WASHINGTON - Os Estados Unidos impuseram sanções nesta terça-feira, 27, para interromper as atividades de mineração de ouro do Grupo Wagner no continente africano.
No sábado, 24, Washington havia informado que iria adiar a aplicação de novas sanções contra o grupo mercenário, após a rebelião armada na Rússia, incitada pelo chefe do Grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin.
As sanções afetam a mineradora Midas Resources, proprietária de várias minas na República Centro-Africana, e a empresa Diamville, especializada em transações de ouro, ambas controladas pelo chefe dos mercenários, Ievgeni Prigozhin, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA.
Eles também têm como alvo outra empresa sediada em Dubai, a Industrial Resources General Trading, acusada de administrar transações em nome de Diamville.
“O Grupo Wagner financia suas operações brutais em parte explorando recursos naturais em países como a República Centro-Africana e Mali”, disse Brian Nelson, oficial de sanções do Tesouro, em comunicado.
“Os Estados Unidos continuarão a visar as fontes de renda do grupo Wagner para degradar sua expansão e violência na África, na Ucrânia e em outros lugares”, acrescentou.
Rebelião armada
Na mesma terça-feira, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, anunciou que Washington imporia novas sanções ao grupo, mas especificou que elas não estão relacionadas à rebelião fracassada do último fim de semana na Rússia ou à guerra na Ucrânia.
Os Estados Unidos querem evitar parecer favorecer um lado na luta pelo poder entre Prigozhin e o presidente russo, Vladimir Putin.
Miller voltou a criticar os paramilitares do grupo mercenário, acusados de atrocidades no Mali e na República Centro-Africana.
“Acreditamos que por onde o Grupo Wagner vai ele semeia morte e destruição em seu caminho. Eles prejudicam as populações locais, extraem minerais e tiram dinheiro das comunidades onde atuam”, afirmou.
“E é por isso que continuamos a instar os governos da África e de outros lugares a encerrar qualquer cooperação com Wagner”, acrescentou.
O órgão de direitos humanos da ONU disse no mês passado que o Grupo Wagner estava envolvido na morte de pelo menos 500 pessoas na cidade de Moura, no centro do Mali, em março de 2022./AFP