Eleições no Reino Unido caminham para vitória histórica dos trabalhistas, diz pesquisa


No último dia de campanha, Rishi Sunak afirma que ‘o jogo não acaba até o apito final’, mas ministro do governo admite risco de ‘maior derrota já vista no país’

Por Redação
Atualização:

LONDRES - O Partido Trabalhista está prestes a conquistar uma vitória histórica no Reino Unido e pode assegurar 431 cadeiras no Parlamento, segundo pesquisa YouGov divulgada nesta quarta-feira, 3, véspera da votação. É bem acima das 326 necessárias para indicar o próximo primeiro-ministro.

De acordo com a sondagem, os conservadores deixariam o poder depois de 14 anos com o pior resultado que o partido já teve: 120 cadeiras no Parlamento. Na contramão do que sugerem os números, o primeiro-ministro Rishi Sunak declarou no encerramento da campanha que “o jogo não acaba até o apito final e que o azarão ainda está na briga”.

“Há muitas pessoas que não se decidiram — milhões e milhões. Quando forem às urnas amanhã, eu apenas pediria a todos que separassem as frustrações que eles compreensivelmente têm sobre mim, o partido e o passado do que um governo trabalhista significaria para suas famílias”, apelou Rishi Sunak.

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Rishi Sunak encerra a campanha em Hampshire.  Foto: Claudia Greco/AFP

Mas o clima dentro do partido Conservador é de pessimismo. “Estamos à beira, provavelmente, da maior derrota que já vimos neste país. O que precisamos é de algum equilíbrio dentro do nosso parlamento” alertou o ministro do Trabalho e Previdência, Mel Stride, em entrevista à Times Radio ecoando os temores de uma “supermaioria” do Partido Trabalhista. “Estamos à beira de uma situação muito perigosa.”

O sistema político inglês requer maioria simples tanto para eleger o primeiro-ministro como para aprovar leis. Mas o peso dos partidos determina a composição das comissões parlamentares que fiscalizam o governo. Na prática, essa “supermaioria” que as pesquisas indicam significa que a oposição teria menos poder de escrutínio sobre os trabalhistas.

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“Se apenas 130 mil pessoas mudarem seu voto e nos derem seu apoio, podemos negar a (Keir) Starmer essa supermaioria”, disse Rishi Sunak referindo-se ao seu rival na disputa. “Pense nisso: você tem o poder de usar seu voto para impedir um governo trabalhista descontrolado.”

Caso as sondagens se confirmem, além de bater o próprio recorde (conquistado por Tony Blair, em 1997), os trabalhistas liderados por Starmer terão o melhor resultado desde 1832, ano da reforma que estabeleceu as bases para o sistema político em vigor no país.

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Na reta final, o Partido Trabalhista alertou contra tomar o resultado da eleição como garantido e pediu aos apoiadores que não deixem de votar por causa da liderança sólida que indicam as pesquisas.

Reservadamente, alguns integrantes do partido disseram ao The Guardian que esperam o surgimento de uma espécie de voto envergonhado no Partido Reformista Britânico (Reform UK) em alguns distritos eleitorais. O partido da direita radical liderado por Nigel Farage tem avançado nos pesquisas com um discurso contra imigração e aparece em terceiro lugar com 12% das intenções de voto, segundo a pesquisa YouGov.

“A mudança só acontece se você votar por ela. Imagine um futuro diferente na manhã de sexta-feira e um governo trabalhista eleito pela quarta vez na história”, declarou Starmer no último discurso antes da votação.

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Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, discursa no último dia antes da eleição no Reino Unido.  Foto: Andrew Milligan/Associated Press

O partido ganhou o apoio de grandes partes da comunidade empresarial e o endosso de jornais tradicionalmente conservadores, incluindo o Sunday Times, do magnata Rupert Murdoch, e o tabloide The Sun.

O Sun escreveu em um editorial na quarta-feira que “ao trazer seu partido de volta ao centro da política britânica pela primeira vez desde que Tony Blair estava no número 10, Keir ganhou o direito de assumir o comando.”

