Elizabeth II e Victoria, dois reinados similares para a história


Quando nasceram, tanto Victoria como Elizabeth tinham poucas probabilidades de herdar a coroa, porém aceitaram o papel que foi atribuído e se tornaram matriarcas nacionais muito queridas

Por Robin Millard

LONDRES, AFP - Elizabeth II e sua tataravó Victoria, as monarcas mais longevas do Reino Unido, chegaram de maneira inesperada ao trono quando eram jovens, mas permaneceram firmes em épocas de mudanças dramáticas. Quando nasceram, tanto Victoria como Elizabeth tinham poucas probabilidades de herdar a coroa. As duas mulheres, no entanto, aceitaram o papel que foi atribuído e se tornaram matriarcas nacionais muito queridas.

O estilo monárquico de Elizabeth foi diretamente inspirado no de sua ilustre tataravó. Tanto Elizabeth como Victoria eram “mulheres excepcionalmente conscienciosas e de mente forte, determinadas a atuar da maneira mais correta possível”, disse o escritor Andrew Gimson à AFP.

No funeral de Estado de Elizabeth, nesta segunda-feira, 19, o caixão será transportado pela mesma carruagem utilizada no funeral de Victoria. Elizabeth II reinou durante 70 anos e 214 dias, a primeira soberana britânica a celebrar um jubileu de platina. O reinado de Victoria durou 63 anos e 216 dias, um recorde superado apenas por Elizabeth II em 9 de setembro de 2015.

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Uma tela comemorativa da rainha Elizabeth II em Piccadilly Circus, Londres Foto: Tolga Akmen/ EFE

A rainha não celebrou a data, limitando-se a participar na inauguração de uma linha ferroviária na Escócia, mas utilizando um broche de diamantes que havia pertencido a sua tataravó. Ela declarou na ocasião que “não era um marco a que havia aspirado”.

Expansão e contração britânica

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Victoria subiu ao trono em 1837, pouco depois de completar 18 anos, e reinou até sua morte, aos 81 anos, em 1901. Elizabeth nasceu em 1926. Ela reinou a partir de 1952, quando tinha apenas 25 anos, e morreu aos 96.

“O trono que Elizabeth assumiu continuava sendo reconhecidamente a instituição imperial que havia se tornado nas últimas décadas do reinado de Victória”, escreveu no sábado David Cannadine no jornal The Guardian.

Mas os temas do reinado de Elizabeth “foram a ‘desvictorianização’ do Reino Unido e a redução de seu império”, completou. Victoria emprestou seu nome a uma época de invenções e descobertas, bem como a uma visão moralista da vida.

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A Era Vitoriana viu o Reino Unido no auge, com grandes avanços industriais, científicos, culturais e imperiais. Em comparação, o reinado de sua tataraneta é descrito como uma segunda Era Elizabetana, marcada pela transformação da nação das cinzas da Segunda Guerra Mundial em uma nação diversa e menos deferente, que perdeu seu império em grande parte pacificamente.

O caixão da rainha Elizabeth II deixando o Palácio de Buckingham para Westminster Hall, Londres Foto: Victoria Jones/Pool via AP

A ‘retidão moral’ de Victoria

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Filha única do príncipe Edward, quarto filho do rei George III, Victoria era a quinta na linha de sucessão quando nasceu. Mas os sucessores de seu avô, seus tios George IV e William IV, morreram sem filhos legítimos e, órfã de seu pai Edward, Victoria herdou a coroa.

A jovem rainha trabalhou para mudar o funcionamento da monarquia. “Victoria se integrou à nova moralidade da classe média, a retidão moral da década de 1830″, disse Gimson.

Quando virou rainha, ela foi assessorada pelo primeiro-ministro, William Lamb, o visconde Melbourne. Em 1840 se casou com o primo alemão, o príncipe Albert de Saxe-Coburgo e Gotha. Quando Albert faleceu em 1861, a rainha iniciou o luto e desapareceu da vida pública por muitos anos.

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Cidades, regiões, montanhas, lagos, ruas, praças, edifícios e monumentos em todo o mundo têm o seu nome.

