Enchentes na Espanha: ao menos 89 pessoas estão desaparecidas; veja fotos dos locais atingidos


Ao menos 217 pessoas morream quando comunidades inteiras foram inundadas por enchentes nos dias 29 e 30 de outubro

Por Hernán Muñoz e Joseph Wilson
Atualização:

Francisco Murgui saiu para tentar salvar sua motocicleta quando a água começou a subir.

Ele nunca mais voltou.

Uma semana depois que uma enchente catastrófica devastou o leste da Espanha, María Murgui ainda mantém a esperança de que seu pai desaparecido esteja vivo.

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“Ele era como muitas pessoas da cidade que saíram para levar seu carro ou motocicleta para um lugar seguro”, disse a jovem de 27 anos à The Associated Press. “A enchente o pegou do lado de fora e ele teve que se agarrar a uma árvore para não se afogar. Ele nos ligou para dizer que estava bem, que não deveríamos nos preocupar.”

Mas quando María saiu pelas ruas de Sedaví para tentar resgatá-lo da água que levava tudo em seu caminho, ele não estava em lugar nenhum.

“Ele aguentou até a 1h da manhã”, disse ela. “Às 2h, saí com um vizinho e uma corda para tentar localizá-lo. Mas não conseguimos. Mas não conseguimos encontrá-lo. E desde então, não ouvimos mais nada sobre ele.”

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As autoridades espanholas divulgaram sua primeira contagem de desaparecidos na terça-feira, 5, quando um tribunal de Valência disse que 89 pessoas foram confirmadas como desaparecidas.

Pessoa caminha pela rua em meio a móveis e lixo empilhados após enchentes na Espanha Foto: Emilio Morenatti/AP

Críticas às autoridades regionais

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O número corresponde apenas à região leste de Valência, onde 211 das 217 mortes confirmadas ocorreram quando comunidades inteiras foram inundadas por enchentes semelhantes a tsunamis nos dias 29 e 30 de outubro. A maioria das pessoas foi pega de surpresa pelo dilúvio. As autoridades regionais foram duramente criticadas por terem emitido alertas para telefones celulares cerca de duas horas após o início do desastre.

O Tribunal Superior de Valência disse que o número foi baseado nos casos em que as famílias forneceram informações e amostras biológicas de seus entes queridos não localizados. Acrescentou que poderia facilmente haver mais pessoas desaparecidas cujas famílias não informaram oficialmente às autoridades.

O tribunal disse que 133 dos mortos foram identificados por meio de impressões digitais ou amostras de DNA. Outros 62 corpos permanecem sem identificação.

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“Não sabemos mais o que fazer”

A emissora estatal espanhola RTVE tem mostrado um fluxo constante de apelos de pessoas em busca de familiares.

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A própria María Murgui postou uma mensagem de desaparecimento nas mídias sociais com uma foto de seu pai, um aposentado de 57 anos.

“É como andar em uma montanha-russa. Às vezes me sinto muito mal e às vezes me sinto melhor. Tento me manter positiva”, disse ela. “Isso é realmente uma loucura. Não sabemos mais o que fazer. Nem ninguém mais na cidade.”

Maria Carmen senta-se ao lado de seus pertences do lado de fora de sua casa após as enchentes em Paiporta (Espanha) Foto: Emilio Morenatti/AP
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Pacote de ajuda

Enquanto isso, os gigantescos esforços de recuperação em Sedaví e em dezenas de outras comunidades avançaram lentamente.

O governo central aprovou na terça-feira um pacote de ajuda de € 10,6 bilhões para 78 comunidades onde pelo menos uma pessoa morreu em decorrência das enchentes. O primeiro-ministro Pedro Sánchez comparou-o às medidas tomadas durante a pandemia de Covid-19.

O pacote inclui pagamentos diretos de € 20.000 a € 60.000 aos proprietários de casas danificadas e ajuda financeira para empresas e governos municipais.

“Ainda temos muito trabalho a fazer, e sabemos disso”, disse Sánchez.