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O ex-candidato trabalhista Douglas Beattie, autor do livro “How Labour Wins (and Why it Loses)”, ou Como os Trabalhistas Ganham (e por que perdem) em tradução livre, afirma que Keir Starmer reflete o humor do Reino Unido. “O país está procurando por novas ideias, afastando-se de um governo que está exausto e dividido,” disse Beattie. “Então, os trabalhistas estão empurrando uma porta aberta.”

Enquanto isso, os conservadores têm sido atormentados por gafes. A campanha começou quando Rishi Sunak convocou a eleição antes do previsto debaixo de chuva em frente à Downing Street número 10. Ao fundo, manifestantes contrários ao Brexit tocavam “Things Can Only Get Better”, hino dos trabalhistas em 1997.

Vários conservadores próximos a Sunak estão sendo investigados pela suspeita de que usaram informações privilegiadas para fazer apostas sobre a data da eleição antes de ser anunciada.

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Tudo isso tornou mais difícil para Sunak se livrar da mancha de caos político e má gestão que se acumulou em torno dos conservadores desde que Boris Johnson e sua equipe realizaram festas que violavam o lockdown durante a pandemia.

Pessoas caminham em frente a postos em votação em Londres na eleição de 2017.  Foto: Frank Augstein/Associated Press

Mas para muitos eleitores, a falta de confiança não se aplica apenas aos conservadores, mas aos políticos em geral. Nigel Farage, tem aproveitado essa brecha assim como o centrista Liberal Democrats e o ambientalista Green Party tentam atrair eleitores desiludidos dos grandes partidos.

Lise Butler, professora de história moderna na City University of London, disse que os sinais apontam para esta ser “uma eleição de mudança em que os conservadores são punidos.” Mas ela disse que, se Starmer vencer, “os próximos anos podem ser desafiadores.”

“Ele provavelmente enfrentará ataques constantes de várias frentes da esquerda e da direita,” disse ela. “Então, eu acho que, embora o resultado desta eleição seja bastante claro, acho que todas as apostas estão fora em termos de como será o apoio ao Partido Trabalhista nos próximos anos.”/Com AP

LONDRES - O Partido Trabalhista está prestes a conquistar uma vitória histórica no Reino Unido e pode assegurar 431 cadeiras no Parlamento, segundo pesquisa YouGov divulgada nesta quarta-feira, 3, véspera da votação. É bem acima das 326 necessárias para indicar o próximo primeiro-ministro.

De acordo com a sondagem, os conservadores deixariam o poder depois de 14 anos com o pior resultado que o partido já teve: 120 cadeiras no Parlamento. Na contramão do que sugerem os números, o primeiro-ministro Rishi Sunak declarou no encerramento da campanha que “o jogo não acaba até o apito final e que o azarão ainda está na briga”.

“Há muitas pessoas que não se decidiram — milhões e milhões. Quando forem às urnas amanhã, eu apenas pediria a todos que separassem as frustrações que eles compreensivelmente têm sobre mim, o partido e o passado do que um governo trabalhista significaria para suas famílias”, apelou Rishi Sunak.

Rishi Sunak encerra a campanha em Hampshire.  Foto: Claudia Greco/AFP

Mas o clima dentro do partido Conservador é de pessimismo. “Estamos à beira, provavelmente, da maior derrota que já vimos neste país. O que precisamos é de algum equilíbrio dentro do nosso parlamento” alertou o ministro do Trabalho e Previdência, Mel Stride, em entrevista à Times Radio ecoando os temores de uma “supermaioria” do Partido Trabalhista. “Estamos à beira de uma situação muito perigosa.”

O sistema político inglês requer maioria simples tanto para eleger o primeiro-ministro como para aprovar leis. Mas o peso dos partidos determina a composição das comissões parlamentares que fiscalizam o governo. Na prática, essa “supermaioria” que as pesquisas indicam significa que a oposição teria menos poder de escrutínio sobre os trabalhistas.

