WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira, 10, que Israel não está fazendo o suficiente para aumentar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e que espera que o país cumpra com seus acordos. A declaração foi feita um dia depois de o presidente americano ter dito que Binyamin Netanyahu está cometendo “um erro” em sua abordagem na guerra, evidenciando a crescente pressão de seu governo sob Israel.
“Veremos o que ele (Netanyahu) fará em termos de cumprir os compromissos que assumiu comigo”, disse Biden à imprensa, na Casa Branca, nesta quarta-feira, após declarar que a quantidade de ajuda que chega hoje em Gaza não cobre o necessário. Embora o fluxo de caminhões tenha aumentado desde que Biden conversou com Netanyahu na semana passada, o presidente dos Estados Unidos disse que Israel deveria abrir outro ponto de acesso no norte de Gaza.
Na terça-feira, 9, em entrevista para a emissora Univisión, Biden também intensificou a pressão sobre Israel para que permita a entrada de mais ajuda, ao dizer ter conversado com a Arábia Saudita, a Jordânia e o Egito e que estes países estão “preparados para fazer entrar os alimentos”. “Não há desculpa para não atender às necessidades médicas e alimentares dessas pessoas. É preciso fazê-lo já”, acrescentou.
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Na mesma entrevista, ao ser questionado sobre como Netanyahu está lidando com o conflito no território palestino, Biden declarou: Acredito que o que ele está fazendo é um erro. Não concordo com sua abordagem”.
“Assim, peço simplesmente que os israelenses convoquem um cessar-fogo, que permitam durante as próximas seis, oito semanas o acesso total de todos os alimentos e medicamentos que entrem” em Gaza, acrescentou o presidente americano.
O presidente também voltou a descrever como “repugnante” o ataque israelense da semana passada em Gaza, no qual morreram sete trabalhadores humanitários da ONG americana World Central Kitchen, do chef espanhol José Andrés. O ataque motivou um telefonema tenso com Netanyahu.
Os comentários estão entre os mais críticos feitos por Biden a Netanyahu em meio às tensões crescentes pelo número de civis mortos na guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas e as duras condições humanitárias em Gaza./Associated Press e AFP.