Flores e homenagens a Elizabeth II são colocadas na Victoria Station, em Londres Foto: SEBASTIEN BOZON/AFP

Elizabeth e um estilo ’sem pretensões’

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O tio de Elizabeth, Edward VIII, sem filhos, se tornou rei em 1936, mas foi obrigado a abdicar no mesmo ano para ser autorizado a casar com a americana Wallis Simpson, duas vezes divorciada. O pai de Elizabeth virou o rei George VI e ela sua herdeira.

Após uma juventude relativamente reclusa, Elizabeth se casou com o príncipe Philip, seu primo em terceiro grau.

Winston Churchill - que entrou para o Parlamento em 1900 - foi o primeiro dos 15 primeiros-ministros que conheceu e seu mentor. Ela também baseou seu reinado no senso de dever cristão.

Elizabeth II e Victoria compartilhavam uma “fé cristã realista e liberal”, escreveu Richard Chartres, ex-bispo de Londres, na revista Spectator desta semana.

Após a morte do príncipe Philip em 2021, a saúde de Elizabeth se deteriorou e ela fez poucas aparições públicas.

Vastas áreas da Antártida foram batizadas com o nome de Elizabeth, uma linha de metrô, ilhas no Canadá e o maior navio de guerra britânico da história. As torres dos extremos do Parlamento têm os nomes de Elizabeth e Victoria.

Assim como Victoria, Elizabeth será enterrada em Windsor, ao oeste de Londres.

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William é um príncipe popular que agora se prepara para ser rei. Ele se tornou herdeiro do trono aos 40 anos.

LONDRES, AFP - Elizabeth II e sua tataravó Victoria, as monarcas mais longevas do Reino Unido, chegaram de maneira inesperada ao trono quando eram jovens, mas permaneceram firmes em épocas de mudanças dramáticas. Quando nasceram, tanto Victoria como Elizabeth tinham poucas probabilidades de herdar a coroa. As duas mulheres, no entanto, aceitaram o papel que foi atribuído e se tornaram matriarcas nacionais muito queridas.

O estilo monárquico de Elizabeth foi diretamente inspirado no de sua ilustre tataravó. Tanto Elizabeth como Victoria eram “mulheres excepcionalmente conscienciosas e de mente forte, determinadas a atuar da maneira mais correta possível”, disse o escritor Andrew Gimson à AFP.

No funeral de Estado de Elizabeth, nesta segunda-feira, 19, o caixão será transportado pela mesma carruagem utilizada no funeral de Victoria. Elizabeth II reinou durante 70 anos e 214 dias, a primeira soberana britânica a celebrar um jubileu de platina. O reinado de Victoria durou 63 anos e 216 dias, um recorde superado apenas por Elizabeth II em 9 de setembro de 2015.

Uma tela comemorativa da rainha Elizabeth II em Piccadilly Circus, Londres Foto: Tolga Akmen/ EFE

A rainha não celebrou a data, limitando-se a participar na inauguração de uma linha ferroviária na Escócia, mas utilizando um broche de diamantes que havia pertencido a sua tataravó. Ela declarou na ocasião que “não era um marco a que havia aspirado”.

Expansão e contração britânica

Victoria subiu ao trono em 1837, pouco depois de completar 18 anos, e reinou até sua morte, aos 81 anos, em 1901. Elizabeth nasceu em 1926. Ela reinou a partir de 1952, quando tinha apenas 25 anos, e morreu aos 96.

“O trono que Elizabeth assumiu continuava sendo reconhecidamente a instituição imperial que havia se tornado nas últimas décadas do reinado de Victória”, escreveu no sábado David Cannadine no jornal The Guardian.

Mas os temas do reinado de Elizabeth “foram a ‘desvictorianização’ do Reino Unido e a redução de seu império”, completou. Victoria emprestou seu nome a uma época de invenções e descobertas, bem como a uma visão moralista da vida.

