QUITO - O presidente do Equador, Lenín Moreno, declarou nesta sexta-feira, 2, estado de exceção por 30 dias em oito províncias do país, onde vivem cerca de 70% dos 17,4 milhões de habitantes, devido ao aumento de infecções pelo coronavírus. Haverá também nove horas de toque de recolher nesses territórios, das 20h às 5h do dia seguinte.
De acordo com publicação do presidente no Twitter, onde anexou o decreto, as províncias de Pichincha, Guayas, Manabí, Azuay, Loja, Santo Domingo, El Oro e Esmeraldas serão afetadas.
O decreto justifica as restrições por “calamidade pública”, pois, apesar da existência da emergência desde março do ano anterior, “agora novas faixas etárias foram afetadas, há novos sintomas e novas cepas da COVID-19”.
O porta-voz do Comitê de Operações de Emergência (COE), responsável pela pandemia, Juan Zapata, defendeu a medida em virtude do “aumento e velocidade das infecções, crescimento previsível devido à desobediência do cidadão e ao relaxamento nas medidas de autocuidado”.
O decreto estabele ainda que a Polícia Nacional e as Forças Armadas, de forma complementar, fiscalizarão o cumprimento das recomendações.
Eleições
Pelo fato de o país estar em período de eleições, o dispositivo aponta que "ações específicas para garantir esse direito" serão feitas nos locais afetados.
Na quarta, 31, a vice-presidente, María Alejandra Muñoz, havia adiantado que o governo estudava aumentar as restrições de mobilidade com toques de recolher para frear as infecções por coronavírus.
No entanto, afirmou que as medidas não iriam alterar "em hipótese alguma o processo eleitoral", marcado para 11 de abril, quando será realizada a votação para a eleição do sucessor do presidente Lenín Moreno.
Outras restrições
O COE também suspendeu o horário de trabalho presencial no setor público entre 5 e 9 de abril e proibiu todo tipo de reunião em locais públicos.
Dada ao aumento dos casos, cidades decidiram esta semana proibir o tráfego de veículos noturnos por 10 horas. Há um ano, no pior momento da crise, o sistema de saúde e funerário do país entrou em colapso.
Antes do feriado de Páscoa, outros municípios equatorianos concordaram em fechar as praias para impedir a nova onda da covid-19. O Equador relata 330.388 casos de covid-19 desde o início da pandemia, incluindo 16.877 mortes./ AFP