Em convenção, republicanos endossam prévias e confirmam Trump candidato


Encontro esvaziado e desfalcado de representantes tradicionais do partido consagra o nome do bilionário de Nova York após sucessivas tentativas frustradas de impedi-lo de disputar as eleições presidenciais de novembro com a democrata Hillary Clinton

Por Redação Internacional

Cláudia TrevisanENVIADA ESPECIAL / CLEVELAND, EUA

Ao som de New York, New York, o Partido Republicano oficializou nesta terça-feira, 19, a candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA, algo impensável 13 meses atrás, quando ele anunciou sua pretensão de disputar a sucessão do democrata Barack Obama. O nome do bilionário foi consagrado em uma convenção desfalcada de representantes da ala tradicional da legenda, derrotados em sucessivas tentativas de impedir a nomeação do outsider que nunca ocupou um cargo público.

Chamados em ordem alfabética, representantes dos Estados e territórios americanos declararam apoio a Trump, seguindo o resultado das primárias nas quais o bilionário derrotou 16 adversários. A vitória foi formalizada com o voto de Nova York, onde o candidato nasceu e vive. O representante do Estado foi o filho do bilionário, Donald Trump Jr. "Isso não é mais uma campanha, é um movimento", afirmou. "Parabéns pai, nós te amamos." A manifestação de Trump Jr. marcou a obtenção dos 1.237 delegados necessários para garantir a nomeação do outsider.

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O senador Jeff Sessions anuncia os votos do Alabama Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

 

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Ausentes do estádio onde milhares de delegados se reuniram estavam alguns dos adversários derrotados pelo bilionário, entre os quais o senador Marco Rubio e John Kasich, governador de Ohio, Estado onde a convenção é realizada. O evento também não teve a presença dos dois últimos candidatos à presidência do partido, John McCain e Mitt Romney. Os dois únicos ex-presidentes vivos da legenda, George H.Bush e George W.Bush, decidiram manter distância da convenção. Entre os adversários derrotados por Trump estava o ex-governador da Flórida Jeb Bush, o preferido da liderança e dos financiadores de campanha republicanos e representante de uma das mais célebres dinastias políticas dos EUA.

A vitória de Trump foi a consagração de setores insurgentes do partido, descontentes com os políticos que atuam em Washington e com os que comandam a legenda há décadas. O bilionário de Nova York incendiou grande parte das bases republicanas com suas propostas de deportar 11 milhões de imigrantes indocumentados, construir um muro na fronteira com o México, impedir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e usar tortura contra suspeitos de terrorismo.

Cleveland recebe Convenção Nacional Republicana

1 | 12

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Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP
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Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Com o slogan "Tornar a América Grande de Novo", o candidato também adotou uma agenda econômica populista, que ataca a globalização e acordos comerciais internacionais, o que o colocou em rota de colisão com integrantes da elite empresarial do partido. Trump responsabiliza a China e o México pela perda de empregos industriais dos EUA e promete impor tarifas de até 45% na importação de produtos desses países.

O bilionário também se distanciou de posições tradicionais de seu partido na política externa. Abandonando princípios que regem a atuação internacional dos EUA desde o fim da 2ª Guerra, ele se declarou a favor da obtenção de armas nucleares pelo Japão e a Coreia do Sul e defendeu a revisão dos termos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

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Seus insultos a imigrantes, muçulmanos, mulheres, negros e deficientes colocaram em xeque os esforços do Partido Republicano de ampliar sua base de seguidores. Depois da segunda derrota consecutiva para Barack Obama em 2012, dirigentes da legenda concluíram que precisavam conquistar hispânicos e representantes do eleitorado feminino para retornar à Casa Branca.

Mas a retórica de Trump reforçou a identidade da legenda como uma agremiação que representa homens brancos mais velhos, grupo que compõem uma parcela cada vez menor do eleitorado americano. Criticada pelo bilionário durante a campanha, a governadora republicana do Novo México, Suzana Martinez, deu o troco hoje e exaltou a diversidade de seu Estado, que tem a maior parcela de hispânicos nos EUA. Ainda assim, sua delegação votou a favor de Trump, vitorioso das primárias no Estado.

