A mais de um ano da próxima disputa eleitoral dos Estados Unidos, a corrida pela presidência norte-americana, marcada para novembro de 2024, já está encaminhada com 12 nomes a postos, segundo o jornal “The New York Times”. Encabeçada pelos mesmos dois principais concorrentes que se enfrentaram em 2020, o atual líder Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump, a pré-campanha, até o momento, conta com três democratas e nove republicanos. Confira os nomes já confirmados:
Joe Biden, democrata
Atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden é um veterano do Senado, eleito pela primeira vez em 1972, pelo estado de Delaware, cargo que ocupou por 36 anos, até se tornar vice-presidente na chapa de Barack Obama, em 2008. Depois de cumprir dois mandatos como vice-presidente, Biden passou por um período de hiato na vida política, até voltar a concorrer em 2020.
Na disputa eleitoral que o consagrou presidente, Biden foi tido como uma figura que representava estabilidade e proteção à democracia após o governo Trump. Segundo The “NY Times”, a expectativa é que sua campanha destaque realizações bipartidárias, como um grande projeto de lei de infraestrutura, e seu apoio às reinvindicações democratas, como o direito ao aborto.
Caso se reeleja para um segundo mandato, o democrata ocupará o cargo com 82 anos, sendo a pessoa mais velha na presidência no país.
Marianne Williamson, democrata
Escritora de autoajuda e líder espiritual de personalidades como Oprah Winfrey, Marianne Williamson é pré-candidata pela segunda vez à presidência do governo norte-americano.
Em suas ações na corrida eleitoral anterior, ela pediu um Departamento de Paz federal e chamou o trumpismo de “sintoma de uma doença na psique americana que não pode ser curada com políticas políticas”. Uma de suas iniciativas mais marcante foi a defesa de reparação de danos causados pela escravidão, convocando um mínimo de US$ 100 bilhões para pagar indenizações aos descendentes de escravos no país.
Robert F. Kennedy Jr., democrata
Sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy e filho de Robert F. Kennedy, o ex-procurador-geral assassinado durante a corrida presidencial de 1968, Robert F. Kennedy Jr., é um advogado ambiental conhecido, sobretudo, por ser um notável ativista antivacina nos Estados Unidos.
O candidato questiona e crítica a eficácia de vacinas desde os anos 2000, promovendo mentiras como a associação entre os imunizantes infantis e autismo. Durante a pandemia de covid-19, ele alimentou teorias de conspiração sobre os mandatos de vacinas e chegou a comparar a suposta falta de liberdade na imunização com a Alemanha nazista. Em 2017, o ex-presidente Trump o convidou para liderar uma comissão presidencial sobre segurança de vacinas.
Asa Hutchinson, republicano
Ex-governador do estado de Arkansas durante dois mandatos, Asa Hutchinson deixou o cargo em janeiro deste ano e agora participa da pré-disputa para a Casa Branca. Antes disso, foi um congressista norte-americano no terceiro distrito de Arkansas, entre 1997 e 2001. Também teve passagem como subsecretário do Departamento de Segurança Interna do governo Bush e como administrador da Drug Enforcement Administration.
Embora negue ser “anti-Trump”, Hutchinson é um dos raros republicanos que faz críticas públicas ao ex-presidente dos EUA. Ele chegou a denunciar os esforços de Trump para derrubar a eleição de 2020. Com as recentes acusações impostas contra Trump, devido a um pagamento clandestino a uma atriz pornô durante a eleição presidencial de 2016, Hutchinson chegou a dizer que acha que o ex-presidente deveria desistir da corrida eleitoral.
Chris Christie, republicano
Ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie se apresentou como o único candidato no campo disposto a enfrentar diretamente o ex-presidente Donald Trump, durante o lançamento de sua candidatura. Essa será a segunda campanha do ex-governador e procurador federal, que perdeu para Trump em 2016 e se tornou um assessor próximo antes de romper com o ex-presidente por sua recusa em aceitar os resultados das eleições de 2020.
Como governador de Nova Jersey, Chris Christie recebeu elogios por sua gestão da recuperação do estado após o furacão Sandy. Por outro lado, foi condenado por um escândalo envolvendo o fechamento de pistas na ponte George Washington.
Donald Trump, republicano
Derrotado por Joe Biden em 2020, o ex-presidente Donald J. Trump volta a concorrer ao antigo cargo, depois de não aceitar os resultados da disputa anterior. O republicano entra na corrida eleitoral em meio a uma série de polêmicas, enquanto enfrenta investigações legais das autoridades estaduais e do Departamento de Justiça.
