Especialistas ucranianos visitam o Brasil e pedem pressão a Putin pelo fim da guerra


Professor de política explica o contexto da invasão russa e afirma que Ucrânia vive uma guerra pela liberdade

Por Fernanda Simas

“Ucranianos lutam porque não temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, “não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”. Com essas frases, líderes da sociedade civil ucraniana chegam ao Brasil para tentar ampliar a relação entre os dois países e o apoio pelo fim da invasão russa.

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Nesta semana, os presidentes ucraniano, Volodmir Zelenski, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram por videoconferência e o líder brasileiro reafirmou o compromisso do País de participar de iniciativas em torno da construção da paz. No entanto, após um ano de guerra, a via diplomática parece cada vez mais distante.

“No início, nosso presidente tentou dialogar, mas sempre houve uma quebra de confiança por parte da Rússia. Não é possível negociar com seu agressor. Não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”, disse ao Estadão Anna Liubyma, diretora do Departamento de Cooperação Internacional da Câmara de Comércio e Indústria Ucraniana, uma das integrantes da delegação que vem ao País.

Soldados ucranianos patrulham região de Donetsk em uma batalha de tanques que já dura três semanas Foto: Tyler Hicks/The New York Times
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Desde o primeiro dia da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que a ação se trata de uma operação militar especial para combater os “nazistas” na Ucrânia e defender a Rússia de uma expansão da Otan. “Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial. Seu objetivo será defender as pessoas que há oito anos sofrem perseguição e genocídio pelo regime de Kiev. Para isso, visaremos a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, anunciou em um discurso na TV no dia da invasão à Ucrânia.

“Putin ocupou nossos territórios e diz que está pronto para negociar, mas sem deixar os territórios. Como é possível isso? Antes de 2014, a Ucrânia abriu mão do seu arsenal nuclear em troca de garantias da integridade de nosso território e EUA, Europa e Rússia foram a favor, Antes de 2014, a maioria dos ucranianos não queria integrar a Otan, queria fazer parte de um país neutro. Mas então, começou a guerra porque Putin tomou a Crimeia e começou a agir na região do Donbas”, afirma Olexiy Haran, professor de política comparada da Universidade Nacional de Kiev, que também faz parte do grupo que veio ao Brasil.

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Para Haran, uma solução diplomática sem forte pressão ao Kremlin é praticamente impossível. Ele reconhece o esforço de Brasília e de outros governos em tentar mediar uma conversa de paz, mas explica que a mentalidade de Putin é a da expansão soviética. “Se alguém conseguir convencer o Putin, leva o prêmio nobel da paz, mas ele só entende a linguagem da agressão, da força. Em 2008, ele atacou a Geórgia e não foi impedido, ele destruiu Alepo, na Síria, e não foi parado, tomou a Crimeia em 2014 e não foi parado. Ele pensou que pode fazer tudo o que quiser, que Zelenski era fraco e o país estava dividido”, afirma o professor.

União dos ucranianos

Anna conta que era inimaginável pensar em uma invasão russa diante do relacionamento que existia entre os dois povos. “Pensar que haveria uma guerra era surreal. Em alguns encontros econômicos nos perguntavam sobre a relação com a Rússia e nós explicávamos que era normal, de proximidade. E agora, vemos essa situação”.

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A vitória da Ucrânia na guerra contra a Rússia será "inevitável" se os países ocidentais, que começaram a entregar tanques pesados

No começo da guerra, o sentimento, segundo Anna, era de preocupação com os que moravam nas zonas de confronto. Mas, depois, a continuidade do conflito tornou algumas experiências normais, como trabalhar escutando as sirenes que alertam para ataques, e a união entre os ucranianos aumentou. A Câmara de Comércio e Indústria continuou funcionando desde o primeiro dia da guerra. “Estamos unidos e levamos a vida defendendo nosso país”, diz ela.

Anna acredita ser fundamental a cooperação internacional para pressionar a Rússia, ajudar na recuperação econômica e na reconstrução da Ucrânia. “Estamos aqui para ampliar as relações. A Ucrânia pode ser a porta de entrada do Brasil para o mercado europeu e o Brasil pode ser a porta de entrada da Ucrânia para o mercado latino-americano”.

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Se a guerra mudou a percepção dos ucranianos sobre fazer parte da Otan - atualmente muitos acreditam que seja importante e, inclusive, outros países discutem a questão -, a união em torno do presidente Zelenski também. “Como professor independente, eu posso criticar o governo e já tive várias críticas ao Zelenski. Mas agora estamos unidos. Os ucranianos lutam não porque temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, afirma o professor Olexiy.

