Entenda o caso George Floyd


Homem negro de 46 anos foi morto por policial branco durante abordagem; desencadeados pelo assassinato, protestos contra o racismo e a violência policial eclodiram nos EUA e no mundo

Por Redação
Atualização:

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minnesota, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Nas imagens, divulgadas no dia 27 de maio do ano passado, é possível ver Chauvin usando o joelho para asfixiar Floyd, que reclama e diz "não consigo respirar". Apesar dos apelos de Floyd e de testemunhas, Chauvin permanece na mesma posição por mais de 9 minutos.

Floyd, de 46 anos, foi asfixiado pelo policial branco Derek Chauvin Foto: Jonathan Ernst/Reuters
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Durante meses, diversas cidades nos Estados Unidos registraram manifestações contra o racismo e a violência policial. À elas, somaram-se protestos de solidariedade em todo o mundo. Jogadores de futebol, artistas e políticos se manifestaram sobre o caso.

Em abril de 2021, Derek Chauvin foi considerado culpado pela morte de George Floyd. Ele responderá por homicídio culposo, homicídio em terceiro grau e homicídio em segundo grau, podendo pegar até 40 anos de prisão.

Confira a cobertura completa do caso:

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Quem é George Floyd?

George Floyd era um homem afro-americano de 46 anos. Nascido na Carolina do Norte, havia se mudado para Minneapolis há vários anos para encontrar trabalho, segundo amigos próximos, após sair da prisão.

Floyd era pai de uma menina de seis anos, Gianna, fruto de um relacionamento antigo com Roxie Washington. No momento de sua morte, tinha uma namorada, Courteney Ross. Era conhecido como Big Floyd.

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Como George Floyd foi morto?

George Floyd foi morto por asfixia, após um policial o imobilizar e pressionar seu pescoço com o joelho por quase nove minutos – mesmo com os avisos persistentes de Floyd de que não conseguia respirar.

Por que George Floyd foi detido?

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No dia 25 de maio, Floyd comprou cigarros em uma lanchonete. Um funcionário do local o acusou de usar uma nota falsificada de US$ 20 e chamou a polícia.

Quem é o policial que matou George Floyd?

Derek Chauvin. 

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Qual a causa da morte de George Floyd?

No condado de Hennepin, Minnesota, os médicos legistas determinaram oficialmente a morte de George Floyd como homicídio em um relatório post-mortem divulgado em junho do ano passado.

Em 25 de maio, Floyd "sofreu uma parada cardiopulmonar enquanto estava sendo contido" pela polícia. A causa da morte foiuma parada cardiopulmonar causada por compressão do pescoço.

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O que aconteceu com os policiais envolvidos no caso?

Derek Chauvin foi acusado formalmente na sexta-feira, 29 de maio, por assassinato em terceiro grau e morte imprudente. Segundo a legislação do Estado de Minnesota, o assassinato de terceiro grau é aquele em que a morte é causada de maneira não intencional, por um ato eminentemente perigoso. A fiança para Chauvin foi fixada em  US$ 1,2 milhão.

Alguns dias depois, o procurador-geral de Minnesota, responsável pelo caso de George Floyd, endureceu as acusações contra Chauvin.

Em abril de 2021, após um julgamento de três semanas, Chauvin foi considerado culpado das três acusações a que respondia: homicídio culposo, homicídio de terceiro grau e homicídio de segundo grau. Ele pode pegar até 40 anos de prisão quando for sentenciado nas próximas semanas, mas provavelmente receberá muito menos tempo. A pena presumida para assassinato em segundo grau é de 12,5 anos, de acordo com as diretrizes de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta

Os outros três policiais envolvidos na morte de George Floyd, Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao, serão julgados juntos a partir de agosto de 2021.

Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Quem filmou a morte de George Floyd?

O vídeo que viralizou nas redes sociais foi gravado por Darnella Frazier, uma adolescente de 17 anos, também negra, que presenciou o homicídio. Traumatizada com a cena e com a repercussão do caso, ela mudou de casa com a família e passou a fazer acompanhamento psicológico. Frazier foi uma das testemunhas do julgamento de Derek Chauvin.

Quais cidades e países registraram protestos pela morte de George Floyd?