Sánchez disse que pedirá à União Europeia para ajudar a pagar pelo auxílio, dizendo que “é hora de a União Europeia ajudar”.

Roupas sujas penduradas em janela; marcas na parede mostram até que altura a casa foi atingida pela enchente Foto: Emilio Morenatti/AP

Escassez de produtos básicos

Muitas pessoas ainda estão sem produtos básicos em meio a cenas de devastação

As enchentes deixaram para trás cenas pós-apocalípticas.

Cidade após cidade, as ruas ainda estão cobertas de lama marrom espessa e montes de pertences em ruínas, aglomerados de vegetação apodrecida e veículos destruídos. Um mau cheiro surge da lama.

Em muitos lugares, as pessoas ainda enfrentam escassez de produtos básicos, e filas se formam em cozinhas de emergência improvisadas e barracas que distribuem alimentos. A água está voltando a correr, mas as autoridades dizem que ela não é própria para beber.

Os andares térreos de milhares de casas foram destruídos. Teme-se que dentro de alguns dos veículos que foram levados pelas águas ou que ficaram presos em garagens subterrâneas possam haver corpos esperando para serem recuperados.

Policiais removem lama de rua afetada pelas enchentes Foto: Emilio Morenatti/AP

Lama na realeza

Milhares de soldados estão trabalhando com bombeiros e reforços policiais na imensa resposta de emergência. Oficiais e tropas estão fazendo buscas em casas destruídas e nos inúmeros carros espalhados pelas rodovias e ruas ou alojados na lama em canais e desfiladeiros.

As autoridades estão preocupadas com outros problemas de saúde após o desastre natural mais mortal da história recente da Espanha. Elas pediram que as pessoas tomem vacinas contra o tétano, tratem os ferimentos para evitar infecções e limpem a lama da pele. Muitas pessoas usam máscaras faciais.

Milhares de voluntários estão ajudando, mas a frustração com o gerenciamento da crise explodiu no domingo, quando uma multidão em Paiporta, cidade duramente atingida, atirou lama e outros objetos contra a realeza espanhola, Sánchez e autoridades regionais. Foi a primeira visita deles ao epicentro dos danos causados pelas enchentes.

Francisco Murgui saiu para tentar salvar sua motocicleta quando a água começou a subir.

Ele nunca mais voltou.

Uma semana depois que uma enchente catastrófica devastou o leste da Espanha, María Murgui ainda mantém a esperança de que seu pai desaparecido esteja vivo.

“Ele era como muitas pessoas da cidade que saíram para levar seu carro ou motocicleta para um lugar seguro”, disse a jovem de 27 anos à The Associated Press. “A enchente o pegou do lado de fora e ele teve que se agarrar a uma árvore para não se afogar. Ele nos ligou para dizer que estava bem, que não deveríamos nos preocupar.”

Mas quando María saiu pelas ruas de Sedaví para tentar resgatá-lo da água que levava tudo em seu caminho, ele não estava em lugar nenhum.

“Ele aguentou até a 1h da manhã”, disse ela. “Às 2h, saí com um vizinho e uma corda para tentar localizá-lo. Mas não conseguimos. Mas não conseguimos encontrá-lo. E desde então, não ouvimos mais nada sobre ele.”

As autoridades espanholas divulgaram sua primeira contagem de desaparecidos na terça-feira, 5, quando um tribunal de Valência disse que 89 pessoas foram confirmadas como desaparecidas.

Pessoa caminha pela rua em meio a móveis e lixo empilhados após enchentes na Espanha Foto: Emilio Morenatti/AP

Críticas às autoridades regionais

O número corresponde apenas à região leste de Valência, onde 211 das 217 mortes confirmadas ocorreram quando comunidades inteiras foram inundadas por enchentes semelhantes a tsunamis nos dias 29 e 30 de outubro. A maioria das pessoas foi pega de surpresa pelo dilúvio. As autoridades regionais foram duramente criticadas por terem emitido alertas para telefones celulares cerca de duas horas após o início do desastre.

