EUA dizem que guerra enfraqueceu a Rússia e prometem enviar mais armas à Ucrânia


Chefe da diplomacia americana faz discurso em Helsinque, na Finlândia, e diz que adesão do país à Otan mostra fracasso de Putin

Por Redação

THE NEW YORK TIMES (HELSINQUE) – O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou nesta sexta-feira, 2, que a guerra na Ucrânia enfraqueceu a Rússia e que os EUA continuam comprometidos em defender Kiev. Em cerimônia para celebrar a adesão da Finlândia à Otan, na capital Helsinque, Blinken também se posicionou contra um cessar-fogo de curto prazo do conflito, que, na visão dele, podem favorecer Moscou.

No discurso, o chefe da diplomacia americana listou uma série de argumentos para justificar por que enxerga a Rússia mais fraca do que antes da guerra. Ele citou a própria adesão da Finlândia à Otan, que marcou o abandono do país da posição de neutralidade que adotava há décadas e contrariou o plano inicial do presidente Vladimir Putin, de frear a expansão da Otan para não chegar a sua fronteira. “Foi um fracasso estratégico (de Putin)”, declarou.

“A Rússia está significativamente pior hoje do que antes da invasão (à Ucrânia), em termos militares, econômicos e geopolíticos”, acrescentou. “Onde Putin pretendia projetar força, ele revelou fraqueza.”

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Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, é visto em aeroporto da Finlândia, em imagem desta sexta-feira, 2. Americano participou da cerimônia de entrada do país na Otan Foto: Emmi Korhonen/via Reuters

Embora o discurso de Blinken seja repetição de anteriores, o local onde foi pronunciado é simbólico por representar a aliança definitiva com um país que compartilha uma fronteira de 1.338 quilômetros com a Rússia. A Otan agora está comprometida em defender a Finlândia, e isso provavelmente gera constrangimento, se não enfurecimento, em Putin.

A autoridade americana acrescentou que a aliança com os finlandeses era impensável antes da guerra na Ucrânia e responsabilizou Putin de ter causado isso ao invadir a Ucrânia.

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A viagem de Blinken à Finlândia incluiu agendas pela Noruega e pela Suécia, locais onde se reuniu com autoridades da Otan responsáveis a fortalecer a aliança contra a Rússia e discutir a relação a longo prazo com a Ucrânia, que também quer aderir à Otan para ter garantias de segurança mais definitivas, menos circunstanciais.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski defende a adesão do país à Otan, mas reconhece que não há conjuntura política para isso enquanto a Ucrânia estiver em guerra com a Rússia.

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Nos últimos dias, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, dois membros da Otan, externaram apoio à Ucrânia, mas afirmaram que a entrada do país na Otan está fora de alcance por enquanto.

Planos iniciais de Putin

Uma das justificativas de Vladimir Putin para invadir a Ucrânia era frear a expansão da Otan e afastá-la para longe das fronteiras. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nesta sexta-feira que o país permanece olhando a Otan como ameaça a sua segurança nacional e que os planos não mudaram.

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“Isso significa impedir a expansão da aliança, seu óbvio avanço em direção às nossas fronteiras e a possível adesão da Ucrânia”, disse.

Estrutura hospitalar destruída na Ucrânia após ataque de míssil na cidade de Dnipro, em imagem do fim de maio. Conflito se arrasta há mais de um ano Foto: Vitalii Matokha/AFP

Para os EUA, ao tentar evitar a expansão da Otan, Putin expôs a fraqueza da força militar russa e a piorou. A Rússia também se enfraqueceu na economia, nos custos de energia e acabou tendo efeito contrário sobre a Otan, que reagiu à invasão com mais união e financiamento.

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Blinken adotou o tom triunfal em alguns trechos do discurso em Helsinque; mas em outros momentos, fez advertências. Primeiro, brincou que o exército russo, antes considerado o segundo mais forte do mundo, agora é “o segundo mais forte da Ucrânia”. Depois, disse que a Ucrânia tem um longo e árduo caminho a percorrer, principalmente para resistir aos pedidos de cessar-fogo.

