'Eu não matei ninguém', diz principal suspeito no julgamento dos ataques de 2015 em Paris


Promotores afirmam que Salah Abdeslam, de 32 anos, abandonou seus planos apenas porque seu colete-bomba falhou; homem diz que voltou atrás porque tinha 'dúvidas'

Por Rick Noack

PARIS - O único suspeito-chave sobrevivente dos ataques de 2015 em Paris, que mataram 130 pessoas, disse não ser "um perigo para a sociedade" e afirmou ter voltado atrás em seus planos em depoimento nesta quarta-feira, 9, mas também admitiu seu apoio ao Estado Islâmico e defendeu as motivações dos terroristas. 

O testemunho de Salah Abdeslam, de 32 anos, marcou um momento significativo no maior julgamento criminal da história contemporânea da França. Mas o interrogatório também pareceu mostrar os limites da reparação que o processo pode trazer para vítimas e seus familiares.

Os promotores afirmam que ele abandonou seus planos de matar apenas depois que seu colete explosivo falhou, mas Abdeslam disse na quarta-feira que voltou atrás porque tinha dúvidas.

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“Queria dizer hoje que não matei ninguém e não machuquei ninguém. Eu nem fiz um arranhão”, disse Abdeslam no tribunal, acusando as pessoas de “caluniá-lo”.

Olivia Ronen e Martin Vettes, advogados de Salah Abdeslam, chegam para o início do julgamento dos ataques de novembro de 2015 Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS

Abdeslam é acusado de ter sido um dos principais criminosos responsáveis pelos ataques de 13 de novembro de 2015, que atingiram o teatro Bataclan, o estádio nacional onde o então presidente François Hollande assistia a uma partida de futebol, e vários cafés e restaurantes. Mais tarde, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo que foi o pior atentado na França desde a 2ª Guerra.

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“Eu apoio o Estado Islâmico – sou a favor deles, eu os amo”, reconheceu Abdeslam no tribunal na quarta-feira. Ele disse que sua lealdade ao Estado Islâmico foi inicialmente motivada pela guerra na Síria – ele se sentiu “culpado” porque, enquanto os sírios sofriam, “eu estava confortável, ocupado aproveitando a vida”.

Ele disse que o ataque de Paris foi uma resposta à “agressão da França e do Ocidente”.

A noite dos ataques será alvo de futuras rodadas de interrogatório.

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Sharon Weill, professora de direito da Universidade Americana de Paris que se concentra em julgamentos de terrorismo, disse que o depoimento de quarta-feira marcou um momento importante no julgamento porque Abdeslam há muito se recusa a responder às perguntas dos investigadores.

No início da sessão do tribunal de quarta-feira, Abdeslam sugeriu que ainda não havia decidido se cooperaria no interrogatório. “E então ele falou e falou e falou”, disse Weill. “É como se ele realmente quisesse falar.”

A estratégia de defesa de Abdeslam frustrou algumas vítimas e observadores que esperavam que o principal suspeito assumisse a responsabilidade pelos crimes dos quais é acusado. O marroquino francês é o único réu no tribunal que é acusado diretamente de assassinato. Cinco outros são dados como mortos e um está preso na Turquia. Mais de uma dúzia de outras pessoas estão sendo julgadas ao lado de Abdeslam, mas são acusadas de crimes menores.

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Alguns podem nunca ser condenados. Após os ataques de janeiro de 2015 à revista Charlie Hebdo e a um supermercado judeu, as acusações de terrorismo foram retiradas de seis dos 14 réus.

Abdeslam, no entanto, deverá passar anos na prisão. Em um julgamento separado focado em um tiroteio com a polícia enquanto eles tentavam prendê-lo, ele já foi considerado culpado de tentativa de homicídio e condenado a 20 anos de prisão em 2018 por um tribunal belga. Durante esse julgamento, Abdeslam recusou-se a responder a perguntas.

Ele tem sido mais franco em Paris nos últimos meses. Em certos pontos do julgamento atual, Abdeslam parecia ansioso para criar polêmica e provocar. Em sua primeira data de julgamento em setembro, ele levantou a voz, alegando ter “sido tratado como um cachorro” enquanto estava detido. Ele tirou a máscara e disse que abandonou todos os outros trabalhos “para se tornar um combatente do Estado Islâmico”. Mas em outros momentos, ele parece menos combativo e mais aberto.

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As vítimas e seus familiares puderam acompanhar o julgamento por meio de um canal de áudio seguro. Há uma linha direta de ajuda e psicólogos estão no local para ajudar.

A segurança em torno do tribunal personalizado no centro de Paris, perto da Catedral de Notre Dame, continua rígida. São cerca de 1.800 demandantes, representados por mais de 300 advogados. Previa-se inicialmente que o processo demorasse cerca de nove meses, com um veredicto no final de maio, mas a pandemia atrasou o processo.

