Em congresso, Partido Comunista expande poder de Xi Jinping para terceiro mandato


Presidente da China ficará mais 5 anos no poder, em que haverá controle estatal ainda maior na sociedade e na economia

Por Redação
Atualização:

PEQUIM - O Partido Comunista da China (PCC) reafirmou neste sábado, 22, o domínio do presidente Xi Jinping e deve lhe dar hoje um terceiro mandato de mais cinco anos. Após uma série de vitórias obtidas no congresso partidário, o líder chinês vai inaugurar seu novo governo expandindo o controle estatal sobre a sociedade e a economia.

Em um conjunto de movimentos colocados em prática durante a reunião partidária que durou uma semana, Xi aposentou dois altos funcionários do governo com perfis mais moderados e manteve assessores alinhados às suas duras políticas diplomática e de segurança nacional. Além disso, o líder chinês não deu nenhuma pista de que pretenda deixar o cargo mesmo ao final de mais um mandato.

“A China entrou em uma nova era. A era do ‘Xi máximo’”, disse Neil Thomas, analista de política chinesa do Eurasia Group. O resultado da reunião do PCC, disse Thomas, “significa mais apoio às políticas de Xi, o que se traduz em um foco mais forte no controle político, estatismo econômico e diplomacia assertiva”.

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Desde que assumiu a liderança do partido no final de 2012, Xi transformou a China, expurgando potenciais rivais, esmagando a dissidência e reafirmando o papel central do PCC na sociedade. A pandemia de covid-19 junto à desaceleração econômica, que analistas apontavam como entraves ao novo mandato de Xi, foram deixadas de lado durante o congresso, com o presidente saindo aclamado e pedindo aos membros que continuassem em sintonia com ele “no pensamento, na política e na ação”.

No encontro, Xi reforçou seu status aprovando emendas à carta do partido – suas regras fundamentais – para aumentar sua autoridade. O texto da resolução final da reunião apontou que a liderança de Xi era essencial para “erradicar graves riscos que estavam presentes dentro do partido, estado e militares”, aparentemente referindo-se à corrupção e deslealdade.

Em breves comentários ao final, Xi disse que a resolução aprovada pelo PCC no congresso “estabelece requisitos claros para defender e fortalecer a liderança geral do partido”. “O Partido Comunista da China está mais uma vez embarcando em uma nova jornada na qual enfrentará novos testes.”

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Figuras do alto escalão devem se aposentar

Várias figuras de alto escalão do PCC deixaram seus cargos, o que deve garantir a Xi mais aliados no Comitê Permanente do Politburo, o mais alto órgão decisório do partido. O maior controle de Xi sobre a legenda sugere que a China manterá sua postura dura em relação a Washington e expandirá a intervenção na economia, na tecnologia e na internet. “Não há um único sinal de qualquer revisão fundamental da política”, disse Richard McGregor, especialista em política chinesa do Lowy Institute em Sydney.

O novo mandato de Xi e sua equipe não devem ser oficialmente confirmados neste domingo, 23, quando o novo Comitê Central vai se reunir e realizar uma votação secreta. No entanto, a escala da vitória de Xi ficou clara pela composição do Comitê Central, disseram especialistas.

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Geralmente, o congresso do PCC é um evento coreografado, mas a saída do inesperada do Grande Salão do Povo do ex-líder Hu Jintao causou um certo rebuliço. Hu, de 79 anos, estava sentado ao lado de Xi na primeira fila do palco quando foi ajudado a se levantar por um assessor e escoltado para fora do local, sem explicação. Ao ser levado, Hu falou brevemente com Xi e deu um tapinha no ombro de Li Keqiang, o primeiro-ministro.

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O ex-presidente chinês Hu Jintao é inesperadamente retirado da cerimônia de encerramento do Congresso do Partido Comunista no sábado.

Li e dois outros altos funcionários que ascenderam sob o comando de Hu deixaram o Comitê Central, indicando que todos os três devem se aposentar. Li foi primeiro-ministro, o segundo posto mais importante do país, durante a última década, mas a severa liderança de Xi passou a ofuscá-lo.