O Tribunal Superior de Valência disse que o número foi baseado nos casos em que as famílias forneceram informações e amostras biológicas de seus entes queridos não localizados. Acrescentou que poderia facilmente haver mais pessoas desaparecidas cujas famílias não informaram oficialmente às autoridades.

O tribunal disse que 133 dos mortos foram identificados por meio de impressões digitais ou amostras de DNA. Outros 62 corpos permanecem sem identificação.

“Não sabemos mais o que fazer”

A emissora estatal espanhola RTVE tem mostrado um fluxo constante de apelos de pessoas em busca de familiares.

A própria María Murgui postou uma mensagem de desaparecimento nas mídias sociais com uma foto de seu pai, um aposentado de 57 anos.

“É como andar em uma montanha-russa. Às vezes me sinto muito mal e às vezes me sinto melhor. Tento me manter positiva”, disse ela. “Isso é realmente uma loucura. Não sabemos mais o que fazer. Nem ninguém mais na cidade.”

Maria Carmen senta-se ao lado de seus pertences do lado de fora de sua casa após as enchentes em Paiporta (Espanha) Foto: Emilio Morenatti/AP

Pacote de ajuda

Enquanto isso, os gigantescos esforços de recuperação em Sedaví e em dezenas de outras comunidades avançaram lentamente.

O governo central aprovou na terça-feira um pacote de ajuda de € 10,6 bilhões para 78 comunidades onde pelo menos uma pessoa morreu em decorrência das enchentes. O primeiro-ministro Pedro Sánchez comparou-o às medidas tomadas durante a pandemia de Covid-19.

O pacote inclui pagamentos diretos de € 20.000 a € 60.000 aos proprietários de casas danificadas e ajuda financeira para empresas e governos municipais.

“Ainda temos muito trabalho a fazer, e sabemos disso”, disse Sánchez.

Sánchez disse que pedirá à União Europeia para ajudar a pagar pelo auxílio, dizendo que “é hora de a União Europeia ajudar”.

Roupas sujas penduradas em janela; marcas na parede mostram até que altura a casa foi atingida pela enchente Foto: Emilio Morenatti/AP

Escassez de produtos básicos

Muitas pessoas ainda estão sem produtos básicos em meio a cenas de devastação

As enchentes deixaram para trás cenas pós-apocalípticas.

Cidade após cidade, as ruas ainda estão cobertas de lama marrom espessa e montes de pertences em ruínas, aglomerados de vegetação apodrecida e veículos destruídos. Um mau cheiro surge da lama.

Em muitos lugares, as pessoas ainda enfrentam escassez de produtos básicos, e filas se formam em cozinhas de emergência improvisadas e barracas que distribuem alimentos. A água está voltando a correr, mas as autoridades dizem que ela não é própria para beber.

Os andares térreos de milhares de casas foram destruídos. Teme-se que dentro de alguns dos veículos que foram levados pelas águas ou que ficaram presos em garagens subterrâneas possam haver corpos esperando para serem recuperados.

Policiais removem lama de rua afetada pelas enchentes Foto: Emilio Morenatti/AP

Lama na realeza

Milhares de soldados estão trabalhando com bombeiros e reforços policiais na imensa resposta de emergência. Oficiais e tropas estão fazendo buscas em casas destruídas e nos inúmeros carros espalhados pelas rodovias e ruas ou alojados na lama em canais e desfiladeiros.

As autoridades estão preocupadas com outros problemas de saúde após o desastre natural mais mortal da história recente da Espanha. Elas pediram que as pessoas tomem vacinas contra o tétano, tratem os ferimentos para evitar infecções e limpem a lama da pele. Muitas pessoas usam máscaras faciais.

Milhares de voluntários estão ajudando, mas a frustração com o gerenciamento da crise explodiu no domingo, quando uma multidão em Paiporta, cidade duramente atingida, atirou lama e outros objetos contra a realeza espanhola, Sánchez e autoridades regionais. Foi a primeira visita deles ao epicentro dos danos causados pelas enchentes.

