'Em múltiplas frentes se tentou manchar as eleições no Peru'; leia a entrevista


Segundo professor peruano, notícia de que ex-chefe de Inteligência tentou subornar juízes eleitorais para favorecer Keiko Fujimori surpreendeu peruanos, mas foi mais um elemento para corroborar percepção de irregularidades no processo

Por Renato Vasconcelos

A notícia de que o ex-chefe de Inteligência do Peru Vladimiro Montesinos, atualmente preso em uma base naval, tentou subornar juízes eleitorais para favorecer Keiko Fujimori nas eleições presidenciais deste ano deixou os peruanos surpresos. Mas o episódio, segundo o professor de ciências políticas da Universidade Católica do Peru Arturo Maldonado, é mais um elemento que colabora com a imagem e a percepção de que houve irregularidades no processo.

Qual foi a reação da sociedade peruana aos áudios de Montesinos?

A primeira reação da sociedade aos áudios e à participação de Vladimiro Montesinos foi de surpresa. Mesmo 20 anos depois da queda do regime de Fujimori e da divulgação dos vídeos originais em que ele aparece subornando políticos, impressiona que, de dentro de uma prisão de segurança máxima, ele ainda tenha algum papel na vida política nacional.

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Vladimiro Montesinos, ex-chefe da Inteligência peruana, depõe no julgamento do ex-presidente Alberto Fujimori. Foto: REUTERS/Enrique Castro-Mendivil (06/06/2014)

A reação política, no entanto, variou de acordo com o lado da polarização política. Entre os apoiadores de (Pedro) Castillo, a esquerda e o antifujimorismo, a narrativa é de que Montesinos tentou favorecer a campanha de Keiko Fujimori de forma corrupta, ao mesmo tempo em que deslegitimou o entorno da campanha, por não terem tido sucesso em seus pedidos à Justiça. No lado de Keiko, as reações são mais discretas e, em geral, afirmam que os áudios seriam falsos.

Por que o tema não reverberou com mais intensidade na sociedade peruana? 

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Estão ocorrendo tantas coisas em paralelo no Peru que é difícil manter a atenção em apenas um tema. A situação de Montesinos foi destaque por um par de dias, mas agora já existem outras coisas, como um pedido do Força Popular (partido de Keiko Fujimori) para que a OEA interfira no resultado da eleição.

Outra questão que foi levantada é que os áudios fazem parecer que Montesinos teria mais poder do que ele tem. Montesinos fala sobre subornar as autoridades, fala como fazer. Mas afirmar que mediante o contato de Montesinos se conseguiu algum resultado, é diferente.

O que acontece a partir de agora? Afeta de alguma maneira a credibilidade das eleições? Há implicações legais?

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É uma peça a mais nesta engrenagem que claramente afetou a integridade das eleições peruanas. Em múltiplas frentes se tentou manchar o processo e creio que esse é um elemento a mais que colabora com essa imagem e percepção de que houve irregularidades. É um efeito que se forma em conjunto com outros fatores.

E, certamente, também haverá implicações legais. Não apenas para o preso (Montesinos), que deve perder esse privilégio de poder ligar para qualquer pessoa de dentro de uma prisão de segurança máxima, como também para o sistema prisional e para as forças armadas, que terão de apurar as responsabilidades pelo que se passou. 

A notícia de que o ex-chefe de Inteligência do Peru Vladimiro Montesinos, atualmente preso em uma base naval, tentou subornar juízes eleitorais para favorecer Keiko Fujimori nas eleições presidenciais deste ano deixou os peruanos surpresos. Mas o episódio, segundo o professor de ciências políticas da Universidade Católica do Peru Arturo Maldonado, é mais um elemento que colabora com a imagem e a percepção de que houve irregularidades no processo.

Qual foi a reação da sociedade peruana aos áudios de Montesinos?

A primeira reação da sociedade aos áudios e à participação de Vladimiro Montesinos foi de surpresa. Mesmo 20 anos depois da queda do regime de Fujimori e da divulgação dos vídeos originais em que ele aparece subornando políticos, impressiona que, de dentro de uma prisão de segurança máxima, ele ainda tenha algum papel na vida política nacional.

Vladimiro Montesinos, ex-chefe da Inteligência peruana, depõe no julgamento do ex-presidente Alberto Fujimori. Foto: REUTERS/Enrique Castro-Mendivil (06/06/2014)

A reação política, no entanto, variou de acordo com o lado da polarização política. Entre os apoiadores de (Pedro) Castillo, a esquerda e o antifujimorismo, a narrativa é de que Montesinos tentou favorecer a campanha de Keiko Fujimori de forma corrupta, ao mesmo tempo em que deslegitimou o entorno da campanha, por não terem tido sucesso em seus pedidos à Justiça. No lado de Keiko, as reações são mais discretas e, em geral, afirmam que os áudios seriam falsos.

Por que o tema não reverberou com mais intensidade na sociedade peruana? 