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Cheng Li, especialista em política chinesa da Brookings Institution, disse que “Xi Jinping consolidou ainda mais o poder quase absoluto ao promover seus protegidos à liderança máxima”. “Ao expulsar moderados e potenciais rivais da liderança, Xi transmite suas prioridades gerais para estabilidade sociopolítica, segurança nacional e continuidade política agora e nos próximos anos”, afirmou o especialista.

Novo primeiro-ministro será ‘acólito leal’ do presidente

Hu Chunhua, atualmente vice-primeiro-ministro, tem chance de entrar no novo Comitê Permanente do Politburo, apesar de sua falta de vínculos sólidos com Xi. “Se Hu Chunhua for promovido, espera-se que ele seja um acólito leal de Xi como todos os outros”, disse McGregor. “Não há centros alternativos de poder no Comitê Permanente, se é que houve algum dia, mesmo simbolicamente.”

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Os mais de 2,3 mil delegados do congresso do partido – usando máscaras cirúrgicas azuis ainda sob a política da covid zero – se reuniram no Grande Salão do Povo, no centro de Pequim. A maioria dos meios de comunicação, incluindo todos os jornalistas estrangeiros, não teve permissão para entrar na primeira parte da reunião quando a votação de ontem ocorreu. O congresso terminou tocando o hino comunista, A Internacional. l NYT, AP e AFP

PEQUIM - O Partido Comunista da China (PCC) reafirmou neste sábado, 22, o domínio do presidente Xi Jinping e deve lhe dar hoje um terceiro mandato de mais cinco anos. Após uma série de vitórias obtidas no congresso partidário, o líder chinês vai inaugurar seu novo governo expandindo o controle estatal sobre a sociedade e a economia.

Em um conjunto de movimentos colocados em prática durante a reunião partidária que durou uma semana, Xi aposentou dois altos funcionários do governo com perfis mais moderados e manteve assessores alinhados às suas duras políticas diplomática e de segurança nacional. Além disso, o líder chinês não deu nenhuma pista de que pretenda deixar o cargo mesmo ao final de mais um mandato.

“A China entrou em uma nova era. A era do ‘Xi máximo’”, disse Neil Thomas, analista de política chinesa do Eurasia Group. O resultado da reunião do PCC, disse Thomas, “significa mais apoio às políticas de Xi, o que se traduz em um foco mais forte no controle político, estatismo econômico e diplomacia assertiva”.

Desde que assumiu a liderança do partido no final de 2012, Xi transformou a China, expurgando potenciais rivais, esmagando a dissidência e reafirmando o papel central do PCC na sociedade. A pandemia de covid-19 junto à desaceleração econômica, que analistas apontavam como entraves ao novo mandato de Xi, foram deixadas de lado durante o congresso, com o presidente saindo aclamado e pedindo aos membros que continuassem em sintonia com ele “no pensamento, na política e na ação”.

No encontro, Xi reforçou seu status aprovando emendas à carta do partido – suas regras fundamentais – para aumentar sua autoridade. O texto da resolução final da reunião apontou que a liderança de Xi era essencial para “erradicar graves riscos que estavam presentes dentro do partido, estado e militares”, aparentemente referindo-se à corrupção e deslealdade.

Em breves comentários ao final, Xi disse que a resolução aprovada pelo PCC no congresso “estabelece requisitos claros para defender e fortalecer a liderança geral do partido”. “O Partido Comunista da China está mais uma vez embarcando em uma nova jornada na qual enfrentará novos testes.”

Figuras do alto escalão devem se aposentar

Várias figuras de alto escalão do PCC deixaram seus cargos, o que deve garantir a Xi mais aliados no Comitê Permanente do Politburo, o mais alto órgão decisório do partido. O maior controle de Xi sobre a legenda sugere que a China manterá sua postura dura em relação a Washington e expandirá a intervenção na economia, na tecnologia e na internet. “Não há um único sinal de qualquer revisão fundamental da política”, disse Richard McGregor, especialista em política chinesa do Lowy Institute em Sydney.

