WASHINGTON - Uma luta intensa pelo controle do Congresso dos Estados Unidos, que ocorre paralelamente à disputa entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump pela Casa Branca, terminará hoje com eleições que vão definir a política americana nos próximos dois anos.
O que está em jogo é o atual predomínio dos republicanos no Senado e na Câmara dos Deputados. Se os eleitores derem o controle das duas Casas aos democratas, 2017 provavelmente verá uma inclinação mais moderada nos projetos de lei que os parlamentares vão enviar para o novo presidente transformar em leis.
Para obter o comando do Senado de imediato, os democratas teriam de conquistar pelo menos cinco cadeiras no final das contas. Atualmente, os republicanos detêm 54 assentos, os democratas ocupam 44 cadeiras e os independentes alinhados a estes últimos têm outras 2 vagas.
Durante a maior parte da atual campanha, analistas políticos projetaram que os democratas conseguirão algo entre quatro e sete cadeiras no Senado.
Mas os atuais governistas temeram que o anúncio do FBI no fim de outubro de que iniciaria uma investigação dos e-mails recém-descobertos para saber se diziam respeito ao uso de um servidor particular de Hillary quando era secretária do Departamento de Estado fizesse algumas disputas mais acirradas penderem para os republicanos.
No domingo, o FBI disse que a agência finalizou sua análise e não encontrou motivos para mudar sua posição de julho, a de que não havia justificativa para acusar criminalmente a ex-secretária de Estado.
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A corrida presidencial americana de 2016 vai entrar para História não só pelos escândalos e fortes ataques, mas também pelo ineditismo. Contrariando qualquer crença, o magnata Donald Trump, que nunca ocupou um cargo político, conseguiu a vaga republicana para disputar a Casa Branca. Como adversária, ele teve pela frente Hillary Clinton, que tem na bagagem uma longa ligação com Washington.
Câmara. Os democratas terão um desafio maior na Câmara, onde precisam obter 30 vagas para reconquistar a maioria que tiveram pela última vez em 2010. Alguns analistas vêm projetando algo entre 5 e 20 assentos para os correligionários de Hillary.
O controle republicano do Senado de 100 cadeiras nos últimos dois anos e da Câmara de 435 assentos desde 2011 rendeu um ataque contínuo ao plano de reforma do sistema de saúde do presidente democrata Barack Obama, conhecido como Obamacare.
Os deputados republicanos detiveram o progresso obtido no Senado em uma reforma abrangente da imigração em 2013, e vêm pressionando de forma geral pela contenção de gastos em programas domésticos ao mesmo tempo em que tentam limitar as regulamentações nas indústrias ambiental e financeira.
Acredita-se que o desfecho da eleição presidencial terá um grande impacto no resultado das campanhas legislativas. Nas últimas décadas, o partido que conquistou a Casa Branca normalmente se saiu melhor também nas disputas parlamentares. / REUTERS