WASHINGTON - Grupos de republicanos ricos descontentes com Donald Trump vêm cortejando colegas proeminentes para convencê-los a apoiar a candidata presidencial democrata, Hillary Clinton, disseram à agência Reuters nesta quinta-feira, 4, várias fontes envolvidas na iniciativa.
Segundo as fontes, os grupos estão pedindo dinheiro e apoio de correligionários desiludidos com Trump, o candidato de seu partido para a eleição de 8 de novembro. Alguns foram incentivadas por Hillary e membros de sua equipe de campanha.
"Tomei a decisão de que não seria capaz de olhar para meus netos se votasse em Trump", disse Dan Webb, um ex-promotor federal e autodeclarado "republicano há décadas" que vem atuando para conquistar empresários republicanos de destaque em Chicago.
Trump, magnata de Nova York do setor imobiliário que disputa seu primeiro cargo público, vem incomodando doadores republicanos tradicionais com seus comentários incendiários sobre mulheres, mexicanos, muçulmanos e veteranos de guerra, entre outros.
Na terça-feira, Meg Whitman, destacada arrecadadora de fundos republicana e presidente executiva da HP, declarou apoio à campanha de Hillary, qualificando Trump de "autoritário" e "ameaça à democracia".
Doadores importantes de Wall Street podem fazer a diferença para Hillary injetando dinheiro na campanha e induzindo republicanos moderados a mudar de lado, e seu apoio à ex-primeira-dama confronta a alegação de Trump de que seus sucessos nos negócios o tornam um candidato a presidente melhor.
Ainda hoje, outro congressista republicano afirmou que não votará em Trump. O deputado Adam Kinzinger, de Illinois, disse que o indicado de seu partido está começando a "cruzar muitas linhas vermelhas imperdoáveis na política".
Os insultos de Donald Trump
Kinzinger declarou à CNN que não apoiará Hillary, mas sugeriu que pode escrever o nome de um terceiro candidato na cédula ou mesmo deixar de ir votar nas eleições presidenciais. Outros deputados republicanos como Richard Hanna, de Nova York, Charlie Dent, da Pensilvânia, Ileana Ros-Lehtinen e Carlos Curbelo, da Flórida, também disseram esta semana que não votarão em Trump. Hanna disse ainda que votará para Hillary.
Ryan. Mesmo depois de o magnata declarar publicamente que não apoia a candidatura à reeleição do presidente da Câmara, Paul Ryan, o deputado republicano não retirou seu respaldo a Trump, ao comentar o tema. A campanha de Ryan declarou na quarta-feira que não havia pedido ajuda a Trump.
Ryan ressaltou que Trump venceu as primárias conquistando o maior número de votos e, portanto, merece o apoio dos líderes republicanos eleitos. "Somos um partido no qual os eleitores da base escolheram nosso indicado", disse Ryan a uma rádio em seu Estado, Wisconsin. / REUTERS, AP e NYT