Espanha aprova licença remunerada para período menstrual; entenda


Parlamento espanhol também aprova lei que expande aborto e direitos dos transgêneros para adolescentes

Por Redação

MADRI - O Parlamento espanhol aprovou em definitivo nesta quinta-feira, 16, uma legislação para que trabalhadoras que sofrem ciclos menstruais dolorosos possam tirar uma “licença menstrual”, uma medida pioneira na Europa que busca, segundo o governo de esquerda, quebrar tabus. Os legisladores da Espanha também aprovaram uma lei que expande o aborto e os direitos dos transgêneros para adolescentes.

A força por trás das novas leis foi a ministra da Igualdade, Irene Montero. “Hoje é um dia histórico de progresso nos direitos feministas”, escreveu a ministra no Twitter. Ela é integrante do Podemos, o partido de esquerda radical que é um parceiro minoritário na coalizão de governo com os socialistas.

Adotada por 185 votos a favor, 154 contra e 3 abstenções, a lei da licença menstrual faz da Espanha o primeiro país da Europa e um dos poucos do mundo a considerar esta medida, além de Japão, Indonésia e Zâmbia.

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Em imagem de arquivo, a ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, durante entrevista coletiva Foto: Manu Fernandez/AP - 27/01/2023

O texto da lei estabelece que “as licenças médicas em que a mulher se encontre em caso de menstruação incapacitante secundária, ou dismenorreia secundária associada a patologias como a endometriose, serão consideradas situação especial de incapacidade temporária por contingências comuns”.

“Trata-se de dar uma regulamentação adequada a essa situação patológica, de forma a eliminar qualquer tipo de preconceito negativo no local de trabalho”, acrescenta a lei, que não especifica de quanto tempo será essa licença médica. Essa reforma, rejeitada pelos partidos de direita, considera a saúde menstrual parte do direito à saúde.

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Mas a medida tem despertado reservas na ala socialista do governo e é criticada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). A UGT expressou sua preocupação de que os empregadores que quiserem evitá-las acabem impedindo a contratação de mulheres.

O conservador Partido Popular (PP), principal partido da oposição, alertou para o risco de “marginalização, estigmatização” e “consequências negativas no mercado de trabalho” para as mulheres.

A nova lei também visa combater a pobreza menstrual e, nesse sentido, aposta na distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual em centros educativos, prisões e centros sociais para mulheres em situação de vulnerabilidade. Centros de saúde estatais também distribuirão contraceptivos hormonais e a pílula do dia seguinte.

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Aborto

A licença menstrual é uma das principais medidas de um projeto de lei muito mais amplo para aumentar o acesso ao aborto nos hospitais públicos, que realizam menos de 15% desse tipo de intervenção no país, principalmente devido à massiva objeção de consciência por parte dos médicos.

As mudanças consagram em lei o direito ao aborto em hospital estadual. Mas, pelo novo sistema, os médicos dos hospitais estaduais não serão obrigados a realizar abortos, desde que já tenham registrado suas objeções por escrito.

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A nova lei permite que jovens de 16 e 17 anos na Espanha possam fazer aborto sem o consentimento dos pais.

A lei do aborto se baseia na legislação aprovada em 2010, que representou uma grande mudança para um país tradicionalmente católico, transformando a Espanha em um dos países mais progressistas da Europa em direitos reprodutivos.

O tribunal constitucional da Espanha rejeitou na semana passada um recurso do Partido Popular, de direita, contra a permissão de abortos nas primeiras 14 semanas de gravidez.

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Um pacote separado de reformas também aprovado pelos legisladores na quinta-feira fortaleceu os direitos dos transgêneros, incluindo permitir que qualquer cidadão com mais de 16 anos mude seu gênero legalmente registrado sem supervisão médica.

Ministra da Igualdade Irene Montero (C) comemora a aprovação do pacote de leis na Espanha com ativistas do lado de fora do Parlamento, em Madri Foto: Susana Vera/Reuters - 16/02/2023

Menores de 12 a 13 anos precisarão de autorização do juiz para trocar, enquanto os de 14 a 16 anos deverão estar acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

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Anteriormente, as pessoas transexuais precisavam de um diagnóstico por vários médicos. A segunda lei também proíbe a chamada “terapia de conversão” para pessoas LGBT+ e fornece apoio estatal para lésbicas e mulheres solteiras que buscam tratamento de fertilização in vitro.