“Ucranianos lutam porque não temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, “não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”. Com essas frases, líderes da sociedade civil ucraniana chegam ao Brasil para tentar ampliar a relação entre os dois países e o apoio pelo fim da invasão russa.

Nesta semana, os presidentes ucraniano, Volodmir Zelenski, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram por videoconferência e o líder brasileiro reafirmou o compromisso do País de participar de iniciativas em torno da construção da paz. No entanto, após um ano de guerra, a via diplomática parece cada vez mais distante.

“No início, nosso presidente tentou dialogar, mas sempre houve uma quebra de confiança por parte da Rússia. Não é possível negociar com seu agressor. Não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”, disse ao Estadão Anna Liubyma, diretora do Departamento de Cooperação Internacional da Câmara de Comércio e Indústria Ucraniana, uma das integrantes da delegação que vem ao País.

Soldados ucranianos patrulham região de Donetsk em uma batalha de tanques que já dura três semanas Foto: Tyler Hicks/The New York Times

Desde o primeiro dia da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que a ação se trata de uma operação militar especial para combater os “nazistas” na Ucrânia e defender a Rússia de uma expansão da Otan. “Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial. Seu objetivo será defender as pessoas que há oito anos sofrem perseguição e genocídio pelo regime de Kiev. Para isso, visaremos a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, anunciou em um discurso na TV no dia da invasão à Ucrânia.

“Putin ocupou nossos territórios e diz que está pronto para negociar, mas sem deixar os territórios. Como é possível isso? Antes de 2014, a Ucrânia abriu mão do seu arsenal nuclear em troca de garantias da integridade de nosso território e EUA, Europa e Rússia foram a favor, Antes de 2014, a maioria dos ucranianos não queria integrar a Otan, queria fazer parte de um país neutro. Mas então, começou a guerra porque Putin tomou a Crimeia e começou a agir na região do Donbas”, afirma Olexiy Haran, professor de política comparada da Universidade Nacional de Kiev, que também faz parte do grupo que veio ao Brasil.

Para Haran, uma solução diplomática sem forte pressão ao Kremlin é praticamente impossível. Ele reconhece o esforço de Brasília e de outros governos em tentar mediar uma conversa de paz, mas explica que a mentalidade de Putin é a da expansão soviética. “Se alguém conseguir convencer o Putin, leva o prêmio nobel da paz, mas ele só entende a linguagem da agressão, da força. Em 2008, ele atacou a Geórgia e não foi impedido, ele destruiu Alepo, na Síria, e não foi parado, tomou a Crimeia em 2014 e não foi parado. Ele pensou que pode fazer tudo o que quiser, que Zelenski era fraco e o país estava dividido”, afirma o professor.

União dos ucranianos

Anna conta que era inimaginável pensar em uma invasão russa diante do relacionamento que existia entre os dois povos. “Pensar que haveria uma guerra era surreal. Em alguns encontros econômicos nos perguntavam sobre a relação com a Rússia e nós explicávamos que era normal, de proximidade. E agora, vemos essa situação”.

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No começo da guerra, o sentimento, segundo Anna, era de preocupação com os que moravam nas zonas de confronto. Mas, depois, a continuidade do conflito tornou algumas experiências normais, como trabalhar escutando as sirenes que alertam para ataques, e a união entre os ucranianos aumentou. A Câmara de Comércio e Indústria continuou funcionando desde o primeiro dia da guerra. “Estamos unidos e levamos a vida defendendo nosso país”, diz ela.

Anna acredita ser fundamental a cooperação internacional para pressionar a Rússia, ajudar na recuperação econômica e na reconstrução da Ucrânia. “Estamos aqui para ampliar as relações. A Ucrânia pode ser a porta de entrada do Brasil para o mercado europeu e o Brasil pode ser a porta de entrada da Ucrânia para o mercado latino-americano”.

Se a guerra mudou a percepção dos ucranianos sobre fazer parte da Otan - atualmente muitos acreditam que seja importante e, inclusive, outros países discutem a questão -, a união em torno do presidente Zelenski também. “Como professor independente, eu posso criticar o governo e já tive várias críticas ao Zelenski. Mas agora estamos unidos. Os ucranianos lutam não porque temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, afirma o professor Olexiy.