Francisco Murgui saiu para tentar salvar sua motocicleta quando a água começou a subir.

Ele nunca mais voltou.

Uma semana depois que uma enchente catastrófica devastou o leste da Espanha, María Murgui ainda mantém a esperança de que seu pai desaparecido esteja vivo.

“Ele era como muitas pessoas da cidade que saíram para levar seu carro ou motocicleta para um lugar seguro”, disse a jovem de 27 anos à The Associated Press. “A enchente o pegou do lado de fora e ele teve que se agarrar a uma árvore para não se afogar. Ele nos ligou para dizer que estava bem, que não deveríamos nos preocupar.”

Mas quando María saiu pelas ruas de Sedaví para tentar resgatá-lo da água que levava tudo em seu caminho, ele não estava em lugar nenhum.

“Ele aguentou até a 1h da manhã”, disse ela. “Às 2h, saí com um vizinho e uma corda para tentar localizá-lo. Mas não conseguimos. Mas não conseguimos encontrá-lo. E desde então, não ouvimos mais nada sobre ele.”

As autoridades espanholas divulgaram sua primeira contagem de desaparecidos na terça-feira, 5, quando um tribunal de Valência disse que 89 pessoas foram confirmadas como desaparecidas.

Pessoa caminha pela rua em meio a móveis e lixo empilhados após enchentes na Espanha Foto: Emilio Morenatti/AP

Críticas às autoridades regionais

O número corresponde apenas à região leste de Valência, onde 211 das 217 mortes confirmadas ocorreram quando comunidades inteiras foram inundadas por enchentes semelhantes a tsunamis nos dias 29 e 30 de outubro. A maioria das pessoas foi pega de surpresa pelo dilúvio. As autoridades regionais foram duramente criticadas por terem emitido alertas para telefones celulares cerca de duas horas após o início do desastre.

O Tribunal Superior de Valência disse que o número foi baseado nos casos em que as famílias forneceram informações e amostras biológicas de seus entes queridos não localizados. Acrescentou que poderia facilmente haver mais pessoas desaparecidas cujas famílias não informaram oficialmente às autoridades.

O tribunal disse que 133 dos mortos foram identificados por meio de impressões digitais ou amostras de DNA. Outros 62 corpos permanecem sem identificação.

“Não sabemos mais o que fazer”

A emissora estatal espanhola RTVE tem mostrado um fluxo constante de apelos de pessoas em busca de familiares.

A própria María Murgui postou uma mensagem de desaparecimento nas mídias sociais com uma foto de seu pai, um aposentado de 57 anos.

“É como andar em uma montanha-russa. Às vezes me sinto muito mal e às vezes me sinto melhor. Tento me manter positiva”, disse ela. “Isso é realmente uma loucura. Não sabemos mais o que fazer. Nem ninguém mais na cidade.”

Maria Carmen senta-se ao lado de seus pertences do lado de fora de sua casa após as enchentes em Paiporta (Espanha) Foto: Emilio Morenatti/AP

Pacote de ajuda

Enquanto isso, os gigantescos esforços de recuperação em Sedaví e em dezenas de outras comunidades avançaram lentamente.

O governo central aprovou na terça-feira um pacote de ajuda de € 10,6 bilhões para 78 comunidades onde pelo menos uma pessoa morreu em decorrência das enchentes. O primeiro-ministro Pedro Sánchez comparou-o às medidas tomadas durante a pandemia de Covid-19.

O pacote inclui pagamentos diretos de € 20.000 a € 60.000 aos proprietários de casas danificadas e ajuda financeira para empresas e governos municipais.

“Ainda temos muito trabalho a fazer, e sabemos disso”, disse Sánchez.

Sánchez disse que pedirá à União Europeia para ajudar a pagar pelo auxílio, dizendo que “é hora de a União Europeia ajudar”.