O governo de coalizão de centro-esquerda está atualmente sendo criticado por outro dos projetos estrela de Montero, uma nova lei de consentimento sexual que pretendia aumentar a proteção contra estupro, mas inadvertidamente permitiu que centenas de criminosos sexuais tivessem sentenças de prisão reduzidas.

A Lei “Somente sim significa sim” torna o consentimento verbal o componente-chave em casos de suposta agressão sexual. O governo agora está lutando para apresentar uma versão alterada e acabar com a controvérsia antes das eleições ainda este ano.

As três iniciativas encontraram forte oposição dos partidos de direita que formam o principal bloco de oposição da Espanha./AFP, AP e EFE

MADRI - O Parlamento espanhol aprovou em definitivo nesta quinta-feira, 16, uma legislação para que trabalhadoras que sofrem ciclos menstruais dolorosos possam tirar uma “licença menstrual”, uma medida pioneira na Europa que busca, segundo o governo de esquerda, quebrar tabus. Os legisladores da Espanha também aprovaram uma lei que expande o aborto e os direitos dos transgêneros para adolescentes.

A força por trás das novas leis foi a ministra da Igualdade, Irene Montero. “Hoje é um dia histórico de progresso nos direitos feministas”, escreveu a ministra no Twitter. Ela é integrante do Podemos, o partido de esquerda radical que é um parceiro minoritário na coalizão de governo com os socialistas.

Adotada por 185 votos a favor, 154 contra e 3 abstenções, a lei da licença menstrual faz da Espanha o primeiro país da Europa e um dos poucos do mundo a considerar esta medida, além de Japão, Indonésia e Zâmbia.

Em imagem de arquivo, a ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, durante entrevista coletiva Foto: Manu Fernandez/AP - 27/01/2023

O texto da lei estabelece que “as licenças médicas em que a mulher se encontre em caso de menstruação incapacitante secundária, ou dismenorreia secundária associada a patologias como a endometriose, serão consideradas situação especial de incapacidade temporária por contingências comuns”.

“Trata-se de dar uma regulamentação adequada a essa situação patológica, de forma a eliminar qualquer tipo de preconceito negativo no local de trabalho”, acrescenta a lei, que não especifica de quanto tempo será essa licença médica. Essa reforma, rejeitada pelos partidos de direita, considera a saúde menstrual parte do direito à saúde.

Mas a medida tem despertado reservas na ala socialista do governo e é criticada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). A UGT expressou sua preocupação de que os empregadores que quiserem evitá-las acabem impedindo a contratação de mulheres.

O conservador Partido Popular (PP), principal partido da oposição, alertou para o risco de “marginalização, estigmatização” e “consequências negativas no mercado de trabalho” para as mulheres.

A nova lei também visa combater a pobreza menstrual e, nesse sentido, aposta na distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual em centros educativos, prisões e centros sociais para mulheres em situação de vulnerabilidade. Centros de saúde estatais também distribuirão contraceptivos hormonais e a pílula do dia seguinte.

Aborto

A licença menstrual é uma das principais medidas de um projeto de lei muito mais amplo para aumentar o acesso ao aborto nos hospitais públicos, que realizam menos de 15% desse tipo de intervenção no país, principalmente devido à massiva objeção de consciência por parte dos médicos.

As mudanças consagram em lei o direito ao aborto em hospital estadual. Mas, pelo novo sistema, os médicos dos hospitais estaduais não serão obrigados a realizar abortos, desde que já tenham registrado suas objeções por escrito.

A nova lei permite que jovens de 16 e 17 anos na Espanha possam fazer aborto sem o consentimento dos pais.

A lei do aborto se baseia na legislação aprovada em 2010, que representou uma grande mudança para um país tradicionalmente católico, transformando a Espanha em um dos países mais progressistas da Europa em direitos reprodutivos.