Desencadeados pelo homicídio, protestos contra o racismo e a violência policial se espalharam pelos Estados Unidos. Manifestações foram registradas em todos os 50 estados do país e chegaram a mais de 350 cidades, entre elas Atlanta, Detroit, Houston, Los Angeles, Miami, Nova York e Washington. Ao menos 9 mil pessoas foram presas em decorrência dos protestos.

Qual foi a reação de Donald Trump?

No dia 29 de maio, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com a família de George Floyd pelo telefone. “A família de George tem direito à Justiça”, disse a jornalistas.

Mas Trump, assim como alguns governadores, elevou o tom contra os protestos. No dia 31 de maio, o presidente americano declarou que consideraria o movimento antifascista ‘Antifa’ como uma organização terrorista. No dia 1.º de junho, Trump atacou os governadores, dizendo que se eles não dominassem os protestos, pareceriam “um bando de idiotas”. Também prometeu mobilizar militares para conter a agitação civil - uma promessa que acendeu o sinal de alerta do Pentágono, que ainda não vê necessidade de entrar em ação.

Protestos foram registrados em todos os Estados americanos Foto: Mark Malela/Getty Images/AFP

Como o mundo reagiu?

Políticos e lideranças se manifestaram em todo o mundo.

Um porta-voz da Comissão Europeia enviou um e-mail à imprensa dizendo que Bruxelas esperava que “todas as questões relacionadas aos protestos sejam resolvidas pacificamente e com respeito às leis e aos direitos humanos”.

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse que os protestos eram “compreensíveis e mais do que legitimados”.

O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, disse que a crise ultrapassou a linguagem usada quando se discute conflitos intratáveis em qualquer parte do mundo. “Queremos ver a redução das tensões entre os americanos”, afirmou à BBC.

Além disso, manifestações pela morte de George Floyd também foram registradas em diversos países, como Inglaterra (Londres), Alemanha (Berlim), Holanda (Amsterdã), França (Paris) e Canadá (Toronto).

Em alguns casos, como na Austrália e na França, a fúria pela morte de Floyd encorajou movimentos já existentes contra a violência racial e a discriminação contra minorias.

Quais celebridades se manifestaram sobre o caso?

Centenas de artistas, políticos e atletas se manifestaram sobre o homicídio de George Floyd nas redes sociais. Viola Davis, Beyoncé, Oprah Winfrey, Jay-Z, Taylor Swift, Lady Gaga e Barack Obama são alguns dos nomes. Em primeiro de junho, o time Liverpool divulgou uma foto de seu elenco ajoelhado no gramado do estádio Anfield Road em uma demonstração de solidariedade ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). LeBron James e outros astros da NBA também se manifestaram.

O impacto das manifestações contra a morte de George Floyd

Em 8 de junho, a maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis se manifestou a favor do fechamento do departamento de polícia da cidade e da criação de uma nova forma de garantir a segurança das pessoas. As declarações foram vistas como um sinal de que os protestos após o assassinato de George Floyd estavam tendo algum impacto.

Agências de segurança pública e políticos em todo o país prometeram aumentar a fiscalização e conter a violência policial.

O governador da Califórnia ordenou que o programa de treinamento da polícia do Estado parasse de ensinar o uso de amarras no pescoço, já que a prática seria proibida em toda a região.

O departamento de polícia de Memphis, no Tennessee, introduziu uma nova política em 9 de junho, alertando os policiais que enfrentariam consequências se não tentassem impedir colegas envolvidos em má conduta.

Outros governos discutiram novas políticas para apreender suspeitos para reduzir o risco de ações fatais.

A cidade de Lexington, no Kentucky, passou a proibir batidas policiais "surpresa", ou à força, que podem resultar em acidentes como o que matou a jovem negra Breonna Taylor.

O prefeito de Kansas City, Missouri, se comprometeu a ter uma agência externa, nos moldes do Federal Bureau of Investigation, para revisar todos os disparos efetuados por agentes da polícia local.

O chefe de polícia de Seattle proibiu a cobertura de números de crachás, que ajudam o público a identificar os policiais.

Em meio a protestos públicos sobre a resposta da polícia às manifestações por justiça racial, Portland e Seattle restringiram temporariamente o uso de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Os protestos inspiraram, ainda, movimentos em outros países. Na Grã-Bretanha, por exemplo, surgiraram manifestações que exigiam a retirada de estátuas que homenageavam colonizadores; na França, o uso de suportes de estrangulamento por policiais foram proibidos.

