Envelhecimento da população ameaça estabilidade do regime chinês; leia a análise


Força de trabalho está diminuindo na China, já que a porcentagem da população em idade ativa de 15 a 64 anos caiu para 68%, dos 74% registrados 10 anos atrás

Por Bloomberg
Atualização:

PEQUIM -  A China divulgou os resultados de seu censo populacional nacional, realizado uma vez a cada 10 anos. A população aumentou 72,05 milhões nos últimos 10 anos, mas a taxa média de crescimento anual desacelerou de 0,57% para 0,53%, a mais baixa desde que as estatísticas começaram a ser registradas. A porcentagem da população com 65 anos ou maisaumentou 4,63 pontos porcentuais para 13,5%.

Segundo os padrões internacionais, uma sociedade em envelhecimento é definida como aquela com uma população idosa de mais de 7%; uma sociedade envelhecida como aquela com o mesmo grupo demográfico representando mais de 14% e uma sociedade super envelhecida como aquela em que os idosos representam mais de 21% da população total. A China se tornará uma sociedade envelhecida no final deste ano.

Por outro lado, o número de nascimentos no ano passado caiu quase 20% em relação a 2019 para 12 milhões, a maior queda desde a fundação da República Popular da China. A taxa de fertilidade total, um número médio estimado de filhos que uma mulher teve em sua vida, também caiu para 1,3, o mesmo nível do Japão.

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Governo chinês anunciou a nova política para tentar conter crise demográfica no país Foto: Aly Song/Reuters

A força de trabalho também está diminuindo, já que a porcentagem da população em idade ativa de 15 a 64 anos caiu para 68%, dos 74% registrados 10 anos atrás. O pico populacional e o declínio do número de trabalhadores significam que o modelo convencional de crescimento, que contou com farta mão de obra e um enorme mercado consumidor, está chegando ao seu limite.

A expansão dos custos da previdência social também é um grande risco. O governo chinês está considerando suspender completamente as restrições de nascimentos e aumentar a idade de elegibilidade para receber pagamentos de pensões.

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Em março, Pequim anunciou que elevará suas medidas de combate ao envelhecimento da sociedade a uma estratégia nacional. Isso indica um forte sentimento de crise pelo atraso na tomada de medidas para prevenir o envelhecimento da sociedade.

A China gastou sua força nacional para a expansão militar e avanços marítimos, em meio a uma política para tornar a nação uma superpotência, e alocou uma grande parte de seu orçamento para controlar seu povo e manter a ordem pública. O atraso no desenvolvimento da seguridade social pode ser considerado um efeito negativo dessa situação.

Se a China não melhorar seus sistemas de apoio a creches, cuidados de enfermagem, serviços médicos e pensões, além de eliminar disparidades, não será capaz de manter a estabilidade a longo prazo. A turbulência na sociedade chinesa também afetará a economia global e a política internacional. Não é hora de o governo do presidente Xi Jinping reavaliar suas prioridades?

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* Editorial do jornal Japan New Yomiuri 

PEQUIM -  A China divulgou os resultados de seu censo populacional nacional, realizado uma vez a cada 10 anos. A população aumentou 72,05 milhões nos últimos 10 anos, mas a taxa média de crescimento anual desacelerou de 0,57% para 0,53%, a mais baixa desde que as estatísticas começaram a ser registradas. A porcentagem da população com 65 anos ou maisaumentou 4,63 pontos porcentuais para 13,5%.

Segundo os padrões internacionais, uma sociedade em envelhecimento é definida como aquela com uma população idosa de mais de 7%; uma sociedade envelhecida como aquela com o mesmo grupo demográfico representando mais de 14% e uma sociedade super envelhecida como aquela em que os idosos representam mais de 21% da população total. A China se tornará uma sociedade envelhecida no final deste ano.

Por outro lado, o número de nascimentos no ano passado caiu quase 20% em relação a 2019 para 12 milhões, a maior queda desde a fundação da República Popular da China. A taxa de fertilidade total, um número médio estimado de filhos que uma mulher teve em sua vida, também caiu para 1,3, o mesmo nível do Japão.

