risco para Macron é que a maioria dos candidatos de seu partido, o Renascença, não chegue ao segundo turno. Se as pesquisas se confirmarem, o segundo turno dará aos franceses a opção de escolher entre a direita e a esquerda. E o Renascença, de Macron, perderá metade dos assentos que hoje ocupa na Assembleia.

Imagem mostra presidente francês Emmanuel Macron em Paris. Macron antecipou eleições legislativas e corre o risco de perder seu legado político Foto: Benoit Tessier/REUTERS

Por isso é que dificilmente o presidente francês irá cumprir o restante de seu mandato com um primeiro-ministro a seu favor. E independente de ficar com a esquerda ou com a direita radical, Macron vai precisar mudar a sua política para lidar com forças antagônicas. Analistas apontam três cenários: um governo com a direita radical, com a esquerda ou espremido entre essas duas forças na Assembleia.

Cada um dos cenários dará resultados diferente para a França. Embora no país o presidente tenha autonomia nos assuntos de defesa e relações exteriores, ele precisa lidar com a Assembleia para decidir aspectos como orçamento, que inclui discussões sobre aposentadorias, impostos, emprego e legislação trabalhista.

Maioria de direita

Se o Reagrupamento Nacional se sobressair e ter a maioria absoluta, o mais provável é que o primeiro-ministro seja Jordan Bardella, de 28 anos. “Forçaria a França a uma política mais distante da União Europeia. A agenda da transição energética seria enfraquecida em prol de energias fósseis, a expulsão de imigrantes aumentaria e os gastos públicos aumentariam”, disse Maillard.

O partido aparece em primeiro nas pesquisas eleitorais, mas pode não conquistar a maioria absoluta. Neste cenário de maioria relativa, Jordan Bardella afirmou que não seria primeiro-ministro para ser um “auxiliar do presidente”.

O Reagrupamento Nacional, de raízes antissemitas e extremistas, suavizou parte da agenda nos últimos anos, mas mantém a defesa de uma política anti-imigração que preocupa a comunidade de migrantes francesa. Este mês, os jogadores da seleção francesa, por exemplo, pediram que os franceses se unissem para barrar o avanço do partido nas eleições.

Imagem do dia 24 mostra o presidente do partido Reagrupamento Nacional, Jordan Bardella (à dir), e a líder Marine Le Pen. Partido lidera eleições legislativas e Bardella pode se tornar primeiro-ministro do país Foto: Christophe Ena/AP

O partido também tem uma posição menos alinhada à União Europeia e a Otan. Historicamente, o Reagrupamento Nacional é visto como pró-Kremlin, mas o partido tem silenciado sobre o assunto nos últimos meses. “Não significa uma saída da França da UE ou da Otan, mas um distanciamento, a adoção de uma agenda mais nacionalista, voltada aos ‘franceses’”, avaliou Uebel.

Outra agenda do partido seria a redução de impostos e revogação de pontos da reforma da previdência de Macron, um dos seus legados mais antipopulares, mas avaliado como importante para o sistema político e econômico francês.

Maioria de esquerda

A revogação dos pontos da reforma da previdência talvez seja o único ponto em que a direita radical e a esquerda convergem na França. Se a Nova Frente Popular conseguir a maioria e impedir o governo do RN, esse ponto também estaria na pauta, além da taxação dos mais ricos e aumento do salário mínimo.

A Nova Frente Popular também se opõe a atual lei de imigração, mas, ao contrário da direita radical, defende facilitar o acesso a vistos, regular a situação de trabalhadores, estudantes e pais de crianças e autorizar o tempo de residência de dez anos como principal fator para se manter no país.

Uma preocupação central com a esquerda, que também está presente numa eventual vitória do RN, é o aumento de gastos públicos. Isso preocupa o mercado financeiro, que cita o déficit orçamentário atual de 5% como um indicativo de risco e temem que possa piorar.

Entre essas questões, estão o legado político de Macron, caracterizado por uma política econômica que suportou os efeitos do Brexit, evitando que a França fosse a bancarrota, modernizou o sistema econômico e manteve estabilidade política, pelo menos até o momento. “Mas isso custou aos franceses. O custo de vida aumentou, os serviços públicos se deterioraram. Isso explica pessoas indo à extrema direita. Acontece que quem se opõe ao polo não está ficando no centro, mas indo para a esquerda”, concluiu Uebel.

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