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minnesota, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Nas imagens, divulgadas no dia 27 de maio do ano passado, é possível ver Chauvin usando o joelho para asfixiar Floyd, que reclama e diz "não consigo respirar". Apesar dos apelos de Floyd e de testemunhas, Chauvin permanece na mesma posição por mais de 9 minutos.

Floyd, de 46 anos, foi asfixiado pelo policial branco Derek Chauvin Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Durante meses, diversas cidades nos Estados Unidos registraram manifestações contra o racismo e a violência policial. À elas, somaram-se protestos de solidariedade em todo o mundo. Jogadores de futebol, artistas e políticos se manifestaram sobre o caso.

Em abril de 2021, Derek Chauvin foi considerado culpado pela morte de George Floyd. Ele responderá por homicídio culposo, homicídio em terceiro grau e homicídio em segundo grau, podendo pegar até 40 anos de prisão.

Confira a cobertura completa do caso:

Quem é George Floyd?

George Floyd era um homem afro-americano de 46 anos. Nascido na Carolina do Norte, havia se mudado para Minneapolis há vários anos para encontrar trabalho, segundo amigos próximos, após sair da prisão.

Floyd era pai de uma menina de seis anos, Gianna, fruto de um relacionamento antigo com Roxie Washington. No momento de sua morte, tinha uma namorada, Courteney Ross. Era conhecido como Big Floyd.

Como George Floyd foi morto?

George Floyd foi morto por asfixia, após um policial o imobilizar e pressionar seu pescoço com o joelho por quase nove minutos – mesmo com os avisos persistentes de Floyd de que não conseguia respirar.

Por que George Floyd foi detido?

No dia 25 de maio, Floyd comprou cigarros em uma lanchonete. Um funcionário do local o acusou de usar uma nota falsificada de US$ 20 e chamou a polícia.

Quem é o policial que matou George Floyd?

Derek Chauvin. 

Qual a causa da morte de George Floyd?

No condado de Hennepin, Minnesota, os médicos legistas determinaram oficialmente a morte de George Floyd como homicídio em um relatório post-mortem divulgado em junho do ano passado.

Em 25 de maio, Floyd "sofreu uma parada cardiopulmonar enquanto estava sendo contido" pela polícia. A causa da morte foiuma parada cardiopulmonar causada por compressão do pescoço.

O que aconteceu com os policiais envolvidos no caso?

Derek Chauvin foi acusado formalmente na sexta-feira, 29 de maio, por assassinato em terceiro grau e morte imprudente. Segundo a legislação do Estado de Minnesota, o assassinato de terceiro grau é aquele em que a morte é causada de maneira não intencional, por um ato eminentemente perigoso. A fiança para Chauvin foi fixada em  US$ 1,2 milhão.

Alguns dias depois, o procurador-geral de Minnesota, responsável pelo caso de George Floyd, endureceu as acusações contra Chauvin.

Em abril de 2021, após um julgamento de três semanas, Chauvin foi considerado culpado das três acusações a que respondia: homicídio culposo, homicídio de terceiro grau e homicídio de segundo grau. Ele pode pegar até 40 anos de prisão quando for sentenciado nas próximas semanas, mas provavelmente receberá muito menos tempo. A pena presumida para assassinato em segundo grau é de 12,5 anos, de acordo com as diretrizes de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta

Os outros três policiais envolvidos na morte de George Floyd, Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao, serão julgados juntos a partir de agosto de 2021.

Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Quem filmou a morte de George Floyd?

O vídeo que viralizou nas redes sociais foi gravado por Darnella Frazier, uma adolescente de 17 anos, também negra, que presenciou o homicídio. Traumatizada com a cena e com a repercussão do caso, ela mudou de casa com a família e passou a fazer acompanhamento psicológico. Frazier foi uma das testemunhas do julgamento de Derek Chauvin.

Quais cidades e países registraram protestos pela morte de George Floyd?