“Ucranianos lutam porque não temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, “não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”. Com essas frases, líderes da sociedade civil ucraniana chegam ao Brasil para tentar ampliar a relação entre os dois países e o apoio pelo fim da invasão russa.

Nesta semana, os presidentes ucraniano, Volodmir Zelenski, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram por videoconferência e o líder brasileiro reafirmou o compromisso do País de participar de iniciativas em torno da construção da paz. No entanto, após um ano de guerra, a via diplomática parece cada vez mais distante.

“No início, nosso presidente tentou dialogar, mas sempre houve uma quebra de confiança por parte da Rússia. Não é possível negociar com seu agressor. Não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”, disse ao Estadão Anna Liubyma, diretora do Departamento de Cooperação Internacional da Câmara de Comércio e Indústria Ucraniana, uma das integrantes da delegação que vem ao País.

Soldados ucranianos patrulham região de Donetsk em uma batalha de tanques que já dura três semanas Foto: Tyler Hicks/The New York Times

Desde o primeiro dia da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que a ação se trata de uma operação militar especial para combater os “nazistas” na Ucrânia e defender a Rússia de uma expansão da Otan. “Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial. Seu objetivo será defender as pessoas que há oito anos sofrem perseguição e genocídio pelo regime de Kiev. Para isso, visaremos a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, anunciou em um discurso na TV no dia da invasão à Ucrânia.

“Putin ocupou nossos territórios e diz que está pronto para negociar, mas sem deixar os territórios. Como é possível isso? Antes de 2014, a Ucrânia abriu mão do seu arsenal nuclear em troca de garantias da integridade de nosso território e EUA, Europa e Rússia foram a favor, Antes de 2014, a maioria dos ucranianos não queria integrar a Otan, queria fazer parte de um país neutro. Mas então, começou a guerra porque Putin tomou a Crimeia e começou a agir na região do Donbas”, afirma Olexiy Haran, professor de política comparada da Universidade Nacional de Kiev, que também faz parte do grupo que veio ao Brasil.

Para Haran, uma solução diplomática sem forte pressão ao Kremlin é praticamente impossível. Ele reconhece o esforço de Brasília e de outros governos em tentar mediar uma conversa de paz, mas explica que a mentalidade de Putin é a da expansão soviética. “Se alguém conseguir convencer o Putin, leva o prêmio nobel da paz, mas ele só entende a linguagem da agressão, da força. Em 2008, ele atacou a Geórgia e não foi impedido, ele destruiu Alepo, na Síria, e não foi parado, tomou a Crimeia em 2014 e não foi parado. Ele pensou que pode fazer tudo o que quiser, que Zelenski era fraco e o país estava dividido”, afirma o professor.

União dos ucranianos

Anna conta que era inimaginável pensar em uma invasão russa diante do relacionamento que existia entre os dois povos. “Pensar que haveria uma guerra era surreal. Em alguns encontros econômicos nos perguntavam sobre a relação com a Rússia e nós explicávamos que era normal, de proximidade. E agora, vemos essa situação”.

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A vitória da Ucrânia na guerra contra a Rússia será "inevitável" se os países ocidentais, que começaram a entregar tanques pesados

No começo da guerra, o sentimento, segundo Anna, era de preocupação com os que moravam nas zonas de confronto. Mas, depois, a continuidade do conflito tornou algumas experiências normais, como trabalhar escutando as sirenes que alertam para ataques, e a união entre os ucranianos aumentou. A Câmara de Comércio e Indústria continuou funcionando desde o primeiro dia da guerra. “Estamos unidos e levamos a vida defendendo nosso país”, diz ela.

Anna acredita ser fundamental a cooperação internacional para pressionar a Rússia, ajudar na recuperação econômica e na reconstrução da Ucrânia. “Estamos aqui para ampliar as relações. A Ucrânia pode ser a porta de entrada do Brasil para o mercado europeu e o Brasil pode ser a porta de entrada da Ucrânia para o mercado latino-americano”.

Se a guerra mudou a percepção dos ucranianos sobre fazer parte da Otan - atualmente muitos acreditam que seja importante e, inclusive, outros países discutem a questão -, a união em torno do presidente Zelenski também. “Como professor independente, eu posso criticar o governo e já tive várias críticas ao Zelenski. Mas agora estamos unidos. Os ucranianos lutam não porque temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, afirma o professor Olexiy.