Estão ocorrendo tantas coisas em paralelo no Peru que é difícil manter a atenção em apenas um tema. A situação de Montesinos foi destaque por um par de dias, mas agora já existem outras coisas, como um pedido do Força Popular (partido de Keiko Fujimori) para que a OEA interfira no resultado da eleição.

Outra questão que foi levantada é que os áudios fazem parecer que Montesinos teria mais poder do que ele tem. Montesinos fala sobre subornar as autoridades, fala como fazer. Mas afirmar que mediante o contato de Montesinos se conseguiu algum resultado, é diferente.

O que acontece a partir de agora? Afeta de alguma maneira a credibilidade das eleições? Há implicações legais?

É uma peça a mais nesta engrenagem que claramente afetou a integridade das eleições peruanas. Em múltiplas frentes se tentou manchar o processo e creio que esse é um elemento a mais que colabora com essa imagem e percepção de que houve irregularidades. É um efeito que se forma em conjunto com outros fatores.

E, certamente, também haverá implicações legais. Não apenas para o preso (Montesinos), que deve perder esse privilégio de poder ligar para qualquer pessoa de dentro de uma prisão de segurança máxima, como também para o sistema prisional e para as forças armadas, que terão de apurar as responsabilidades pelo que se passou. 

A notícia de que o ex-chefe de Inteligência do Peru Vladimiro Montesinos, atualmente preso em uma base naval, tentou subornar juízes eleitorais para favorecer Keiko Fujimori nas eleições presidenciais deste ano deixou os peruanos surpresos. Mas o episódio, segundo o professor de ciências políticas da Universidade Católica do Peru Arturo Maldonado, é mais um elemento que colabora com a imagem e a percepção de que houve irregularidades no processo.

Qual foi a reação da sociedade peruana aos áudios de Montesinos?

A primeira reação da sociedade aos áudios e à participação de Vladimiro Montesinos foi de surpresa. Mesmo 20 anos depois da queda do regime de Fujimori e da divulgação dos vídeos originais em que ele aparece subornando políticos, impressiona que, de dentro de uma prisão de segurança máxima, ele ainda tenha algum papel na vida política nacional.

Vladimiro Montesinos, ex-chefe da Inteligência peruana, depõe no julgamento do ex-presidente Alberto Fujimori. Foto: REUTERS/Enrique Castro-Mendivil (06/06/2014)

A reação política, no entanto, variou de acordo com o lado da polarização política. Entre os apoiadores de (Pedro) Castillo, a esquerda e o antifujimorismo, a narrativa é de que Montesinos tentou favorecer a campanha de Keiko Fujimori de forma corrupta, ao mesmo tempo em que deslegitimou o entorno da campanha, por não terem tido sucesso em seus pedidos à Justiça. No lado de Keiko, as reações são mais discretas e, em geral, afirmam que os áudios seriam falsos.

Por que o tema não reverberou com mais intensidade na sociedade peruana? 

Estão ocorrendo tantas coisas em paralelo no Peru que é difícil manter a atenção em apenas um tema. A situação de Montesinos foi destaque por um par de dias, mas agora já existem outras coisas, como um pedido do Força Popular (partido de Keiko Fujimori) para que a OEA interfira no resultado da eleição.

Outra questão que foi levantada é que os áudios fazem parecer que Montesinos teria mais poder do que ele tem. Montesinos fala sobre subornar as autoridades, fala como fazer. Mas afirmar que mediante o contato de Montesinos se conseguiu algum resultado, é diferente.

O que acontece a partir de agora? Afeta de alguma maneira a credibilidade das eleições? Há implicações legais?

É uma peça a mais nesta engrenagem que claramente afetou a integridade das eleições peruanas. Em múltiplas frentes se tentou manchar o processo e creio que esse é um elemento a mais que colabora com essa imagem e percepção de que houve irregularidades. É um efeito que se forma em conjunto com outros fatores.

E, certamente, também haverá implicações legais. Não apenas para o preso (Montesinos), que deve perder esse privilégio de poder ligar para qualquer pessoa de dentro de uma prisão de segurança máxima, como também para o sistema prisional e para as forças armadas, que terão de apurar as responsabilidades pelo que se passou. 

A notícia de que o ex-chefe de Inteligência do Peru Vladimiro Montesinos, atualmente preso em uma base naval, tentou subornar juízes eleitorais para favorecer Keiko Fujimori nas eleições presidenciais deste ano deixou os peruanos surpresos. Mas o episódio, segundo o professor de ciências políticas da Universidade Católica do Peru Arturo Maldonado, é mais um elemento que colabora com a imagem e a percepção de que houve irregularidades no processo.

Qual foi a reação da sociedade peruana aos áudios de Montesinos?

A primeira reação da sociedade aos áudios e à participação de Vladimiro Montesinos foi de surpresa. Mesmo 20 anos depois da queda do regime de Fujimori e da divulgação dos vídeos originais em que ele aparece subornando políticos, impressiona que, de dentro de uma prisão de segurança máxima, ele ainda tenha algum papel na vida política nacional.

