Sauditas que estariam atrás de jornalista desaparecido na Turquia eram soldados e guardas reais


Mídia turca relata cargos de membros da equipe da Arábia Saudita que supostamente mirava Khasoggi; Erdogan diz que não vai se calar

Atualização:

ISTAMBUL - Guardas reais, oficiais do serviço de inteligência, soldados e um especialista em autópsia, todos sauditas, formavam o grupo de 15 membros que tinha como alvo o jornalista Jamal Khashoggi. As informações foram relatadas pela mídia da Turquia, nesta quinta-feira, 11. Khashoggi era colaborador do jornal americano The Washington Post e sumiu no dia 2, enquanto visitava o Consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Os detalhes reportados, juntamente com comentários diretos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, parecem estar focados em pressionar a Arábia Saudita a revelar o que aconteceu com Khashoggi. Gradualmente, a mídia do país vem publicando vazamentos sobre o caso, que provavelmente vêm do serviço de segurança nacional. A pressão é gradual para não prejudicar os investimentos do reino na Turquia, além de evitar desequilíbrio entre os dois países em outros assuntos.

Ativistas seguram fotos do jornalista saudita Jamal Khashoggi durante protesto na frente do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 9 de outubro Foto: REUTERS/Osman Orsal
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Em Washington, parlamentares americanos têm feito críticas crescentes à duradoura aliança de segurança entre Arábia Saudita e EUA. Ainda assim, o presidente Donald Trump expressou reservas quanto a suspender as vendas de armas americanas em razão do desaparecimento.

Oficiais turcos dizem temer que o reino tenha matado e desmembrado Khashoggi, sem oferecer evidências do porquê acreditam nisso. O jornalista contribuía com colunas para o Post, nas quais havia esporadicamente críticas ao príncipe saudita Mohammed bin Salman.

Antes de se calar nos últimos dias, a Arábia Saudita afirmou que a alegação de que o colunista teria sido sequestrado ou machucado era infundada. No entanto, também não ofereceram evidências de que o escritor simplesmente saiu do consulado e desapareceu. Sua noiva, Hatice Cengiz, estava esperando por ele do lado de fora da instalação.

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Esquadrão do assassinato

O primeiro avião, com nove sauditas, chegou de Riad por volta das 3h30 no dia 2 de outubro - data do sumiço de Khashoggi. O veículo privado incluía um indivíduo descrito como oficial forense, de acordo com o jornal Sabah. Um oficial da Turquia, que se manifestou em condição de anonimato à agência Associated Press, descreveu o homem como um "especialista em autópsia".

Jamal Khashoggi entrando no Consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro, no último dia em que foi visto.Imagem da emissora CCTV Foto: CCTV / Hurriyet / AP
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Os outros seis membros voaram em aviões comerciais, segundo lista obtida pelo Sabah, que também publicou seus nomes e fotos. A mídia local os descreveu como militares e oficiais de inteligência, bem como "guardas reais".

Próximo do horário em que o jornalista entrou no consulado, uma outra aeronave privada foi de Riad a Istambul. Um vídeo divulgado pela mídia estatal da Turquia mostrava que alguns veículos, com placas diplomáticas licenciadas, deixaram o consulado e dirigiram por cerca de 2 quilômetros até a residência do cônsul, duas horas após Khashoggi ter visitado o órgão.

O jornal Hurriyet e outros veículos alegaram que os 28 membros que trabalhavam no consulado receberam o dia de folga, em razão de uma "reunião de diplomatas" que aconteceria no local. As notícias não citaram fonte e também não deram confirmação oficial.

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Às sete da noite, 6 dos 15 sauditas partiram num avião recém-chegado em direção ao Cairo, onde ficaram pela noite até voltarem a Riad, segundo o Sabah e outros jornais. Às 11 da noite, outros sete sairam em uma segunda aeronave privada com destino a Dubai, nos Emirados Árabes, e similarmente pernoitaram por lá e retornaram a Riad no dia seguinte, segundo relatos. Os dois faltantes voaram comercialmente, também de acordo com o Sabah.

Erdogan foi citado pela mídia turca nesta quinta-feira, 11, enquanto viajava com jornalistas de volta a seu país após uma visita à Hungria. "Nós não podemos nos manter calados diante de tamanho incidente".

