O presidente dos EUA, George W. Bush, prepara-se para anunciar na noite desta quarta-feira sua nova estratégia para o Iraque. O anúncio oficial será feito a partir das 21 horas (meia-noite de Brasília), na Biblioteca da Casa Branca. Entre os pontos que foram vazados nos últimos dias por funcionários do governo, estão: Aumento das tropas - Apesar da oposição de parte da população e dos democratas no Congresso, um funcionário do Pentágono disse que Bush pedirá em seu discurso o envio de mais de 20 mil soldados ao Iraque, onde já há cerca de 140 mil militares dos EUA. A maior parte do reforço será enviada a Bagdá e 4 mil soldados à Província de Anbar. A primeira brigada, estacionada no Kuwait, seria enviada até o fim do mês, disse um oficial de alto escalão, e o restante do envio será gradual. Segurança - O plano de Bush prevê que a responsabilidade pela segurança de todas as províncias do país seja entregue às forças iraquianas até novembro. Fontes do Departamento de Defesa disseram na terça-feira que, de acordo com o discurso, o presidente deve anunciar a conclusão da transferência para aquele mês, mas alertaram que isso não implica um cronograma para a retirada norte-americana. Atualmente, o governo iraquiano controla apenas três das 18 províncias. Ajuda econômica - A nova estratégia deve propor ainda um programa de criação de empregos no Iraque, no valor de US$ 1 bilhão. O presidente deve pedir um orçamento suplementar de US$ 1,4 bilhão para ajuda econômica e segurança. Metas para Bagdá - Funcionários de alto escalão dos EUA disseram que o plano de Bush prevê uma série de metas para o governo iraquiano reduzir a violência sectária. De acordo com assessores, algumas dessas metas já estão sendo executadas, como um plano de compartilhamento das riquezas do petróleo, uma reforma constitucional e a autorização para que ex-militantes do partido Baath, ao qual estava ligado o ex-ditador Saddam Hussein, possam novamente ocupar cargos públicos. O governo iraquiano disse, por meio de um porta-voz, na terça-feira que receberá com satisfação um futuro aumento no número de soldados norte-americanos estacionados no país. "O governo é favorável a uma expansão das forças de coalizão", disse Ali al-Dabbagh, em uma entrevista coletiva. A primeira leva do novo contingente norte-americano deve chegar ao Iraque nas próximas semanas. A CBS News disse que os primeiros 10 mil soldados seriam enviados rapidamente, enquanto a outra metade seria distribuída entre março, abril e maio, caso os iraquianos também cumpram sua parte em garantir a segurança de Bagdá. Bush também deve anunciar o envio da secretária de Estado Condoleezza Rice ao Oriente Médio, onde ela deve pedir ajuda de líderes regionais para a estabilização do Iraque. Há um mês, uma comissão bipartidária dos EUA sugeriu a Bush que abordasse os inimigos Síria e Irã para pedir colaboração no Iraque. A estratégia que será anunciada nesta quarta-feira pode ser a última chance do governo Bush para salvar a missão dos EUA no Iraque e reverter a frustração com a forma como Washington lidou com o conflito, que já matou 3 mil norte-americanos e está prestes a completar quatro anos. Este texto foi alterado às 11h58 para acréscimo de informação