A princesa Leonor de Borbón, filha do rei Felipe VI, pode assumir legalmente como chefe de Estado da Espanha desde terça-feira, 31, quando completou 18 anos e fez o juramento à Constituição, um marco que abre novos caminhos diante do turbulento final de reinado de Juan Carlos.
Acompanhada do rei, de sua mãe, a rainha Letizia, e de sua irmã mais nova, Sofía, ela fez o juramento em uma sessão especial da Corte, ritual realizado por seu avô Juan Carlos I em 1969, durante a ditadura de Francisco Franco, e Felipe VI em 1986, já sob a democracia.
“Juro cumprir fielmente os meus deveres, manter e fazer cumprir a Constituição e as leis, respeitar os direitos dos cidadãos e das comunidades autônomas e ser fiel ao rei”, disse Leonor com uma mão estendida sobre um exemplar da Constituição. Vestida com um terno branco, a princesa foi aplaudida durante vários minutos, após completar o juramento na Câmara do Parlamento.
A cerimônia foi acompanhada em telões gigantes colocados na Puerta del Sol, no centro de Madri, e em outros locais da capital do país. Nos arredores do Parlamento, uma multidão mostrou seu apoio, agitando bandeiras espanholas.
Para o jornalista José Antonio Zarzalejos, ex-diretor dos jornais El Correo e ABC e autor do livro sobre Felipe VI Un Rey en la adversidad, sem tradução para o português, o ato “é muito importante porque oferece estabilidade e continuidade à Coroa”.
Juan Carlos “foi o rei excepcional, o rei fundador” após a ditadura, “que acabou mal devido a uma dupla pulsão, o sexo e o dinheiro; seu filho restaurou a reputação da monarquia e sua neta vai dar continuidade”, afirmou Zarzalejos./AFP.