Coreia do Sul aponta falha em lançamento de míssil balístico do Norte e prolonga exercícios com EUA


Forças Armadas sul-coreanas acusam a Coreia do Norte de lançar mais de 20 mísseis em um dia

Por Redação
Atualização:

SEUL - As Forças Armadas da Coreia do Sul afirmaram que a Coreia do Norte teria falhado na tentativa de disparar um míssil intercontinental (ICBM) nesta quinta-feira, 3, em meio a uma série recorde de disparos de projéteis do país comunista nas últimas 24 horas. Os disparos levaram Seul a prorrogar as manobras aéreas conjuntas com os Estados Unidos nesta semana, as maiores já organizadas pelos dois países que Pyongyang considera uma ameaça.

Moradores de uma ilha sul-coreana e de áreas do norte do Japão receberam alertas para procurar refúgios depois dos lançamentos de quinta-feira, que também incluíram dois mísseis de curto alcance. O lançamento mais importante, no entanto, parece ter falhado. “O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte supostamente terminou em fracasso”, afirmou o exército sul-coreano.

Apesar do fracasso, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, condenou o lançamento do ICBM norte-coreano e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra Pyongyang, alegando que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

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Pessoas assistem ao noticiário em uma estação em Seul, Coreia do Sul, em 03 de novembro de 2022, quando o Norte lançou um míssil balístico intercontinental e dois de curto alcance no Mar do Leste. Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE

O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou que detectou durante a manhã de quinta-feira o lançamento do míssil balístico de longo alcance, o ICBM, seguido de dois mísseis de curto alcance.

“A capacidade do míssil balístico de longo alcance era de quase 760 km, uma altura de 1.920 km e uma velocidade de Mach 15″, equivalente a 15 vezes a velocidade do som, afirmaram os militares sul-coreanos.

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Seul acrescentou que “os mísseis de curto alcance percorreram quase 330 km a uma altura de cerca de 70 km, com velocidade de Mach 5″.

Exercícios militares prorrogados

Os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos decidiram, nesta quinta-feira, 3, estender a duração dos exercícios aéreos conjuntos batizados de Vigilant Storm, que ocorrem nesta semana. A decisão é uma resposta à série de mísseis lançados, mais de 20, pela Coreia do Norte nos últimos dois dias.

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“A Coreia do Sul e os EUA decidiram estender o período de treinamento do exercício aéreo conjunto de grande escala ‘Vigilant Storm’, que começou em 31 de outubro, em reação às recentes e contínuas provocações da Coreia do Norte”, detalhou um comunicado das Forças Armadas da Coreia do Sul, sem especificar datas.

Os lançamentos de Pyongyang são, por sua vez, uma resposta a esses exercícios, que terminariam nesta sexta-feira, 4, e são os maiores do gênero em cinco anos, já que envolveram a implantação de mais de 200 aeronaves, incluindo caças furtivos de quinta geração.

A declaração do Exército da Coreia do Sul assegurou que ambos os aliados “compartilham a opinião de que é necessário exibir uma sólida posição de defesa combinada” diante da “atual crise de segurança, que é acentuada pelas provocações da Coreia do Norte”. Um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano disse, em mensagem à mídia, que ambos os aliados estão “discutindo os detalhes sobre o período” de extensão dos exercícios.

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A ‘Vigilant storm’ é o maior exercício aéreo combinado entre Washington e Seul desde 2017 e inclui a mobilização de caças F-15, F-16, EA-18G (a versão do caça-bombardeiro F-18 adaptada para cenários de guerra eletrônica), F-35A e F-35B (que, ao contrário do F-35A, pode realizar decolagens curtas e decolagens e aterrissagens verticais).

Essa é a primeira vez que o Pentágono transporta unidades F-35B para o território sul-coreano, um fator que pode ter irritado especialmente Pyongyang, que, na terça-feira, 2, ameaçou responder. A tensão na península está atingindo níveis sem precedentes diante dos repetidos testes de armas norte-coreanas, manobras aliadas e a possibilidade de que, como indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un estar pronto para seu primeiro teste nuclear desde 2017.