A Era Vitoriana viu o Reino Unido no auge, com grandes avanços industriais, científicos, culturais e imperiais. Em comparação, o reinado de sua tataraneta é descrito como uma segunda Era Elizabetana, marcada pela transformação da nação das cinzas da Segunda Guerra Mundial em uma nação diversa e menos deferente, que perdeu seu império em grande parte pacificamente.

O caixão da rainha Elizabeth II deixando o Palácio de Buckingham para Westminster Hall, Londres Foto: Victoria Jones/Pool via AP

A ‘retidão moral’ de Victoria

Filha única do príncipe Edward, quarto filho do rei George III, Victoria era a quinta na linha de sucessão quando nasceu. Mas os sucessores de seu avô, seus tios George IV e William IV, morreram sem filhos legítimos e, órfã de seu pai Edward, Victoria herdou a coroa.

A jovem rainha trabalhou para mudar o funcionamento da monarquia. “Victoria se integrou à nova moralidade da classe média, a retidão moral da década de 1830″, disse Gimson.

Quando virou rainha, ela foi assessorada pelo primeiro-ministro, William Lamb, o visconde Melbourne. Em 1840 se casou com o primo alemão, o príncipe Albert de Saxe-Coburgo e Gotha. Quando Albert faleceu em 1861, a rainha iniciou o luto e desapareceu da vida pública por muitos anos.

Cidades, regiões, montanhas, lagos, ruas, praças, edifícios e monumentos em todo o mundo têm o seu nome.

Flores e homenagens a Elizabeth II são colocadas na Victoria Station, em Londres Foto: SEBASTIEN BOZON/AFP

Elizabeth e um estilo ’sem pretensões’

O tio de Elizabeth, Edward VIII, sem filhos, se tornou rei em 1936, mas foi obrigado a abdicar no mesmo ano para ser autorizado a casar com a americana Wallis Simpson, duas vezes divorciada. O pai de Elizabeth virou o rei George VI e ela sua herdeira.

Após uma juventude relativamente reclusa, Elizabeth se casou com o príncipe Philip, seu primo em terceiro grau.

Winston Churchill - que entrou para o Parlamento em 1900 - foi o primeiro dos 15 primeiros-ministros que conheceu e seu mentor. Ela também baseou seu reinado no senso de dever cristão.

Elizabeth II e Victoria compartilhavam uma “fé cristã realista e liberal”, escreveu Richard Chartres, ex-bispo de Londres, na revista Spectator desta semana.

Após a morte do príncipe Philip em 2021, a saúde de Elizabeth se deteriorou e ela fez poucas aparições públicas.

Vastas áreas da Antártida foram batizadas com o nome de Elizabeth, uma linha de metrô, ilhas no Canadá e o maior navio de guerra britânico da história. As torres dos extremos do Parlamento têm os nomes de Elizabeth e Victoria.

Assim como Victoria, Elizabeth será enterrada em Windsor, ao oeste de Londres.

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William é um príncipe popular que agora se prepara para ser rei. Ele se tornou herdeiro do trono aos 40 anos.

LONDRES, AFP - Elizabeth II e sua tataravó Victoria, as monarcas mais longevas do Reino Unido, chegaram de maneira inesperada ao trono quando eram jovens, mas permaneceram firmes em épocas de mudanças dramáticas. Quando nasceram, tanto Victoria como Elizabeth tinham poucas probabilidades de herdar a coroa. As duas mulheres, no entanto, aceitaram o papel que foi atribuído e se tornaram matriarcas nacionais muito queridas.

O estilo monárquico de Elizabeth foi diretamente inspirado no de sua ilustre tataravó. Tanto Elizabeth como Victoria eram “mulheres excepcionalmente conscienciosas e de mente forte, determinadas a atuar da maneira mais correta possível”, disse o escritor Andrew Gimson à AFP.

No funeral de Estado de Elizabeth, nesta segunda-feira, 19, o caixão será transportado pela mesma carruagem utilizada no funeral de Victoria. Elizabeth II reinou durante 70 anos e 214 dias, a primeira soberana britânica a celebrar um jubileu de platina. O reinado de Victoria durou 63 anos e 216 dias, um recorde superado apenas por Elizabeth II em 9 de setembro de 2015.