“Ucranianos lutam porque não temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, “não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”. Com essas frases, líderes da sociedade civil ucraniana chegam ao Brasil para tentar ampliar a relação entre os dois países e o apoio pelo fim da invasão russa.

Nesta semana, os presidentes ucraniano, Volodmir Zelenski, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram por videoconferência e o líder brasileiro reafirmou o compromisso do País de participar de iniciativas em torno da construção da paz. No entanto, após um ano de guerra, a via diplomática parece cada vez mais distante.

“No início, nosso presidente tentou dialogar, mas sempre houve uma quebra de confiança por parte da Rússia. Não é possível negociar com seu agressor. Não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”, disse ao Estadão Anna Liubyma, diretora do Departamento de Cooperação Internacional da Câmara de Comércio e Indústria Ucraniana, uma das integrantes da delegação que vem ao País.

Soldados ucranianos patrulham região de Donetsk em uma batalha de tanques que já dura três semanas Foto: Tyler Hicks/The New York Times

Desde o primeiro dia da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que a ação se trata de uma operação militar especial para combater os “nazistas” na Ucrânia e defender a Rússia de uma expansão da Otan. “Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial. Seu objetivo será defender as pessoas que há oito anos sofrem perseguição e genocídio pelo regime de Kiev. Para isso, visaremos a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, anunciou em um discurso na TV no dia da invasão à Ucrânia.

“Putin ocupou nossos territórios e diz que está pronto para negociar, mas sem deixar os territórios. Como é possível isso? Antes de 2014, a Ucrânia abriu mão do seu arsenal nuclear em troca de garantias da integridade de nosso território e EUA, Europa e Rússia foram a favor, Antes de 2014, a maioria dos ucranianos não queria integrar a Otan, queria fazer parte de um país neutro. Mas então, começou a guerra porque Putin tomou a Crimeia e começou a agir na região do Donbas”, afirma Olexiy Haran, professor de política comparada da Universidade Nacional de Kiev, que também faz parte do grupo que veio ao Brasil.

Para Haran, uma solução diplomática sem forte pressão ao Kremlin é praticamente impossível. Ele reconhece o esforço de Brasília e de outros governos em tentar mediar uma conversa de paz, mas explica que a mentalidade de Putin é a da expansão soviética. “Se alguém conseguir convencer o Putin, leva o prêmio nobel da paz, mas ele só entende a linguagem da agressão, da força. Em 2008, ele atacou a Geórgia e não foi impedido, ele destruiu Alepo, na Síria, e não foi parado, tomou a Crimeia em 2014 e não foi parado. Ele pensou que pode fazer tudo o que quiser, que Zelenski era fraco e o país estava dividido”, afirma o professor.

União dos ucranianos

Anna conta que era inimaginável pensar em uma invasão russa diante do relacionamento que existia entre os dois povos. “Pensar que haveria uma guerra era surreal. Em alguns encontros econômicos nos perguntavam sobre a relação com a Rússia e nós explicávamos que era normal, de proximidade. E agora, vemos essa situação”.

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A vitória da Ucrânia na guerra contra a Rússia será "inevitável" se os países ocidentais, que começaram a entregar tanques pesados

No começo da guerra, o sentimento, segundo Anna, era de preocupação com os que moravam nas zonas de confronto. Mas, depois, a continuidade do conflito tornou algumas experiências normais, como trabalhar escutando as sirenes que alertam para ataques, e a união entre os ucranianos aumentou. A Câmara de Comércio e Indústria continuou funcionando desde o primeiro dia da guerra. “Estamos unidos e levamos a vida defendendo nosso país”, diz ela.

Anna acredita ser fundamental a cooperação internacional para pressionar a Rússia, ajudar na recuperação econômica e na reconstrução da Ucrânia. “Estamos aqui para ampliar as relações. A Ucrânia pode ser a porta de entrada do Brasil para o mercado europeu e o Brasil pode ser a porta de entrada da Ucrânia para o mercado latino-americano”.

Se a guerra mudou a percepção dos ucranianos sobre fazer parte da Otan - atualmente muitos acreditam que seja importante e, inclusive, outros países discutem a questão -, a união em torno do presidente Zelenski também. “Como professor independente, eu posso criticar o governo e já tive várias críticas ao Zelenski. Mas agora estamos unidos. Os ucranianos lutam não porque temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, afirma o professor Olexiy.

“Ucranianos lutam porque não temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, “não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”. Com essas frases, líderes da sociedade civil ucraniana chegam ao Brasil para tentar ampliar a relação entre os dois países e o apoio pelo fim da invasão russa.