“Se apenas 130 mil pessoas mudarem seu voto e nos derem seu apoio, podemos negar a (Keir) Starmer essa supermaioria”, disse Rishi Sunak referindo-se ao seu rival na disputa. “Pense nisso: você tem o poder de usar seu voto para impedir um governo trabalhista descontrolado.”

Caso as sondagens se confirmem, além de bater o próprio recorde (conquistado por Tony Blair, em 1997), os trabalhistas liderados por Starmer terão o melhor resultado desde 1832, ano da reforma que estabeleceu as bases para o sistema político em vigor no país.

Na reta final, o Partido Trabalhista alertou contra tomar o resultado da eleição como garantido e pediu aos apoiadores que não deixem de votar por causa da liderança sólida que indicam as pesquisas.

Reservadamente, alguns integrantes do partido disseram ao The Guardian que esperam o surgimento de uma espécie de voto envergonhado no Partido Reformista Britânico (Reform UK) em alguns distritos eleitorais. O partido da direita radical liderado por Nigel Farage tem avançado nos pesquisas com um discurso contra imigração e aparece em terceiro lugar com 12% das intenções de voto, segundo a pesquisa YouGov.

“A mudança só acontece se você votar por ela. Imagine um futuro diferente na manhã de sexta-feira e um governo trabalhista eleito pela quarta vez na história”, declarou Starmer no último discurso antes da votação.

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, discursa no último dia antes da eleição no Reino Unido.  Foto: Andrew Milligan/Associated Press

O partido ganhou o apoio de grandes partes da comunidade empresarial e o endosso de jornais tradicionalmente conservadores, incluindo o Sunday Times, do magnata Rupert Murdoch, e o tabloide The Sun.

O Sun escreveu em um editorial na quarta-feira que “ao trazer seu partido de volta ao centro da política britânica pela primeira vez desde que Tony Blair estava no número 10, Keir ganhou o direito de assumir o comando.”

O ex-candidato trabalhista Douglas Beattie, autor do livro “How Labour Wins (and Why it Loses)”, ou Como os Trabalhistas Ganham (e por que perdem) em tradução livre, afirma que Keir Starmer reflete o humor do Reino Unido. “O país está procurando por novas ideias, afastando-se de um governo que está exausto e dividido,” disse Beattie. “Então, os trabalhistas estão empurrando uma porta aberta.”

Enquanto isso, os conservadores têm sido atormentados por gafes. A campanha começou quando Rishi Sunak convocou a eleição antes do previsto debaixo de chuva em frente à Downing Street número 10. Ao fundo, manifestantes contrários ao Brexit tocavam “Things Can Only Get Better”, hino dos trabalhistas em 1997.

Vários conservadores próximos a Sunak estão sendo investigados pela suspeita de que usaram informações privilegiadas para fazer apostas sobre a data da eleição antes de ser anunciada.

Tudo isso tornou mais difícil para Sunak se livrar da mancha de caos político e má gestão que se acumulou em torno dos conservadores desde que Boris Johnson e sua equipe realizaram festas que violavam o lockdown durante a pandemia.

Pessoas caminham em frente a postos em votação em Londres na eleição de 2017.  Foto: Frank Augstein/Associated Press

Mas para muitos eleitores, a falta de confiança não se aplica apenas aos conservadores, mas aos políticos em geral. Nigel Farage, tem aproveitado essa brecha assim como o centrista Liberal Democrats e o ambientalista Green Party tentam atrair eleitores desiludidos dos grandes partidos.

Lise Butler, professora de história moderna na City University of London, disse que os sinais apontam para esta ser “uma eleição de mudança em que os conservadores são punidos.” Mas ela disse que, se Starmer vencer, “os próximos anos podem ser desafiadores.”