Depois do assassinato de oito policiais em Dallas e Baton Rouge por atiradores negros, o bilionário adotou um novo lema de campanha e passou a se apresentar como o candidato da "lei e da ordem", o mesmo slogan usado pelo republicano Richard Nixon na disputa que o levou à Casa Branca em 1968. A campanha de Trump avalia a sensação de insegurança provocada pelo aumento da tensão racial e ataques terroristas recentes fortalecerão o candidato e sua retórica politicamente incorreta.

Cláudia TrevisanENVIADA ESPECIAL / CLEVELAND, EUA

Ao som de New York, New York, o Partido Republicano oficializou nesta terça-feira, 19, a candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA, algo impensável 13 meses atrás, quando ele anunciou sua pretensão de disputar a sucessão do democrata Barack Obama. O nome do bilionário foi consagrado em uma convenção desfalcada de representantes da ala tradicional da legenda, derrotados em sucessivas tentativas de impedir a nomeação do outsider que nunca ocupou um cargo público.

Chamados em ordem alfabética, representantes dos Estados e territórios americanos declararam apoio a Trump, seguindo o resultado das primárias nas quais o bilionário derrotou 16 adversários. A vitória foi formalizada com o voto de Nova York, onde o candidato nasceu e vive. O representante do Estado foi o filho do bilionário, Donald Trump Jr. "Isso não é mais uma campanha, é um movimento", afirmou. "Parabéns pai, nós te amamos." A manifestação de Trump Jr. marcou a obtenção dos 1.237 delegados necessários para garantir a nomeação do outsider.

 

O senador Jeff Sessions anuncia os votos do Alabama Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

 

Ausentes do estádio onde milhares de delegados se reuniram estavam alguns dos adversários derrotados pelo bilionário, entre os quais o senador Marco Rubio e John Kasich, governador de Ohio, Estado onde a convenção é realizada. O evento também não teve a presença dos dois últimos candidatos à presidência do partido, John McCain e Mitt Romney. Os dois únicos ex-presidentes vivos da legenda, George H.Bush e George W.Bush, decidiram manter distância da convenção. Entre os adversários derrotados por Trump estava o ex-governador da Flórida Jeb Bush, o preferido da liderança e dos financiadores de campanha republicanos e representante de uma das mais célebres dinastias políticas dos EUA.

A vitória de Trump foi a consagração de setores insurgentes do partido, descontentes com os políticos que atuam em Washington e com os que comandam a legenda há décadas. O bilionário de Nova York incendiou grande parte das bases republicanas com suas propostas de deportar 11 milhões de imigrantes indocumentados, construir um muro na fronteira com o México, impedir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e usar tortura contra suspeitos de terrorismo.

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Com o slogan "Tornar a América Grande de Novo", o candidato também adotou uma agenda econômica populista, que ataca a globalização e acordos comerciais internacionais, o que o colocou em rota de colisão com integrantes da elite empresarial do partido. Trump responsabiliza a China e o México pela perda de empregos industriais dos EUA e promete impor tarifas de até 45% na importação de produtos desses países.

O bilionário também se distanciou de posições tradicionais de seu partido na política externa. Abandonando princípios que regem a atuação internacional dos EUA desde o fim da 2ª Guerra, ele se declarou a favor da obtenção de armas nucleares pelo Japão e a Coreia do Sul e defendeu a revisão dos termos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Seus insultos a imigrantes, muçulmanos, mulheres, negros e deficientes colocaram em xeque os esforços do Partido Republicano de ampliar sua base de seguidores. Depois da segunda derrota consecutiva para Barack Obama em 2012, dirigentes da legenda concluíram que precisavam conquistar hispânicos e representantes do eleitorado feminino para retornar à Casa Branca.

Mas a retórica de Trump reforçou a identidade da legenda como uma agremiação que representa homens brancos mais velhos, grupo que compõem uma parcela cada vez menor do eleitorado americano. Criticada pelo bilionário durante a campanha, a governadora republicana do Novo México, Suzana Martinez, deu o troco hoje e exaltou a diversidade de seu Estado, que tem a maior parcela de hispânicos nos EUA. Ainda assim, sua delegação votou a favor de Trump, vitorioso das primárias no Estado.