Pressão sobre Kiev pelo cessar-fogo

Autoridades dos EUA acreditam que se, como esperado, uma contraofensiva ucraniana não conseguir obter ganhos significativos no campo de batalha, haverá uma pressão sobre Kiev para a guerra ser interrompida. “A princípio, isso soa sensato e até atraente. Afinal, quem não quer que as partes beligerantes deponham as armas? Quem não quer que a matança pare?”, discursou Blinken.

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Entretanto, o americano disse que um cessar-fogo nas condições atuais, nas quais a Rússia controla grande parte do leste ucraniano, “não é uma paz justa e duradoura”. “É uma paz Potemkin. Legitimaria a grilagem de terras da Rússia, premiaria o agressor e puniria a vítima”, afirmou.

Embora tenha insistido que os EUA e a Ucrânia gostariam de ver o fim da guerra, Blinken advertiu que Putin não parece pronto para negociar de maneira franca. O russo afirma que negociações só podem ocorrer quando a Ucrânia aceitar a anexação da Rússia de quatro regiões no leste do país.

Exigências dos EUA

Para o analista Samuel Charap, ex-funcionário do Departamento de Estado no governo Obama e analista de Rússia da Rand Corporation, Blinken pode estar estabelecendo uma exigência muito alta para negociar. “Se franqueza nas negociações significa disposição para fazer concessões de território, Putin nunca cumprirá essa exigência”, disse Charap.

Imagem mostra autoridades da Otan em Oslo, Noruega, em imagem desta semana. Antony Blinken, dos EUA, se reuniu com colegas para debater guerra na Ucrânia Foto: Javad Parsa/via AP

Muitas autoridades dos EUA acreditam que Putin quer obter um controle maior na Ucrânia do que o atual, e isso exige que ele jogue com o tempo. Para Blinken, o russo está convencido de que seu exército pode continuar vivo contra a Ucrânia e seus aliados. “Ele acha que, mesmo que perca a curto prazo, pode vencer a longo prazo”, disse.

Apesar disso, o secretário americano afirmou que os EUA apoiarão iniciativas de paz que levem Putin à mesa de negociação em “diplomacia significativa”. Tais esforços devem incluir a responsabilização russa por crimes de guerra, o financiamento para a reconstrução da Ucrânia e a afirmação dos princípios de soberania, integridade territorial e independência, acrescentou.

Como anteriormente, o discurso de Blinken não especifica se os EUA acreditam que o princípio de integridade territorial inclui a retirada de tropas russas da Ucrânia e da Península da Crimeia, anexada em 2014 e que analistas acreditam que não será cedida pela Rússia.

O secretário atrelou o fim de sanções ocidentais à Rússia a um acordo de paz genuíno. Esse acordo, disse Blinken, teria ações concretas, especialmente a retirada militar. Por fim, disse que os EUA não deseja derrubar Vladimir Putin do poder.

THE NEW YORK TIMES (HELSINQUE) – O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou nesta sexta-feira, 2, que a guerra na Ucrânia enfraqueceu a Rússia e que os EUA continuam comprometidos em defender Kiev. Em cerimônia para celebrar a adesão da Finlândia à Otan, na capital Helsinque, Blinken também se posicionou contra um cessar-fogo de curto prazo do conflito, que, na visão dele, podem favorecer Moscou.

No discurso, o chefe da diplomacia americana listou uma série de argumentos para justificar por que enxerga a Rússia mais fraca do que antes da guerra. Ele citou a própria adesão da Finlândia à Otan, que marcou o abandono do país da posição de neutralidade que adotava há décadas e contrariou o plano inicial do presidente Vladimir Putin, de frear a expansão da Otan para não chegar a sua fronteira. “Foi um fracasso estratégico (de Putin)”, declarou.

“A Rússia está significativamente pior hoje do que antes da invasão (à Ucrânia), em termos militares, econômicos e geopolíticos”, acrescentou. “Onde Putin pretendia projetar força, ele revelou fraqueza.”

Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, é visto em aeroporto da Finlândia, em imagem desta sexta-feira, 2. Americano participou da cerimônia de entrada do país na Otan Foto: Emmi Korhonen/via Reuters

Embora o discurso de Blinken seja repetição de anteriores, o local onde foi pronunciado é simbólico por representar a aliança definitiva com um país que compartilha uma fronteira de 1.338 quilômetros com a Rússia. A Otan agora está comprometida em defender a Finlândia, e isso provavelmente gera constrangimento, se não enfurecimento, em Putin.

A autoridade americana acrescentou que a aliança com os finlandeses era impensável antes da guerra na Ucrânia e responsabilizou Putin de ter causado isso ao invadir a Ucrânia.

A viagem de Blinken à Finlândia incluiu agendas pela Noruega e pela Suécia, locais onde se reuniu com autoridades da Otan responsáveis a fortalecer a aliança contra a Rússia e discutir a relação a longo prazo com a Ucrânia, que também quer aderir à Otan para ter garantias de segurança mais definitivas, menos circunstanciais.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski defende a adesão do país à Otan, mas reconhece que não há conjuntura política para isso enquanto a Ucrânia estiver em guerra com a Rússia.

Nos últimos dias, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, dois membros da Otan, externaram apoio à Ucrânia, mas afirmaram que a entrada do país na Otan está fora de alcance por enquanto.

Planos iniciais de Putin

Uma das justificativas de Vladimir Putin para invadir a Ucrânia era frear a expansão da Otan e afastá-la para longe das fronteiras. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nesta sexta-feira que o país permanece olhando a Otan como ameaça a sua segurança nacional e que os planos não mudaram.

“Isso significa impedir a expansão da aliança, seu óbvio avanço em direção às nossas fronteiras e a possível adesão da Ucrânia”, disse.

Estrutura hospitalar destruída na Ucrânia após ataque de míssil na cidade de Dnipro, em imagem do fim de maio. Conflito se arrasta há mais de um ano Foto: Vitalii Matokha/AFP

Para os EUA, ao tentar evitar a expansão da Otan, Putin expôs a fraqueza da força militar russa e a piorou. A Rússia também se enfraqueceu na economia, nos custos de energia e acabou tendo efeito contrário sobre a Otan, que reagiu à invasão com mais união e financiamento.

Blinken adotou o tom triunfal em alguns trechos do discurso em Helsinque; mas em outros momentos, fez advertências. Primeiro, brincou que o exército russo, antes considerado o segundo mais forte do mundo, agora é “o segundo mais forte da Ucrânia”. Depois, disse que a Ucrânia tem um longo e árduo caminho a percorrer, principalmente para resistir aos pedidos de cessar-fogo.

Pressão sobre Kiev pelo cessar-fogo

Autoridades dos EUA acreditam que se, como esperado, uma contraofensiva ucraniana não conseguir obter ganhos significativos no campo de batalha, haverá uma pressão sobre Kiev para a guerra ser interrompida. “A princípio, isso soa sensato e até atraente. Afinal, quem não quer que as partes beligerantes deponham as armas? Quem não quer que a matança pare?”, discursou Blinken.

Entretanto, o americano disse que um cessar-fogo nas condições atuais, nas quais a Rússia controla grande parte do leste ucraniano, “não é uma paz justa e duradoura”. “É uma paz Potemkin. Legitimaria a grilagem de terras da Rússia, premiaria o agressor e puniria a vítima”, afirmou.

Embora tenha insistido que os EUA e a Ucrânia gostariam de ver o fim da guerra, Blinken advertiu que Putin não parece pronto para negociar de maneira franca. O russo afirma que negociações só podem ocorrer quando a Ucrânia aceitar a anexação da Rússia de quatro regiões no leste do país.

Exigências dos EUA

Para o analista Samuel Charap, ex-funcionário do Departamento de Estado no governo Obama e analista de Rússia da Rand Corporation, Blinken pode estar estabelecendo uma exigência muito alta para negociar. “Se franqueza nas negociações significa disposição para fazer concessões de território, Putin nunca cumprirá essa exigência”, disse Charap.