“Ele provavelmente enfrentará ataques constantes de várias frentes da esquerda e da direita,” disse ela. “Então, eu acho que, embora o resultado desta eleição seja bastante claro, acho que todas as apostas estão fora em termos de como será o apoio ao Partido Trabalhista nos próximos anos.”/Com AP

LONDRES - O Partido Trabalhista está prestes a conquistar uma vitória histórica no Reino Unido e pode assegurar 431 cadeiras no Parlamento, segundo pesquisa YouGov divulgada nesta quarta-feira, 3, véspera da votação. É bem acima das 326 necessárias para indicar o próximo primeiro-ministro.

De acordo com a sondagem, os conservadores deixariam o poder depois de 14 anos com o pior resultado que o partido já teve: 120 cadeiras no Parlamento. Na contramão do que sugerem os números, o primeiro-ministro Rishi Sunak declarou no encerramento da campanha que “o jogo não acaba até o apito final e que o azarão ainda está na briga”.

“Há muitas pessoas que não se decidiram — milhões e milhões. Quando forem às urnas amanhã, eu apenas pediria a todos que separassem as frustrações que eles compreensivelmente têm sobre mim, o partido e o passado do que um governo trabalhista significaria para suas famílias”, apelou Rishi Sunak.

Rishi Sunak encerra a campanha em Hampshire.  Foto: Claudia Greco/AFP

Mas o clima dentro do partido Conservador é de pessimismo. “Estamos à beira, provavelmente, da maior derrota que já vimos neste país. O que precisamos é de algum equilíbrio dentro do nosso parlamento” alertou o ministro do Trabalho e Previdência, Mel Stride, em entrevista à Times Radio ecoando os temores de uma “supermaioria” do Partido Trabalhista. “Estamos à beira de uma situação muito perigosa.”

O sistema político inglês requer maioria simples tanto para eleger o primeiro-ministro como para aprovar leis. Mas o peso dos partidos determina a composição das comissões parlamentares que fiscalizam o governo. Na prática, essa “supermaioria” que as pesquisas indicam significa que a oposição teria menos poder de escrutínio sobre os trabalhistas.

“Se apenas 130 mil pessoas mudarem seu voto e nos derem seu apoio, podemos negar a (Keir) Starmer essa supermaioria”, disse Rishi Sunak referindo-se ao seu rival na disputa. “Pense nisso: você tem o poder de usar seu voto para impedir um governo trabalhista descontrolado.”

Caso as sondagens se confirmem, além de bater o próprio recorde (conquistado por Tony Blair, em 1997), os trabalhistas liderados por Starmer terão o melhor resultado desde 1832, ano da reforma que estabeleceu as bases para o sistema político em vigor no país.

Na reta final, o Partido Trabalhista alertou contra tomar o resultado da eleição como garantido e pediu aos apoiadores que não deixem de votar por causa da liderança sólida que indicam as pesquisas.

Reservadamente, alguns integrantes do partido disseram ao The Guardian que esperam o surgimento de uma espécie de voto envergonhado no Partido Reformista Britânico (Reform UK) em alguns distritos eleitorais. O partido da direita radical liderado por Nigel Farage tem avançado nos pesquisas com um discurso contra imigração e aparece em terceiro lugar com 12% das intenções de voto, segundo a pesquisa YouGov.

“A mudança só acontece se você votar por ela. Imagine um futuro diferente na manhã de sexta-feira e um governo trabalhista eleito pela quarta vez na história”, declarou Starmer no último discurso antes da votação.

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, discursa no último dia antes da eleição no Reino Unido.  Foto: Andrew Milligan/Associated Press

O partido ganhou o apoio de grandes partes da comunidade empresarial e o endosso de jornais tradicionalmente conservadores, incluindo o Sunday Times, do magnata Rupert Murdoch, e o tabloide The Sun.

O Sun escreveu em um editorial na quarta-feira que “ao trazer seu partido de volta ao centro da política britânica pela primeira vez desde que Tony Blair estava no número 10, Keir ganhou o direito de assumir o comando.”