Antes do julgamento, os representantes das vítimas enfatizaram que tinham baixas expectativas de saber a verdade de Abdeslam e outros suspeitos. Mas os comentários do suspeito deixaram uma marca, com alguns deles descrevendo os comentários anteriores de Abdeslam como “apunhaladas adicionais” ou como “discurso de ódio”.

PARIS - O único suspeito-chave sobrevivente dos ataques de 2015 em Paris, que mataram 130 pessoas, disse não ser "um perigo para a sociedade" e afirmou ter voltado atrás em seus planos em depoimento nesta quarta-feira, 9, mas também admitiu seu apoio ao Estado Islâmico e defendeu as motivações dos terroristas. 

O testemunho de Salah Abdeslam, de 32 anos, marcou um momento significativo no maior julgamento criminal da história contemporânea da França. Mas o interrogatório também pareceu mostrar os limites da reparação que o processo pode trazer para vítimas e seus familiares.

Os promotores afirmam que ele abandonou seus planos de matar apenas depois que seu colete explosivo falhou, mas Abdeslam disse na quarta-feira que voltou atrás porque tinha dúvidas.

“Queria dizer hoje que não matei ninguém e não machuquei ninguém. Eu nem fiz um arranhão”, disse Abdeslam no tribunal, acusando as pessoas de “caluniá-lo”.

Olivia Ronen e Martin Vettes, advogados de Salah Abdeslam, chegam para o início do julgamento dos ataques de novembro de 2015 Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS

Abdeslam é acusado de ter sido um dos principais criminosos responsáveis pelos ataques de 13 de novembro de 2015, que atingiram o teatro Bataclan, o estádio nacional onde o então presidente François Hollande assistia a uma partida de futebol, e vários cafés e restaurantes. Mais tarde, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo que foi o pior atentado na França desde a 2ª Guerra.

“Eu apoio o Estado Islâmico – sou a favor deles, eu os amo”, reconheceu Abdeslam no tribunal na quarta-feira. Ele disse que sua lealdade ao Estado Islâmico foi inicialmente motivada pela guerra na Síria – ele se sentiu “culpado” porque, enquanto os sírios sofriam, “eu estava confortável, ocupado aproveitando a vida”.

Ele disse que o ataque de Paris foi uma resposta à “agressão da França e do Ocidente”.

A noite dos ataques será alvo de futuras rodadas de interrogatório.

Sharon Weill, professora de direito da Universidade Americana de Paris que se concentra em julgamentos de terrorismo, disse que o depoimento de quarta-feira marcou um momento importante no julgamento porque Abdeslam há muito se recusa a responder às perguntas dos investigadores.

No início da sessão do tribunal de quarta-feira, Abdeslam sugeriu que ainda não havia decidido se cooperaria no interrogatório. “E então ele falou e falou e falou”, disse Weill. “É como se ele realmente quisesse falar.”

A estratégia de defesa de Abdeslam frustrou algumas vítimas e observadores que esperavam que o principal suspeito assumisse a responsabilidade pelos crimes dos quais é acusado. O marroquino francês é o único réu no tribunal que é acusado diretamente de assassinato. Cinco outros são dados como mortos e um está preso na Turquia. Mais de uma dúzia de outras pessoas estão sendo julgadas ao lado de Abdeslam, mas são acusadas de crimes menores.

Alguns podem nunca ser condenados. Após os ataques de janeiro de 2015 à revista Charlie Hebdo e a um supermercado judeu, as acusações de terrorismo foram retiradas de seis dos 14 réus.

Abdeslam, no entanto, deverá passar anos na prisão. Em um julgamento separado focado em um tiroteio com a polícia enquanto eles tentavam prendê-lo, ele já foi considerado culpado de tentativa de homicídio e condenado a 20 anos de prisão em 2018 por um tribunal belga. Durante esse julgamento, Abdeslam recusou-se a responder a perguntas.

Ele tem sido mais franco em Paris nos últimos meses. Em certos pontos do julgamento atual, Abdeslam parecia ansioso para criar polêmica e provocar. Em sua primeira data de julgamento em setembro, ele levantou a voz, alegando ter “sido tratado como um cachorro” enquanto estava detido. Ele tirou a máscara e disse que abandonou todos os outros trabalhos “para se tornar um combatente do Estado Islâmico”. Mas em outros momentos, ele parece menos combativo e mais aberto.

As vítimas e seus familiares puderam acompanhar o julgamento por meio de um canal de áudio seguro. Há uma linha direta de ajuda e psicólogos estão no local para ajudar.

A segurança em torno do tribunal personalizado no centro de Paris, perto da Catedral de Notre Dame, continua rígida. São cerca de 1.800 demandantes, representados por mais de 300 advogados. Previa-se inicialmente que o processo demorasse cerca de nove meses, com um veredicto no final de maio, mas a pandemia atrasou o processo.

Antes do julgamento, os representantes das vítimas enfatizaram que tinham baixas expectativas de saber a verdade de Abdeslam e outros suspeitos. Mas os comentários do suspeito deixaram uma marca, com alguns deles descrevendo os comentários anteriores de Abdeslam como “apunhaladas adicionais” ou como “discurso de ódio”.