Depois do assassinato de oito policiais em Dallas e Baton Rouge por atiradores negros, o bilionário adotou um novo lema de campanha e passou a se apresentar como o candidato da "lei e da ordem", o mesmo slogan usado pelo republicano Richard Nixon na disputa que o levou à Casa Branca em 1968. A campanha de Trump avalia a sensação de insegurança provocada pelo aumento da tensão racial e ataques terroristas recentes fortalecerão o candidato e sua retórica politicamente incorreta.

Cláudia TrevisanENVIADA ESPECIAL / CLEVELAND, EUA

Ao som de New York, New York, o Partido Republicano oficializou nesta terça-feira, 19, a candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA, algo impensável 13 meses atrás, quando ele anunciou sua pretensão de disputar a sucessão do democrata Barack Obama. O nome do bilionário foi consagrado em uma convenção desfalcada de representantes da ala tradicional da legenda, derrotados em sucessivas tentativas de impedir a nomeação do outsider que nunca ocupou um cargo público.

Chamados em ordem alfabética, representantes dos Estados e territórios americanos declararam apoio a Trump, seguindo o resultado das primárias nas quais o bilionário derrotou 16 adversários. A vitória foi formalizada com o voto de Nova York, onde o candidato nasceu e vive. O representante do Estado foi o filho do bilionário, Donald Trump Jr. "Isso não é mais uma campanha, é um movimento", afirmou. "Parabéns pai, nós te amamos." A manifestação de Trump Jr. marcou a obtenção dos 1.237 delegados necessários para garantir a nomeação do outsider.

 

O senador Jeff Sessions anuncia os votos do Alabama Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

 

Ausentes do estádio onde milhares de delegados se reuniram estavam alguns dos adversários derrotados pelo bilionário, entre os quais o senador Marco Rubio e John Kasich, governador de Ohio, Estado onde a convenção é realizada. O evento também não teve a presença dos dois últimos candidatos à presidência do partido, John McCain e Mitt Romney. Os dois únicos ex-presidentes vivos da legenda, George H.Bush e George W.Bush, decidiram manter distância da convenção. Entre os adversários derrotados por Trump estava o ex-governador da Flórida Jeb Bush, o preferido da liderança e dos financiadores de campanha republicanos e representante de uma das mais célebres dinastias políticas dos EUA.

A vitória de Trump foi a consagração de setores insurgentes do partido, descontentes com os políticos que atuam em Washington e com os que comandam a legenda há décadas. O bilionário de Nova York incendiou grande parte das bases republicanas com suas propostas de deportar 11 milhões de imigrantes indocumentados, construir um muro na fronteira com o México, impedir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e usar tortura contra suspeitos de terrorismo.

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Com o slogan "Tornar a América Grande de Novo", o candidato também adotou uma agenda econômica populista, que ataca a globalização e acordos comerciais internacionais, o que o colocou em rota de colisão com integrantes da elite empresarial do partido. Trump responsabiliza a China e o México pela perda de empregos industriais dos EUA e promete impor tarifas de até 45% na importação de produtos desses países.

O bilionário também se distanciou de posições tradicionais de seu partido na política externa. Abandonando princípios que regem a atuação internacional dos EUA desde o fim da 2ª Guerra, ele se declarou a favor da obtenção de armas nucleares pelo Japão e a Coreia do Sul e defendeu a revisão dos termos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Seus insultos a imigrantes, muçulmanos, mulheres, negros e deficientes colocaram em xeque os esforços do Partido Republicano de ampliar sua base de seguidores. Depois da segunda derrota consecutiva para Barack Obama em 2012, dirigentes da legenda concluíram que precisavam conquistar hispânicos e representantes do eleitorado feminino para retornar à Casa Branca.

Mas a retórica de Trump reforçou a identidade da legenda como uma agremiação que representa homens brancos mais velhos, grupo que compõem uma parcela cada vez menor do eleitorado americano. Criticada pelo bilionário durante a campanha, a governadora republicana do Novo México, Suzana Martinez, deu o troco hoje e exaltou a diversidade de seu Estado, que tem a maior parcela de hispânicos nos EUA. Ainda assim, sua delegação votou a favor de Trump, vitorioso das primárias no Estado.

Depois do assassinato de oito policiais em Dallas e Baton Rouge por atiradores negros, o bilionário adotou um novo lema de campanha e passou a se apresentar como o candidato da "lei e da ordem", o mesmo slogan usado pelo republicano Richard Nixon na disputa que o levou à Casa Branca em 1968. A campanha de Trump avalia a sensação de insegurança provocada pelo aumento da tensão racial e ataques terroristas recentes fortalecerão o candidato e sua retórica politicamente incorreta.