O ex-candidato trabalhista Douglas Beattie, autor do livro “How Labour Wins (and Why it Loses)”, ou Como os Trabalhistas Ganham (e por que perdem) em tradução livre, afirma que Keir Starmer reflete o humor do Reino Unido. “O país está procurando por novas ideias, afastando-se de um governo que está exausto e dividido,” disse Beattie. “Então, os trabalhistas estão empurrando uma porta aberta.”

Enquanto isso, os conservadores têm sido atormentados por gafes. A campanha começou quando Rishi Sunak convocou a eleição antes do previsto debaixo de chuva em frente à Downing Street número 10. Ao fundo, manifestantes contrários ao Brexit tocavam “Things Can Only Get Better”, hino dos trabalhistas em 1997.

Vários conservadores próximos a Sunak estão sendo investigados pela suspeita de que usaram informações privilegiadas para fazer apostas sobre a data da eleição antes de ser anunciada.

Tudo isso tornou mais difícil para Sunak se livrar da mancha de caos político e má gestão que se acumulou em torno dos conservadores desde que Boris Johnson e sua equipe realizaram festas que violavam o lockdown durante a pandemia.

Pessoas caminham em frente a postos em votação em Londres na eleição de 2017.  Foto: Frank Augstein/Associated Press

Mas para muitos eleitores, a falta de confiança não se aplica apenas aos conservadores, mas aos políticos em geral. Nigel Farage, tem aproveitado essa brecha assim como o centrista Liberal Democrats e o ambientalista Green Party tentam atrair eleitores desiludidos dos grandes partidos.

Lise Butler, professora de história moderna na City University of London, disse que os sinais apontam para esta ser “uma eleição de mudança em que os conservadores são punidos.” Mas ela disse que, se Starmer vencer, “os próximos anos podem ser desafiadores.”

“Ele provavelmente enfrentará ataques constantes de várias frentes da esquerda e da direita,” disse ela. “Então, eu acho que, embora o resultado desta eleição seja bastante claro, acho que todas as apostas estão fora em termos de como será o apoio ao Partido Trabalhista nos próximos anos.”/Com AP

LONDRES - O Partido Trabalhista está prestes a conquistar uma vitória histórica no Reino Unido e pode assegurar 431 cadeiras no Parlamento, segundo pesquisa YouGov divulgada nesta quarta-feira, 3, véspera da votação. É bem acima das 326 necessárias para indicar o próximo primeiro-ministro.

De acordo com a sondagem, os conservadores deixariam o poder depois de 14 anos com o pior resultado que o partido já teve: 120 cadeiras no Parlamento. Na contramão do que sugerem os números, o primeiro-ministro Rishi Sunak declarou no encerramento da campanha que “o jogo não acaba até o apito final e que o azarão ainda está na briga”.

“Há muitas pessoas que não se decidiram — milhões e milhões. Quando forem às urnas amanhã, eu apenas pediria a todos que separassem as frustrações que eles compreensivelmente têm sobre mim, o partido e o passado do que um governo trabalhista significaria para suas famílias”, apelou Rishi Sunak.

Rishi Sunak encerra a campanha em Hampshire.  Foto: Claudia Greco/AFP

Mas o clima dentro do partido Conservador é de pessimismo. “Estamos à beira, provavelmente, da maior derrota que já vimos neste país. O que precisamos é de algum equilíbrio dentro do nosso parlamento” alertou o ministro do Trabalho e Previdência, Mel Stride, em entrevista à Times Radio ecoando os temores de uma “supermaioria” do Partido Trabalhista. “Estamos à beira de uma situação muito perigosa.”

O sistema político inglês requer maioria simples tanto para eleger o primeiro-ministro como para aprovar leis. Mas o peso dos partidos determina a composição das comissões parlamentares que fiscalizam o governo. Na prática, essa “supermaioria” que as pesquisas indicam significa que a oposição teria menos poder de escrutínio sobre os trabalhistas.