O novo mandato de Xi e sua equipe não devem ser oficialmente confirmados neste domingo, 23, quando o novo Comitê Central vai se reunir e realizar uma votação secreta. No entanto, a escala da vitória de Xi ficou clara pela composição do Comitê Central, disseram especialistas.

Geralmente, o congresso do PCC é um evento coreografado, mas a saída do inesperada do Grande Salão do Povo do ex-líder Hu Jintao causou um certo rebuliço. Hu, de 79 anos, estava sentado ao lado de Xi na primeira fila do palco quando foi ajudado a se levantar por um assessor e escoltado para fora do local, sem explicação. Ao ser levado, Hu falou brevemente com Xi e deu um tapinha no ombro de Li Keqiang, o primeiro-ministro.

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O ex-presidente chinês Hu Jintao é inesperadamente retirado da cerimônia de encerramento do Congresso do Partido Comunista no sábado.

Li e dois outros altos funcionários que ascenderam sob o comando de Hu deixaram o Comitê Central, indicando que todos os três devem se aposentar. Li foi primeiro-ministro, o segundo posto mais importante do país, durante a última década, mas a severa liderança de Xi passou a ofuscá-lo.

Cheng Li, especialista em política chinesa da Brookings Institution, disse que “Xi Jinping consolidou ainda mais o poder quase absoluto ao promover seus protegidos à liderança máxima”. “Ao expulsar moderados e potenciais rivais da liderança, Xi transmite suas prioridades gerais para estabilidade sociopolítica, segurança nacional e continuidade política agora e nos próximos anos”, afirmou o especialista.

Novo primeiro-ministro será ‘acólito leal’ do presidente

Hu Chunhua, atualmente vice-primeiro-ministro, tem chance de entrar no novo Comitê Permanente do Politburo, apesar de sua falta de vínculos sólidos com Xi. “Se Hu Chunhua for promovido, espera-se que ele seja um acólito leal de Xi como todos os outros”, disse McGregor. “Não há centros alternativos de poder no Comitê Permanente, se é que houve algum dia, mesmo simbolicamente.”

Os mais de 2,3 mil delegados do congresso do partido – usando máscaras cirúrgicas azuis ainda sob a política da covid zero – se reuniram no Grande Salão do Povo, no centro de Pequim. A maioria dos meios de comunicação, incluindo todos os jornalistas estrangeiros, não teve permissão para entrar na primeira parte da reunião quando a votação de ontem ocorreu. O congresso terminou tocando o hino comunista, A Internacional. l NYT, AP e AFP

PEQUIM - O Partido Comunista da China (PCC) reafirmou neste sábado, 22, o domínio do presidente Xi Jinping e deve lhe dar hoje um terceiro mandato de mais cinco anos. Após uma série de vitórias obtidas no congresso partidário, o líder chinês vai inaugurar seu novo governo expandindo o controle estatal sobre a sociedade e a economia.

Em um conjunto de movimentos colocados em prática durante a reunião partidária que durou uma semana, Xi aposentou dois altos funcionários do governo com perfis mais moderados e manteve assessores alinhados às suas duras políticas diplomática e de segurança nacional. Além disso, o líder chinês não deu nenhuma pista de que pretenda deixar o cargo mesmo ao final de mais um mandato.

“A China entrou em uma nova era. A era do ‘Xi máximo’”, disse Neil Thomas, analista de política chinesa do Eurasia Group. O resultado da reunião do PCC, disse Thomas, “significa mais apoio às políticas de Xi, o que se traduz em um foco mais forte no controle político, estatismo econômico e diplomacia assertiva”.