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Lançamento de mísseis

A Coreia do Norte disparou quase duas dezenas de mísseis, nesta quarta-feira, 2, em sua maior implantação em um único dia, uma escalada nas tensões recentes que desencadeou um alerta de ataque aéreo em uma ilha populosa no Sul e provocou um alerta militar de Seul. Ao menos 23 mísseis foram lançados nas costas leste e oeste; um dos quais caiu a 160 quilômetros a noroeste da ilha de Ulleung e forçou que a população procurasse abrigo.

Em resposta, a Coreia do Sul disparou mísseis de caças em águas próximas ao território do Norte. A troca entre os dois marcou a primeira vez que muitos mísseis foram lançados através da fronteira marítima da Coreia, disse o Ministério da Defesa do Sul, embora todos tenham caído em águas internacionais. O tenente-general Kang Shin Chul, diretor-chefe de operações das forças armadas sul-coreanas, chamou o lançamento de “um ato altamente incomum e intolerável”.

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“A sirene começou a tocar às 8h55 (20h55 da quarta-feira em Brasília) e recebemos uma mensagem do nosso sistema de computador do governo dizendo que esta é uma ‘situação da vida real’, não uma simulação”, disse Chung Young-hwan, autoridade local em Ulleung. “Nós nos refugiamos em um abrigo subterrâneo por três ou quatro minutos antes de sair novamente.” Chung disse que a sirene foi acionada em toda a ilha, mas os moradores não foram informados imediatamente sobre o motivo. “Sabíamos que era um míssil norte-coreano quando vimos as notícias”, disse ele.

Os militares do Sul disseram mais tarde que seus caças F-15K e KF-16 dispararam três mísseis ar-terra de ataque de precisão em águas internacionais não muito longe das águas territoriais do Norte como um aviso. O Ministério dos Transportes da Coreia do Sul proibiu o tráfego aéreo da área ao redor de Ulleung até a manhã de quinta-feira.

A troca aumentou as tensões que vêm se acumulando na península coreana nos últimos meses. O presidente do Sul, Yoon Suk-yeol, disse que o lançamento perto de Ulleung era “equivalente a violar o águas territoriais da Coreia”, de acordo com seu escritório.

A Coreia do Norte realizou 28 testes de armas este ano, que envolveram mísseis balísticos e outros – mais do que em qualquer ano anterior, desafiando as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que proíbem o país de testar mísseis balísticos e dispositivos nucleares. Autoridades de defesa sul-coreanas disseram que ainda estão estudando dados para determinar quais tipos de mísseis a Coréia do Norte havia disparado, mas pelo menos sete eram mísseis balísticos.

O Norte também disparou cerca de 100 tiros de artilharia e foguetes em uma “zona de amortecimento” ao norte da fronteira marítima oriental, disseram autoridades. O lançamento na quarta-feira foi o teste de mísseis mais ousado do Norte desde 4 de outubro, quando disparou um míssil balístico de alcance intermediário que sobrevoou o norte do Japão. Esse míssil voou mais longe do que qualquer outro míssil testado pelo Norte. /EFE, NYT e AFP

SEUL - As Forças Armadas da Coreia do Sul afirmaram que a Coreia do Norte teria falhado na tentativa de disparar um míssil intercontinental (ICBM) nesta quinta-feira, 3, em meio a uma série recorde de disparos de projéteis do país comunista nas últimas 24 horas. Os disparos levaram Seul a prorrogar as manobras aéreas conjuntas com os Estados Unidos nesta semana, as maiores já organizadas pelos dois países que Pyongyang considera uma ameaça.

Moradores de uma ilha sul-coreana e de áreas do norte do Japão receberam alertas para procurar refúgios depois dos lançamentos de quinta-feira, que também incluíram dois mísseis de curto alcance. O lançamento mais importante, no entanto, parece ter falhado. “O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte supostamente terminou em fracasso”, afirmou o exército sul-coreano.

