PORTO PRÍNCIPE - Um grupo importante de diplomatas internacionais sinalizou neste sábado, 17, apoio ao primeiro-ministro designado do Haiti na primeira declaração desse tipo após o assassinato do presidente Jovenel Moïse. O movimento surpreendeu muitos porque ocorreu sem mencionar o primeiro-ministro interino, que atualmente dirige o país.
O primeiro-ministro interino, Claude Joseph, lidera Haiti com o apoio da polícia e dos militares e se comprometeu a trabalhar com todos -- incluindo o primeiro-ministro nomeado, Ariel Henry, e Joseph Lambert, o chefe do inativo Senado do Haiti. O comunicado foi divulgado pelo Core Group, composto por embaixadores da Alemanha, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, União Européia e representantes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos. O grupo pediu a criação de “um governo consensual e inclusivo”.
“Para este fim, incentiva fortemente o primeiro-ministro designado, Ariel Henry, a continuar a missão que lhe foi confiada para formar tal governo”, disse o grupo.
Moïse designou Henry como primeiro-ministro para substituir Joseph um dia antes de ele ser morto, mas Joseph e seus aliados argumentam que Henry nunca foi empossado. Apoiadores de Lambert recentemente divulgaram uma declaração apoiando-o como presidente provisório do país. Nesta semana, a TV colombiana apontou Joseph como um dos mentores da morte de Moïse.
Autoridades dos EUA e da ONU não puderam ser contatadas imediatamente para comentar o assunto. Henry e os porta-vozes de Joseph e da OEA não retornaram pedidos da reporatgem.
O grupo também pediu que “todos os atores políticos, econômicos e da sociedade civil do país apoiem totalmente as autoridades em seus esforços para restaurar a segurança”.
O comunicado foi divulgado mais de uma semana depois que Moïse foi morto por homens armados que invadiram sua casa particular em um ataque que, segundo as autoridades, envolveu haitianos, haitianos-americanos e ex-soldados colombianos. / AP