Entenda a crise no Kosovo e relembre a guerra com a Sérvia


Presidente sérvio pede retorno de soldados ao Kosovo e amplia tensão na região dos Bálcãs; guerra começou no fim dos anos 1990

Por Redação

Os Bálcãs, ou península balcânica, são uma região no sudeste da Europa que engloba a Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia, o autoproclamado Estado independente do Kosovo, uma porção da Turquia no continente europeu e partes da Croácia, da Romênia e da Eslovênia. O termo deriva da palavra turca para montanha e faz referência à cordilheira dos Bálcãs, que se estende do leste da Sérvia até o mar Negro.

As tensões crescentes na região fazem reviver as memórias da pior guerra na Europa desde o fim da 2.ª Guerra. O conflito no Kosovo deixou 13 mil mortos e milhares de feridos. A Guerra de Kosovo começou em março de 1999 e ainda provoca enorme comoção na população de maioria albanesa do território nos Balcãs.

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No início do século 20, países da região lutaram pelo controle dos territórios remanescentes do Império Otomano. O reino independente da Sérvia entrou em uma série de guerras para formar a “Grande Sérvia”, um Estado envolvendo toda a região balcânica. Como resultado das guerras balcânicas (1912-1913), a Sérvia incorporou a Macedônia e o Kosovo, considerado berço original da nacionalidade sérvia.

Cenas do conflito no Kosovo, no final dos anos 1990 Foto: Arben Celi/Reuters

Na 2.ª Guerra, boa parte do território kosovar passou a fazer parte da Albânia e, ao fim do conflito, foi incorporado à Iugoslávia, de maioria sérvia. Kosovo teve sua autonomia reconhecida constitucionalmente em 1974 e passou a ter um governo próprio, mas essa autonomia foi revogada e o governo, dissolvido, em 1989 e 1990.

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No início da década seguinte, a república socialista da Iugoslávia foi dissolvida com a independência de Bósnia, Croácia, Macedônia e Eslovênia, com diferentes graus de violência.

Com 90% da população de origem albanesa, a região autônoma de Kosovo fazia parte da Iugoslávia. Mas os albaneses eram perseguidos pela minoria sérvia. A tensão étnica levou a um movimento separatista, que em 1996 fundou o Exército da Libertação do Kosovo para se opor ao governo central da Iugoslávia, liderado pelo nacionalista Slobodan Milosevic.

O conflito chegou ao ápice em 1998 e, após denúncias de que Milosevic estava promovendo massacre de albaneses, e depois do fracasso da diplomacia, a Otan decidiu intervir com ataques áereos contra alvos iugoslavos em Belgrado e Pristina. Foram 79 dias de bombardeios, ao fim dos quais os sérvios saíram do Kosovo, deixando a região sob supervisão das Nações Unidas.

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A Otan optou pela ação militar de 1999 com a justificativa de conter o banho de sangue promovido por Milosevic contra a população albanesa no Kosovo. Mas a ação foi criticada por ter sido realizada sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Os bombardeios não deram os resultados esperados, e Milosevic respondeu à intervenção com um banho de sangue.

Militares e grupos paramilitares sérvios invadiram casas no Kosovo e mataram civis às centenas, deixando destruição em cidades inteiras. Quase um milhão de pessoas abandonou o Kosovo. A crise humanitária foi a pior registrada na Europa desde a 2ª Guerra. O conflito se estenderia até 10 de junho daquele ano.

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A ONU instituiu uma força de paz internacional na província e os bombardeios ocidentais cessaram, apesar da permanência de Milosevic no poder. A administração do Kosovo coube a um mandato da Otan. O país declarou independência da Sérvia em 2008, quase uma década depois que os ataques aéreos da Otan acabaram com o controle de Belgrado sobre o território.