Roupas sujas penduradas em janela; marcas na parede mostram até que altura a casa foi atingida pela enchente Foto: Emilio Morenatti/AP

Escassez de produtos básicos

Muitas pessoas ainda estão sem produtos básicos em meio a cenas de devastação

As enchentes deixaram para trás cenas pós-apocalípticas.

Cidade após cidade, as ruas ainda estão cobertas de lama marrom espessa e montes de pertences em ruínas, aglomerados de vegetação apodrecida e veículos destruídos. Um mau cheiro surge da lama.

Em muitos lugares, as pessoas ainda enfrentam escassez de produtos básicos, e filas se formam em cozinhas de emergência improvisadas e barracas que distribuem alimentos. A água está voltando a correr, mas as autoridades dizem que ela não é própria para beber.

Os andares térreos de milhares de casas foram destruídos. Teme-se que dentro de alguns dos veículos que foram levados pelas águas ou que ficaram presos em garagens subterrâneas possam haver corpos esperando para serem recuperados.

Policiais removem lama de rua afetada pelas enchentes Foto: Emilio Morenatti/AP

Lama na realeza

Milhares de soldados estão trabalhando com bombeiros e reforços policiais na imensa resposta de emergência. Oficiais e tropas estão fazendo buscas em casas destruídas e nos inúmeros carros espalhados pelas rodovias e ruas ou alojados na lama em canais e desfiladeiros.

As autoridades estão preocupadas com outros problemas de saúde após o desastre natural mais mortal da história recente da Espanha. Elas pediram que as pessoas tomem vacinas contra o tétano, tratem os ferimentos para evitar infecções e limpem a lama da pele. Muitas pessoas usam máscaras faciais.

Milhares de voluntários estão ajudando, mas a frustração com o gerenciamento da crise explodiu no domingo, quando uma multidão em Paiporta, cidade duramente atingida, atirou lama e outros objetos contra a realeza espanhola, Sánchez e autoridades regionais. Foi a primeira visita deles ao epicentro dos danos causados pelas enchentes.

Francisco Murgui saiu para tentar salvar sua motocicleta quando a água começou a subir.

Ele nunca mais voltou.

Uma semana depois que uma enchente catastrófica devastou o leste da Espanha, María Murgui ainda mantém a esperança de que seu pai desaparecido esteja vivo.

“Ele era como muitas pessoas da cidade que saíram para levar seu carro ou motocicleta para um lugar seguro”, disse a jovem de 27 anos à The Associated Press. “A enchente o pegou do lado de fora e ele teve que se agarrar a uma árvore para não se afogar. Ele nos ligou para dizer que estava bem, que não deveríamos nos preocupar.”

Mas quando María saiu pelas ruas de Sedaví para tentar resgatá-lo da água que levava tudo em seu caminho, ele não estava em lugar nenhum.

“Ele aguentou até a 1h da manhã”, disse ela. “Às 2h, saí com um vizinho e uma corda para tentar localizá-lo. Mas não conseguimos. Mas não conseguimos encontrá-lo. E desde então, não ouvimos mais nada sobre ele.”

As autoridades espanholas divulgaram sua primeira contagem de desaparecidos na terça-feira, 5, quando um tribunal de Valência disse que 89 pessoas foram confirmadas como desaparecidas.

Pessoa caminha pela rua em meio a móveis e lixo empilhados após enchentes na Espanha Foto: Emilio Morenatti/AP

Críticas às autoridades regionais

O número corresponde apenas à região leste de Valência, onde 211 das 217 mortes confirmadas ocorreram quando comunidades inteiras foram inundadas por enchentes semelhantes a tsunamis nos dias 29 e 30 de outubro. A maioria das pessoas foi pega de surpresa pelo dilúvio. As autoridades regionais foram duramente criticadas por terem emitido alertas para telefones celulares cerca de duas horas após o início do desastre.

