PARIS - Conhecida por sua oferta cultural, a cidade de Paris, na França, ganha em 2021 novos museus e reinaugura espaços fechados, um respiro para o setor, que enfrentou 15 meses de restrições e uma de suas piores crises econômicas, e um aceno para os turistas que voltam a procurar a cidade.
Em maio, o relaxamento das medidas de restrição impostas pela pandemia permitiu a abertura do Bourse de Commerce- Pinault Collection, inicialmente prevista para 2020. O museu, localizado no prédio histórico de 1767, exibe em dez galerias as obras adquiridas pelo bilionário François Pinault.
No mesmo mês, a cidade celebrou a inauguração da Maison de Victor Hugo, fechada para reformas em 2019, após uma série de adiamentos em decorrência da pandemia. O Musée Carnavalet, fechado há quatro anos também por reformas, voltou a receber visitantes também em maio.
Em 12 de junho, o Hôtel de la Marine, antigo quartel-general com mais de 250 anos e cuja história é ligada à Revolução francesa, voltou a funcionar após um hiato de mais de 4 anos.
E, no fim do ano, a cidade deve ganhar mais uma atração: a Maison de Serge Gainsbourg, um museu montado na casa em que o famoso cantor francês morou por mais de 20 anos e que permanece intacta desde a sua morte, em 1991.
As reaberturas e inaugurações são um respiro para o setor, um dos mais atingidos pela pandemia do coronavírus. Em 2020, as restrições sanitárias levaram ao fechamento temporário de cerca de 90% dos museus em todo o mundo. O Louvre, fechado por 150 dias em 2020, registrou cerca de 2,7 milhões de visitantes no último ano– contra 9,6 milhões em 2019. Na Europa, o setor cultural, como um todo, perdeu aproximadamente 31% das suas receitas.
O boom cultural pode também ajudar a reativar o turismo em uma cidade que depende, em parte, dele. Segundo destino mais visitado do mundo, Paris recebeu 19 milhões de turistas internacionais em 2019, de acordo com a Business Insider. No ano passado, a cidade registrou 33,1 milhões de visitantes (nacionais e internacionais) a menos, um impacto negativo de US$ 15,5 bilhões nas receitas do setor.
A reabertura gradual e o relaxamento de restrições para visitantes estrangeiros (desde o dia 9 de junho, turistas vacinados que venham de países “verdes”, onde a covid-19 está controlada, podem entrar no país sem apresentar um teste negativo para a doença) trazem projeções mais otimistas que as do ano passado. O Escritório de Turismo, no entanto, espera que Paris receba cinco milhões de turistas neste verão (hemisfério norte), metade do número registrado em 2019.