Apesar do fracasso, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, condenou o lançamento do ICBM norte-coreano e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra Pyongyang, alegando que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Pessoas assistem ao noticiário em uma estação em Seul, Coreia do Sul, em 03 de novembro de 2022, quando o Norte lançou um míssil balístico intercontinental e dois de curto alcance no Mar do Leste. Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE

O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou que detectou durante a manhã de quinta-feira o lançamento do míssil balístico de longo alcance, o ICBM, seguido de dois mísseis de curto alcance.

“A capacidade do míssil balístico de longo alcance era de quase 760 km, uma altura de 1.920 km e uma velocidade de Mach 15″, equivalente a 15 vezes a velocidade do som, afirmaram os militares sul-coreanos.

Seul acrescentou que “os mísseis de curto alcance percorreram quase 330 km a uma altura de cerca de 70 km, com velocidade de Mach 5″.

Exercícios militares prorrogados

Os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos decidiram, nesta quinta-feira, 3, estender a duração dos exercícios aéreos conjuntos batizados de Vigilant Storm, que ocorrem nesta semana. A decisão é uma resposta à série de mísseis lançados, mais de 20, pela Coreia do Norte nos últimos dois dias.

“A Coreia do Sul e os EUA decidiram estender o período de treinamento do exercício aéreo conjunto de grande escala ‘Vigilant Storm’, que começou em 31 de outubro, em reação às recentes e contínuas provocações da Coreia do Norte”, detalhou um comunicado das Forças Armadas da Coreia do Sul, sem especificar datas.

Os lançamentos de Pyongyang são, por sua vez, uma resposta a esses exercícios, que terminariam nesta sexta-feira, 4, e são os maiores do gênero em cinco anos, já que envolveram a implantação de mais de 200 aeronaves, incluindo caças furtivos de quinta geração.

A declaração do Exército da Coreia do Sul assegurou que ambos os aliados “compartilham a opinião de que é necessário exibir uma sólida posição de defesa combinada” diante da “atual crise de segurança, que é acentuada pelas provocações da Coreia do Norte”. Um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano disse, em mensagem à mídia, que ambos os aliados estão “discutindo os detalhes sobre o período” de extensão dos exercícios.

A ‘Vigilant storm’ é o maior exercício aéreo combinado entre Washington e Seul desde 2017 e inclui a mobilização de caças F-15, F-16, EA-18G (a versão do caça-bombardeiro F-18 adaptada para cenários de guerra eletrônica), F-35A e F-35B (que, ao contrário do F-35A, pode realizar decolagens curtas e decolagens e aterrissagens verticais).

Essa é a primeira vez que o Pentágono transporta unidades F-35B para o território sul-coreano, um fator que pode ter irritado especialmente Pyongyang, que, na terça-feira, 2, ameaçou responder. A tensão na península está atingindo níveis sem precedentes diante dos repetidos testes de armas norte-coreanas, manobras aliadas e a possibilidade de que, como indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un estar pronto para seu primeiro teste nuclear desde 2017.

Lançamento de mísseis

A Coreia do Norte disparou quase duas dezenas de mísseis, nesta quarta-feira, 2, em sua maior implantação em um único dia, uma escalada nas tensões recentes que desencadeou um alerta de ataque aéreo em uma ilha populosa no Sul e provocou um alerta militar de Seul. Ao menos 23 mísseis foram lançados nas costas leste e oeste; um dos quais caiu a 160 quilômetros a noroeste da ilha de Ulleung e forçou que a população procurasse abrigo.

Em resposta, a Coreia do Sul disparou mísseis de caças em águas próximas ao território do Norte. A troca entre os dois marcou a primeira vez que muitos mísseis foram lançados através da fronteira marítima da Coreia, disse o Ministério da Defesa do Sul, embora todos tenham caído em águas internacionais. O tenente-general Kang Shin Chul, diretor-chefe de operações das forças armadas sul-coreanas, chamou o lançamento de “um ato altamente incomum e intolerável”.