"Como é possível que um consulado, uma embaixada, não tenha um sistema de câmeras de segurança? É possível que o consulado saudita onde o incidente ocorreu não tivesse isso?", questionou o presidente da Turquia. "Se um pássaro voasse, se um mosquito aparecesse, esses sistemas teriam gravado e (acredito) que eles (os sauditas) teriam os mais avançados sistemas". /AP

ISTAMBUL - Guardas reais, oficiais do serviço de inteligência, soldados e um especialista em autópsia, todos sauditas, formavam o grupo de 15 membros que tinha como alvo o jornalista Jamal Khashoggi. As informações foram relatadas pela mídia da Turquia, nesta quinta-feira, 11. Khashoggi era colaborador do jornal americano The Washington Post e sumiu no dia 2, enquanto visitava o Consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Os detalhes reportados, juntamente com comentários diretos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, parecem estar focados em pressionar a Arábia Saudita a revelar o que aconteceu com Khashoggi. Gradualmente, a mídia do país vem publicando vazamentos sobre o caso, que provavelmente vêm do serviço de segurança nacional. A pressão é gradual para não prejudicar os investimentos do reino na Turquia, além de evitar desequilíbrio entre os dois países em outros assuntos.

Ativistas seguram fotos do jornalista saudita Jamal Khashoggi durante protesto na frente do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 9 de outubro Foto: REUTERS/Osman Orsal

Em Washington, parlamentares americanos têm feito críticas crescentes à duradoura aliança de segurança entre Arábia Saudita e EUA. Ainda assim, o presidente Donald Trump expressou reservas quanto a suspender as vendas de armas americanas em razão do desaparecimento.

Oficiais turcos dizem temer que o reino tenha matado e desmembrado Khashoggi, sem oferecer evidências do porquê acreditam nisso. O jornalista contribuía com colunas para o Post, nas quais havia esporadicamente críticas ao príncipe saudita Mohammed bin Salman.

Antes de se calar nos últimos dias, a Arábia Saudita afirmou que a alegação de que o colunista teria sido sequestrado ou machucado era infundada. No entanto, também não ofereceram evidências de que o escritor simplesmente saiu do consulado e desapareceu. Sua noiva, Hatice Cengiz, estava esperando por ele do lado de fora da instalação.

Esquadrão do assassinato

O primeiro avião, com nove sauditas, chegou de Riad por volta das 3h30 no dia 2 de outubro - data do sumiço de Khashoggi. O veículo privado incluía um indivíduo descrito como oficial forense, de acordo com o jornal Sabah. Um oficial da Turquia, que se manifestou em condição de anonimato à agência Associated Press, descreveu o homem como um "especialista em autópsia".

Jamal Khashoggi entrando no Consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro, no último dia em que foi visto.Imagem da emissora CCTV Foto: CCTV / Hurriyet / AP

Os outros seis membros voaram em aviões comerciais, segundo lista obtida pelo Sabah, que também publicou seus nomes e fotos. A mídia local os descreveu como militares e oficiais de inteligência, bem como "guardas reais".

Próximo do horário em que o jornalista entrou no consulado, uma outra aeronave privada foi de Riad a Istambul. Um vídeo divulgado pela mídia estatal da Turquia mostrava que alguns veículos, com placas diplomáticas licenciadas, deixaram o consulado e dirigiram por cerca de 2 quilômetros até a residência do cônsul, duas horas após Khashoggi ter visitado o órgão.

O jornal Hurriyet e outros veículos alegaram que os 28 membros que trabalhavam no consulado receberam o dia de folga, em razão de uma "reunião de diplomatas" que aconteceria no local. As notícias não citaram fonte e também não deram confirmação oficial.

Às sete da noite, 6 dos 15 sauditas partiram num avião recém-chegado em direção ao Cairo, onde ficaram pela noite até voltarem a Riad, segundo o Sabah e outros jornais. Às 11 da noite, outros sete sairam em uma segunda aeronave privada com destino a Dubai, nos Emirados Árabes, e similarmente pernoitaram por lá e retornaram a Riad no dia seguinte, segundo relatos. Os dois faltantes voaram comercialmente, também de acordo com o Sabah.

Erdogan foi citado pela mídia turca nesta quinta-feira, 11, enquanto viajava com jornalistas de volta a seu país após uma visita à Hungria. "Nós não podemos nos manter calados diante de tamanho incidente".