Imagem mostra autoridades da Otan em Oslo, Noruega, em imagem desta semana. Antony Blinken, dos EUA, se reuniu com colegas para debater guerra na Ucrânia Foto: Javad Parsa/via AP

Muitas autoridades dos EUA acreditam que Putin quer obter um controle maior na Ucrânia do que o atual, e isso exige que ele jogue com o tempo. Para Blinken, o russo está convencido de que seu exército pode continuar vivo contra a Ucrânia e seus aliados. “Ele acha que, mesmo que perca a curto prazo, pode vencer a longo prazo”, disse.

Apesar disso, o secretário americano afirmou que os EUA apoiarão iniciativas de paz que levem Putin à mesa de negociação em “diplomacia significativa”. Tais esforços devem incluir a responsabilização russa por crimes de guerra, o financiamento para a reconstrução da Ucrânia e a afirmação dos princípios de soberania, integridade territorial e independência, acrescentou.

Como anteriormente, o discurso de Blinken não especifica se os EUA acreditam que o princípio de integridade territorial inclui a retirada de tropas russas da Ucrânia e da Península da Crimeia, anexada em 2014 e que analistas acreditam que não será cedida pela Rússia.

O secretário atrelou o fim de sanções ocidentais à Rússia a um acordo de paz genuíno. Esse acordo, disse Blinken, teria ações concretas, especialmente a retirada militar. Por fim, disse que os EUA não deseja derrubar Vladimir Putin do poder.

THE NEW YORK TIMES (HELSINQUE) – O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou nesta sexta-feira, 2, que a guerra na Ucrânia enfraqueceu a Rússia e que os EUA continuam comprometidos em defender Kiev. Em cerimônia para celebrar a adesão da Finlândia à Otan, na capital Helsinque, Blinken também se posicionou contra um cessar-fogo de curto prazo do conflito, que, na visão dele, podem favorecer Moscou.

No discurso, o chefe da diplomacia americana listou uma série de argumentos para justificar por que enxerga a Rússia mais fraca do que antes da guerra. Ele citou a própria adesão da Finlândia à Otan, que marcou o abandono do país da posição de neutralidade que adotava há décadas e contrariou o plano inicial do presidente Vladimir Putin, de frear a expansão da Otan para não chegar a sua fronteira. “Foi um fracasso estratégico (de Putin)”, declarou.

“A Rússia está significativamente pior hoje do que antes da invasão (à Ucrânia), em termos militares, econômicos e geopolíticos”, acrescentou. “Onde Putin pretendia projetar força, ele revelou fraqueza.”

Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, é visto em aeroporto da Finlândia, em imagem desta sexta-feira, 2. Americano participou da cerimônia de entrada do país na Otan Foto: Emmi Korhonen/via Reuters

Embora o discurso de Blinken seja repetição de anteriores, o local onde foi pronunciado é simbólico por representar a aliança definitiva com um país que compartilha uma fronteira de 1.338 quilômetros com a Rússia. A Otan agora está comprometida em defender a Finlândia, e isso provavelmente gera constrangimento, se não enfurecimento, em Putin.

A autoridade americana acrescentou que a aliança com os finlandeses era impensável antes da guerra na Ucrânia e responsabilizou Putin de ter causado isso ao invadir a Ucrânia.

A viagem de Blinken à Finlândia incluiu agendas pela Noruega e pela Suécia, locais onde se reuniu com autoridades da Otan responsáveis a fortalecer a aliança contra a Rússia e discutir a relação a longo prazo com a Ucrânia, que também quer aderir à Otan para ter garantias de segurança mais definitivas, menos circunstanciais.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski defende a adesão do país à Otan, mas reconhece que não há conjuntura política para isso enquanto a Ucrânia estiver em guerra com a Rússia.

Nos últimos dias, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, dois membros da Otan, externaram apoio à Ucrânia, mas afirmaram que a entrada do país na Otan está fora de alcance por enquanto.

Planos iniciais de Putin

Uma das justificativas de Vladimir Putin para invadir a Ucrânia era frear a expansão da Otan e afastá-la para longe das fronteiras. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nesta sexta-feira que o país permanece olhando a Otan como ameaça a sua segurança nacional e que os planos não mudaram.