“A sirene começou a tocar às 8h55 (20h55 da quarta-feira em Brasília) e recebemos uma mensagem do nosso sistema de computador do governo dizendo que esta é uma ‘situação da vida real’, não uma simulação”, disse Chung Young-hwan, autoridade local em Ulleung. “Nós nos refugiamos em um abrigo subterrâneo por três ou quatro minutos antes de sair novamente.” Chung disse que a sirene foi acionada em toda a ilha, mas os moradores não foram informados imediatamente sobre o motivo. “Sabíamos que era um míssil norte-coreano quando vimos as notícias”, disse ele.

Os militares do Sul disseram mais tarde que seus caças F-15K e KF-16 dispararam três mísseis ar-terra de ataque de precisão em águas internacionais não muito longe das águas territoriais do Norte como um aviso. O Ministério dos Transportes da Coreia do Sul proibiu o tráfego aéreo da área ao redor de Ulleung até a manhã de quinta-feira.

A troca aumentou as tensões que vêm se acumulando na península coreana nos últimos meses. O presidente do Sul, Yoon Suk-yeol, disse que o lançamento perto de Ulleung era “equivalente a violar o águas territoriais da Coreia”, de acordo com seu escritório.

A Coreia do Norte realizou 28 testes de armas este ano, que envolveram mísseis balísticos e outros – mais do que em qualquer ano anterior, desafiando as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que proíbem o país de testar mísseis balísticos e dispositivos nucleares. Autoridades de defesa sul-coreanas disseram que ainda estão estudando dados para determinar quais tipos de mísseis a Coréia do Norte havia disparado, mas pelo menos sete eram mísseis balísticos.

O Norte também disparou cerca de 100 tiros de artilharia e foguetes em uma “zona de amortecimento” ao norte da fronteira marítima oriental, disseram autoridades. O lançamento na quarta-feira foi o teste de mísseis mais ousado do Norte desde 4 de outubro, quando disparou um míssil balístico de alcance intermediário que sobrevoou o norte do Japão. Esse míssil voou mais longe do que qualquer outro míssil testado pelo Norte. /EFE, NYT e AFP

SEUL - As Forças Armadas da Coreia do Sul afirmaram que a Coreia do Norte teria falhado na tentativa de disparar um míssil intercontinental (ICBM) nesta quinta-feira, 3, em meio a uma série recorde de disparos de projéteis do país comunista nas últimas 24 horas. Os disparos levaram Seul a prorrogar as manobras aéreas conjuntas com os Estados Unidos nesta semana, as maiores já organizadas pelos dois países que Pyongyang considera uma ameaça.

Moradores de uma ilha sul-coreana e de áreas do norte do Japão receberam alertas para procurar refúgios depois dos lançamentos de quinta-feira, que também incluíram dois mísseis de curto alcance. O lançamento mais importante, no entanto, parece ter falhado. “O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte supostamente terminou em fracasso”, afirmou o exército sul-coreano.

Apesar do fracasso, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, condenou o lançamento do ICBM norte-coreano e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra Pyongyang, alegando que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Pessoas assistem ao noticiário em uma estação em Seul, Coreia do Sul, em 03 de novembro de 2022, quando o Norte lançou um míssil balístico intercontinental e dois de curto alcance no Mar do Leste. Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE

O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou que detectou durante a manhã de quinta-feira o lançamento do míssil balístico de longo alcance, o ICBM, seguido de dois mísseis de curto alcance.

“A capacidade do míssil balístico de longo alcance era de quase 760 km, uma altura de 1.920 km e uma velocidade de Mach 15″, equivalente a 15 vezes a velocidade do som, afirmaram os militares sul-coreanos.

Seul acrescentou que “os mísseis de curto alcance percorreram quase 330 km a uma altura de cerca de 70 km, com velocidade de Mach 5″.

Exercícios militares prorrogados

Os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos decidiram, nesta quinta-feira, 3, estender a duração dos exercícios aéreos conjuntos batizados de Vigilant Storm, que ocorrem nesta semana. A decisão é uma resposta à série de mísseis lançados, mais de 20, pela Coreia do Norte nos últimos dois dias.

