Entenda por que a ‘nevasca do século’ provocou tantas mortes nos Estados Unidos


Gravidade da tempestade e falta de preparação das autoridades agravaram letalidade do evento climático

Por Redação

A cidade de Buffalo, a segunda maior do Estado de Nova York, esteve no epicentro da tempestade de neve que arrasou o nordeste dos Estados Unidos no feriado de Natal. A cidade, uma das mais acostumadas a lidar com nevascas em todo o país, responde sozinha por metade das 62 mortes registradas nos Estados Unidos por episódios relacionados à tempestade nos últimos dias.

Especialistas apontam para uma combinação de fatores como a responsável para a letalidade da tempestade de neve, a pior na região em 45 anos. São eles a proporção gigantesca da nevasca, a falta de agilidade do poder público na resposta ao evento climático, a má gestão de recursos e equipes de emergência e a dificuldade em convencer os moradores locais do risco que a tempestade representava a suas vidas.

Guarda Nacional foi acionada para ajudar serviços de emergência em Buffalo  Foto: Joseph Cooke/The Buffalo News via AP
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Nevasca do século

Provocada por um ciclone-bomba que veio do Ártico, a tempestade levou ao acúmulo de 1,2 metro de neve nas ruas de Buffalo, o suficiente para impedir veículos de se locomover pela cidade. O frio também foi intenso. Na sexta-feira, a temperatura mais alta na região foi de -10º C. Os ventos atingiram 114 km/h.

Para complicar ainda mais este cenário, a tempestade foi muito longa. Foram 37 horas de neve ininterrupta, o que, na prática deixou milhares de pessoas isoladas onde estavam. A maioria da população, que ficou em casa, conseguiu abrigar-se da tormenta. Mas quem saiu à rua enfrentou riscos, às vezes fatais.

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Resposta hesitante

O condado de Erie, responsável pela resposta a eventos climáticos extremos em Buffalo esperou até às 9 da manhã da sexta-feira, 23, para proibir a circulação de carros na região. Motoristas tiveram apenas 41 minutos para se preparar para o veto. Na prática, isso significou que muita gente estava na rua quando o pior da nevasca chegou à cidade.

Por 14 horas em Buffalo, a técnica de serviços de emergência Felicia Williams ficou sentada dentro de sua ambulância coberta de neve sem comida ou água, ouvindo impotente seus despachantes atenderem ligações sobre pessoas congelando, mães e bebês presos em carros, tanques de oxigênio acabando e outros socorristas. preso tentando chegar até eles.

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Na frente dela, quatro carros estavam tortos em montes de neve, bloqueando a estrada. E, quando a jovem de 26 anos começou a temer que até ela pudesse morrer lá, Williams ficou furiosa por Buffalo não ter agido antes para impedir que as pessoas saíssem para as estradas na pior tempestade desde 1977. “Acho que uma proibição de viagens deveria ter sido implementada muito antes”, disse Williams.

“A maioria das ligações eram de pessoas presas em seus carros”, disse Williams. “Estávamos fazendo tudo ao nosso alcance para chegar até eles, mas a verdade é que aquelas pessoas em veículos presos não deveriam estar lá e haverá muitas mortes por causa disso.”

Autoridades locais reconheceram que subestimaram o impacto da tempestade. Na terça-feira, o xerife do condado de Erie, John Garcia, disse que, quando soube que haveria uma tempestade geracional e ouviu termos como “ciclone bomba”, ele pensou, “isso é algo com o qual estamos acostumados”.

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Falta de recursos

Como a tempestade atingiu em cheio a maior cidade da região, o serviço de infraestrutura que atende o condado ficou severamente prejudicado. A polícia e as ambulâncias não conseguiram chegar a dois terços das áreas mais atingidas do condado de Erie porque também estavam paradas. Nas áreas mais afetadas, não havia serviços disponíveis.

A nevasca também testou os recursos de resposta a emergências de uma região que viu seu pessoal, equipamentos e fundos já escassos serem ainda mais reduzidos pela pandemia. No mês passado, o estado registrou uma queda de 10% na equipe certificada de EMT e paramédico devido a baixos salários e esgotamento. O problema é pior nas áreas rurais, como partes do condado de Erie, onde muitos socorristas são voluntários.

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Outro problema foi que, com a proximidade do Natal, muitas agências governamentais contavam com equipes reduzidas para o feriado.