O Tribunal Superior de Valência disse que o número foi baseado nos casos em que as famílias forneceram informações e amostras biológicas de seus entes queridos não localizados. Acrescentou que poderia facilmente haver mais pessoas desaparecidas cujas famílias não informaram oficialmente às autoridades.

O tribunal disse que 133 dos mortos foram identificados por meio de impressões digitais ou amostras de DNA. Outros 62 corpos permanecem sem identificação.

“Não sabemos mais o que fazer”

A emissora estatal espanhola RTVE tem mostrado um fluxo constante de apelos de pessoas em busca de familiares.

A própria María Murgui postou uma mensagem de desaparecimento nas mídias sociais com uma foto de seu pai, um aposentado de 57 anos.

“É como andar em uma montanha-russa. Às vezes me sinto muito mal e às vezes me sinto melhor. Tento me manter positiva”, disse ela. “Isso é realmente uma loucura. Não sabemos mais o que fazer. Nem ninguém mais na cidade.”

Maria Carmen senta-se ao lado de seus pertences do lado de fora de sua casa após as enchentes em Paiporta (Espanha) Foto: Emilio Morenatti/AP

Pacote de ajuda

Enquanto isso, os gigantescos esforços de recuperação em Sedaví e em dezenas de outras comunidades avançaram lentamente.

O governo central aprovou na terça-feira um pacote de ajuda de € 10,6 bilhões para 78 comunidades onde pelo menos uma pessoa morreu em decorrência das enchentes. O primeiro-ministro Pedro Sánchez comparou-o às medidas tomadas durante a pandemia de Covid-19.

O pacote inclui pagamentos diretos de € 20.000 a € 60.000 aos proprietários de casas danificadas e ajuda financeira para empresas e governos municipais.

“Ainda temos muito trabalho a fazer, e sabemos disso”, disse Sánchez.

Sánchez disse que pedirá à União Europeia para ajudar a pagar pelo auxílio, dizendo que “é hora de a União Europeia ajudar”.

Roupas sujas penduradas em janela; marcas na parede mostram até que altura a casa foi atingida pela enchente Foto: Emilio Morenatti/AP

Escassez de produtos básicos

Muitas pessoas ainda estão sem produtos básicos em meio a cenas de devastação

As enchentes deixaram para trás cenas pós-apocalípticas.

Cidade após cidade, as ruas ainda estão cobertas de lama marrom espessa e montes de pertences em ruínas, aglomerados de vegetação apodrecida e veículos destruídos. Um mau cheiro surge da lama.

Em muitos lugares, as pessoas ainda enfrentam escassez de produtos básicos, e filas se formam em cozinhas de emergência improvisadas e barracas que distribuem alimentos. A água está voltando a correr, mas as autoridades dizem que ela não é própria para beber.

Os andares térreos de milhares de casas foram destruídos. Teme-se que dentro de alguns dos veículos que foram levados pelas águas ou que ficaram presos em garagens subterrâneas possam haver corpos esperando para serem recuperados.

Policiais removem lama de rua afetada pelas enchentes Foto: Emilio Morenatti/AP

Lama na realeza

Milhares de soldados estão trabalhando com bombeiros e reforços policiais na imensa resposta de emergência. Oficiais e tropas estão fazendo buscas em casas destruídas e nos inúmeros carros espalhados pelas rodovias e ruas ou alojados na lama em canais e desfiladeiros.

As autoridades estão preocupadas com outros problemas de saúde após o desastre natural mais mortal da história recente da Espanha. Elas pediram que as pessoas tomem vacinas contra o tétano, tratem os ferimentos para evitar infecções e limpem a lama da pele. Muitas pessoas usam máscaras faciais.

Milhares de voluntários estão ajudando, mas a frustração com o gerenciamento da crise explodiu no domingo, quando uma multidão em Paiporta, cidade duramente atingida, atirou lama e outros objetos contra a realeza espanhola, Sánchez e autoridades regionais. Foi a primeira visita deles ao epicentro dos danos causados pelas enchentes.

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