“Se apenas 130 mil pessoas mudarem seu voto e nos derem seu apoio, podemos negar a (Keir) Starmer essa supermaioria”, disse Rishi Sunak referindo-se ao seu rival na disputa. “Pense nisso: você tem o poder de usar seu voto para impedir um governo trabalhista descontrolado.”

Caso as sondagens se confirmem, além de bater o próprio recorde (conquistado por Tony Blair, em 1997), os trabalhistas liderados por Starmer terão o melhor resultado desde 1832, ano da reforma que estabeleceu as bases para o sistema político em vigor no país.

Na reta final, o Partido Trabalhista alertou contra tomar o resultado da eleição como garantido e pediu aos apoiadores que não deixem de votar por causa da liderança sólida que indicam as pesquisas.

Reservadamente, alguns integrantes do partido disseram ao The Guardian que esperam o surgimento de uma espécie de voto envergonhado no Partido Reformista Britânico (Reform UK) em alguns distritos eleitorais. O partido da direita radical liderado por Nigel Farage tem avançado nos pesquisas com um discurso contra imigração e aparece em terceiro lugar com 12% das intenções de voto, segundo a pesquisa YouGov.

“A mudança só acontece se você votar por ela. Imagine um futuro diferente na manhã de sexta-feira e um governo trabalhista eleito pela quarta vez na história”, declarou Starmer no último discurso antes da votação.

Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, discursa no último dia antes da eleição no Reino Unido.  Foto: Andrew Milligan/Associated Press

O partido ganhou o apoio de grandes partes da comunidade empresarial e o endosso de jornais tradicionalmente conservadores, incluindo o Sunday Times, do magnata Rupert Murdoch, e o tabloide The Sun.

O Sun escreveu em um editorial na quarta-feira que “ao trazer seu partido de volta ao centro da política britânica pela primeira vez desde que Tony Blair estava no número 10, Keir ganhou o direito de assumir o comando.”

O ex-candidato trabalhista Douglas Beattie, autor do livro “How Labour Wins (and Why it Loses)”, ou Como os Trabalhistas Ganham (e por que perdem) em tradução livre, afirma que Keir Starmer reflete o humor do Reino Unido. “O país está procurando por novas ideias, afastando-se de um governo que está exausto e dividido,” disse Beattie. “Então, os trabalhistas estão empurrando uma porta aberta.”

Enquanto isso, os conservadores têm sido atormentados por gafes. A campanha começou quando Rishi Sunak convocou a eleição antes do previsto debaixo de chuva em frente à Downing Street número 10. Ao fundo, manifestantes contrários ao Brexit tocavam “Things Can Only Get Better”, hino dos trabalhistas em 1997.

Vários conservadores próximos a Sunak estão sendo investigados pela suspeita de que usaram informações privilegiadas para fazer apostas sobre a data da eleição antes de ser anunciada.

Tudo isso tornou mais difícil para Sunak se livrar da mancha de caos político e má gestão que se acumulou em torno dos conservadores desde que Boris Johnson e sua equipe realizaram festas que violavam o lockdown durante a pandemia.

Pessoas caminham em frente a postos em votação em Londres na eleição de 2017.  Foto: Frank Augstein/Associated Press

Mas para muitos eleitores, a falta de confiança não se aplica apenas aos conservadores, mas aos políticos em geral. Nigel Farage, tem aproveitado essa brecha assim como o centrista Liberal Democrats e o ambientalista Green Party tentam atrair eleitores desiludidos dos grandes partidos.

Lise Butler, professora de história moderna na City University of London, disse que os sinais apontam para esta ser “uma eleição de mudança em que os conservadores são punidos.” Mas ela disse que, se Starmer vencer, “os próximos anos podem ser desafiadores.”

“Ele provavelmente enfrentará ataques constantes de várias frentes da esquerda e da direita,” disse ela. “Então, eu acho que, embora o resultado desta eleição seja bastante claro, acho que todas as apostas estão fora em termos de como será o apoio ao Partido Trabalhista nos próximos anos.”/Com AP

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