O tribunal constitucional da Espanha rejeitou na semana passada um recurso do Partido Popular, de direita, contra a permissão de abortos nas primeiras 14 semanas de gravidez.

Um pacote separado de reformas também aprovado pelos legisladores na quinta-feira fortaleceu os direitos dos transgêneros, incluindo permitir que qualquer cidadão com mais de 16 anos mude seu gênero legalmente registrado sem supervisão médica.

Ministra da Igualdade Irene Montero (C) comemora a aprovação do pacote de leis na Espanha com ativistas do lado de fora do Parlamento, em Madri Foto: Susana Vera/Reuters - 16/02/2023

Menores de 12 a 13 anos precisarão de autorização do juiz para trocar, enquanto os de 14 a 16 anos deverão estar acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Anteriormente, as pessoas transexuais precisavam de um diagnóstico por vários médicos. A segunda lei também proíbe a chamada “terapia de conversão” para pessoas LGBT+ e fornece apoio estatal para lésbicas e mulheres solteiras que buscam tratamento de fertilização in vitro.

O governo de coalizão de centro-esquerda está atualmente sendo criticado por outro dos projetos estrela de Montero, uma nova lei de consentimento sexual que pretendia aumentar a proteção contra estupro, mas inadvertidamente permitiu que centenas de criminosos sexuais tivessem sentenças de prisão reduzidas.

A Lei “Somente sim significa sim” torna o consentimento verbal o componente-chave em casos de suposta agressão sexual. O governo agora está lutando para apresentar uma versão alterada e acabar com a controvérsia antes das eleições ainda este ano.

As três iniciativas encontraram forte oposição dos partidos de direita que formam o principal bloco de oposição da Espanha./AFP, AP e EFE

MADRI - O Parlamento espanhol aprovou em definitivo nesta quinta-feira, 16, uma legislação para que trabalhadoras que sofrem ciclos menstruais dolorosos possam tirar uma “licença menstrual”, uma medida pioneira na Europa que busca, segundo o governo de esquerda, quebrar tabus. Os legisladores da Espanha também aprovaram uma lei que expande o aborto e os direitos dos transgêneros para adolescentes.

A força por trás das novas leis foi a ministra da Igualdade, Irene Montero. “Hoje é um dia histórico de progresso nos direitos feministas”, escreveu a ministra no Twitter. Ela é integrante do Podemos, o partido de esquerda radical que é um parceiro minoritário na coalizão de governo com os socialistas.

Adotada por 185 votos a favor, 154 contra e 3 abstenções, a lei da licença menstrual faz da Espanha o primeiro país da Europa e um dos poucos do mundo a considerar esta medida, além de Japão, Indonésia e Zâmbia.

Em imagem de arquivo, a ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, durante entrevista coletiva Foto: Manu Fernandez/AP - 27/01/2023

O texto da lei estabelece que “as licenças médicas em que a mulher se encontre em caso de menstruação incapacitante secundária, ou dismenorreia secundária associada a patologias como a endometriose, serão consideradas situação especial de incapacidade temporária por contingências comuns”.

“Trata-se de dar uma regulamentação adequada a essa situação patológica, de forma a eliminar qualquer tipo de preconceito negativo no local de trabalho”, acrescenta a lei, que não especifica de quanto tempo será essa licença médica. Essa reforma, rejeitada pelos partidos de direita, considera a saúde menstrual parte do direito à saúde.

Mas a medida tem despertado reservas na ala socialista do governo e é criticada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). A UGT expressou sua preocupação de que os empregadores que quiserem evitá-las acabem impedindo a contratação de mulheres.

O conservador Partido Popular (PP), principal partido da oposição, alertou para o risco de “marginalização, estigmatização” e “consequências negativas no mercado de trabalho” para as mulheres.

A nova lei também visa combater a pobreza menstrual e, nesse sentido, aposta na distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual em centros educativos, prisões e centros sociais para mulheres em situação de vulnerabilidade. Centros de saúde estatais também distribuirão contraceptivos hormonais e a pílula do dia seguinte.