Mas os socorristas em solo em Buffalo disseram que mesmo com uma frota de ambulâncias e equipes completas, eles ainda não seriam páreo para a neve pesada e os ventos ferozes que paralisaram as estradas e causaram quedas de energia. Para ajudar, centenas de membros da comunidade se conectaram nas mídias sociais para salvar pessoas presas em carros e casas congeladas, entregar remédios e levar pessoas ao hospital.

Muitos dos residentes de Buffalo vivem em prédios antigos com isolamento deficiente e fogões elétricos, tornando quase impossível se aquecer sem energia. Esse problema é particularmente grave na parte leste da cidade, onde há mais complexos habitacionais de baixa renda e subsidiados.

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Nesses prédios, muitas pessoas vivem sem comida, energia ou água corrente desde sexta-feira, queimando velas e encolhidas sob cobertores, disse Myles Carter, inspetor habitacional e voluntário.

Carter disse que há apenas dois abrigos abertos e em funcionamento na cidade no momento. Depois de resgatar quase 20 pessoas de condições frias, ele questionou por que as autoridades municipais não abriram mais escolas, igrejas e prédios do governo, e os estocaram com comida, berços e cobertores para os moradores que já lutam para manter suas casas aquecidas.

Alertas ignorados

O fato de sexta-feira ser dia de pagamento para muitos trabalhadores autônomos da cidade fez com que essas pessoas ignorassem o alerta das autoridades para ficar em casa. Empresas da região também orientaram funcionários a ignorar o pedido das autoridades para ficar em casa. A proximidade da ceia de Natal também fez com que algumas pessoas assumissem o risco para comprar presentes e alimentos para a festa./ WASHINGTON POST

A cidade de Buffalo, a segunda maior do Estado de Nova York, esteve no epicentro da tempestade de neve que arrasou o nordeste dos Estados Unidos no feriado de Natal. A cidade, uma das mais acostumadas a lidar com nevascas em todo o país, responde sozinha por metade das 62 mortes registradas nos Estados Unidos por episódios relacionados à tempestade nos últimos dias.

Especialistas apontam para uma combinação de fatores como a responsável para a letalidade da tempestade de neve, a pior na região em 45 anos. São eles a proporção gigantesca da nevasca, a falta de agilidade do poder público na resposta ao evento climático, a má gestão de recursos e equipes de emergência e a dificuldade em convencer os moradores locais do risco que a tempestade representava a suas vidas.

Guarda Nacional foi acionada para ajudar serviços de emergência em Buffalo  Foto: Joseph Cooke/The Buffalo News via AP

Nevasca do século

Provocada por um ciclone-bomba que veio do Ártico, a tempestade levou ao acúmulo de 1,2 metro de neve nas ruas de Buffalo, o suficiente para impedir veículos de se locomover pela cidade. O frio também foi intenso. Na sexta-feira, a temperatura mais alta na região foi de -10º C. Os ventos atingiram 114 km/h.

Para complicar ainda mais este cenário, a tempestade foi muito longa. Foram 37 horas de neve ininterrupta, o que, na prática deixou milhares de pessoas isoladas onde estavam. A maioria da população, que ficou em casa, conseguiu abrigar-se da tormenta. Mas quem saiu à rua enfrentou riscos, às vezes fatais.

Resposta hesitante

O condado de Erie, responsável pela resposta a eventos climáticos extremos em Buffalo esperou até às 9 da manhã da sexta-feira, 23, para proibir a circulação de carros na região. Motoristas tiveram apenas 41 minutos para se preparar para o veto. Na prática, isso significou que muita gente estava na rua quando o pior da nevasca chegou à cidade.

Por 14 horas em Buffalo, a técnica de serviços de emergência Felicia Williams ficou sentada dentro de sua ambulância coberta de neve sem comida ou água, ouvindo impotente seus despachantes atenderem ligações sobre pessoas congelando, mães e bebês presos em carros, tanques de oxigênio acabando e outros socorristas. preso tentando chegar até eles.

Na frente dela, quatro carros estavam tortos em montes de neve, bloqueando a estrada. E, quando a jovem de 26 anos começou a temer que até ela pudesse morrer lá, Williams ficou furiosa por Buffalo não ter agido antes para impedir que as pessoas saíssem para as estradas na pior tempestade desde 1977. “Acho que uma proibição de viagens deveria ter sido implementada muito antes”, disse Williams.