Uma tela comemorativa da rainha Elizabeth II em Piccadilly Circus, Londres Foto: Tolga Akmen/ EFE

A rainha não celebrou a data, limitando-se a participar na inauguração de uma linha ferroviária na Escócia, mas utilizando um broche de diamantes que havia pertencido a sua tataravó. Ela declarou na ocasião que “não era um marco a que havia aspirado”.

Expansão e contração britânica

Victoria subiu ao trono em 1837, pouco depois de completar 18 anos, e reinou até sua morte, aos 81 anos, em 1901. Elizabeth nasceu em 1926. Ela reinou a partir de 1952, quando tinha apenas 25 anos, e morreu aos 96.

“O trono que Elizabeth assumiu continuava sendo reconhecidamente a instituição imperial que havia se tornado nas últimas décadas do reinado de Victória”, escreveu no sábado David Cannadine no jornal The Guardian.

Mas os temas do reinado de Elizabeth “foram a ‘desvictorianização’ do Reino Unido e a redução de seu império”, completou. Victoria emprestou seu nome a uma época de invenções e descobertas, bem como a uma visão moralista da vida.

A Era Vitoriana viu o Reino Unido no auge, com grandes avanços industriais, científicos, culturais e imperiais. Em comparação, o reinado de sua tataraneta é descrito como uma segunda Era Elizabetana, marcada pela transformação da nação das cinzas da Segunda Guerra Mundial em uma nação diversa e menos deferente, que perdeu seu império em grande parte pacificamente.

O caixão da rainha Elizabeth II deixando o Palácio de Buckingham para Westminster Hall, Londres Foto: Victoria Jones/Pool via AP

A ‘retidão moral’ de Victoria

Filha única do príncipe Edward, quarto filho do rei George III, Victoria era a quinta na linha de sucessão quando nasceu. Mas os sucessores de seu avô, seus tios George IV e William IV, morreram sem filhos legítimos e, órfã de seu pai Edward, Victoria herdou a coroa.

A jovem rainha trabalhou para mudar o funcionamento da monarquia. “Victoria se integrou à nova moralidade da classe média, a retidão moral da década de 1830″, disse Gimson.

Quando virou rainha, ela foi assessorada pelo primeiro-ministro, William Lamb, o visconde Melbourne. Em 1840 se casou com o primo alemão, o príncipe Albert de Saxe-Coburgo e Gotha. Quando Albert faleceu em 1861, a rainha iniciou o luto e desapareceu da vida pública por muitos anos.

Cidades, regiões, montanhas, lagos, ruas, praças, edifícios e monumentos em todo o mundo têm o seu nome.

Flores e homenagens a Elizabeth II são colocadas na Victoria Station, em Londres Foto: SEBASTIEN BOZON/AFP

Elizabeth e um estilo ’sem pretensões’

O tio de Elizabeth, Edward VIII, sem filhos, se tornou rei em 1936, mas foi obrigado a abdicar no mesmo ano para ser autorizado a casar com a americana Wallis Simpson, duas vezes divorciada. O pai de Elizabeth virou o rei George VI e ela sua herdeira.

Após uma juventude relativamente reclusa, Elizabeth se casou com o príncipe Philip, seu primo em terceiro grau.

Winston Churchill - que entrou para o Parlamento em 1900 - foi o primeiro dos 15 primeiros-ministros que conheceu e seu mentor. Ela também baseou seu reinado no senso de dever cristão.

Elizabeth II e Victoria compartilhavam uma “fé cristã realista e liberal”, escreveu Richard Chartres, ex-bispo de Londres, na revista Spectator desta semana.

Após a morte do príncipe Philip em 2021, a saúde de Elizabeth se deteriorou e ela fez poucas aparições públicas.

Vastas áreas da Antártida foram batizadas com o nome de Elizabeth, uma linha de metrô, ilhas no Canadá e o maior navio de guerra britânico da história. As torres dos extremos do Parlamento têm os nomes de Elizabeth e Victoria.

Assim como Victoria, Elizabeth será enterrada em Windsor, ao oeste de Londres.

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