Vladimiro Montesinos, ex-chefe da Inteligência peruana, depõe no julgamento do ex-presidente Alberto Fujimori. Foto: REUTERS/Enrique Castro-Mendivil (06/06/2014)

A reação política, no entanto, variou de acordo com o lado da polarização política. Entre os apoiadores de (Pedro) Castillo, a esquerda e o antifujimorismo, a narrativa é de que Montesinos tentou favorecer a campanha de Keiko Fujimori de forma corrupta, ao mesmo tempo em que deslegitimou o entorno da campanha, por não terem tido sucesso em seus pedidos à Justiça. No lado de Keiko, as reações são mais discretas e, em geral, afirmam que os áudios seriam falsos.

Por que o tema não reverberou com mais intensidade na sociedade peruana? 

Estão ocorrendo tantas coisas em paralelo no Peru que é difícil manter a atenção em apenas um tema. A situação de Montesinos foi destaque por um par de dias, mas agora já existem outras coisas, como um pedido do Força Popular (partido de Keiko Fujimori) para que a OEA interfira no resultado da eleição.

Outra questão que foi levantada é que os áudios fazem parecer que Montesinos teria mais poder do que ele tem. Montesinos fala sobre subornar as autoridades, fala como fazer. Mas afirmar que mediante o contato de Montesinos se conseguiu algum resultado, é diferente.

O que acontece a partir de agora? Afeta de alguma maneira a credibilidade das eleições? Há implicações legais?

É uma peça a mais nesta engrenagem que claramente afetou a integridade das eleições peruanas. Em múltiplas frentes se tentou manchar o processo e creio que esse é um elemento a mais que colabora com essa imagem e percepção de que houve irregularidades. É um efeito que se forma em conjunto com outros fatores.

E, certamente, também haverá implicações legais. Não apenas para o preso (Montesinos), que deve perder esse privilégio de poder ligar para qualquer pessoa de dentro de uma prisão de segurança máxima, como também para o sistema prisional e para as forças armadas, que terão de apurar as responsabilidades pelo que se passou. 

A notícia de que o ex-chefe de Inteligência do Peru Vladimiro Montesinos, atualmente preso em uma base naval, tentou subornar juízes eleitorais para favorecer Keiko Fujimori nas eleições presidenciais deste ano deixou os peruanos surpresos. Mas o episódio, segundo o professor de ciências políticas da Universidade Católica do Peru Arturo Maldonado, é mais um elemento que colabora com a imagem e a percepção de que houve irregularidades no processo.

Qual foi a reação da sociedade peruana aos áudios de Montesinos?

A primeira reação da sociedade aos áudios e à participação de Vladimiro Montesinos foi de surpresa. Mesmo 20 anos depois da queda do regime de Fujimori e da divulgação dos vídeos originais em que ele aparece subornando políticos, impressiona que, de dentro de uma prisão de segurança máxima, ele ainda tenha algum papel na vida política nacional.

Vladimiro Montesinos, ex-chefe da Inteligência peruana, depõe no julgamento do ex-presidente Alberto Fujimori. Foto: REUTERS/Enrique Castro-Mendivil (06/06/2014)

A reação política, no entanto, variou de acordo com o lado da polarização política. Entre os apoiadores de (Pedro) Castillo, a esquerda e o antifujimorismo, a narrativa é de que Montesinos tentou favorecer a campanha de Keiko Fujimori de forma corrupta, ao mesmo tempo em que deslegitimou o entorno da campanha, por não terem tido sucesso em seus pedidos à Justiça. No lado de Keiko, as reações são mais discretas e, em geral, afirmam que os áudios seriam falsos.

Por que o tema não reverberou com mais intensidade na sociedade peruana? 

Estão ocorrendo tantas coisas em paralelo no Peru que é difícil manter a atenção em apenas um tema. A situação de Montesinos foi destaque por um par de dias, mas agora já existem outras coisas, como um pedido do Força Popular (partido de Keiko Fujimori) para que a OEA interfira no resultado da eleição.

Outra questão que foi levantada é que os áudios fazem parecer que Montesinos teria mais poder do que ele tem. Montesinos fala sobre subornar as autoridades, fala como fazer. Mas afirmar que mediante o contato de Montesinos se conseguiu algum resultado, é diferente.

O que acontece a partir de agora? Afeta de alguma maneira a credibilidade das eleições? Há implicações legais?

É uma peça a mais nesta engrenagem que claramente afetou a integridade das eleições peruanas. Em múltiplas frentes se tentou manchar o processo e creio que esse é um elemento a mais que colabora com essa imagem e percepção de que houve irregularidades. É um efeito que se forma em conjunto com outros fatores.

E, certamente, também haverá implicações legais. Não apenas para o preso (Montesinos), que deve perder esse privilégio de poder ligar para qualquer pessoa de dentro de uma prisão de segurança máxima, como também para o sistema prisional e para as forças armadas, que terão de apurar as responsabilidades pelo que se passou. 

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