“A maioria das ligações eram de pessoas presas em seus carros”, disse Williams. “Estávamos fazendo tudo ao nosso alcance para chegar até eles, mas a verdade é que aquelas pessoas em veículos presos não deveriam estar lá e haverá muitas mortes por causa disso.”

Autoridades locais reconheceram que subestimaram o impacto da tempestade. Na terça-feira, o xerife do condado de Erie, John Garcia, disse que, quando soube que haveria uma tempestade geracional e ouviu termos como “ciclone bomba”, ele pensou, “isso é algo com o qual estamos acostumados”.

Falta de recursos

Como a tempestade atingiu em cheio a maior cidade da região, o serviço de infraestrutura que atende o condado ficou severamente prejudicado. A polícia e as ambulâncias não conseguiram chegar a dois terços das áreas mais atingidas do condado de Erie porque também estavam paradas. Nas áreas mais afetadas, não havia serviços disponíveis.

A nevasca também testou os recursos de resposta a emergências de uma região que viu seu pessoal, equipamentos e fundos já escassos serem ainda mais reduzidos pela pandemia. No mês passado, o estado registrou uma queda de 10% na equipe certificada de EMT e paramédico devido a baixos salários e esgotamento. O problema é pior nas áreas rurais, como partes do condado de Erie, onde muitos socorristas são voluntários.

Outro problema foi que, com a proximidade do Natal, muitas agências governamentais contavam com equipes reduzidas para o feriado.

Mas os socorristas em solo em Buffalo disseram que mesmo com uma frota de ambulâncias e equipes completas, eles ainda não seriam páreo para a neve pesada e os ventos ferozes que paralisaram as estradas e causaram quedas de energia. Para ajudar, centenas de membros da comunidade se conectaram nas mídias sociais para salvar pessoas presas em carros e casas congeladas, entregar remédios e levar pessoas ao hospital.

Muitos dos residentes de Buffalo vivem em prédios antigos com isolamento deficiente e fogões elétricos, tornando quase impossível se aquecer sem energia. Esse problema é particularmente grave na parte leste da cidade, onde há mais complexos habitacionais de baixa renda e subsidiados.

Nesses prédios, muitas pessoas vivem sem comida, energia ou água corrente desde sexta-feira, queimando velas e encolhidas sob cobertores, disse Myles Carter, inspetor habitacional e voluntário.

Carter disse que há apenas dois abrigos abertos e em funcionamento na cidade no momento. Depois de resgatar quase 20 pessoas de condições frias, ele questionou por que as autoridades municipais não abriram mais escolas, igrejas e prédios do governo, e os estocaram com comida, berços e cobertores para os moradores que já lutam para manter suas casas aquecidas.

Alertas ignorados

O fato de sexta-feira ser dia de pagamento para muitos trabalhadores autônomos da cidade fez com que essas pessoas ignorassem o alerta das autoridades para ficar em casa. Empresas da região também orientaram funcionários a ignorar o pedido das autoridades para ficar em casa. A proximidade da ceia de Natal também fez com que algumas pessoas assumissem o risco para comprar presentes e alimentos para a festa./ WASHINGTON POST

A cidade de Buffalo, a segunda maior do Estado de Nova York, esteve no epicentro da tempestade de neve que arrasou o nordeste dos Estados Unidos no feriado de Natal. A cidade, uma das mais acostumadas a lidar com nevascas em todo o país, responde sozinha por metade das 62 mortes registradas nos Estados Unidos por episódios relacionados à tempestade nos últimos dias.

Especialistas apontam para uma combinação de fatores como a responsável para a letalidade da tempestade de neve, a pior na região em 45 anos. São eles a proporção gigantesca da nevasca, a falta de agilidade do poder público na resposta ao evento climático, a má gestão de recursos e equipes de emergência e a dificuldade em convencer os moradores locais do risco que a tempestade representava a suas vidas.

Guarda Nacional foi acionada para ajudar serviços de emergência em Buffalo  Foto: Joseph Cooke/The Buffalo News via AP

Nevasca do século

Provocada por um ciclone-bomba que veio do Ártico, a tempestade levou ao acúmulo de 1,2 metro de neve nas ruas de Buffalo, o suficiente para impedir veículos de se locomover pela cidade. O frio também foi intenso. Na sexta-feira, a temperatura mais alta na região foi de -10º C. Os ventos atingiram 114 km/h.