Aborto

A licença menstrual é uma das principais medidas de um projeto de lei muito mais amplo para aumentar o acesso ao aborto nos hospitais públicos, que realizam menos de 15% desse tipo de intervenção no país, principalmente devido à massiva objeção de consciência por parte dos médicos.

As mudanças consagram em lei o direito ao aborto em hospital estadual. Mas, pelo novo sistema, os médicos dos hospitais estaduais não serão obrigados a realizar abortos, desde que já tenham registrado suas objeções por escrito.

A nova lei permite que jovens de 16 e 17 anos na Espanha possam fazer aborto sem o consentimento dos pais.

A lei do aborto se baseia na legislação aprovada em 2010, que representou uma grande mudança para um país tradicionalmente católico, transformando a Espanha em um dos países mais progressistas da Europa em direitos reprodutivos.

O tribunal constitucional da Espanha rejeitou na semana passada um recurso do Partido Popular, de direita, contra a permissão de abortos nas primeiras 14 semanas de gravidez.

Um pacote separado de reformas também aprovado pelos legisladores na quinta-feira fortaleceu os direitos dos transgêneros, incluindo permitir que qualquer cidadão com mais de 16 anos mude seu gênero legalmente registrado sem supervisão médica.

Ministra da Igualdade Irene Montero (C) comemora a aprovação do pacote de leis na Espanha com ativistas do lado de fora do Parlamento, em Madri Foto: Susana Vera/Reuters - 16/02/2023

Menores de 12 a 13 anos precisarão de autorização do juiz para trocar, enquanto os de 14 a 16 anos deverão estar acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Anteriormente, as pessoas transexuais precisavam de um diagnóstico por vários médicos. A segunda lei também proíbe a chamada “terapia de conversão” para pessoas LGBT+ e fornece apoio estatal para lésbicas e mulheres solteiras que buscam tratamento de fertilização in vitro.

O governo de coalizão de centro-esquerda está atualmente sendo criticado por outro dos projetos estrela de Montero, uma nova lei de consentimento sexual que pretendia aumentar a proteção contra estupro, mas inadvertidamente permitiu que centenas de criminosos sexuais tivessem sentenças de prisão reduzidas.

A Lei “Somente sim significa sim” torna o consentimento verbal o componente-chave em casos de suposta agressão sexual. O governo agora está lutando para apresentar uma versão alterada e acabar com a controvérsia antes das eleições ainda este ano.

As três iniciativas encontraram forte oposição dos partidos de direita que formam o principal bloco de oposição da Espanha./AFP, AP e EFE

MADRI - O Parlamento espanhol aprovou em definitivo nesta quinta-feira, 16, uma legislação para que trabalhadoras que sofrem ciclos menstruais dolorosos possam tirar uma “licença menstrual”, uma medida pioneira na Europa que busca, segundo o governo de esquerda, quebrar tabus. Os legisladores da Espanha também aprovaram uma lei que expande o aborto e os direitos dos transgêneros para adolescentes.

A força por trás das novas leis foi a ministra da Igualdade, Irene Montero. “Hoje é um dia histórico de progresso nos direitos feministas”, escreveu a ministra no Twitter. Ela é integrante do Podemos, o partido de esquerda radical que é um parceiro minoritário na coalizão de governo com os socialistas.

Adotada por 185 votos a favor, 154 contra e 3 abstenções, a lei da licença menstrual faz da Espanha o primeiro país da Europa e um dos poucos do mundo a considerar esta medida, além de Japão, Indonésia e Zâmbia.

Em imagem de arquivo, a ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, durante entrevista coletiva Foto: Manu Fernandez/AP - 27/01/2023

O texto da lei estabelece que “as licenças médicas em que a mulher se encontre em caso de menstruação incapacitante secundária, ou dismenorreia secundária associada a patologias como a endometriose, serão consideradas situação especial de incapacidade temporária por contingências comuns”.

“Trata-se de dar uma regulamentação adequada a essa situação patológica, de forma a eliminar qualquer tipo de preconceito negativo no local de trabalho”, acrescenta a lei, que não especifica de quanto tempo será essa licença médica. Essa reforma, rejeitada pelos partidos de direita, considera a saúde menstrual parte do direito à saúde.