Desde que assumiu a liderança do partido no final de 2012, Xi transformou a China, expurgando potenciais rivais, esmagando a dissidência e reafirmando o papel central do PCC na sociedade. A pandemia de covid-19 junto à desaceleração econômica, que analistas apontavam como entraves ao novo mandato de Xi, foram deixadas de lado durante o congresso, com o presidente saindo aclamado e pedindo aos membros que continuassem em sintonia com ele “no pensamento, na política e na ação”.

No encontro, Xi reforçou seu status aprovando emendas à carta do partido – suas regras fundamentais – para aumentar sua autoridade. O texto da resolução final da reunião apontou que a liderança de Xi era essencial para “erradicar graves riscos que estavam presentes dentro do partido, estado e militares”, aparentemente referindo-se à corrupção e deslealdade.

Em breves comentários ao final, Xi disse que a resolução aprovada pelo PCC no congresso “estabelece requisitos claros para defender e fortalecer a liderança geral do partido”. “O Partido Comunista da China está mais uma vez embarcando em uma nova jornada na qual enfrentará novos testes.”

Figuras do alto escalão devem se aposentar

Várias figuras de alto escalão do PCC deixaram seus cargos, o que deve garantir a Xi mais aliados no Comitê Permanente do Politburo, o mais alto órgão decisório do partido. O maior controle de Xi sobre a legenda sugere que a China manterá sua postura dura em relação a Washington e expandirá a intervenção na economia, na tecnologia e na internet. “Não há um único sinal de qualquer revisão fundamental da política”, disse Richard McGregor, especialista em política chinesa do Lowy Institute em Sydney.

O novo mandato de Xi e sua equipe não devem ser oficialmente confirmados neste domingo, 23, quando o novo Comitê Central vai se reunir e realizar uma votação secreta. No entanto, a escala da vitória de Xi ficou clara pela composição do Comitê Central, disseram especialistas.

Geralmente, o congresso do PCC é um evento coreografado, mas a saída do inesperada do Grande Salão do Povo do ex-líder Hu Jintao causou um certo rebuliço. Hu, de 79 anos, estava sentado ao lado de Xi na primeira fila do palco quando foi ajudado a se levantar por um assessor e escoltado para fora do local, sem explicação. Ao ser levado, Hu falou brevemente com Xi e deu um tapinha no ombro de Li Keqiang, o primeiro-ministro.

Seu navegador não suporta esse video.

O ex-presidente chinês Hu Jintao é inesperadamente retirado da cerimônia de encerramento do Congresso do Partido Comunista no sábado.

Li e dois outros altos funcionários que ascenderam sob o comando de Hu deixaram o Comitê Central, indicando que todos os três devem se aposentar. Li foi primeiro-ministro, o segundo posto mais importante do país, durante a última década, mas a severa liderança de Xi passou a ofuscá-lo.

Cheng Li, especialista em política chinesa da Brookings Institution, disse que “Xi Jinping consolidou ainda mais o poder quase absoluto ao promover seus protegidos à liderança máxima”. “Ao expulsar moderados e potenciais rivais da liderança, Xi transmite suas prioridades gerais para estabilidade sociopolítica, segurança nacional e continuidade política agora e nos próximos anos”, afirmou o especialista.

Novo primeiro-ministro será ‘acólito leal’ do presidente

Hu Chunhua, atualmente vice-primeiro-ministro, tem chance de entrar no novo Comitê Permanente do Politburo, apesar de sua falta de vínculos sólidos com Xi. “Se Hu Chunhua for promovido, espera-se que ele seja um acólito leal de Xi como todos os outros”, disse McGregor. “Não há centros alternativos de poder no Comitê Permanente, se é que houve algum dia, mesmo simbolicamente.”

Os mais de 2,3 mil delegados do congresso do partido – usando máscaras cirúrgicas azuis ainda sob a política da covid zero – se reuniram no Grande Salão do Povo, no centro de Pequim. A maioria dos meios de comunicação, incluindo todos os jornalistas estrangeiros, não teve permissão para entrar na primeira parte da reunião quando a votação de ontem ocorreu. O congresso terminou tocando o hino comunista, A Internacional. l NYT, AP e AFP

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