Para complicar ainda mais este cenário, a tempestade foi muito longa. Foram 37 horas de neve ininterrupta, o que, na prática deixou milhares de pessoas isoladas onde estavam. A maioria da população, que ficou em casa, conseguiu abrigar-se da tormenta. Mas quem saiu à rua enfrentou riscos, às vezes fatais.

Resposta hesitante

O condado de Erie, responsável pela resposta a eventos climáticos extremos em Buffalo esperou até às 9 da manhã da sexta-feira, 23, para proibir a circulação de carros na região. Motoristas tiveram apenas 41 minutos para se preparar para o veto. Na prática, isso significou que muita gente estava na rua quando o pior da nevasca chegou à cidade.

Por 14 horas em Buffalo, a técnica de serviços de emergência Felicia Williams ficou sentada dentro de sua ambulância coberta de neve sem comida ou água, ouvindo impotente seus despachantes atenderem ligações sobre pessoas congelando, mães e bebês presos em carros, tanques de oxigênio acabando e outros socorristas. preso tentando chegar até eles.

Na frente dela, quatro carros estavam tortos em montes de neve, bloqueando a estrada. E, quando a jovem de 26 anos começou a temer que até ela pudesse morrer lá, Williams ficou furiosa por Buffalo não ter agido antes para impedir que as pessoas saíssem para as estradas na pior tempestade desde 1977. “Acho que uma proibição de viagens deveria ter sido implementada muito antes”, disse Williams.

“A maioria das ligações eram de pessoas presas em seus carros”, disse Williams. “Estávamos fazendo tudo ao nosso alcance para chegar até eles, mas a verdade é que aquelas pessoas em veículos presos não deveriam estar lá e haverá muitas mortes por causa disso.”

Autoridades locais reconheceram que subestimaram o impacto da tempestade. Na terça-feira, o xerife do condado de Erie, John Garcia, disse que, quando soube que haveria uma tempestade geracional e ouviu termos como “ciclone bomba”, ele pensou, “isso é algo com o qual estamos acostumados”.

Falta de recursos

Como a tempestade atingiu em cheio a maior cidade da região, o serviço de infraestrutura que atende o condado ficou severamente prejudicado. A polícia e as ambulâncias não conseguiram chegar a dois terços das áreas mais atingidas do condado de Erie porque também estavam paradas. Nas áreas mais afetadas, não havia serviços disponíveis.

A nevasca também testou os recursos de resposta a emergências de uma região que viu seu pessoal, equipamentos e fundos já escassos serem ainda mais reduzidos pela pandemia. No mês passado, o estado registrou uma queda de 10% na equipe certificada de EMT e paramédico devido a baixos salários e esgotamento. O problema é pior nas áreas rurais, como partes do condado de Erie, onde muitos socorristas são voluntários.

Outro problema foi que, com a proximidade do Natal, muitas agências governamentais contavam com equipes reduzidas para o feriado.

Mas os socorristas em solo em Buffalo disseram que mesmo com uma frota de ambulâncias e equipes completas, eles ainda não seriam páreo para a neve pesada e os ventos ferozes que paralisaram as estradas e causaram quedas de energia. Para ajudar, centenas de membros da comunidade se conectaram nas mídias sociais para salvar pessoas presas em carros e casas congeladas, entregar remédios e levar pessoas ao hospital.

Muitos dos residentes de Buffalo vivem em prédios antigos com isolamento deficiente e fogões elétricos, tornando quase impossível se aquecer sem energia. Esse problema é particularmente grave na parte leste da cidade, onde há mais complexos habitacionais de baixa renda e subsidiados.

Nesses prédios, muitas pessoas vivem sem comida, energia ou água corrente desde sexta-feira, queimando velas e encolhidas sob cobertores, disse Myles Carter, inspetor habitacional e voluntário.

Carter disse que há apenas dois abrigos abertos e em funcionamento na cidade no momento. Depois de resgatar quase 20 pessoas de condições frias, ele questionou por que as autoridades municipais não abriram mais escolas, igrejas e prédios do governo, e os estocaram com comida, berços e cobertores para os moradores que já lutam para manter suas casas aquecidas.

Alertas ignorados

O fato de sexta-feira ser dia de pagamento para muitos trabalhadores autônomos da cidade fez com que essas pessoas ignorassem o alerta das autoridades para ficar em casa. Empresas da região também orientaram funcionários a ignorar o pedido das autoridades para ficar em casa. A proximidade da ceia de Natal também fez com que algumas pessoas assumissem o risco para comprar presentes e alimentos para a festa./ WASHINGTON POST

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