PARIS - O único suspeito-chave sobrevivente dos ataques de 2015 em Paris, que mataram 130 pessoas, disse não ser "um perigo para a sociedade" e afirmou ter voltado atrás em seus planos em depoimento nesta quarta-feira, 9, mas também admitiu seu apoio ao Estado Islâmico e defendeu as motivações dos terroristas. 

O testemunho de Salah Abdeslam, de 32 anos, marcou um momento significativo no maior julgamento criminal da história contemporânea da França. Mas o interrogatório também pareceu mostrar os limites da reparação que o processo pode trazer para vítimas e seus familiares.

Os promotores afirmam que ele abandonou seus planos de matar apenas depois que seu colete explosivo falhou, mas Abdeslam disse na quarta-feira que voltou atrás porque tinha dúvidas.

“Queria dizer hoje que não matei ninguém e não machuquei ninguém. Eu nem fiz um arranhão”, disse Abdeslam no tribunal, acusando as pessoas de “caluniá-lo”.

Olivia Ronen e Martin Vettes, advogados de Salah Abdeslam, chegam para o início do julgamento dos ataques de novembro de 2015 Foto: Gonzalo Fuentes/REUTERS

Abdeslam é acusado de ter sido um dos principais criminosos responsáveis pelos ataques de 13 de novembro de 2015, que atingiram o teatro Bataclan, o estádio nacional onde o então presidente François Hollande assistia a uma partida de futebol, e vários cafés e restaurantes. Mais tarde, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo que foi o pior atentado na França desde a 2ª Guerra.

“Eu apoio o Estado Islâmico – sou a favor deles, eu os amo”, reconheceu Abdeslam no tribunal na quarta-feira. Ele disse que sua lealdade ao Estado Islâmico foi inicialmente motivada pela guerra na Síria – ele se sentiu “culpado” porque, enquanto os sírios sofriam, “eu estava confortável, ocupado aproveitando a vida”.

Ele disse que o ataque de Paris foi uma resposta à “agressão da França e do Ocidente”.

A noite dos ataques será alvo de futuras rodadas de interrogatório.

Sharon Weill, professora de direito da Universidade Americana de Paris que se concentra em julgamentos de terrorismo, disse que o depoimento de quarta-feira marcou um momento importante no julgamento porque Abdeslam há muito se recusa a responder às perguntas dos investigadores.

No início da sessão do tribunal de quarta-feira, Abdeslam sugeriu que ainda não havia decidido se cooperaria no interrogatório. “E então ele falou e falou e falou”, disse Weill. “É como se ele realmente quisesse falar.”

A estratégia de defesa de Abdeslam frustrou algumas vítimas e observadores que esperavam que o principal suspeito assumisse a responsabilidade pelos crimes dos quais é acusado. O marroquino francês é o único réu no tribunal que é acusado diretamente de assassinato. Cinco outros são dados como mortos e um está preso na Turquia. Mais de uma dúzia de outras pessoas estão sendo julgadas ao lado de Abdeslam, mas são acusadas de crimes menores.

Alguns podem nunca ser condenados. Após os ataques de janeiro de 2015 à revista Charlie Hebdo e a um supermercado judeu, as acusações de terrorismo foram retiradas de seis dos 14 réus.

Abdeslam, no entanto, deverá passar anos na prisão. Em um julgamento separado focado em um tiroteio com a polícia enquanto eles tentavam prendê-lo, ele já foi considerado culpado de tentativa de homicídio e condenado a 20 anos de prisão em 2018 por um tribunal belga. Durante esse julgamento, Abdeslam recusou-se a responder a perguntas.

Ele tem sido mais franco em Paris nos últimos meses. Em certos pontos do julgamento atual, Abdeslam parecia ansioso para criar polêmica e provocar. Em sua primeira data de julgamento em setembro, ele levantou a voz, alegando ter “sido tratado como um cachorro” enquanto estava detido. Ele tirou a máscara e disse que abandonou todos os outros trabalhos “para se tornar um combatente do Estado Islâmico”. Mas em outros momentos, ele parece menos combativo e mais aberto.

As vítimas e seus familiares puderam acompanhar o julgamento por meio de um canal de áudio seguro. Há uma linha direta de ajuda e psicólogos estão no local para ajudar.

A segurança em torno do tribunal personalizado no centro de Paris, perto da Catedral de Notre Dame, continua rígida. São cerca de 1.800 demandantes, representados por mais de 300 advogados. Previa-se inicialmente que o processo demorasse cerca de nove meses, com um veredicto no final de maio, mas a pandemia atrasou o processo.

Antes do julgamento, os representantes das vítimas enfatizaram que tinham baixas expectativas de saber a verdade de Abdeslam e outros suspeitos. Mas os comentários do suspeito deixaram uma marca, com alguns deles descrevendo os comentários anteriores de Abdeslam como “apunhaladas adicionais” ou como “discurso de ódio”.

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