Desencadeados pelo homicídio, protestos contra o racismo e a violência policial se espalharam pelos Estados Unidos. Manifestações foram registradas em todos os 50 estados do país e chegaram a mais de 350 cidades, entre elas Atlanta, Detroit, Houston, Los Angeles, Miami, Nova York e Washington. Ao menos 9 mil pessoas foram presas em decorrência dos protestos.

Qual foi a reação de Donald Trump?

No dia 29 de maio, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com a família de George Floyd pelo telefone. “A família de George tem direito à Justiça”, disse a jornalistas.

Mas Trump, assim como alguns governadores, elevou o tom contra os protestos. No dia 31 de maio, o presidente americano declarou que consideraria o movimento antifascista ‘Antifa’ como uma organização terrorista. No dia 1.º de junho, Trump atacou os governadores, dizendo que se eles não dominassem os protestos, pareceriam “um bando de idiotas”. Também prometeu mobilizar militares para conter a agitação civil - uma promessa que acendeu o sinal de alerta do Pentágono, que ainda não vê necessidade de entrar em ação.

Protestos foram registrados em todos os Estados americanos Foto: Mark Malela/Getty Images/AFP

Como o mundo reagiu?

Políticos e lideranças se manifestaram em todo o mundo.

Um porta-voz da Comissão Europeia enviou um e-mail à imprensa dizendo que Bruxelas esperava que “todas as questões relacionadas aos protestos sejam resolvidas pacificamente e com respeito às leis e aos direitos humanos”.

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse que os protestos eram “compreensíveis e mais do que legitimados”.

O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, disse que a crise ultrapassou a linguagem usada quando se discute conflitos intratáveis em qualquer parte do mundo. “Queremos ver a redução das tensões entre os americanos”, afirmou à BBC.

Além disso, manifestações pela morte de George Floyd também foram registradas em diversos países, como Inglaterra (Londres), Alemanha (Berlim), Holanda (Amsterdã), França (Paris) e Canadá (Toronto).

Em alguns casos, como na Austrália e na França, a fúria pela morte de Floyd encorajou movimentos já existentes contra a violência racial e a discriminação contra minorias.

Quais celebridades se manifestaram sobre o caso?

Centenas de artistas, políticos e atletas se manifestaram sobre o homicídio de George Floyd nas redes sociais. Viola Davis, Beyoncé, Oprah Winfrey, Jay-Z, Taylor Swift, Lady Gaga e Barack Obama são alguns dos nomes. Em primeiro de junho, o time Liverpool divulgou uma foto de seu elenco ajoelhado no gramado do estádio Anfield Road em uma demonstração de solidariedade ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). LeBron James e outros astros da NBA também se manifestaram.

O impacto das manifestações contra a morte de George Floyd

Em 8 de junho, a maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis se manifestou a favor do fechamento do departamento de polícia da cidade e da criação de uma nova forma de garantir a segurança das pessoas. As declarações foram vistas como um sinal de que os protestos após o assassinato de George Floyd estavam tendo algum impacto.

Agências de segurança pública e políticos em todo o país prometeram aumentar a fiscalização e conter a violência policial.

O governador da Califórnia ordenou que o programa de treinamento da polícia do Estado parasse de ensinar o uso de amarras no pescoço, já que a prática seria proibida em toda a região.

O departamento de polícia de Memphis, no Tennessee, introduziu uma nova política em 9 de junho, alertando os policiais que enfrentariam consequências se não tentassem impedir colegas envolvidos em má conduta.

Outros governos discutiram novas políticas para apreender suspeitos para reduzir o risco de ações fatais.

A cidade de Lexington, no Kentucky, passou a proibir batidas policiais "surpresa", ou à força, que podem resultar em acidentes como o que matou a jovem negra Breonna Taylor.

O prefeito de Kansas City, Missouri, se comprometeu a ter uma agência externa, nos moldes do Federal Bureau of Investigation, para revisar todos os disparos efetuados por agentes da polícia local.

O chefe de polícia de Seattle proibiu a cobertura de números de crachás, que ajudam o público a identificar os policiais.

Em meio a protestos públicos sobre a resposta da polícia às manifestações por justiça racial, Portland e Seattle restringiram temporariamente o uso de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Os protestos inspiraram, ainda, movimentos em outros países. Na Grã-Bretanha, por exemplo, surgiraram manifestações que exigiam a retirada de estátuas que homenageavam colonizadores; na França, o uso de suportes de estrangulamento por policiais foram proibidos.