Mas a medida tem despertado reservas na ala socialista do governo e é criticada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). A UGT expressou sua preocupação de que os empregadores que quiserem evitá-las acabem impedindo a contratação de mulheres.

O conservador Partido Popular (PP), principal partido da oposição, alertou para o risco de “marginalização, estigmatização” e “consequências negativas no mercado de trabalho” para as mulheres.

A nova lei também visa combater a pobreza menstrual e, nesse sentido, aposta na distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual em centros educativos, prisões e centros sociais para mulheres em situação de vulnerabilidade. Centros de saúde estatais também distribuirão contraceptivos hormonais e a pílula do dia seguinte.

Aborto

A licença menstrual é uma das principais medidas de um projeto de lei muito mais amplo para aumentar o acesso ao aborto nos hospitais públicos, que realizam menos de 15% desse tipo de intervenção no país, principalmente devido à massiva objeção de consciência por parte dos médicos.

As mudanças consagram em lei o direito ao aborto em hospital estadual. Mas, pelo novo sistema, os médicos dos hospitais estaduais não serão obrigados a realizar abortos, desde que já tenham registrado suas objeções por escrito.

A nova lei permite que jovens de 16 e 17 anos na Espanha possam fazer aborto sem o consentimento dos pais.

A lei do aborto se baseia na legislação aprovada em 2010, que representou uma grande mudança para um país tradicionalmente católico, transformando a Espanha em um dos países mais progressistas da Europa em direitos reprodutivos.

O tribunal constitucional da Espanha rejeitou na semana passada um recurso do Partido Popular, de direita, contra a permissão de abortos nas primeiras 14 semanas de gravidez.

Um pacote separado de reformas também aprovado pelos legisladores na quinta-feira fortaleceu os direitos dos transgêneros, incluindo permitir que qualquer cidadão com mais de 16 anos mude seu gênero legalmente registrado sem supervisão médica.

Ministra da Igualdade Irene Montero (C) comemora a aprovação do pacote de leis na Espanha com ativistas do lado de fora do Parlamento, em Madri Foto: Susana Vera/Reuters - 16/02/2023

Menores de 12 a 13 anos precisarão de autorização do juiz para trocar, enquanto os de 14 a 16 anos deverão estar acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Anteriormente, as pessoas transexuais precisavam de um diagnóstico por vários médicos. A segunda lei também proíbe a chamada “terapia de conversão” para pessoas LGBT+ e fornece apoio estatal para lésbicas e mulheres solteiras que buscam tratamento de fertilização in vitro.

O governo de coalizão de centro-esquerda está atualmente sendo criticado por outro dos projetos estrela de Montero, uma nova lei de consentimento sexual que pretendia aumentar a proteção contra estupro, mas inadvertidamente permitiu que centenas de criminosos sexuais tivessem sentenças de prisão reduzidas.

A Lei “Somente sim significa sim” torna o consentimento verbal o componente-chave em casos de suposta agressão sexual. O governo agora está lutando para apresentar uma versão alterada e acabar com a controvérsia antes das eleições ainda este ano.

As três iniciativas encontraram forte oposição dos partidos de direita que formam o principal bloco de oposição da Espanha./AFP, AP e EFE

MADRI - O Parlamento espanhol aprovou em definitivo nesta quinta-feira, 16, uma legislação para que trabalhadoras que sofrem ciclos menstruais dolorosos possam tirar uma “licença menstrual”, uma medida pioneira na Europa que busca, segundo o governo de esquerda, quebrar tabus. Os legisladores da Espanha também aprovaram uma lei que expande o aborto e os direitos dos transgêneros para adolescentes.

A força por trás das novas leis foi a ministra da Igualdade, Irene Montero. “Hoje é um dia histórico de progresso nos direitos feministas”, escreveu a ministra no Twitter. Ela é integrante do Podemos, o partido de esquerda radical que é um parceiro minoritário na coalizão de governo com os socialistas.