Governo chinês anunciou a nova política para tentar conter crise demográfica no país Foto: Aly Song/Reuters

A força de trabalho também está diminuindo, já que a porcentagem da população em idade ativa de 15 a 64 anos caiu para 68%, dos 74% registrados 10 anos atrás. O pico populacional e o declínio do número de trabalhadores significam que o modelo convencional de crescimento, que contou com farta mão de obra e um enorme mercado consumidor, está chegando ao seu limite.

A expansão dos custos da previdência social também é um grande risco. O governo chinês está considerando suspender completamente as restrições de nascimentos e aumentar a idade de elegibilidade para receber pagamentos de pensões.

Em março, Pequim anunciou que elevará suas medidas de combate ao envelhecimento da sociedade a uma estratégia nacional. Isso indica um forte sentimento de crise pelo atraso na tomada de medidas para prevenir o envelhecimento da sociedade.

A China gastou sua força nacional para a expansão militar e avanços marítimos, em meio a uma política para tornar a nação uma superpotência, e alocou uma grande parte de seu orçamento para controlar seu povo e manter a ordem pública. O atraso no desenvolvimento da seguridade social pode ser considerado um efeito negativo dessa situação.

Se a China não melhorar seus sistemas de apoio a creches, cuidados de enfermagem, serviços médicos e pensões, além de eliminar disparidades, não será capaz de manter a estabilidade a longo prazo. A turbulência na sociedade chinesa também afetará a economia global e a política internacional. Não é hora de o governo do presidente Xi Jinping reavaliar suas prioridades?

* Editorial do jornal Japan New Yomiuri 

PEQUIM -  A China divulgou os resultados de seu censo populacional nacional, realizado uma vez a cada 10 anos. A população aumentou 72,05 milhões nos últimos 10 anos, mas a taxa média de crescimento anual desacelerou de 0,57% para 0,53%, a mais baixa desde que as estatísticas começaram a ser registradas. A porcentagem da população com 65 anos ou maisaumentou 4,63 pontos porcentuais para 13,5%.

Segundo os padrões internacionais, uma sociedade em envelhecimento é definida como aquela com uma população idosa de mais de 7%; uma sociedade envelhecida como aquela com o mesmo grupo demográfico representando mais de 14% e uma sociedade super envelhecida como aquela em que os idosos representam mais de 21% da população total. A China se tornará uma sociedade envelhecida no final deste ano.

Por outro lado, o número de nascimentos no ano passado caiu quase 20% em relação a 2019 para 12 milhões, a maior queda desde a fundação da República Popular da China. A taxa de fertilidade total, um número médio estimado de filhos que uma mulher teve em sua vida, também caiu para 1,3, o mesmo nível do Japão.

Governo chinês anunciou a nova política para tentar conter crise demográfica no país Foto: Aly Song/Reuters

A força de trabalho também está diminuindo, já que a porcentagem da população em idade ativa de 15 a 64 anos caiu para 68%, dos 74% registrados 10 anos atrás. O pico populacional e o declínio do número de trabalhadores significam que o modelo convencional de crescimento, que contou com farta mão de obra e um enorme mercado consumidor, está chegando ao seu limite.

A expansão dos custos da previdência social também é um grande risco. O governo chinês está considerando suspender completamente as restrições de nascimentos e aumentar a idade de elegibilidade para receber pagamentos de pensões.

Em março, Pequim anunciou que elevará suas medidas de combate ao envelhecimento da sociedade a uma estratégia nacional. Isso indica um forte sentimento de crise pelo atraso na tomada de medidas para prevenir o envelhecimento da sociedade.

A China gastou sua força nacional para a expansão militar e avanços marítimos, em meio a uma política para tornar a nação uma superpotência, e alocou uma grande parte de seu orçamento para controlar seu povo e manter a ordem pública. O atraso no desenvolvimento da seguridade social pode ser considerado um efeito negativo dessa situação.

Se a China não melhorar seus sistemas de apoio a creches, cuidados de enfermagem, serviços médicos e pensões, além de eliminar disparidades, não será capaz de manter a estabilidade a longo prazo. A turbulência na sociedade chinesa também afetará a economia global e a política internacional. Não é hora de o governo do presidente Xi Jinping reavaliar suas prioridades?

* Editorial do jornal Japan New Yomiuri 

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