Dos 193 países que formam a ONU, 82 ainda não veem Kosovo como uma república independente. Entre eles, o Brasil. Mas a constituição Sérvia ainda vê o Kosovo como território sérvio, e vem impedindo o Kosovo de ingressar em instituições internacionais como a Interpol e a Unesco. / AP, NYT e WASHINGTON POST

Os Bálcãs, ou península balcânica, são uma região no sudeste da Europa que engloba a Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia, o autoproclamado Estado independente do Kosovo, uma porção da Turquia no continente europeu e partes da Croácia, da Romênia e da Eslovênia. O termo deriva da palavra turca para montanha e faz referência à cordilheira dos Bálcãs, que se estende do leste da Sérvia até o mar Negro.

As tensões crescentes na região fazem reviver as memórias da pior guerra na Europa desde o fim da 2.ª Guerra. O conflito no Kosovo deixou 13 mil mortos e milhares de feridos. A Guerra de Kosovo começou em março de 1999 e ainda provoca enorme comoção na população de maioria albanesa do território nos Balcãs.

No início do século 20, países da região lutaram pelo controle dos territórios remanescentes do Império Otomano. O reino independente da Sérvia entrou em uma série de guerras para formar a “Grande Sérvia”, um Estado envolvendo toda a região balcânica. Como resultado das guerras balcânicas (1912-1913), a Sérvia incorporou a Macedônia e o Kosovo, considerado berço original da nacionalidade sérvia.

Cenas do conflito no Kosovo, no final dos anos 1990 Foto: Arben Celi/Reuters

Na 2.ª Guerra, boa parte do território kosovar passou a fazer parte da Albânia e, ao fim do conflito, foi incorporado à Iugoslávia, de maioria sérvia. Kosovo teve sua autonomia reconhecida constitucionalmente em 1974 e passou a ter um governo próprio, mas essa autonomia foi revogada e o governo, dissolvido, em 1989 e 1990.

No início da década seguinte, a república socialista da Iugoslávia foi dissolvida com a independência de Bósnia, Croácia, Macedônia e Eslovênia, com diferentes graus de violência.

Com 90% da população de origem albanesa, a região autônoma de Kosovo fazia parte da Iugoslávia. Mas os albaneses eram perseguidos pela minoria sérvia. A tensão étnica levou a um movimento separatista, que em 1996 fundou o Exército da Libertação do Kosovo para se opor ao governo central da Iugoslávia, liderado pelo nacionalista Slobodan Milosevic.

O conflito chegou ao ápice em 1998 e, após denúncias de que Milosevic estava promovendo massacre de albaneses, e depois do fracasso da diplomacia, a Otan decidiu intervir com ataques áereos contra alvos iugoslavos em Belgrado e Pristina. Foram 79 dias de bombardeios, ao fim dos quais os sérvios saíram do Kosovo, deixando a região sob supervisão das Nações Unidas.

A Otan optou pela ação militar de 1999 com a justificativa de conter o banho de sangue promovido por Milosevic contra a população albanesa no Kosovo. Mas a ação foi criticada por ter sido realizada sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Os bombardeios não deram os resultados esperados, e Milosevic respondeu à intervenção com um banho de sangue.

Militares e grupos paramilitares sérvios invadiram casas no Kosovo e mataram civis às centenas, deixando destruição em cidades inteiras. Quase um milhão de pessoas abandonou o Kosovo. A crise humanitária foi a pior registrada na Europa desde a 2ª Guerra. O conflito se estenderia até 10 de junho daquele ano.

A ONU instituiu uma força de paz internacional na província e os bombardeios ocidentais cessaram, apesar da permanência de Milosevic no poder. A administração do Kosovo coube a um mandato da Otan. O país declarou independência da Sérvia em 2008, quase uma década depois que os ataques aéreos da Otan acabaram com o controle de Belgrado sobre o território.