"Como é possível que um consulado, uma embaixada, não tenha um sistema de câmeras de segurança? É possível que o consulado saudita onde o incidente ocorreu não tivesse isso?", questionou o presidente da Turquia. "Se um pássaro voasse, se um mosquito aparecesse, esses sistemas teriam gravado e (acredito) que eles (os sauditas) teriam os mais avançados sistemas". /AP

ISTAMBUL - Guardas reais, oficiais do serviço de inteligência, soldados e um especialista em autópsia, todos sauditas, formavam o grupo de 15 membros que tinha como alvo o jornalista Jamal Khashoggi. As informações foram relatadas pela mídia da Turquia, nesta quinta-feira, 11. Khashoggi era colaborador do jornal americano The Washington Post e sumiu no dia 2, enquanto visitava o Consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Os detalhes reportados, juntamente com comentários diretos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, parecem estar focados em pressionar a Arábia Saudita a revelar o que aconteceu com Khashoggi. Gradualmente, a mídia do país vem publicando vazamentos sobre o caso, que provavelmente vêm do serviço de segurança nacional. A pressão é gradual para não prejudicar os investimentos do reino na Turquia, além de evitar desequilíbrio entre os dois países em outros assuntos.

Ativistas seguram fotos do jornalista saudita Jamal Khashoggi durante protesto na frente do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 9 de outubro Foto: REUTERS/Osman Orsal

Em Washington, parlamentares americanos têm feito críticas crescentes à duradoura aliança de segurança entre Arábia Saudita e EUA. Ainda assim, o presidente Donald Trump expressou reservas quanto a suspender as vendas de armas americanas em razão do desaparecimento.

Oficiais turcos dizem temer que o reino tenha matado e desmembrado Khashoggi, sem oferecer evidências do porquê acreditam nisso. O jornalista contribuía com colunas para o Post, nas quais havia esporadicamente críticas ao príncipe saudita Mohammed bin Salman.

Antes de se calar nos últimos dias, a Arábia Saudita afirmou que a alegação de que o colunista teria sido sequestrado ou machucado era infundada. No entanto, também não ofereceram evidências de que o escritor simplesmente saiu do consulado e desapareceu. Sua noiva, Hatice Cengiz, estava esperando por ele do lado de fora da instalação.

Esquadrão do assassinato

O primeiro avião, com nove sauditas, chegou de Riad por volta das 3h30 no dia 2 de outubro - data do sumiço de Khashoggi. O veículo privado incluía um indivíduo descrito como oficial forense, de acordo com o jornal Sabah. Um oficial da Turquia, que se manifestou em condição de anonimato à agência Associated Press, descreveu o homem como um "especialista em autópsia".

Jamal Khashoggi entrando no Consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia 2 de outubro, no último dia em que foi visto.Imagem da emissora CCTV Foto: CCTV / Hurriyet / AP

Os outros seis membros voaram em aviões comerciais, segundo lista obtida pelo Sabah, que também publicou seus nomes e fotos. A mídia local os descreveu como militares e oficiais de inteligência, bem como "guardas reais".

Próximo do horário em que o jornalista entrou no consulado, uma outra aeronave privada foi de Riad a Istambul. Um vídeo divulgado pela mídia estatal da Turquia mostrava que alguns veículos, com placas diplomáticas licenciadas, deixaram o consulado e dirigiram por cerca de 2 quilômetros até a residência do cônsul, duas horas após Khashoggi ter visitado o órgão.

O jornal Hurriyet e outros veículos alegaram que os 28 membros que trabalhavam no consulado receberam o dia de folga, em razão de uma "reunião de diplomatas" que aconteceria no local. As notícias não citaram fonte e também não deram confirmação oficial.

Às sete da noite, 6 dos 15 sauditas partiram num avião recém-chegado em direção ao Cairo, onde ficaram pela noite até voltarem a Riad, segundo o Sabah e outros jornais. Às 11 da noite, outros sete sairam em uma segunda aeronave privada com destino a Dubai, nos Emirados Árabes, e similarmente pernoitaram por lá e retornaram a Riad no dia seguinte, segundo relatos. Os dois faltantes voaram comercialmente, também de acordo com o Sabah.

Erdogan foi citado pela mídia turca nesta quinta-feira, 11, enquanto viajava com jornalistas de volta a seu país após uma visita à Hungria. "Nós não podemos nos manter calados diante de tamanho incidente".

"Como é possível que um consulado, uma embaixada, não tenha um sistema de câmeras de segurança? É possível que o consulado saudita onde o incidente ocorreu não tivesse isso?", questionou o presidente da Turquia. "Se um pássaro voasse, se um mosquito aparecesse, esses sistemas teriam gravado e (acredito) que eles (os sauditas) teriam os mais avançados sistemas". /AP

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