Nesta semana, os presidentes ucraniano, Volodmir Zelenski, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conversaram por videoconferência e o líder brasileiro reafirmou o compromisso do País de participar de iniciativas em torno da construção da paz. No entanto, após um ano de guerra, a via diplomática parece cada vez mais distante.

“No início, nosso presidente tentou dialogar, mas sempre houve uma quebra de confiança por parte da Rússia. Não é possível negociar com seu agressor. Não é uma guerra por questões econômicas ou por território, mas por uma ideia absurda de acabar com nossa nação”, disse ao Estadão Anna Liubyma, diretora do Departamento de Cooperação Internacional da Câmara de Comércio e Indústria Ucraniana, uma das integrantes da delegação que vem ao País.

Soldados ucranianos patrulham região de Donetsk em uma batalha de tanques que já dura três semanas Foto: Tyler Hicks/The New York Times

Desde o primeiro dia da guerra, em 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que a ação se trata de uma operação militar especial para combater os “nazistas” na Ucrânia e defender a Rússia de uma expansão da Otan. “Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial. Seu objetivo será defender as pessoas que há oito anos sofrem perseguição e genocídio pelo regime de Kiev. Para isso, visaremos a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, anunciou em um discurso na TV no dia da invasão à Ucrânia.

“Putin ocupou nossos territórios e diz que está pronto para negociar, mas sem deixar os territórios. Como é possível isso? Antes de 2014, a Ucrânia abriu mão do seu arsenal nuclear em troca de garantias da integridade de nosso território e EUA, Europa e Rússia foram a favor, Antes de 2014, a maioria dos ucranianos não queria integrar a Otan, queria fazer parte de um país neutro. Mas então, começou a guerra porque Putin tomou a Crimeia e começou a agir na região do Donbas”, afirma Olexiy Haran, professor de política comparada da Universidade Nacional de Kiev, que também faz parte do grupo que veio ao Brasil.

Para Haran, uma solução diplomática sem forte pressão ao Kremlin é praticamente impossível. Ele reconhece o esforço de Brasília e de outros governos em tentar mediar uma conversa de paz, mas explica que a mentalidade de Putin é a da expansão soviética. “Se alguém conseguir convencer o Putin, leva o prêmio nobel da paz, mas ele só entende a linguagem da agressão, da força. Em 2008, ele atacou a Geórgia e não foi impedido, ele destruiu Alepo, na Síria, e não foi parado, tomou a Crimeia em 2014 e não foi parado. Ele pensou que pode fazer tudo o que quiser, que Zelenski era fraco e o país estava dividido”, afirma o professor.

União dos ucranianos

Anna conta que era inimaginável pensar em uma invasão russa diante do relacionamento que existia entre os dois povos. “Pensar que haveria uma guerra era surreal. Em alguns encontros econômicos nos perguntavam sobre a relação com a Rússia e nós explicávamos que era normal, de proximidade. E agora, vemos essa situação”.

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A vitória da Ucrânia na guerra contra a Rússia será "inevitável" se os países ocidentais, que começaram a entregar tanques pesados

No começo da guerra, o sentimento, segundo Anna, era de preocupação com os que moravam nas zonas de confronto. Mas, depois, a continuidade do conflito tornou algumas experiências normais, como trabalhar escutando as sirenes que alertam para ataques, e a união entre os ucranianos aumentou. A Câmara de Comércio e Indústria continuou funcionando desde o primeiro dia da guerra. “Estamos unidos e levamos a vida defendendo nosso país”, diz ela.

Anna acredita ser fundamental a cooperação internacional para pressionar a Rússia, ajudar na recuperação econômica e na reconstrução da Ucrânia. “Estamos aqui para ampliar as relações. A Ucrânia pode ser a porta de entrada do Brasil para o mercado europeu e o Brasil pode ser a porta de entrada da Ucrânia para o mercado latino-americano”.

Se a guerra mudou a percepção dos ucranianos sobre fazer parte da Otan - atualmente muitos acreditam que seja importante e, inclusive, outros países discutem a questão -, a união em torno do presidente Zelenski também. “Como professor independente, eu posso criticar o governo e já tive várias críticas ao Zelenski. Mas agora estamos unidos. Os ucranianos lutam não porque temos uma guerra civil aqui, mas uma guerra pela liberdade”, afirma o professor Olexiy.

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