Dos 193 países que formam a ONU, 82 ainda não veem Kosovo como uma república independente. Entre eles, o Brasil. Mas a constituição Sérvia ainda vê o Kosovo como território sérvio, e vem impedindo o Kosovo de ingressar em instituições internacionais como a Interpol e a Unesco. / AP, NYT e WASHINGTON POST

Os Bálcãs, ou península balcânica, são uma região no sudeste da Europa que engloba a Albânia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Grécia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia, o autoproclamado Estado independente do Kosovo, uma porção da Turquia no continente europeu e partes da Croácia, da Romênia e da Eslovênia. O termo deriva da palavra turca para montanha e faz referência à cordilheira dos Bálcãs, que se estende do leste da Sérvia até o mar Negro.

As tensões crescentes na região fazem reviver as memórias da pior guerra na Europa desde o fim da 2.ª Guerra. O conflito no Kosovo deixou 13 mil mortos e milhares de feridos. A Guerra de Kosovo começou em março de 1999 e ainda provoca enorme comoção na população de maioria albanesa do território nos Balcãs.

No início do século 20, países da região lutaram pelo controle dos territórios remanescentes do Império Otomano. O reino independente da Sérvia entrou em uma série de guerras para formar a “Grande Sérvia”, um Estado envolvendo toda a região balcânica. Como resultado das guerras balcânicas (1912-1913), a Sérvia incorporou a Macedônia e o Kosovo, considerado berço original da nacionalidade sérvia.

Cenas do conflito no Kosovo, no final dos anos 1990 Foto: Arben Celi/Reuters

Na 2.ª Guerra, boa parte do território kosovar passou a fazer parte da Albânia e, ao fim do conflito, foi incorporado à Iugoslávia, de maioria sérvia. Kosovo teve sua autonomia reconhecida constitucionalmente em 1974 e passou a ter um governo próprio, mas essa autonomia foi revogada e o governo, dissolvido, em 1989 e 1990.

No início da década seguinte, a república socialista da Iugoslávia foi dissolvida com a independência de Bósnia, Croácia, Macedônia e Eslovênia, com diferentes graus de violência.

Com 90% da população de origem albanesa, a região autônoma de Kosovo fazia parte da Iugoslávia. Mas os albaneses eram perseguidos pela minoria sérvia. A tensão étnica levou a um movimento separatista, que em 1996 fundou o Exército da Libertação do Kosovo para se opor ao governo central da Iugoslávia, liderado pelo nacionalista Slobodan Milosevic.

O conflito chegou ao ápice em 1998 e, após denúncias de que Milosevic estava promovendo massacre de albaneses, e depois do fracasso da diplomacia, a Otan decidiu intervir com ataques áereos contra alvos iugoslavos em Belgrado e Pristina. Foram 79 dias de bombardeios, ao fim dos quais os sérvios saíram do Kosovo, deixando a região sob supervisão das Nações Unidas.

A Otan optou pela ação militar de 1999 com a justificativa de conter o banho de sangue promovido por Milosevic contra a população albanesa no Kosovo. Mas a ação foi criticada por ter sido realizada sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Os bombardeios não deram os resultados esperados, e Milosevic respondeu à intervenção com um banho de sangue.

Militares e grupos paramilitares sérvios invadiram casas no Kosovo e mataram civis às centenas, deixando destruição em cidades inteiras. Quase um milhão de pessoas abandonou o Kosovo. A crise humanitária foi a pior registrada na Europa desde a 2ª Guerra. O conflito se estenderia até 10 de junho daquele ano.

A ONU instituiu uma força de paz internacional na província e os bombardeios ocidentais cessaram, apesar da permanência de Milosevic no poder. A administração do Kosovo coube a um mandato da Otan. O país declarou independência da Sérvia em 2008, quase uma década depois que os ataques aéreos da Otan acabaram com o controle de Belgrado sobre o território.

Dos 193 países que formam a ONU, 82 ainda não veem Kosovo como uma república independente. Entre eles, o Brasil. Mas a constituição Sérvia ainda vê o Kosovo como território sérvio, e vem impedindo o Kosovo de ingressar em instituições internacionais como a Interpol e a Unesco. / AP, NYT e WASHINGTON POST

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