Trump se tornou o primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais após ser indiciado por falsificar registros comerciais relacionados a um pagamento ilegal feito a uma atriz pornô, antes da sua vitória nas eleições de 2016. Mais recentemente, ele foi considerado culpado por abuso sexual e difamação contra a ex-jornalista E. Jean Carroll, tendo que pagar US$ 5 milhões como indenização.
Embora sua força entre o Partido Republicano tenha sofrido um declínio após sua deixa ao cargo, sua base ainda é considerada forte para as primárias de 2024.
Larry Elder, republicano
Larry Elder é apresentador de rádio e uma das figuras mais conservadoras na campanha de 2024, até o momento. Ele enfatiza em seu site que quer combate ao crime, promover a harmonia racial, enfrentar a inflação, melhorar a economia e reforçar as fronteiras dos Estados Unidos. Nesse sentido, ele defende algumas ideias de extrema direita, como a eliminação do salário mínimo.
Em 2021, enfrentou uma campanha contra o atual governador da Califórnia, Gavin Newsom, nas eleições de revogação de 2021. Embora tenha perdido, foi o segundo candidato mais votado.
Mike Pence, republicano
Ex-vice-presidente americano, Mike Pence exerceu o cargo de 2017 a 2021 e agora passa a desafiar seu antigo chefe, Donald Trump, dois anos após o final do seu mandato na Casa Branca. Pence foi considerado “totalmente leal” a Trump durante os quatro anos de seu mandato, mas a relação de ambos foi rompida quando o ex-vice-presidente se recusou a impedir o Congresso de validar a vitória de Biden.
Ex-governador de Indiana, o político tem como marca de seu trabalho ser um cristão evangélico de extrema direita. Segundo o “The New York Times”, ele tem sido “notavelmente franco” sobre seu apoio à proibição nacional do aborto.
Nikki Haley, republicana
Ex-embaixadora dos EUA na ONU, a republicana Nikki Haley governou a Carolina do Sul entre 2011 e 2017, quando foi designada por Trump como embaixadora dos EUA na ONU. Ela permaneceu no cargo entre janeiro de 2017 e outubro de 2018. Se for eleita, ela será a primeira presidente mulher dos Estados Unidos e primeira descendente de indianos a ocupar o cargo.
Ela foi eleita governadora em 2010, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo no Estado. Depois de um tiroteio em massa em 2015 em uma igreja afro-americana em Charleston por um supremacista branco, ela pediu a remoção da bandeira de batalha confederada do Capitólio estadual.
Ron DeSantis, republicano
Atual governador da Florida, Ron DeSantis é considerado uma das principais vozes do Partido Republicano. Foi reeleito governador em 2022.
O político ganhou notoriedade durante a pandemia de coronavírus, quando, inicialmente, aplicou medidas importantes para reduzir a propagação da doença, como lockdown em todo o Estado. Contudo, DeSantis logo voltou atrás, suspendendo as medidas e se opondo a obrigatoriedade ao uso de máscaras.
Sua gestão tem sido marcada por uma agenda de pautas conservadoras, expandindo o direito ao uso de armas de fogo, proibindo abortos após seis semanas e condenando a política migratória de Joe Biden. Também expandiu a proibição de aulas sobre identidade de gênero e orientação sexual em todas as séries de ensino básico das escolas públicas.
Tim Scott, republicano
Tim Scott iniciou na política em 1995 foi o primeiro senador negro da Carolina do Sul e o único republicano negro do Senado. Ficou conhecido nacionalmente quando sugeriu afixar os 10 Mandamentos do lado de fora do prédio do Conselho Municipal em Charleston, cidade da Carolina do Sul, proposta que foi recusada.
Scott serviu por dois anos na legislatura estadual antes de ser eleito em 2010 para a Câmara dos Representantes do 1º distrito da Carolina do Sul. Ele é considerado uma vozes mais influentes de seu partido em questões raciais, embora frequentemente é visto em uma zona cinza, já que apoia algumas reformas policiais ao mesmo tempo que crítica os democratas por afirmarem que há racismo estrutural nos Estados Unidos.
Vivek Ramaswamy, republicano
Vivek Ramaswamy é um empresário e autor multimilionário que fundou a empresa de pesquisa farmacêutica Roivant Sciences em 2014. É considerado uma figura “anti-woke”, ou seja, que se opõe às pessoas que defendem causas sociais. Ele critica programas de diversidade e conceitos de raça e gênero. Segundo o “New York Times”, o político pretende acabar com políticas de ações afirmativas.
Embora essa seja sua estreia na política, ele é conhecido nos círculos de direita justamente por se manifestar contrário a esforços corporativos para promover causas políticas, sociais e ambientais