Cláudia TrevisanENVIADA ESPECIAL / CLEVELAND, EUA

Ao som de New York, New York, o Partido Republicano oficializou nesta terça-feira, 19, a candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA, algo impensável 13 meses atrás, quando ele anunciou sua pretensão de disputar a sucessão do democrata Barack Obama. O nome do bilionário foi consagrado em uma convenção desfalcada de representantes da ala tradicional da legenda, derrotados em sucessivas tentativas de impedir a nomeação do outsider que nunca ocupou um cargo público.

Chamados em ordem alfabética, representantes dos Estados e territórios americanos declararam apoio a Trump, seguindo o resultado das primárias nas quais o bilionário derrotou 16 adversários. A vitória foi formalizada com o voto de Nova York, onde o candidato nasceu e vive. O representante do Estado foi o filho do bilionário, Donald Trump Jr. "Isso não é mais uma campanha, é um movimento", afirmou. "Parabéns pai, nós te amamos." A manifestação de Trump Jr. marcou a obtenção dos 1.237 delegados necessários para garantir a nomeação do outsider.

 

O senador Jeff Sessions anuncia os votos do Alabama Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

 

Ausentes do estádio onde milhares de delegados se reuniram estavam alguns dos adversários derrotados pelo bilionário, entre os quais o senador Marco Rubio e John Kasich, governador de Ohio, Estado onde a convenção é realizada. O evento também não teve a presença dos dois últimos candidatos à presidência do partido, John McCain e Mitt Romney. Os dois únicos ex-presidentes vivos da legenda, George H.Bush e George W.Bush, decidiram manter distância da convenção. Entre os adversários derrotados por Trump estava o ex-governador da Flórida Jeb Bush, o preferido da liderança e dos financiadores de campanha republicanos e representante de uma das mais célebres dinastias políticas dos EUA.

A vitória de Trump foi a consagração de setores insurgentes do partido, descontentes com os políticos que atuam em Washington e com os que comandam a legenda há décadas. O bilionário de Nova York incendiou grande parte das bases republicanas com suas propostas de deportar 11 milhões de imigrantes indocumentados, construir um muro na fronteira com o México, impedir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e usar tortura contra suspeitos de terrorismo.

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Com o slogan "Tornar a América Grande de Novo", o candidato também adotou uma agenda econômica populista, que ataca a globalização e acordos comerciais internacionais, o que o colocou em rota de colisão com integrantes da elite empresarial do partido. Trump responsabiliza a China e o México pela perda de empregos industriais dos EUA e promete impor tarifas de até 45% na importação de produtos desses países.

O bilionário também se distanciou de posições tradicionais de seu partido na política externa. Abandonando princípios que regem a atuação internacional dos EUA desde o fim da 2ª Guerra, ele se declarou a favor da obtenção de armas nucleares pelo Japão e a Coreia do Sul e defendeu a revisão dos termos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Seus insultos a imigrantes, muçulmanos, mulheres, negros e deficientes colocaram em xeque os esforços do Partido Republicano de ampliar sua base de seguidores. Depois da segunda derrota consecutiva para Barack Obama em 2012, dirigentes da legenda concluíram que precisavam conquistar hispânicos e representantes do eleitorado feminino para retornar à Casa Branca.

Mas a retórica de Trump reforçou a identidade da legenda como uma agremiação que representa homens brancos mais velhos, grupo que compõem uma parcela cada vez menor do eleitorado americano. Criticada pelo bilionário durante a campanha, a governadora republicana do Novo México, Suzana Martinez, deu o troco hoje e exaltou a diversidade de seu Estado, que tem a maior parcela de hispânicos nos EUA. Ainda assim, sua delegação votou a favor de Trump, vitorioso das primárias no Estado.

Depois do assassinato de oito policiais em Dallas e Baton Rouge por atiradores negros, o bilionário adotou um novo lema de campanha e passou a se apresentar como o candidato da "lei e da ordem", o mesmo slogan usado pelo republicano Richard Nixon na disputa que o levou à Casa Branca em 1968. A campanha de Trump avalia a sensação de insegurança provocada pelo aumento da tensão racial e ataques terroristas recentes fortalecerão o candidato e sua retórica politicamente incorreta.