Adotada por 185 votos a favor, 154 contra e 3 abstenções, a lei da licença menstrual faz da Espanha o primeiro país da Europa e um dos poucos do mundo a considerar esta medida, além de Japão, Indonésia e Zâmbia.

Em imagem de arquivo, a ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, durante entrevista coletiva Foto: Manu Fernandez/AP - 27/01/2023

O texto da lei estabelece que “as licenças médicas em que a mulher se encontre em caso de menstruação incapacitante secundária, ou dismenorreia secundária associada a patologias como a endometriose, serão consideradas situação especial de incapacidade temporária por contingências comuns”.

“Trata-se de dar uma regulamentação adequada a essa situação patológica, de forma a eliminar qualquer tipo de preconceito negativo no local de trabalho”, acrescenta a lei, que não especifica de quanto tempo será essa licença médica. Essa reforma, rejeitada pelos partidos de direita, considera a saúde menstrual parte do direito à saúde.

Mas a medida tem despertado reservas na ala socialista do governo e é criticada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). A UGT expressou sua preocupação de que os empregadores que quiserem evitá-las acabem impedindo a contratação de mulheres.

O conservador Partido Popular (PP), principal partido da oposição, alertou para o risco de “marginalização, estigmatização” e “consequências negativas no mercado de trabalho” para as mulheres.

A nova lei também visa combater a pobreza menstrual e, nesse sentido, aposta na distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual em centros educativos, prisões e centros sociais para mulheres em situação de vulnerabilidade. Centros de saúde estatais também distribuirão contraceptivos hormonais e a pílula do dia seguinte.

Aborto

A licença menstrual é uma das principais medidas de um projeto de lei muito mais amplo para aumentar o acesso ao aborto nos hospitais públicos, que realizam menos de 15% desse tipo de intervenção no país, principalmente devido à massiva objeção de consciência por parte dos médicos.

As mudanças consagram em lei o direito ao aborto em hospital estadual. Mas, pelo novo sistema, os médicos dos hospitais estaduais não serão obrigados a realizar abortos, desde que já tenham registrado suas objeções por escrito.

A nova lei permite que jovens de 16 e 17 anos na Espanha possam fazer aborto sem o consentimento dos pais.

A lei do aborto se baseia na legislação aprovada em 2010, que representou uma grande mudança para um país tradicionalmente católico, transformando a Espanha em um dos países mais progressistas da Europa em direitos reprodutivos.

O tribunal constitucional da Espanha rejeitou na semana passada um recurso do Partido Popular, de direita, contra a permissão de abortos nas primeiras 14 semanas de gravidez.

Um pacote separado de reformas também aprovado pelos legisladores na quinta-feira fortaleceu os direitos dos transgêneros, incluindo permitir que qualquer cidadão com mais de 16 anos mude seu gênero legalmente registrado sem supervisão médica.

Ministra da Igualdade Irene Montero (C) comemora a aprovação do pacote de leis na Espanha com ativistas do lado de fora do Parlamento, em Madri Foto: Susana Vera/Reuters - 16/02/2023

Menores de 12 a 13 anos precisarão de autorização do juiz para trocar, enquanto os de 14 a 16 anos deverão estar acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Anteriormente, as pessoas transexuais precisavam de um diagnóstico por vários médicos. A segunda lei também proíbe a chamada “terapia de conversão” para pessoas LGBT+ e fornece apoio estatal para lésbicas e mulheres solteiras que buscam tratamento de fertilização in vitro.

O governo de coalizão de centro-esquerda está atualmente sendo criticado por outro dos projetos estrela de Montero, uma nova lei de consentimento sexual que pretendia aumentar a proteção contra estupro, mas inadvertidamente permitiu que centenas de criminosos sexuais tivessem sentenças de prisão reduzidas.

A Lei “Somente sim significa sim” torna o consentimento verbal o componente-chave em casos de suposta agressão sexual. O governo agora está lutando para apresentar uma versão alterada e acabar com a controvérsia antes das eleições ainda este ano.

As três iniciativas encontraram forte oposição dos partidos de direita que formam o principal bloco de oposição da Espanha./AFP, AP e EFE

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