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minnesota, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Nas imagens, divulgadas no dia 27 de maio do ano passado, é possível ver Chauvin usando o joelho para asfixiar Floyd, que reclama e diz "não consigo respirar". Apesar dos apelos de Floyd e de testemunhas, Chauvin permanece na mesma posição por mais de 9 minutos.

Floyd, de 46 anos, foi asfixiado pelo policial branco Derek Chauvin Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Durante meses, diversas cidades nos Estados Unidos registraram manifestações contra o racismo e a violência policial. À elas, somaram-se protestos de solidariedade em todo o mundo. Jogadores de futebol, artistas e políticos se manifestaram sobre o caso.

Em abril de 2021, Derek Chauvin foi considerado culpado pela morte de George Floyd. Ele responderá por homicídio culposo, homicídio em terceiro grau e homicídio em segundo grau, podendo pegar até 40 anos de prisão.

Confira a cobertura completa do caso:

Quem é George Floyd?

George Floyd era um homem afro-americano de 46 anos. Nascido na Carolina do Norte, havia se mudado para Minneapolis há vários anos para encontrar trabalho, segundo amigos próximos, após sair da prisão.

Floyd era pai de uma menina de seis anos, Gianna, fruto de um relacionamento antigo com Roxie Washington. No momento de sua morte, tinha uma namorada, Courteney Ross. Era conhecido como Big Floyd.

Como George Floyd foi morto?

George Floyd foi morto por asfixia, após um policial o imobilizar e pressionar seu pescoço com o joelho por quase nove minutos – mesmo com os avisos persistentes de Floyd de que não conseguia respirar.

Por que George Floyd foi detido?

No dia 25 de maio, Floyd comprou cigarros em uma lanchonete. Um funcionário do local o acusou de usar uma nota falsificada de US$ 20 e chamou a polícia.

Quem é o policial que matou George Floyd?

Derek Chauvin. 

Qual a causa da morte de George Floyd?

No condado de Hennepin, Minnesota, os médicos legistas determinaram oficialmente a morte de George Floyd como homicídio em um relatório post-mortem divulgado em junho do ano passado.

Em 25 de maio, Floyd "sofreu uma parada cardiopulmonar enquanto estava sendo contido" pela polícia. A causa da morte foiuma parada cardiopulmonar causada por compressão do pescoço.

O que aconteceu com os policiais envolvidos no caso?

Derek Chauvin foi acusado formalmente na sexta-feira, 29 de maio, por assassinato em terceiro grau e morte imprudente. Segundo a legislação do Estado de Minnesota, o assassinato de terceiro grau é aquele em que a morte é causada de maneira não intencional, por um ato eminentemente perigoso. A fiança para Chauvin foi fixada em  US$ 1,2 milhão.

Alguns dias depois, o procurador-geral de Minnesota, responsável pelo caso de George Floyd, endureceu as acusações contra Chauvin.

Em abril de 2021, após um julgamento de três semanas, Chauvin foi considerado culpado das três acusações a que respondia: homicídio culposo, homicídio de terceiro grau e homicídio de segundo grau. Ele pode pegar até 40 anos de prisão quando for sentenciado nas próximas semanas, mas provavelmente receberá muito menos tempo. A pena presumida para assassinato em segundo grau é de 12,5 anos, de acordo com as diretrizes de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta

Os outros três policiais envolvidos na morte de George Floyd, Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao, serão julgados juntos a partir de agosto de 2021.

Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Quem filmou a morte de George Floyd?

O vídeo que viralizou nas redes sociais foi gravado por Darnella Frazier, uma adolescente de 17 anos, também negra, que presenciou o homicídio. Traumatizada com a cena e com a repercussão do caso, ela mudou de casa com a família e passou a fazer acompanhamento psicológico. Frazier foi uma das testemunhas do julgamento de Derek Chauvin.

Quais cidades e países registraram protestos pela morte de George Floyd?

Desencadeados pelo homicídio, protestos contra o racismo e a violência policial se espalharam pelos Estados Unidos. Manifestações foram registradas em todos os 50 estados do país e chegaram a mais de 350 cidades, entre elas Atlanta, Detroit, Houston, Los Angeles, Miami, Nova York e Washington. Ao menos 9 mil pessoas foram presas em decorrência dos protestos.