Cláudia TrevisanENVIADA ESPECIAL / CLEVELAND, EUA

Ao som de New York, New York, o Partido Republicano oficializou nesta terça-feira, 19, a candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA, algo impensável 13 meses atrás, quando ele anunciou sua pretensão de disputar a sucessão do democrata Barack Obama. O nome do bilionário foi consagrado em uma convenção desfalcada de representantes da ala tradicional da legenda, derrotados em sucessivas tentativas de impedir a nomeação do outsider que nunca ocupou um cargo público.

Chamados em ordem alfabética, representantes dos Estados e territórios americanos declararam apoio a Trump, seguindo o resultado das primárias nas quais o bilionário derrotou 16 adversários. A vitória foi formalizada com o voto de Nova York, onde o candidato nasceu e vive. O representante do Estado foi o filho do bilionário, Donald Trump Jr. "Isso não é mais uma campanha, é um movimento", afirmou. "Parabéns pai, nós te amamos." A manifestação de Trump Jr. marcou a obtenção dos 1.237 delegados necessários para garantir a nomeação do outsider.

 

O senador Jeff Sessions anuncia os votos do Alabama Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

 

Ausentes do estádio onde milhares de delegados se reuniram estavam alguns dos adversários derrotados pelo bilionário, entre os quais o senador Marco Rubio e John Kasich, governador de Ohio, Estado onde a convenção é realizada. O evento também não teve a presença dos dois últimos candidatos à presidência do partido, John McCain e Mitt Romney. Os dois únicos ex-presidentes vivos da legenda, George H.Bush e George W.Bush, decidiram manter distância da convenção. Entre os adversários derrotados por Trump estava o ex-governador da Flórida Jeb Bush, o preferido da liderança e dos financiadores de campanha republicanos e representante de uma das mais célebres dinastias políticas dos EUA.

A vitória de Trump foi a consagração de setores insurgentes do partido, descontentes com os políticos que atuam em Washington e com os que comandam a legenda há décadas. O bilionário de Nova York incendiou grande parte das bases republicanas com suas propostas de deportar 11 milhões de imigrantes indocumentados, construir um muro na fronteira com o México, impedir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e usar tortura contra suspeitos de terrorismo.

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Com o slogan "Tornar a América Grande de Novo", o candidato também adotou uma agenda econômica populista, que ataca a globalização e acordos comerciais internacionais, o que o colocou em rota de colisão com integrantes da elite empresarial do partido. Trump responsabiliza a China e o México pela perda de empregos industriais dos EUA e promete impor tarifas de até 45% na importação de produtos desses países.

O bilionário também se distanciou de posições tradicionais de seu partido na política externa. Abandonando princípios que regem a atuação internacional dos EUA desde o fim da 2ª Guerra, ele se declarou a favor da obtenção de armas nucleares pelo Japão e a Coreia do Sul e defendeu a revisão dos termos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Seus insultos a imigrantes, muçulmanos, mulheres, negros e deficientes colocaram em xeque os esforços do Partido Republicano de ampliar sua base de seguidores. Depois da segunda derrota consecutiva para Barack Obama em 2012, dirigentes da legenda concluíram que precisavam conquistar hispânicos e representantes do eleitorado feminino para retornar à Casa Branca.

Mas a retórica de Trump reforçou a identidade da legenda como uma agremiação que representa homens brancos mais velhos, grupo que compõem uma parcela cada vez menor do eleitorado americano. Criticada pelo bilionário durante a campanha, a governadora republicana do Novo México, Suzana Martinez, deu o troco hoje e exaltou a diversidade de seu Estado, que tem a maior parcela de hispânicos nos EUA. Ainda assim, sua delegação votou a favor de Trump, vitorioso das primárias no Estado.

Depois do assassinato de oito policiais em Dallas e Baton Rouge por atiradores negros, o bilionário adotou um novo lema de campanha e passou a se apresentar como o candidato da "lei e da ordem", o mesmo slogan usado pelo republicano Richard Nixon na disputa que o levou à Casa Branca em 1968. A campanha de Trump avalia a sensação de insegurança provocada pelo aumento da tensão racial e ataques terroristas recentes fortalecerão o candidato e sua retórica politicamente incorreta.

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