“A Coreia do Sul e os EUA decidiram estender o período de treinamento do exercício aéreo conjunto de grande escala ‘Vigilant Storm’, que começou em 31 de outubro, em reação às recentes e contínuas provocações da Coreia do Norte”, detalhou um comunicado das Forças Armadas da Coreia do Sul, sem especificar datas.

Os lançamentos de Pyongyang são, por sua vez, uma resposta a esses exercícios, que terminariam nesta sexta-feira, 4, e são os maiores do gênero em cinco anos, já que envolveram a implantação de mais de 200 aeronaves, incluindo caças furtivos de quinta geração.

A declaração do Exército da Coreia do Sul assegurou que ambos os aliados “compartilham a opinião de que é necessário exibir uma sólida posição de defesa combinada” diante da “atual crise de segurança, que é acentuada pelas provocações da Coreia do Norte”. Um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano disse, em mensagem à mídia, que ambos os aliados estão “discutindo os detalhes sobre o período” de extensão dos exercícios.

A ‘Vigilant storm’ é o maior exercício aéreo combinado entre Washington e Seul desde 2017 e inclui a mobilização de caças F-15, F-16, EA-18G (a versão do caça-bombardeiro F-18 adaptada para cenários de guerra eletrônica), F-35A e F-35B (que, ao contrário do F-35A, pode realizar decolagens curtas e decolagens e aterrissagens verticais).

Essa é a primeira vez que o Pentágono transporta unidades F-35B para o território sul-coreano, um fator que pode ter irritado especialmente Pyongyang, que, na terça-feira, 2, ameaçou responder. A tensão na península está atingindo níveis sem precedentes diante dos repetidos testes de armas norte-coreanas, manobras aliadas e a possibilidade de que, como indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un estar pronto para seu primeiro teste nuclear desde 2017.

Lançamento de mísseis

A Coreia do Norte disparou quase duas dezenas de mísseis, nesta quarta-feira, 2, em sua maior implantação em um único dia, uma escalada nas tensões recentes que desencadeou um alerta de ataque aéreo em uma ilha populosa no Sul e provocou um alerta militar de Seul. Ao menos 23 mísseis foram lançados nas costas leste e oeste; um dos quais caiu a 160 quilômetros a noroeste da ilha de Ulleung e forçou que a população procurasse abrigo.

Em resposta, a Coreia do Sul disparou mísseis de caças em águas próximas ao território do Norte. A troca entre os dois marcou a primeira vez que muitos mísseis foram lançados através da fronteira marítima da Coreia, disse o Ministério da Defesa do Sul, embora todos tenham caído em águas internacionais. O tenente-general Kang Shin Chul, diretor-chefe de operações das forças armadas sul-coreanas, chamou o lançamento de “um ato altamente incomum e intolerável”.

“A sirene começou a tocar às 8h55 (20h55 da quarta-feira em Brasília) e recebemos uma mensagem do nosso sistema de computador do governo dizendo que esta é uma ‘situação da vida real’, não uma simulação”, disse Chung Young-hwan, autoridade local em Ulleung. “Nós nos refugiamos em um abrigo subterrâneo por três ou quatro minutos antes de sair novamente.” Chung disse que a sirene foi acionada em toda a ilha, mas os moradores não foram informados imediatamente sobre o motivo. “Sabíamos que era um míssil norte-coreano quando vimos as notícias”, disse ele.

Os militares do Sul disseram mais tarde que seus caças F-15K e KF-16 dispararam três mísseis ar-terra de ataque de precisão em águas internacionais não muito longe das águas territoriais do Norte como um aviso. O Ministério dos Transportes da Coreia do Sul proibiu o tráfego aéreo da área ao redor de Ulleung até a manhã de quinta-feira.

A troca aumentou as tensões que vêm se acumulando na península coreana nos últimos meses. O presidente do Sul, Yoon Suk-yeol, disse que o lançamento perto de Ulleung era “equivalente a violar o águas territoriais da Coreia”, de acordo com seu escritório.