Qual foi a reação de Donald Trump?

No dia 29 de maio, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com a família de George Floyd pelo telefone. “A família de George tem direito à Justiça”, disse a jornalistas.

Mas Trump, assim como alguns governadores, elevou o tom contra os protestos. No dia 31 de maio, o presidente americano declarou que consideraria o movimento antifascista ‘Antifa’ como uma organização terrorista. No dia 1.º de junho, Trump atacou os governadores, dizendo que se eles não dominassem os protestos, pareceriam “um bando de idiotas”. Também prometeu mobilizar militares para conter a agitação civil - uma promessa que acendeu o sinal de alerta do Pentágono, que ainda não vê necessidade de entrar em ação.

Protestos foram registrados em todos os Estados americanos Foto: Mark Malela/Getty Images/AFP

Como o mundo reagiu?

Políticos e lideranças se manifestaram em todo o mundo.

Um porta-voz da Comissão Europeia enviou um e-mail à imprensa dizendo que Bruxelas esperava que “todas as questões relacionadas aos protestos sejam resolvidas pacificamente e com respeito às leis e aos direitos humanos”.

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse que os protestos eram “compreensíveis e mais do que legitimados”.

O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, disse que a crise ultrapassou a linguagem usada quando se discute conflitos intratáveis em qualquer parte do mundo. “Queremos ver a redução das tensões entre os americanos”, afirmou à BBC.

Além disso, manifestações pela morte de George Floyd também foram registradas em diversos países, como Inglaterra (Londres), Alemanha (Berlim), Holanda (Amsterdã), França (Paris) e Canadá (Toronto).

Em alguns casos, como na Austrália e na França, a fúria pela morte de Floyd encorajou movimentos já existentes contra a violência racial e a discriminação contra minorias.

Quais celebridades se manifestaram sobre o caso?

Centenas de artistas, políticos e atletas se manifestaram sobre o homicídio de George Floyd nas redes sociais. Viola Davis, Beyoncé, Oprah Winfrey, Jay-Z, Taylor Swift, Lady Gaga e Barack Obama são alguns dos nomes. Em primeiro de junho, o time Liverpool divulgou uma foto de seu elenco ajoelhado no gramado do estádio Anfield Road em uma demonstração de solidariedade ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). LeBron James e outros astros da NBA também se manifestaram.

O impacto das manifestações contra a morte de George Floyd

Em 8 de junho, a maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis se manifestou a favor do fechamento do departamento de polícia da cidade e da criação de uma nova forma de garantir a segurança das pessoas. As declarações foram vistas como um sinal de que os protestos após o assassinato de George Floyd estavam tendo algum impacto.

Agências de segurança pública e políticos em todo o país prometeram aumentar a fiscalização e conter a violência policial.

O governador da Califórnia ordenou que o programa de treinamento da polícia do Estado parasse de ensinar o uso de amarras no pescoço, já que a prática seria proibida em toda a região.

O departamento de polícia de Memphis, no Tennessee, introduziu uma nova política em 9 de junho, alertando os policiais que enfrentariam consequências se não tentassem impedir colegas envolvidos em má conduta.

Outros governos discutiram novas políticas para apreender suspeitos para reduzir o risco de ações fatais.

A cidade de Lexington, no Kentucky, passou a proibir batidas policiais "surpresa", ou à força, que podem resultar em acidentes como o que matou a jovem negra Breonna Taylor.

O prefeito de Kansas City, Missouri, se comprometeu a ter uma agência externa, nos moldes do Federal Bureau of Investigation, para revisar todos os disparos efetuados por agentes da polícia local.

O chefe de polícia de Seattle proibiu a cobertura de números de crachás, que ajudam o público a identificar os policiais.

Em meio a protestos públicos sobre a resposta da polícia às manifestações por justiça racial, Portland e Seattle restringiram temporariamente o uso de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Os protestos inspiraram, ainda, movimentos em outros países. Na Grã-Bretanha, por exemplo, surgiraram manifestações que exigiam a retirada de estátuas que homenageavam colonizadores; na França, o uso de suportes de estrangulamento por policiais foram proibidos.

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