“Isso significa impedir a expansão da aliança, seu óbvio avanço em direção às nossas fronteiras e a possível adesão da Ucrânia”, disse.

Estrutura hospitalar destruída na Ucrânia após ataque de míssil na cidade de Dnipro, em imagem do fim de maio. Conflito se arrasta há mais de um ano Foto: Vitalii Matokha/AFP

Para os EUA, ao tentar evitar a expansão da Otan, Putin expôs a fraqueza da força militar russa e a piorou. A Rússia também se enfraqueceu na economia, nos custos de energia e acabou tendo efeito contrário sobre a Otan, que reagiu à invasão com mais união e financiamento.

Blinken adotou o tom triunfal em alguns trechos do discurso em Helsinque; mas em outros momentos, fez advertências. Primeiro, brincou que o exército russo, antes considerado o segundo mais forte do mundo, agora é “o segundo mais forte da Ucrânia”. Depois, disse que a Ucrânia tem um longo e árduo caminho a percorrer, principalmente para resistir aos pedidos de cessar-fogo.

Pressão sobre Kiev pelo cessar-fogo

Autoridades dos EUA acreditam que se, como esperado, uma contraofensiva ucraniana não conseguir obter ganhos significativos no campo de batalha, haverá uma pressão sobre Kiev para a guerra ser interrompida. “A princípio, isso soa sensato e até atraente. Afinal, quem não quer que as partes beligerantes deponham as armas? Quem não quer que a matança pare?”, discursou Blinken.

Entretanto, o americano disse que um cessar-fogo nas condições atuais, nas quais a Rússia controla grande parte do leste ucraniano, “não é uma paz justa e duradoura”. “É uma paz Potemkin. Legitimaria a grilagem de terras da Rússia, premiaria o agressor e puniria a vítima”, afirmou.

Embora tenha insistido que os EUA e a Ucrânia gostariam de ver o fim da guerra, Blinken advertiu que Putin não parece pronto para negociar de maneira franca. O russo afirma que negociações só podem ocorrer quando a Ucrânia aceitar a anexação da Rússia de quatro regiões no leste do país.

Exigências dos EUA

Para o analista Samuel Charap, ex-funcionário do Departamento de Estado no governo Obama e analista de Rússia da Rand Corporation, Blinken pode estar estabelecendo uma exigência muito alta para negociar. “Se franqueza nas negociações significa disposição para fazer concessões de território, Putin nunca cumprirá essa exigência”, disse Charap.

Imagem mostra autoridades da Otan em Oslo, Noruega, em imagem desta semana. Antony Blinken, dos EUA, se reuniu com colegas para debater guerra na Ucrânia Foto: Javad Parsa/via AP

Muitas autoridades dos EUA acreditam que Putin quer obter um controle maior na Ucrânia do que o atual, e isso exige que ele jogue com o tempo. Para Blinken, o russo está convencido de que seu exército pode continuar vivo contra a Ucrânia e seus aliados. “Ele acha que, mesmo que perca a curto prazo, pode vencer a longo prazo”, disse.

Apesar disso, o secretário americano afirmou que os EUA apoiarão iniciativas de paz que levem Putin à mesa de negociação em “diplomacia significativa”. Tais esforços devem incluir a responsabilização russa por crimes de guerra, o financiamento para a reconstrução da Ucrânia e a afirmação dos princípios de soberania, integridade territorial e independência, acrescentou.

Como anteriormente, o discurso de Blinken não especifica se os EUA acreditam que o princípio de integridade territorial inclui a retirada de tropas russas da Ucrânia e da Península da Crimeia, anexada em 2014 e que analistas acreditam que não será cedida pela Rússia.

O secretário atrelou o fim de sanções ocidentais à Rússia a um acordo de paz genuíno. Esse acordo, disse Blinken, teria ações concretas, especialmente a retirada militar. Por fim, disse que os EUA não deseja derrubar Vladimir Putin do poder.

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