A Coreia do Norte realizou 28 testes de armas este ano, que envolveram mísseis balísticos e outros – mais do que em qualquer ano anterior, desafiando as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que proíbem o país de testar mísseis balísticos e dispositivos nucleares. Autoridades de defesa sul-coreanas disseram que ainda estão estudando dados para determinar quais tipos de mísseis a Coréia do Norte havia disparado, mas pelo menos sete eram mísseis balísticos.

O Norte também disparou cerca de 100 tiros de artilharia e foguetes em uma “zona de amortecimento” ao norte da fronteira marítima oriental, disseram autoridades. O lançamento na quarta-feira foi o teste de mísseis mais ousado do Norte desde 4 de outubro, quando disparou um míssil balístico de alcance intermediário que sobrevoou o norte do Japão. Esse míssil voou mais longe do que qualquer outro míssil testado pelo Norte. /EFE, NYT e AFP

SEUL - As Forças Armadas da Coreia do Sul afirmaram que a Coreia do Norte teria falhado na tentativa de disparar um míssil intercontinental (ICBM) nesta quinta-feira, 3, em meio a uma série recorde de disparos de projéteis do país comunista nas últimas 24 horas. Os disparos levaram Seul a prorrogar as manobras aéreas conjuntas com os Estados Unidos nesta semana, as maiores já organizadas pelos dois países que Pyongyang considera uma ameaça.

Moradores de uma ilha sul-coreana e de áreas do norte do Japão receberam alertas para procurar refúgios depois dos lançamentos de quinta-feira, que também incluíram dois mísseis de curto alcance. O lançamento mais importante, no entanto, parece ter falhado. “O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte supostamente terminou em fracasso”, afirmou o exército sul-coreano.

Apesar do fracasso, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, condenou o lançamento do ICBM norte-coreano e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra Pyongyang, alegando que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Pessoas assistem ao noticiário em uma estação em Seul, Coreia do Sul, em 03 de novembro de 2022, quando o Norte lançou um míssil balístico intercontinental e dois de curto alcance no Mar do Leste. Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE Foto: Jeon Heon-Kyun/EFE

O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou que detectou durante a manhã de quinta-feira o lançamento do míssil balístico de longo alcance, o ICBM, seguido de dois mísseis de curto alcance.

“A capacidade do míssil balístico de longo alcance era de quase 760 km, uma altura de 1.920 km e uma velocidade de Mach 15″, equivalente a 15 vezes a velocidade do som, afirmaram os militares sul-coreanos.

Seul acrescentou que “os mísseis de curto alcance percorreram quase 330 km a uma altura de cerca de 70 km, com velocidade de Mach 5″.

Exercícios militares prorrogados

Os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos decidiram, nesta quinta-feira, 3, estender a duração dos exercícios aéreos conjuntos batizados de Vigilant Storm, que ocorrem nesta semana. A decisão é uma resposta à série de mísseis lançados, mais de 20, pela Coreia do Norte nos últimos dois dias.

“A Coreia do Sul e os EUA decidiram estender o período de treinamento do exercício aéreo conjunto de grande escala ‘Vigilant Storm’, que começou em 31 de outubro, em reação às recentes e contínuas provocações da Coreia do Norte”, detalhou um comunicado das Forças Armadas da Coreia do Sul, sem especificar datas.

Os lançamentos de Pyongyang são, por sua vez, uma resposta a esses exercícios, que terminariam nesta sexta-feira, 4, e são os maiores do gênero em cinco anos, já que envolveram a implantação de mais de 200 aeronaves, incluindo caças furtivos de quinta geração.

A declaração do Exército da Coreia do Sul assegurou que ambos os aliados “compartilham a opinião de que é necessário exibir uma sólida posição de defesa combinada” diante da “atual crise de segurança, que é acentuada pelas provocações da Coreia do Norte”. Um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano disse, em mensagem à mídia, que ambos os aliados estão “discutindo os detalhes sobre o período” de extensão dos exercícios.

A ‘Vigilant storm’ é o maior exercício aéreo combinado entre Washington e Seul desde 2017 e inclui a mobilização de caças F-15, F-16, EA-18G (a versão do caça-bombardeiro F-18 adaptada para cenários de guerra eletrônica), F-35A e F-35B (que, ao contrário do F-35A, pode realizar decolagens curtas e decolagens e aterrissagens verticais).

Essa é a primeira vez que o Pentágono transporta unidades F-35B para o território sul-coreano, um fator que pode ter irritado especialmente Pyongyang, que, na terça-feira, 2, ameaçou responder. A tensão na península está atingindo níveis sem precedentes diante dos repetidos testes de armas norte-coreanas, manobras aliadas e a possibilidade de que, como indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un estar pronto para seu primeiro teste nuclear desde 2017.

Lançamento de mísseis

A Coreia do Norte disparou quase duas dezenas de mísseis, nesta quarta-feira, 2, em sua maior implantação em um único dia, uma escalada nas tensões recentes que desencadeou um alerta de ataque aéreo em uma ilha populosa no Sul e provocou um alerta militar de Seul. Ao menos 23 mísseis foram lançados nas costas leste e oeste; um dos quais caiu a 160 quilômetros a noroeste da ilha de Ulleung e forçou que a população procurasse abrigo.

Em resposta, a Coreia do Sul disparou mísseis de caças em águas próximas ao território do Norte. A troca entre os dois marcou a primeira vez que muitos mísseis foram lançados através da fronteira marítima da Coreia, disse o Ministério da Defesa do Sul, embora todos tenham caído em águas internacionais. O tenente-general Kang Shin Chul, diretor-chefe de operações das forças armadas sul-coreanas, chamou o lançamento de “um ato altamente incomum e intolerável”.

“A sirene começou a tocar às 8h55 (20h55 da quarta-feira em Brasília) e recebemos uma mensagem do nosso sistema de computador do governo dizendo que esta é uma ‘situação da vida real’, não uma simulação”, disse Chung Young-hwan, autoridade local em Ulleung. “Nós nos refugiamos em um abrigo subterrâneo por três ou quatro minutos antes de sair novamente.” Chung disse que a sirene foi acionada em toda a ilha, mas os moradores não foram informados imediatamente sobre o motivo. “Sabíamos que era um míssil norte-coreano quando vimos as notícias”, disse ele.

Os militares do Sul disseram mais tarde que seus caças F-15K e KF-16 dispararam três mísseis ar-terra de ataque de precisão em águas internacionais não muito longe das águas territoriais do Norte como um aviso. O Ministério dos Transportes da Coreia do Sul proibiu o tráfego aéreo da área ao redor de Ulleung até a manhã de quinta-feira.

A troca aumentou as tensões que vêm se acumulando na península coreana nos últimos meses. O presidente do Sul, Yoon Suk-yeol, disse que o lançamento perto de Ulleung era “equivalente a violar o águas territoriais da Coreia”, de acordo com seu escritório.

A Coreia do Norte realizou 28 testes de armas este ano, que envolveram mísseis balísticos e outros – mais do que em qualquer ano anterior, desafiando as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que proíbem o país de testar mísseis balísticos e dispositivos nucleares. Autoridades de defesa sul-coreanas disseram que ainda estão estudando dados para determinar quais tipos de mísseis a Coréia do Norte havia disparado, mas pelo menos sete eram mísseis balísticos.

O Norte também disparou cerca de 100 tiros de artilharia e foguetes em uma “zona de amortecimento” ao norte da fronteira marítima oriental, disseram autoridades. O lançamento na quarta-feira foi o teste de mísseis mais ousado do Norte desde 4 de outubro, quando disparou um míssil balístico de alcance intermediário que sobrevoou o norte do Japão. Esse míssil voou mais longe do que qualquer outro míssil testado pelo Norte. /EFE, NYT e AFP

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